domingo, novembro 08, 2020

A autonomia do BC está preste a se tornar realidade. Quais são as consequências?

Com uma política econômica totalmente voltada a atender os interesses do rentismo, Guedes e Bolsonaro estão prestes a realizar um sonho dos neoliberais: A autonomia do Banco Central Brasileiro.


Por Cássio Andrade*

O antigo sonho do projeto Neoliberal de Collor à FHC se realizou: o Senado aprovou a autonomia do Banco Central. 

O projeto vai à Câmara e depois à sanção presidencial. Pelo projeto, o presidente do BC se desvincula totalmente do Ministério da Economia e seu presidente e os 09 diretores terão mandatos de 04 anos, com direito a uma reeleição.

Os mandatos vão além dos mandatos da Presidência da República e a diretoria gozará de plena autonomia para a execução das políticas monetárias do país, em especial o estabelecimento das taxas de juros. 

Torna-se um órgão de Estado, que pode comprometer em muito qualquer política de governo, na qual possa contrariar à lógica pura do mercado. 

O governo Bolsonaro, leia-se Paulo Guedes, é amplamente favorável. 

Durante os dois anos de mandato de Bolsonaro, em que pese sua arrogância intervencionista, em nenhum momento emitiu qualquer opinião sobre a condução do Banco Central. 

Essa é uma das medidas mais perigosas ao exercício de qualquer política social e desenvolvimento do país. Sem contar que com um BC autônomo que segue a lógica do sistema financeiro nacional e internacional, o país subordina-se aos interesses do rentismo.

*Cássio Andrade é professor de História, em Belém do Pará.

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