Com uma política econômica totalmente voltada a atender os interesses do rentismo, Guedes e Bolsonaro estão prestes a realizar um sonho dos neoliberais: A autonomia do Banco Central Brasileiro. |
Por Cássio Andrade*
O antigo sonho do projeto Neoliberal de Collor à FHC se realizou: o Senado aprovou a autonomia do Banco Central.
O projeto vai à Câmara e depois à sanção presidencial. Pelo projeto, o presidente do BC se desvincula totalmente do Ministério da Economia e seu presidente e os 09 diretores terão mandatos de 04 anos, com direito a uma reeleição.
Os mandatos vão além dos mandatos da Presidência da República e a diretoria gozará de plena autonomia para a execução das políticas monetárias do país, em especial o estabelecimento das taxas de juros.
Torna-se um órgão de Estado, que pode comprometer em muito qualquer política de governo, na qual possa contrariar à lógica pura do mercado.
O governo Bolsonaro, leia-se Paulo Guedes, é amplamente favorável.
Durante os dois anos de mandato de Bolsonaro, em que pese sua arrogância intervencionista, em nenhum momento emitiu qualquer opinião sobre a condução do Banco Central.
Essa é uma das medidas mais perigosas ao exercício de qualquer política social e desenvolvimento do país. Sem contar que com um BC autônomo que segue a lógica do sistema financeiro nacional e internacional, o país subordina-se aos interesses do rentismo.
*Cássio Andrade é professor de História, em Belém do Pará.
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