segunda-feira, julho 18, 2016

Policial baleado manda recado a Eder Mauro: "Não alimentaremos a cultura do ódio"


Por Diógenes Brandão

Após um mês e meio depois de ser baleado na cabeça, após um assalto, o policial Luiz Márcio Alvarenga reapareceu em um vídeo publicado no seu perfil do Facebook, onde já foi visualizado por 28 mil pessoas, onde ele diz que se recupera em casa e agradece o apoio da família, dos médicos, profissionais e todos os colegas da Polícia Federal que o ajudaram e faz questão de dizer que não autoriza que seu caso seja usado para fomentar projetos ideias e projetos fascistas.

O policial foi assaltado e mesmo sem reagir levou um tiro na cabeça e teve sua arma levada pelos criminosos. Ao ser internado em uma UTI, o policial corria sério risco de perder a vida, mas conseguiu sobreviver.

Logo após o crime, o deputado federal Eder Mauro, usou o caso para defender o uso da bala, da pena de morte e do olho por olho, dente por dente. 

Esposa do policial, a jornalista Priscilla Brasil não suportou o oportunismo eleitoreiro do deputado e delegado que apresentou seu nome para a disputa eleitoral para a prefeitura de Belém e disparou contra ele, em seu perfil no facebook, um desabafo que viralizou rapidamente, ganhando grande repercussão nas outras mídias.


Sem deter o controle do lado esquerdo do corpo e vivendo sob morfina, o policial não deixou de reafirmar o que a esposa disse, no momento em que ele ainda corria risco de vida, quando estavam no hospital e viram Eder Mauro pregando a morte aos "bandidos" e usando seu caso para argumentar favorável a projetos de lei, como a pena de morte, a redução da maior idade penal e outras iniciativas propostas pela conhecida "Bancada da Bala", a qual o deputado e ex-delegado faz parte. Cabe lembrar que Eder Mauro é réu no STF e se condenado pelo crime de tortura, pode perder o mandato e responder criminalmente sem a imunidade parlamentar que hoje goza por ser deputado.

"Muito tenho pensado sobre o que aconteceu, no que no começo me pareceu um atentado, mas que hoje me parece mais um crime banal, cuja covardia e a violência me fazem pensar que está na hora da sociedade brasileira discutir um novo sistema penal e um novo modelo de segurança pública, incluindo uma nova política com relação às drogas. Não autorizo, nem autorizarei que minha história seja usada para fomentar ideias e projetos fascistas. Revidaremos o ódio com amor, sempre. Não alimentaremos a cultura do ódio", conclui o policial federal Luiz Márcio Alvarenga.

Veja aqui o vídeo e a íntegra de sua postagem.

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