Bolsonaro deita e rola no Pará e a ex-querda nada faz para evitar o avanço de seu poder, inclusive nas universidades públicas, as quais sempre foram espaços onde a esquerda teve forte influência. |
Por Diógenes Brandão
A nomeação do Professor Francisco Ribeiro, 3° colocado nas eleições para reitor da Unifesspa parece que não incomodou a neo-esquerda paraense, que assiste calada mais uma investida do governo Bolsonaro e nada faz.
Nenhum manifesto ou ato público foi visto pelos partidos que sempre defenderam com unhas e dentes, a nomeação do mais votado. Podem alegar que estão obedecendo as regras do isolamento social, mas nas redes sociais vimos diversos líderes e militantes da ex-querda paraense em praias, balneários e eventos com pessoas aglomeradas, como agora, em convenções partidárias para escolha dos seus pré-candidatos nas eleições municipais deste ano.
Logo, a desculpa de não se mobilizarem para tentar reverter a situação da UNIFESSPA, me parece ser a mesma que imobiliza e impede que esses grupelho sejam o que já foram um dia: Lutadores.
O portal UOL informou que em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, em 14 nomeações feitas, o presidente só escolheu o primeiro colocado da lista tríplice para reitor em oito universidades. Em seis (43%), optou por candidatos menos votados, chegando a nomear postulante que teve 600 votos contra mais de 7.000 do primeiro colocado. Por meio de medida provisória publicada em 24 de dezembro, o presidente mudou a forma como são escolhidos os reitores e dirigentes das instituições de ensino federal.
A MP legaliza que o presidente possa nomear reitor qualquer um dos nomes integrantes da lista tríplice que lhe é enviada, rompendo assim tradição de 15 anos de dar posse ao primeiro colocado.
O texto da MP altera também a forma de escolha dos reitores. Determina que a lista tríplice seja elaborada em colégio eleitoral em que professores detêm 70% dos votos; servidores; 15%; e alunos, 15%. Algumas instituições adotavam o voto paritário, em que cada segmento tinha 33% dos votos.
Dirigentes das universidades federais afirmam que a medida provisória deve ser questionada no Congresso e na Justiça. Acreditam que ela contraria o artigo 217 da Constituição Federal, que assegura a autonomia administrativa, financeira e didático-científica das universidades.
ELEIÇÃO DA UNIFESSPA
A eleição online ocorreu entre os dias 15 de abril e 2 de junho, com a participação de 78,8% do total de eleitores aptos a votar no colégio eleitoral, o que corresponde ao engajamento de 85,8% dos docentes, 36,4% dos alunos e 88,5% dos técnicos administrativos.
"O atual reitor da Unifesspa, professor Maurílio de Abreu Monteiro, cujo mandato referente ao quadriênio 2016-2020 termina no mês de outubro deste ano, foi reeleito com 84,4% dos votos válidos. Em segundo lugar, ficou o professor Fábio dos Reis Ribeiro de Araújo, com 8,7% dos votos. Francisco Ribeiro da Costa foi o terceiro colocado, com 6,9% dos votos. O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta terça-feira (15) o professor Francisco Ribeiro da Costa para ocupar o cargo de reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), com sede em Marabá. Costa foi o terceiro colocado da lista tríplice enviada ao Governo Federal.
O mandato para a reitoria tem duração de quatro anos. A lista tríplice dos candidatos mais votados à reitoria pela comunidade acadêmica foi enviada ao Ministério da Educação (MEC) no último dia 10 de junho. A Unifesspa foi criada em 5 de junho de 2013, pela Lei Federal 12.824, a partir do desmembramento do Campus Marabá da Universidade Federal do Pará (UFPA)", informou o portal G1-PA.
O blog foi informado que mesmo tendo sido o mais votado, era certo que Maurílio não seria nomeado, por ter sido filiado ao PT e ser ex-cunhado da ex-governadora Ana Júlia, que militou por muitos anos no PT, onde foi eleita vereadora, vice-prefeita, senadora e governadora do estado do Pará e voltou para o PCdoB, seu primeiro partido.
Um dossiê com esse histórico do atual reitor teria sido usado para evitar que ele fosse nomeado, já que foi durante muito tempo um militante da esquerda paraense, hoje combalida e entregue aos ditames da família barbalho, que controla o MDB e diversos partidos, tanto da esquerda, quanto da direita e do centro, tendo inclusive os deputados estaduais do PSDB servindo aos interesse do governo de Helder Barbalho.
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