domingo, maio 11, 2008

O Dossiê e o Exercício da Lógica

Depois de ler em alguns blogs a reprodução de versões plantadas pelos interesses da grande mídia e dos partidos da oposição ao governo Lula, resolvi trazer a contribuição para o debate com o artigo abaixo, extraído do blog do Jornalista Luís Nassif.

Deixe-me explicar a lógica que me leva a acreditar em armação, no caso do suposto "dossiê". Sei que, hoje em dia, é trabalho quase impossível tentar conduzir uma discussão pelos caminhos da lógica.

A lógica pressupõe uma certa hierarquia de argumentos, a identificação dos aspectos mais relevantes, para se entender uma situação, a análise da consistência das evidências. No vale-tudo atual, para embolar a discussão basta priorizar temas secundários ou avançar em suposições sobre intenções de pessoas, sem a preocupação de se basear em evidências. Vira sessão espírita.

Mesmo assim, vamos tentar, desdobrando o assunto por etapas, separando informações objetivas de hipóteses. E, no caso das hipóteses, buscar respaldo nas evidências apresentadas até agora.

Há uma informação objetiva duas hipóteses em jogo.

A informação: dados estavam sendo organizados na Casa Civil, sobre gastos de governo anteriores.

Hipótese 1: A intenção, segundo a Casa Civil, seria se preparar para futuros pedidos da CPI dos Cartões. Teria havido um vazamento dos dados para a oposição, dando margem à exploração política. É possível. Por aí, não se pode falar em dossiê.

Hipótese 2. A oposição sustenta que os dados foram organizados para pressionar os senadores da oposição a desistirem da CPI dos Cartões. É possível também. E aí se caracterizaria o dossiê.

As evidências: O que desempata o jogo é a prova do pudim, a busca de evidências. O que se tem:

1. Não apareceu até agora (se aparecer, muda a história, mas não apareceu) nenhum parlamentar que tenha informado ter sido pressionado pelo governo a desistir da CPI do Cartão Corporativo com base no tal dossiê. Se existem, que apareçam.

2. O único senador que tomou contato com o tal dossiê – pelo que se sabe até agora – foi Álvaro Dias. E os dados vieram através da iniciativa de um funcionário da Casa Civil que tinha relações pessoais com seu assessor.

3. O alvo a ser atingido era a Ministra-Chefe da Casa Civil, não Fernando Henrique Cardoso.

Qualquer análise séria tem que se basear nesses dados até que surjam outros dados ou evidências que

permitam outras hipóteses.

Com base nessas evidências, são duas as novas hipóteses a serem investigadas:

1. O funcionário estava a serviço do José Dirceu para queimar a Dilma.

2. O funcionário estava a serviço da oposição para queimar a Dilma.

Em qualquer hipótese, só existe uma certeza: o Senador Álvaro Dias atuou como cúmplice. Junto com ele, as publicações que endossaram a tese do "dossiê" sem dispor de nenhuma – repito: nenhuma! – evidência que pudesse corroborar sua tese.

Sabendo-se que José Dirceu é alvo preferencial da "Veja", indaga-se:

• por que a revista, tendo acesso ao Álvaro Dias, podendo checar as suas fontes, não explorou antes a possibilidade Dirceu?

• por que Álvaro Dias daria entrevistas defendendo o funcionário da Casa Civil, se ele estivesse a mando de Dirceu?

• por que FHC daria entrevistas tratando essa busca do autor do vazamento como "factóide" se pudesse, através dele, chegar a um dos lideres do PT?

Um comentário:

  1. Como se abafa um escândalo, criando um escândalo maior. Transformando algo que é não escândalo em um grande escândalo. A criação de um banco de dados dos gastos dos cartões corporativos e das conta tipo B dos anos do ex - governo do FHC, foi transformado em grande escândalo. Esse grande escândalo criado pela oposição que fazia parte do ex - governo FHC, e pela mídia, só tem um objetivo, esconder os gastos indevidos, os gastos exóticos do ex- governo de FHC. O que o povo precisa entender é que os gastos foram feitos, há as notas fiscais, há os comprovantes do cartões de créditos, há os comprovantes dos saques bancários em dinheiro. Esses gastos não foram inventados para comprometer o ex- governo FHC , esses gastos são reais, foram feitos. O que interessa de fato nessa história toda é, se houve mal uso do dinheiro público nessa gastança do ex - governo de FHC. Se houve, quem se beneficiou particularmente, indevidamente com o dinheiro público? Isso está sendo feito no governo Lula, ministros que usaram indevidamente o cartão corporativo, estão tendo que se explicar, perderam o cargo, e o principal, estão devolvendo o dinheiro aos cofres públicos. Mas o PSDB/DEM, que fizeram parte do ex - governo FHC, não querem isso, não querem nem se explicar e muito menos devolver aos cofres públicos os gastos indevidos com o dinheiro público. Que eles façam isso, que eles criem um factóide para abafar esses gastos indevidos, para que esses gastos não sejam de conhecimento público, eu até entendo, eles sempre jogaram a sujeira para de baixo do tapete. O pior nisso é a mídia fazer parte dessa celeuma, como se os seus leitores fossem todos uns otários. A oposição foi quem criou a CPI do cartões corporativos, a oposição, vamos a falar a verdade de muita má vontade aceitou que as investigações dos gastos fossem feitas desde do ex- governo de FHC. Como investigar esses gastos sem que se tenha acesso a esses gastos, sem que tenha acesso aos documentos que comprovam esses gastos, sem que se façam planilhas desses gastos? A mídia está transformando esse banco de dados que foi feito, para que a CPI tivesse como investigar, tenha como checar se esses gastos foram indevidos ou não no grande crime. A ministra Dilma havia avisado ao Senado que estava criando esse banco de dados, tanto para facilitar o trabalho do TCU, como para fornecer dados para a CPI. Nessa celeuma toda o grande crime foi os dados terem vazado para a mídia. Errou o funcionário da Casa Civil em repassar essa planilha para o assessor do senador Álvaro Dias, ele deve explicações, e deve sofrer as punições por esse ato falho. Mas crime cometeu o senador Álvaro Dias, que repassou para mídia esses documentos. O senador Álvaro Dias disse ao jornalista Noblat, e o jornalista publicou em seu blog, que ele Álvaro Dias vazou esses documentos para a mídia, para a Veja, e Folha de São Paulo, ou seja o senador Álvaro Dias tornou público documentos do governo sem nenhum critério, sem ter autoridade para tal. O que o senador Álvaro Dias tem que explicar é: Ele agiu só, ou o PSDB/DEM, FHC, e a mídia, participaram dessa presepada? Porque ele vazou esses documentos para a mídia? Qual era a intenção, o objetivo dele com esse vazamento? Porque ele está tramando para derrubar a ministra Dilma, uma ministra de Estado? E por fim,qual foi a contribuição dele para melhorar o país, a vida do povo com essa atitude? A mídia não vai fazer essas perguntas, a mídia protege a oposição como fiel cão de guarda. A mídia prefere falar de tapioca, do e-mail do servidor da Casa Civil. Cabe a PF, aos senadores e deputados do PT fazê-lo, o povo quer saber, o povo tem o direito de saber.

    Jussara Seixas

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