Lula Marques/Folha |
Deu-se numa cerimônia militar, no Planalto. Testemunhas, os repórteres Natuza Nery, Fernando Rodrigues e Márcio Falcão contam, na Folha, o que se passou.
Dilma tratou o titular da pasta da Defesa com frieza protocolar e ostensiva. Absteve-se de mencionar o nome de Jobim em seu discurso, como seria de praxe.
A presidente não ignorava que Jobim votara no rival tucano José Serra na eleição de 2010. Abespinhou-se mesmo assim.
Enxergou na entrevista em que Jobim fez menção à sua preferência no mínimo uma descortesia. No máximo, uma provocação.
Cogitou demiti-lo de bate-pronto. Preferiu adiar a providência. Nos arredores de Dilma, Jobim passou a ser visto como uma exoneração esperando para acontecer.
O próprio Jobim já confidenciou a amigos que não planeja permanecer no governo até o término do mandato de Dilma. Pode ter precipitado as coisas.
Nesta sexta (29), de passagem pela ESG (Escola Superior de Guerra), no Rio, Lula manuseou panos quentes:
"Nunca me preocupei em perguntar aos meus amigos em quem votam, o voto é sagrado e cada um vota em quem quer…”
“…O Jobim não foi convidado para o meu governo por causa do voto dele."
Do Rio, Lula voou até Brasília. Avistou-se com Dilma na embaixada da Argentina. Jantariam juntos. Mas o ex-soberano tomou o avião para São Paulo mais cedo.
Nesta segunda (1o), Jobim dará nova entrevista, dessa vez ao Programa Roda Viva, da TV Cultura.
Decerto será reinquirido sobre o tema. Dependendo do que disser, pode deixar o estúdio como ex-ministro.
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