Por José Varella*
A cerâmica Marajoara é tida como um símbolo do Estado do Pará, porque representa a cultura nativa da região.
Motivos copiados da cerâmica arqueológica podem ser encontrados por toda a parte, decorando ruas, prédios, estádios de futebol, sendo utilizados por vários tipos de negócios, desde o artesanato até Bancos. No entanto, apesar de todo esse prestígio que a cultura Marajoara parece ter, pouco se fala sobre os estudos e preservação dos sítios arqueológicos.
Os remanescentes arqueológicos são importantes justamente porque através deles podemos conhecer o passado e buscar as origens de nossa cultura. Infelizmente, a história dos objetos se perde quando estes são retirados de seu contexto, no sítio arqueológico. Assim como os primeiros exploradores durante o século XIX desenterravam as peças de cerâmica para levá-las para museus, muitas pessoas, brasileiros e estrangeiros, retiraram objetos de cerâmica dos aterros indígenas durante o século XX pensando que, desta forma, estariam preservando a cultura pré-histórica.
Habitantes da Ilha de Marajó escavam urnas arqueológicas milenares para usar como recipiente para água que coletam do rio.
Esta prática reflete não apenas a falta de informação sobre o valor histórico e cultural das peças, mas também as condições miseráveis em que a maioria das populações amazônicas vivem, sem dinheiro para comprar recipientes de plástico ou metal.
*José Varella Pereira é pesquisador e Assessor Institucional do Museu do Marajó.
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