Com o resultado do PED - Processo de Eleições Diretas - do PT-PA, já consagrado com a vitória do antigo "campo marajoritário", hoje conhecido como "CNB" - Construindo um Novo Brasil - o partido já respira ares de consolidação da aliança com o PMDB que reúne-se com lideranças e parlamentares petistas, entre eles até com quem até o último domingo defendia veementemente a candidatura própria do PT.
A informação é do Diário do Pará.
A mesma coluna do jornal Diário do Pará que havia professado a possibilidade de acordo para a renúncia de um candidato em detrimento do outro, não levou em consideração o forte racha existente no CNB. A "Articulação Socialista" do deputado federal Beto Faro e do deputado Estadual Carlos Bordalo, já vinha dando recados de que não iria mais assimilar o tom arrogante das duas outras tendências que formavam o bloco no Pará: A Unidade na Luta e o PT pra Valer.
Com Milton Zimmer liderando o 2º turno e como o mais votado nas eleições do domingo, o deputado estadual superou todas as expectativas e levou seu grupo a ter 03 vagas na futura executiva do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores que passará a "falar grosso" e mudar de sobremaneira as relações de poder entre o PT nacional e o local.
Com essa configuração, até a Democracia Socialista da ex-governadora Ana Júlia e do Dep. Federal Cláudio Puty, resolveram apoiar Milton Zimmer no pleito previsto para agitar de sobremaneira os ânimos de petistas em todo o Estado.
A incógnita que paira no ar é pelo posicionamento da tendência Unidade na Luta, da qual integram o deputado federal Miriquinho Batista e os deputados estaduais Alfredo Costa e Zé Maria, além do ex-deputado federal e presidente de honra do PT-PA, Paulo Rocha.
Paulo demorou a se posicionar e lançar sua candidatura no interior do partido ainda no começo do ano e aguardou que o o partido se inclinasse em aclamação de seu nome com o único e maior líder do partido no Estado. Ledo engano.
Com o erro tático, a estratégia eleitoral daquele que já foi o interlocutor número 1 do PT no Estado com Brasília, desde que ficou sem mandato, por conta da renúncia devido as acusações de envolvimento com o chamado "mensalão" e depois pela derrota sofrida nas urnas em 2010, quando disputou o senado, Paulo Rocha tem tido inúmeros revés e a candidatura de Alfredo Costa para a prefeitura de Belém em 2013, quando este obteve apenas 3% dos votos do eleitorado e agora de seu candidato ao PED, Marquinho de Oliveira, são a demostração de como as coisas andam difíceis pro ex-gráfico que foi o primeiro presidente da CUT-PA e foi eleito deputado federal por 05 mandatos.
Cotado como senador na chapa de Helder Barbalho, Paulo Rocha ainda que tenha sido inocentado pelo episódio do "mensalão", ainda enfrentará uma jornada de interpretações jurídicas que dão conta de que a sua renúncia deve lhe causar impedimentos devido a lei da ficha limpa e mesmo eleito, pode ter seu mandato cassado, avaliam alguns juristas.
Diante deste quadro, o PMDB consolida-se como um dos partidos mais estratégicos e importantes no tabuleiro eleitoral da eleição que se aproxima e não foi à toa que o atual governador Simão Jatene, desceu de seu pedestal para ir ao encontro do atual presidente estadual do PT-PA para pedir-lhe que o partido lança-se candidatura própria. Não deu certo, Lula já tinha feito o que achava que deveria para garantir a vitória de Dilma no cenário federal e do PMDB no Pará. Tá dando certo!
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