Por Pedro Veriano, em seu blog
Oliver Stone(69 anos) é um cineasta que se pode colocar como “de esquerda”. Seu novo filme em cartaz por aqui, “Snowden”(cognominado “Herói ou Traidor ?”) aborda o grampo de mensagens que se ampliou mundialmente e deu margem a protestos de diversos países (inclusive o Brasil).
O sistema inventado ou aperfeiçoado por Edward Snowden (no filme Joseph Gordon-Levitt) lembrou-me desde que ouvi falar dele o “1984”, livro de George Orwell que tratava de um ditador capaz de saber de pormenores da vida das pessoas, comandando todos os atos.
Baseado em uma historia real com roteiro do próprio Stone e Kieran Fitzgerald, começa com uma entrevista que o personagem deu em 2015 e em seguida dá inicio a uma série de flashbacks, que contam como o adolescente epilético (e como quase todos epiléticos muito inteligente), conseguiu por mérito próprio galgar postos chaves na CIA e depois em organismos ligados a espionagem norte-americana.
Há no enredo um romance entre o biografado e a jovem universitária Lindsey Mills (Shailene Woodley). O que pode parecer uma licença comercial a sequência de sexo entre os dois tipos principais da história. Mas logo a câmera se desloca para um olho eletrônico e se entende que até essa intimidade pode ser transmitida à distancia.
Por sinal que um corte que passa de uma objetiva para um olho humano é outro prodígio de síntese do filme. Eu achei um cuidado formal superior aos filmes anteriores de Stone (mesmo o seu trabalho de estréia, o elogiado “Platoon”).
Com um elenco “afiado”, inclusive os coadjuvantes famosos como Nicolas Cage e Tom Wilkson, o filme de Stone é de excelente nível. Sua densidade, exigindo cópia em som original, deixa a gente surpreso do bom lançamento, ou melhor, no lançamento local, sempre minado com blockbuster de Hollywood.
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