O apresentador Guilherme Augusto conversou com o cientista político Dornélio Silva, sobre as eleições de 2016. |
Por Diógenes Brandão
Apresentado por Guilherme Augusto, o programa MAIS da TV RBA/BAND trouxe na manhã deste domingo (03), a entrevista com o cientista político paraense Dornélio Silva, que há 25 anos realiza pesquisas e consultorias e criou no ano 2000, a Doxa Pesquisas, empresa que desde então vem apurando continuamente e de forma científica, as análises sobre impressões da sociedade a cerca dos mais variados temas e situações.
Com essa bagagem, Dornélio Silva apresentou durante o programa, um raio-x sobre as eleições municipais de 2016 e suas perspectivas diante de uma crise política e econômica, que segundo o mesmo, não livrará ninguém, independente do partido e da cidade em que ocorra as disputas eleitorais.
A análise da conjuntura estadual e nacional e o impacto que podem causar nas eleições municipais permearam toda entrevista, que segundo um internauta publicou em uma rede social, "foi uma aula para futuros postulantes aos cargos públicos".
"A principal característica das eleições municipais de 2016 será a renovação e a criatividade, somadas a uma boa estratégia de marketing, mas não o tradicional, aquele cheio de truques e efeitos especiais, pois a população já não acredita mais nisso", revelou o cientista político para o blog, momentos antes da entrevista ir ao ar, e concluiu: "Independente do desgaste dos grandes partidos, a população continua votando na pessoa ou seja, o partido dos políticos para a maioria das pessoas que participam de suas pesquisas não interessa. Um bom candidato é aquele que sabe agregar boas e inovadoras propostas à aquilo que a sociedade espera, mas de forma honesta e verdadeira".
Dornélio: A sociedade tem sido cada vez mais exigente e busca a renovação dos políticos e estes precisam inovar o discurso. |
No programa, Dornélio revelou que a população paraense reflete a realidade da sociedade brasileira, que clama pela alternância no poder, apontada em suas pesquisas como resposta da população à falta de credibilidade dos gestores públicos, após seus primeiros mandatos, tanto pela falta de condições de muitos que hoje estão no poder, em resolver atender aquilo que prometeram em campanha, quanto pela dinâmica social que exige renovações dos discursos e soluções efetivas dos problemas sociais, o que não acontece em um mandato, por isso o permanente revezamento dos cargos públicos majoritários.
Com diversas aferições realizadas no decorrer de 2014, em todo o Pará, a DOXA Pesquisas constatou que a maioria dos prefeitos de médios e pequenos municípios, ao se elegerem, a primeira coisa que fazem é sumir do convívio e da relação corpo-a-corpo com seu eleitorado, talvez com medo das cobranças das promessas feitas ou pela visão paternalista que alimentam no período de campanha eleitoral, onde sempre chegam com dinheiro ou prometendo outras vantagens pessoais.
Alguns dados coletados na últimas pesquisas realizadas pelo instituto de Dornélio Silva, constatou-se que mesmo com todo a confusão no cenário político e econômico, a imensa maioria dos eleitores vota em seus candidatos, independente do partido que ele faz parte e que cerca de 84% dos eleitores não se sentem representados pelos atuais políticos, sendo que ser honesto e conhecer o município, mesmo que não seja natural dele, são vantagens para quem se apresentará para a disputa das prefeituras.
Mais sombras do que luzes em 2016
Em um ambiente de desaquecimento econômico, de restrição fiscal, as eleições de 2016 vão correr num clima de grande insatisfação popular. Além disso, os cortes de despezas, em um ano que os prefeitos mais precisam mostrar trabalho, a campanha será sem grandes doadores, o que leva a uma campanha mais dura e realista.
Mais sombras do que luzes em 2016
Em um ambiente de desaquecimento econômico, de restrição fiscal, as eleições de 2016 vão correr num clima de grande insatisfação popular. Além disso, os cortes de despezas, em um ano que os prefeitos mais precisam mostrar trabalho, a campanha será sem grandes doadores, o que leva a uma campanha mais dura e realista.
No Pará, 76% dos 144 municípios são governados por 5 partidos: PSDB 31, PMDB 28, PT 24, PR 14 e PSD 12.
Em breve, AS FALAS DA PÓLIS trará o vídeo da entrevista com Dornélio Silva.
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