| Assédio dos paraenses impressionou os jogadores da Seleção (Foto: Mário Quadros) | 
A  euforia está em cada canto da  cidade. Trânsito caótico, torcedores  acampados na frente do hotel e 25  mil pessoas para acompanhar um simples  treinamento. Tudo isso compõe, à  primeira vista, o cenário desta  passagem da seleção brasileira por  Belém. E o jogo de hoje, que deve  lotar o Mangueirão, ainda é contra a  Argentina. Um clássico. Difícil  pensar em algum aspecto negativo? Nem  um pouco.
Para  começo de conversa, é preciso  separar a torcida de verdade do histerismo  das “fãs”. Essas só querem  aproveitar o momento para ter, quem sabe,  uns cinco minutinhos de fama  nas câmeras de alguma rede de televisão.  Patético. Torcedor de verdade  quer saber do esquema tático do Mano  Menezes, se o Neymar e o  Ronaldinho Gaúcho vão arrebentar e coisas do  tipo. E esse torcedor é  consciente de que o jogo de hoje faz parte da  série de “cala-bocas” que  a CBF está dando às cidades excluídas da Copa  do Mundo de 2014, que  ainda pode render uma Copa América para Belém.
Nada  mais natural, já que a bajulação  em cima de Ricardo Teixeira atinge  níveis extraordinários por essas  bandas, tanto da Federação Paraense de  Futebol (cujo presidente é  constantemente chamado para integrar a  delegação brasileira em torneios  por aí), como também de Remo e  Paysandu, que ignoram o fato de que o  futebol do Norte é historicamente  desprezado (e prejudicado) pela CBF,  tendo a questão da Copa do Mundo  como exemplo mais recente.
Tendo  isso em mente, está liberado  torcer, fazer festa, dar aquele show. Até  porque é complicado ficar  imune a um Brasil e Argentina, por mais que  ele esteja impregnado de  tons políticos. A paixão pelo futebol fala mais  alto. E assim, vai  ficar ainda mais evidente, quando a bola rolar, às  21h50, no  Mangueirão, a bizarrice que foi deixar Belém de fora da Copa  do Mundo,  um torneio cada vez mais comercial do que esportivo.
E um  último detalhe. Torcedor que é  torcedor não é burro. Também cobra. Sabe  que é a Argentina, mas é o  time B dos hermanos. Se o Brasil jogar mal e  perder, tome vaias, sem  piedade. As garotinhas ainda estarão suspirando  por Neymar, mas quem  quer saber de futebol não vai se importar com um  penteado bem (?)  produzido...  
(Carlos Eduardo Vilaça/editor do caderno Bola)
 
 
 
 
 
 
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