Por Diógenes Brandão
O governador Helder Barbalho relaxou a fiscalização do cumprimento das medidas de proteção e prevenção, sobretudo de aglomerações e tal como este blog avisou, sem um plano de contingência, o Pará voltaria à alta no caso de mortes e contaminação e internação de pacientes com a COVID-19.
A COVID-19 volta com força no Pará e as medidas adotadas pelo governo do Estado e prefeituras não evitam aglomerações. As festas de fim de ano devem trazer mais mortes e pessoas contaminadas em Janeiro.
— asfalasdapolis (@asfalasdapolis) December 31, 2020
Leia ainda hoje, as últimas notícias do ano, no blog AS FALAS DA PÓLIS. pic.twitter.com/zkOWlkA1Dh
Evitando aumentar a impopularidade diante dos que não gostam das medidas protetivas, Helder afrouxou e deu nisso que estamos vivenciando: Um novo caos nos hospitais públicos do Estado do Pará.
Diversas regiões do Pará já ñ tem UTIs e leitos clínicos para atender a alta nos casos de contaminação pela COVID-19. O @GovernoPara não enviou nenhum representante à @TVLiberal p/ explicar o que farão para atender os pacientes, após Helder mandar fechar os hospitais de campanha.
— asfalasdapolis (@asfalasdapolis) January 5, 2021
"Mais de 300 pessoas no Hangar hoje e pararam de atender antes de 12h", informou uma paciente que procurou atendimento sob sol forte, em uma fila enorme formada na parte de fora do Hangar, onde funciona o Hospital de Campanha de Belém.
A paciente continua: "Quando anuncia atendimento de 8 às 17h. Aí mandaram pro Mangueirão e a lá me disseram a mesma coisa. Não tem mais atendimento. Aí alegaram muita demanda, mas desconfio que é falta de médico, porque só tinha 3 no Hangar hj, pra essa multidão. Acho que não pagaram os médicos, por isso eles não estão dispostos a trabalhar. Vim do hangar agora e eles pararam de atender.
Meu amigo foi no Mangueirao é também parou às 12h. Fui ontem na Upa da sacramenta e não tinha raio X
Vim hj da UBS atrás do Bosque e não tem como fazer e imprimir o cartão SUS, que em todos os lugares que fui, me cobraram.
Perguntei no Hangar como alguém faz se passar mal com covid. Eles disseram que deve ir na UPA. Lá, eles não fazem exame. Só passam medicação pra aliviar os sintomas (Dipirona e Dexametasona pra ti comprar) e mandam embora. Ir para o Hangar. Ou seja, não tem locais de atendimento de fato.
Na UPA dão paliativo. No Hangar fazem exame do nariz e só. Não deram medicação, nem encaminham pra outro local.
Fica desde cedo uma fila gigantesca na frente do hangar pegando sol.
Não tem cobertura. Idoso, grávidas e o resto. Uma mulher desmaiou na fila com falta de ar. Levaram na cadeira de rodas para o atendente. Ele mandou o acompanhante levar pra UPA.
Aí me meti e cobrei dele (o atendente da UPA) uma ambulância pra levar ela. Não tinha.
Aí falei pra ele dar um encaminhamento, pelo menos.
Lembrei que não tinha raio X na UPA da Sacramenta.
Ele sem o que falar, disse que eu gritei com ele.
Eu tentando ajudar há um tempão e ele nem ligava pro que eu dizia. Por isso tive que falar alto.
Mas esse atendimento que tô falando fica no estacionamento e é o local pra onde as pessoas com sintomas devem ir.
Estamos em estado crítico. O Pará está em vermelho.
Então precisa de um grande plano de atendimento".
O relato acima é de uma paciente com sintomas da COVID-19 que buscou atendimento na rede pública de saúde, tanto estadual, quando municipal e não conseguiu.
A Sespa informou que a Policlínica Itinerante que foi posiconada ao lado do Centro de Convenções Hangar, estava atendendo, na manhã desta segunda-feira, 4, 73 pacientes, sendo 37 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Dados da própria SESPA informam que em diversas regiões do Estado do Pará, os hospitais já estão com sua capacidade de internação, tanto nos leitos clínicos, quanto nas UTIs, chegando à sua lotação máxima. Em algumas delas, já não existem leitos de UTI e noutras, muito poucos.
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