Por Rodrigo Leite*
Parece uma data qualquer, e para alguns sem significado histórico, até porque estas pessoas foram educadas a não dar a importância ao dia 07 de janeiro, e vamos explicar o porquê.
Para responder esta pergunta, precisamos relembrar a história do Estado do Pará, e do maior movimento popular contra o Brasil Regencial, A Cabanagem de 1835 à 1840. A pobreza, a fome e as doenças foram ápice para o povo se unirem contra o governo regencial e lutarem por liberdade, igualdade e dignidade.
Estamos falando de um movimento que aconteceu a 183 anos atrás e que foi comparando-se com a Revolução Francesa de 1789.
A Cabanagem foi a Revolução mais apreciável do Brasil, com as camadas mais inferiores chegando ao poder em 07 de janeiro de 1835, conquistando toda uma província.
Formada por uma massa de excluídos que moravam as margens dos rios, a Cabanagem se tornou uma Revolução Popular, com indígenas, negros escravos e libertos, mamelucos, cafuzos, mulatos e mestiços, tendo ainda comerciantes, fazendeiros e intelectuais da época, que foram expulsos das decisões na província.
Por que não temos um feriado Estadual de 07 de janeiro?
Por representar um povo miserável que chegou ao poder através da revolução com paus, pedras, flechas e fogo. Para a elite paraense, e principalmente para alguns políticos, carregar este marco no calendário do Pará é vergonhoso, tanto que seu principal objetivo é excluir da história dos paraenses este fato, que muitas das vezes nem sequer é contado nas salas de aulas.
Hoje nas ruas e bairros de Belém, nas praças, prédios públicos há algumas singelas homenagens àqueles que aderiram ao movimento da Cabanagem, porém, é de se lamentar que esta data tão importante não possui um feriado, a exemplo da farroupilha no Estado do Rio Grande do Sul.
Esperamos que este movimento sirva de exemplo para todos nós, homens e mulheres, em lutar por nossa liberdade, igualdade e dignidade, contra os corruptos deste nosso país, que a cada dia deixam seu povo voltar a viver em sistema de extrema pobreza, retirando direitos constitucionais e fundamentais. É preciso conscientizar o povo, que lutar por seus direitos é fazer da política uma bandeira de lutas.
Viva a Revolução Cabana!
*Rodrigo Leite é acadêmico do curso de Direito, na Unama e membro da Comissão Justiça e Paz.