Não será
esse o tão esperado ano da internet em campanhas políticas, novamente a
maior parte dos candidatos deixou para montar seus times digitais na última
hora e poucos contam com assessoria profissional.
Como de
costume no meio político, existe uma diferença muito grande no discurso
sobre a importância do uso da internet com os investimentos planejados para
a área digital.
Orçamentos pequenos diante do potencial
O
orçamento de uma campanha completa com foco na prefeitura de São Paulo varia
entre R$ 15 e R$ 30 milhões. Posso estar errado, mas a julgar pelo que já vivi
nesse meio, calculo que a maior campanha digital não tenha recursos na casa
de R$ 1 milhão.
Quando
levamos em consideração que São Paulo tem uma das maiores taxas de conectividade
do
Brasil, o dado fica ainda mais alarmante. Dos quase 12 milhões de
habitantes, pelo menos 6 milhões tem habito regular de uso de ferramentas
digitais. Imagine isso no resto do país.
A maior
parte dos investimentos ficará com a televisão e com a mobilização de rua, que
privilegiam a comunicação em massa, não segmentada.
Estratégias desconexas e contratações equivocadas
A falta
de entendimento dos políticos com o meio digital só não é maior do que a falta
de habilidade na hora de fazer as contratações das equipes, geralmente os nomes são
indicações dos marqueteiros tradicionais com intuito de ter controle sobre o
que acontece no digital.
Na última
campanha presidencial, o grupo de José Serra conseguiu um feito inédito
e até então impensado: contratar um guru indiano, com residência nos
Estados Unidos, para fazer campanha no Brasil.
O guro
ficou um mês aportado em terras brasileiras, e o pior, mesmo tendo apenas 60
conexões no LinkedIn e cerca de mil seguidores no Twitter (a maioria deles são
perfis que seguem seus seguidores de volta), conseguiu colocar um mínimo de
metodologia naquilo que encontrou.
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