quinta-feira, janeiro 14, 2021

Vivi do PSOL-PA: Que juventude é essa que já nasce agarrada com o velho?

Jornalista de esquerda questiona o voto de Vivi Reis, deputada federal do PSOL, que assumiu a vaga deixada pelo ex-deputado federal e hoje prefeito de Belém.


Por Fabrício Rocha, jornalista de Belém do Pará

Tô passado para a Vivi Reis (PSOL/PA). A primeira participação dela na Câmara Federal está sendo defender um bloco com a direita Neoliberal, desde o primeiro turno,  para composição da mesa diretora. Uma Candidatura arrajanda por Rodrigo Maia (DEM).

Nunca é demais lembrar que existe segundo turno. Estou lendo a nota dela e parece que não existe centrão/direita liberal/Rodrigo Maia/DEM/MDB. 

Com toda toda certeza, essa não seria a posição do Edmilson Rodrigues. A colega assumiu falando na luta, no povo LGBTQIA+ , na resistência e parece que não percebe que a turma do Rodrigo Maia, MDB e centrão em.geral foi quem sustentou a política econômica do governo Bolsonaro/Guedes + reforma da previdência/trabalhista.

 Inclusive na última entrevista para a folha deixou claro que Baleia Rossi não é de oposição e que não será um entrave para a política econômica liberal. Por isso a esquerda tem que ter uma candidatura própria. 

Que juventude é essa que já nasce agarrada com o velho? Olhem para Luiza Erundina, com seus mais de 80 anos, e veja o que é coerência. 

Abaixo a nota dos parlamentares federais do PSOL contrários ao bloco com a direita neoliberal desde o primeiro turno. 

A ESQUERDA PRECISA TER VOZ NA ELEIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Está aberto, em nosso partido e na esquerda brasileira, um importante debate sobre a tática para, ao mesmo tempo, derrotar Jair Bolsonaro e fortalecer as propostas da esquerda na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados. De antemão, reconhecemos como legítimas as posições em debate. O momento é grave e pede serenidade e respeito entre nós.

A maioria dos partidos de oposição optou pelo apoio ao do bloco liderado por DEM, PSDB e MDB, encabeçado pelo deputado Baleia Rossi, candidato do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Embora legítima, identificamos nessa escolha um enorme risco para o nosso campo: prejudicar o avanço e a presença das propostas da esquerda no debate sobre o papel da Câmara dos Deputados na defesa da democracia e no enfrentamento à crise brasileira.

Por essa razão, consideramos fundamental a apresentação – no primeiro turno – de uma candidatura de esquerda para a presidência da Câmara dos Deputados. Sem isso, propostas como a prorrogação do Auxílio Emergencial, a proteção às empresas públicas sob ameaça de privatização, a necessária revogação da criminosa Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos), a ampliação dos direitos de mulheres, negros e negras, indígenas, LGBTIs, a garantia de imunização de toda a população, a proteção do meio ambiente, o fim da violência de Estado contra a maioria mais pobre e – a mais urgente neste momento – a abertura do processo de impeachment de Jair Bolsonaro, não serão empunhadas por nenhum dos postulantes que até aqui se apresentaram. Todos eles participaram, direta ou indiretamente, do golpe parlamentar que trouxe o Brasil à crise que vivemos e, portanto, não têm condições de assumir esses compromissos por serem adversários da mudança. Embora se portem de maneira distinta em relação ao governo Bolsonaro, todos são artífices do "Centrão" e defensores da agenda ultraliberal de desmonte do Estado e degradação sistêmica das políticas de proteção social.

Derrotar o candidato de Jair Bolsonaro é uma das tarefas indispensáveis desta eleição. Mas isso pode ser feito no segundo turno, optando por apoiar – em melhores condições para afirmar elementos de uma agenda de esquerda – o candidato que contra ele disputar. Arthur Lira não terá nenhum voto da bancada do PSOL, razão pela qual o argumento de que uma candidatura de esquerda ajudaria o candidato de Bolsonaro é falso. O compromisso de nosso partido, como tem sido até aqui, é com a democracia, a ampliação de direitos, a soberania nacional, as lutas dos setores historicamente oprimidos, o meio ambiente e um novo modelo econômico para o Brasil. Também a defesa da unidade da oposição – não obstante existam diferenças táticas, como demonstra esse episódio – é objetivo permanente.

Diante de um momento tão dramático, com a pandemia dando sinais de resiliência graças ao negacionismo criminoso de Bolsonaro, acreditamos que não devemos abrir mão de apresentar bandeiras tão caras à nossa história aderindo a uma frágil promessa de independência em relação ao Palácio do Planalto. Aqueles que sustentam a agenda ultraliberal de Paulo Guedes não merecem esse voto de confiança. É preciso dar voz e fisionomia à esquerda brasileira na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Por essa razão, defendemos a construção de uma candidatura independente, com compromissos nítidos em favor do impeachment e do enfrentamento à crise, combatendo o bolsonarismo e o ultraliberalismo. Certamente, saberemos encontrar aliados nesta tarefa tão importante dentro da Câmara dos Deputados.

Áurea Carolina (PSOL/MG)

Glauber Braga (PSOL/RJ)

Ivan Valente (PSOL/SP)

Luiza Erundina (PSOL/SP)

Talíria Petrone (PSOL/RJ)

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