O colunista da VEJA, Reinaldo Azevedo, disparou no site da revista duas das maiores mentiras já ditas sobre Belém do Pará. Primeiro mentiu dizendo que a manifestação na capital paraense teve 70 mil pessoas, sendo que no máximo teve 10% disso, ou seja, 7 mil manifestantes, sendo que grande partes destes são funcionários temporários e DAS´s das duas maiores prefeituras da região metropolitana do estado do Pará: Belém e Ananindeua, além do governo do Estado, todos estes ligados ao PSDB.
A convocação foi quase que obrigatória e poucos devem ter faltado, haja vista que o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), de Ananindeua Manoel Pioneiro (PSDB) e o governador Simão Jatene (PSDB) estão entre os políticos investigados pela justiça patrocinam manifestação em Belém do Pará
Depois dos promotores do MP paulista terem cometido a gafe do século, ao citarem a relação de Marx com “Hegel”, quando na verdade queriam falar da relação de Karl Marx e Friedrich Engels, Reinaldo, que é um anti-petista radical, mente ou mostra ignora as passeatas promovidas pelo Movimento Estudantil no período da década de 80 e início da década de 90, quando as ruas de Belém ficavam pequenas para a quantidade de pessoas. Naquela época, as imagens de protestos não eram transmitidas ao vivo pela Globo, o país viva uma inflação de quase 80%, o desemprego era 20 vezes maior e a mídia chamava manifestantes de vagabundos, baderneiros e vândalos.
A grande mídia esconde que a maior revolta popular do Brasil foi aqui: A Cabanagem.
A grande mídia esconde que a maior revolta popular do Brasil foi aqui: A Cabanagem.
Lembro que ônibus foram queimados e confrontos violentos com a PM aconteceram na Praça do Operário, em São Brás. Adolescentes apanhavam de cacetetes, eram agredidos com bombas de efeito moral que explodiam e seus estilhaços entrevam em nossa pele, além de uma nuvem de gás lacrimogênio serem frequentemente usadas pelo aparelho repressor do governo da época.
Tudo isso pelo simples fato de estarem lutando pelo direito à meia-passagem, direito conquistado com muita luta pelos estudantes de Belém, entre os quais, eu me incluo. Com o Fora Collor, as famosas passeatas cresceram com o apoio sindical e popular, e com o povo nas principais vias de Belém, era impossível contar quantos estavam ali, mas sem dúvida éramos mais em quantidade e qualidade ideológica, do que os que hoje saem para defender o impeachment de Dilma.
Ainda bem que quem passou a informação para o jornalista da VEJA, fez o favor de mandar uma foto que mostra claramente que os 70 mil não passam de mais uma tentativa frustrada dos grandes veículos de comunicação em manipular os fatos e enganar a sociedade, mas os blogs e redes sociais existem para contrapor a mentira com o simples ato de raciocínio.