domingo, março 04, 2018

Helder Barbalho e Paulo Rocha podem ser rejeitados por citações na Lava Jato

Segundo delatores de empresas investigadas na Lava Jato, Paulo Rocha e Helder Barbalho receberam propina para sua campanha eleitoral em 2014.

Por Diógenes Brandão    

Dornélio Silva é paraense, mestre em Ciência Política pela UFPA e diretor do Instituto Doxa Pesquisa, um dos mais renomados na área de estudos eleitorais e sócio-econômicos e de mercado. 

Em seu mais recente artigo denominado "Impacto da Lava Jato na eleição do Pará", o qual foi publicado por diversos blogs e sites paraenses, o cientista político revela um recorte feito em seus estudos eleitorais realizados por sua empresa no Pará, de 2017 para cá e nela chegamos à conclusão de que há uma previsão negativa para pré-candidaturas como a do ministro Helder Barbalho (MDB) e do senador Paulo Rocha (PT), ambos citados em delações de operadores de esquemas de pagamento e recebimento de propina, em empresas como a Odebrecht e a JBS, no âmbito da operação Lava Jato.  

Ambos negam qualquer envolvimento com ilícitos e dizem que tudo que receberam foram doações legais e contabilizadas.


Mesmo assim, segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto DOXA, Helder Barbalho lidera as intenções de voto do eleitor paraense, com 33,4%, seguido por Márcio Miranda, com 13,8% e Paulo Rocha se encontra em terceiro lugar, junto com Úrsula Vidal, com 7,8% e 7,6%, respectivamente. 

No quesito rejeição, a pesquisa revela que a dupla Helder Barbalho e Paulo Rocha lidera: Helder vem com 25% e Paulo Rocha vem com 17,4% de rejeição do eleitorado paraense. 


Leia o artigo de Dornélio Silva:

A Doxa vem fazendo, em todas as suas pesquisas realizadas em 2017 e na primeira de 2018, a seguinte pergunta: “Na hora de votar em algum candidato para qualquer cargo, você votaria em alguém que foi citado na Operação Lava Jato?”. Ao longo das quatro pesquisas, descobrimos que há, apenas, pequenas oscilações nos índices das pesquisas. Em maio de 2017, 64,1% dos eleitores paraenses não votariam em candidato envolvido na operação. Em julho, esse índice caiu para 59,7%, passando para 64,5% na pesquisa de novembro de 2017. Na última pesquisa manteve-se, praticamente, o mesmo percentual, 64,2%. 

Pelos dados apresentados, percebe-se que há uma forte tendência na cabeça do eleitor em rejeitar político que esteja envolvido em escândalos de corrupção, ou que, por algum motivo, tenha sido pelo menos citado em delações ou, ainda, que esteja envolvido em ações judiciais. Além desses dados da série histórica, a pesquisa mostra que mais de 90% dos eleitores não se sentem representados pelos políticos que estão no poder, hoje.      

O presidente Michel Temer (MDB), falando aos deputados de sua base de governo, em certo momento, disse: “Há um problema sério no país, vocês sabem disso, as questões as mais variadas, que muitas vezes visam, digamos assim, DESPRESTIGIAR a classe política, e nós todos precisamos resistir”.      

Temer estava se referindo à Lava Jato, afinal de contas foram oito ministros de seu governo que foram citados na operação. E acrescenta, em seu discurso: “Nós temos que nos vitalizar e dar uma resposta muito adequada para o momento que vivemos”.      

As pesquisas qualitativas mostram que os políticos são vistos como acomodados, mentirosos, falsos, péssimos, mascarados, sem reputação, só pensam em seus bolsos. Então, nesse campo enlameado, só podemos dizer que em 2018 os menos rejeitados e que não foram citados na Operação Lava Jato ou que não estejam envolvidos em problemas judiciais e se apresentem como fichas limpas, terão mais possibilidades de sucesso nas eleições 2018.  

Leia também: Eleições 2018 - A diferença entre a pesquisa IBOPE, ACERTAR e DOXA 

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