Na montagem que circulou logo após o debate na TV Liberal, Eguchi está representado com o lutador que vai pra cima e golpeia Edmilson, que visualmente sente o baque. |
Por Diógenes Brandão
Dizer que alguém ganhou o debate é a coisa mais patética e alienante já produzida pelo marketing político-partidário.
Pela lógica, no máximo podemos concluir a partir da visão de cada um, que um candidato se sobressaiu melhor ou que teve um desempenho e equilibro emocional superior ao outro.
No primeiro turno, liderando as pesquisas, Edmilson e Priante, como se diz no ambiente partidário, fugiram dos debates.
O resultado para os dois não poderia ter sido pior: Priante ficou no caminho e Edmilson seguiu com o pior adversário que ele poderia ter: O delegado federal Eguchi.
E por que digo que ele é o pior adversário do Edmilson?
Os tempos são outros.
Edmilson não é mais novidade pra ninguém com mais de 30 anos e qualquer pessoa que pesquise as 5 eleições em que disputou a prefeitura de Belém, verá que ele tem um teto eleitoral difícil de ser ultrapassado e sua equipe de marketing desenvolveu peças publicitárias com um mote que colaborou com o opositor outsider: Belém de novas ideais.
Ora, o único candidato novo, ou desconhecido das massas, era o delegado Eguchi - que com esse apelo policialesco que vigora no país, produzido pela busca de audiência da grande mídia, com seus programas sensacionalistas, exaltando as forças policias, seja da Polícia Militar ou Federal - soube surfar nas brechas deixadas pelo adversário e colou nele na intenção de votos deste segundo turno, onde dois debates em que Edmilson topou participar, ele foi simplesmente patético. Irreconhecível.
O doutorado que tanto se orgulha ter concluído, políticos como Lula não têm e mesmo assim, o ex-operário que era chamado de analfabeto por uns e de gênio por outros, sempre soube se dar bem, com colocações seguras e frases criativas, em todos os debates que participou.
Agora, faltando poucas horas para a decisão final, Ed e Eguchi estão sendo avaliados pelos eleitores de Belém, que apertarão na urna eletrônica, os dígitos 50 ou 51 e o resultado saberemos poucas horas depois.
Uns comemorarão a vitória e outros amargarão a derrota, mas o mais importante é que Belém continuará cheia de desafios e o próximo prefeito deverá ter mais do que retórica e condecorações: Precisa ser honesto, trabalhador, com visão empreendedora e ao mesmo tempo o olhar para os que votaram e os que não votaram nele, pois o que a população da capital paraense precisa mesmo é de fortes investimentos em obras públicas, que tirem tantas pessoas da lama e crie oportunidades de emprego para a juventude e aqueles que ainda têm idade e necessidade de trabalhar e sustentar suas famílias, já que as contas públicas estão no vermelho e precisamos sair desta situação, com segurança, instabilidade e justiça social.
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