Desde 2014, a direção do PT-PA vestiu a camisa do PMDB e de lá pra cá, prioriza a campanha de Helder Barbalho ao governo do Estado do Pará. |
Por Diógenes Brandão
A campanha de Fernando Haddad praticamente inexiste no único estado da região norte, onde o candidato do PT foi mais votado no primeiro turno.
Apesar do apoio do povo paraense recebido nas urnas, a coordenação da campanha de Haddad hoje dedica-se a fazer a campanha do candidato do MDB ao governo do Estado, após assumirem a tarefa de eleger o filho de Helder Barbalho, como tentaram nas eleições de 2014.
A falta de atividades e material de campanha, tem frustrados milhares de simpatizantes e eleitores de Fernando Haddad, que reclamam nas redes sociais e através delas fazem o que podem para evitar a eleição de Jair Bolsonaro, que supreendentemente, cresceu logo após o segundo turno e do anúncio de que o PT faria campanha para Helder Barbalho (MDB). Jair Bolsonaro descartou a possibilidade de declarar apoio aos candidatos que disputam o cargo de governador nos Estados, e aqui no Pará, Helder Barbalho e Márcio Miranda, que disputam o segundo turno, também não declararam apoio a nenhum candidato a presidente do Brasil.
Haddad, que esteve em Belém uma única vez nessas eleições, no dia 28 de Setembro, disse que conheceu o Pará já como ministro de Lula, inaugurando universidades. De lá prá cá, os interessados em votar no petista adotam seus próprios métodos para fazerem sua campanha, já que praticamente não se vê manifestações de rua, não há distribuição de materiais e nem caminhadas pelos bairros e municípios, como sempre o PT fez em suas campanhas.
Já na de Helder, a direção do PT se jogou de corpo e alma, mas a militância e simpatizantes não. Sabendo disso, os parlamentares e lideranças petistas não estão assumindo o acordo feito pela executiva estadual do partido e não assumem a campanha de Helder nas suas redes sociais.
"Só nos últimos 10 dias é que vamos receber uma ajuda para ir pra ruas e mostrar a cara", confessou uma militante, que em toda eleição recebe uma ajuda de custo para balançar bandeiras em comícios, feiras e sinais, além de participar de caminhadas.
Para um professor universitário que vai votar em Haddad, "esse tipo de militantes foi o que deixou o PT transfigurado e em contradição, perdendo apoio de setores importantes na sociedade". Segundo ele, que prefere não dizer seu nome, "os burocratas tornaram-se tão pragmáticos, que pouco importa de onde vem o dinheiro, o importante é ter a estrutura necessária para tocar a campanha e eleger o projeto político que favoreça a população, sobretudo os mais pobres", conclui.
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