Fora de Belém há quase uma semana
para participar de dois eventos nacionais sobre Internet, confesso que me
mantive informado sobre os últimos acontecimentos políticos, culturais - e pra
mim, de alguma relevância sobre nossa terra - graças às redes sociais, que vem
cumprindo seu papel de formar e informar o cidadão contemporâneo, como nunca
outro meio de comunicação conseguiu.
A geração Y diria que o fenômeno já é antigo: Programas de rádio e TV,
matérias de jornais, revistas e até sites institucionais (empresas, partidos,
ONGs, etc.) nem de longe conseguem oferecer a interatividade, a multiplicidade
de opiniões e versões sobre um mesmo fato.
São unilaterais por natureza?
Não, por pura vontade de seus controladores, dizem especialistas
das áreas de TI, Ciências Sociais, Comunicação, Filosofia e intelectuais
autodidatas que avaliam a chamada “Era da Informação” como uma época onde caem
por terra paradigmas até antes tido como verdades absolutas.
Se por um lado, historicamente as
duas maiores empresas de comunicação do Pará – ORM – Liberal e RBA – Diário do
Pará - já possuem seus candidatos preferidos para a corrida eleitoral na
capital, nas redes sociais percebemos que a conquista do voto será feita com muito
amadorismo, debates inócuos e poluição visual – ainda bem que o Facebook não
permite aqueles banners com áudio como víamos no Orkut, se não seria o começo
do fim do mundo.
Se continuarem seguindo o ditado
que diz que os de casa não fazem milagre,
ironicamente, aqueles que conseguirem demandar estrutura financeira para
contratação de profissionais de fora do Estado e/ou empresas locais montadas às
vésperas do processo eleitoral, podem gastar muito e colherem frustração na
mesma proporção do investimento ao constatarem o resultado das operações midiáticas
no ambiente virtual.
Os pacotes de sucesso online não
garantem nada, afirma quem já comprou e não levou.
Pessoas que não conhecem o
terreno em que pisam pela primeira vez, podem afundar com o peso de sua
ignorância ou por simplesmente não responderem a tempo, aquilo e na medida em
que forem pautados, por exemplo, assuntos espinhosos de cunho político, mas
também por assuntos de caráter pessoal e profissional, tanto por internautas,
quanto pelos adversários. Todos estarão monitorado uns aos outros, em busca de
erros e contradições para explorá-los ao máximo.
Não adiantará dizer que a vida
pessoal não pode vir à tona, já que todo ser político é inexoravelmente um ser
público, logo, o jogo já foi jogado com essa regra e não será agora que deixará
de sê-lo.
Assim como as agências de
publicidade e propaganda, os profissionais do Marketing Político e Eleitoral,
ainda terão que comer muito feijão pra familiarizarem-se com o ambiente altamente
interativo das redes sociais, onde afirmações caem por terra em questões de segundos,
com informações sobre o histórico de seus candidatos, assim como na mesma
velocidade uma foto, um vídeo ou até uma gravação de áudio feita em algum
momento do passado, podem ruir a boa imagem dos contratantes (políticos) e os
contratados (empresas/profissionais), pouco poderão fazer para corrigir a tempo
o estrago feito com uma simples postagem na internet.
Sabemos que o pouco tempo que os
partidos políticos tem na propaganda eleitoral gratuita fará com que muita
coisa que veremos na internet não seja exibida na campanha de Rádio e TV. Mas
não é só por isso não! Há coisas que não devem mesmo ir pra outro ambiente, que
não seja a internet.
A campanha eleitoral feita através
de material impresso, pouco a pouco vai se limitando a fixar cores, signos e
números de candidatos em período de campanha eleitoral. Ninguém lê carta de
compromisso, programa de governo ou histórico de candidatos com mais de 500
toques, não se iluda!
Será na internet onde os
candidatos terão – o infinito – tempo, o direito à réplica, tréplica e a plena
liberdade para manifestar suas proposições, seu trabalho, sua plataforma
política e suas respostas aos ataques que receberão, mas inevitavelmente será onde
a crítica, a contraposição e até os elogios serão enfatizados ao extremo.
Aqueles que deixaram para
exercitar o uso da internet como plataforma de exposição de ideias apenas para
a campanha eleitoral, protelando sua inserção nas redes sociais mais populares
como o Facebook e o twitter, por exemplo, deverão fazê-lo por orientação de que
todo mundo precisa estar nas redes. Alguns poderão postar considerações sobre
políticas públicas necessárias à população e opinarão sobre os problemas e apresentando soluções, mas precisar saber que podem sofrer críticas de quem há tempos espera para revelar
o oportunismo eleitoral de quem só usa a internet em campanha eleitoral e depois
some, seja eleito ou não, vide o caso da campanha da presidente Dilma e do governador Simão
Jatene.
O doce pode ficar amargado para
quem acha que basta uma arte gráfica bem feita, a foto retocada no computador, um
expert com equipe e salas
climatizadas. A internet é uma seara onde só se aprende, convivendo e há nada
que não possa ser contestado, nem mesmo seu uso para elevar e rebaixar o nível
do debate durante este processo eleitoral.
Quem viver, verá!
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