Levantamento analisou 272.264 citações à presidenta entre os dias 11 e 16 de junho no Facebook e no Twitter
A Interagentes, empresa parceira da Publisher Brasil em análise e
monitoramento de redes, divulgou mais um estudo no qual foram analisadas
mensagens que fizeram referência à presidenta Dilma Rousseff. A análise
considerou as maiores autoridades no Facebook e no Twitter, aqueles
perfis ou páginas que têm mais compartilhamentos, e mostra os 10
principais críticos e os 10 que mais apoiam o governo.
Confira a íntegra do estudo abaixo:
DILMA NAS REDES: A DISPUTA POLÍTICA NO CIBERESPAÇO
Introdução
As manifestações do mês de junho trouxeram novos e poderosos sujeitos
ao cenário político brasileiro. As redes sociais foram o terreno de
emergência desses atores que rivalizaram e disputaram a condução dos
fatos com a velha mídia e com os partidos. Observando o Facebook, rede
social que tem ganhado protagonismo nas mobilizações on-line,
encontramos páginas de viés político (porém não claramente partidário)
como ‘nós’ privilegiados no debate. Seus posicionamentos alcançam
repercussão e mostraram capacidade de mobilização da opinião pública
presente nas redes. Estes perfis saíram fortalecidos das manifestações
do mês de junho e consolidaram seu papel enquanto autoridades no debate político das redes.
No Facebook, onde a presença destes novos atores têm maior
relevância, o quadro geral é complexo e o cenário, bastante fragmentado.
Muitos são os atores, muitas as suas linhas de argumentação, muitos são
os chamados para a indignação diante de alguma realidade apresentada
como inaceitável, todos eles à espera
de alguma adesão.
Em relação à presidenta Dilma Rousseff, desde as manifestações de
junho, estes novos atores, de um modo geral, têm engrossado o corpo das
posições de oposição ao governo federal nas redes sociais. Partindo de
grupos não necessariamente ligados a partidos políticos, as críticas à
presidenta Dilma têm se multiplicado nesta rede.
No Twitter, universo mais restrito em número de cidadãos que é capaz
de conectar, ainda que tenhamos encontrado um padrão relativamente
disperso, o que vimos foi uma densa rede de conversações com a presença
de grupos fortemente conectados. O padrão de conexão dos atores indica a
existência de ao menos dois grupos relevantes de oposição à presidenta
Dilma. O quadro geral do Twitter é sem dúvidas menos fragmentado que o
do Facebook.
Metodologia
As buscas desta pesquisa foram realizadas no Facebook e Twitter e visaram obter as citações públicas à presidenta Dilma.
O período aqui analisado compreende do dia 11 ao dia 16 de julho.
Os dados coletados foram processados para analisar o compartilhamento
de publicações. A análise dos compartilhamentos é rica em significação,
sendo capaz de detectar e investigar mensagens que circularam pelas
redes publicadas por agentes com alto capital social, ou seja, com
potencial para interferir na formação da opinião pública. A análise
destas mensagens permite ainda conhecer as maiores autoridades da rede.
A métrica autoridade estima o valor do conteúdo de
cada página ou nó a partir do número de compartilhamentos de suas
postagens. Perfis com postagens muito compartilhadas tendem a ter alto
valor de autoridade.
A análise baseou-se na teoria dos grafos. Um grafo é representado por
um conjunto de pontos ou nós chamados de vértices que são ligados por
retas, denominadas arestas. Para efeito dessa pesquisa, a página ou
perfil (no Facebook ou Twitter) é um vértice ou nó. A ligação entre
perfis ou páginas se dá pelas arestas e representa o compartilhamento de
uma postagem. A grosso modo, um perfil com grande confluência de
arestas é relativamente mais importante que outro que possui menos
arestas atraídas para si.
Na análise da rede de comentários aplicamos algoritmos de
modularidade que permitem decompor a rede complexa em comunidades
modulares (ou sub-redes), o que, do ponto de vista do compartilhamento
de seus conteúdos, possibilita detectar grupos de atores que
apresentaram fortes semelhanças entre si.
O grafo da rede de compartilhamentos do Facebook apresentou 44.223 vértices e 41.197 arestas. Para a detecção de comunidades usamos o algoritmo de modularidade em resolução 2,782, o que resultou em 6.498 comunidades.
No Twitter, o grafo de compartilhamento de mensagens apresenta 32.851 vértices e 48.118 arestas. A detecção de comunidades se deu com o algoritmo de modularidade em resolução 1,728, resultando em 2.665 comunidades.
Dados Gerais
Entre os dias 11 e 16 de julho a
#InterAgentes mapeou citações públicas à presidenta Dilma no Twitter e no Facebook. Neste período nossas buscas retornaram um total de
272.264 mensagens, sendo
139.967 do Facebook e
132.297 do Twitter. É importante recordar que a presidenta Dilma realizou o pronunciamento com
5 pactos nacionais na segunda-feira,
dia 24 de junho, quando lançou a proposta de plebiscito, tentando retomar a iniciativa política.
O pico de movimentação na rede foi por volta de 11h do dia 11 de
julho, atingindo 5.349 mensagens nesta faixa de horário. Neste exato
momento aconteciam as manifestações do Dia Nacional de Lutas,
mobilização chamada em todo o Brasil, com forte presença das centrais
sindicais. A pauta ‘Dilma’ estava quente nas redes.
Twitter
A rede de citações à presidenta Dilma no Twitter foi densa,
apresentando padrão intenso de interações. Foram coletadas 132.297
mensagens provenientes de 57.204 autores distintos. Neste universo
encontramos desde atores muito engajados em detratar ou em defender a
presidenta, até autores de comentários e críticas eventuais. A média de
mensagens por perfil e a dispersão representada no grafo indicam um
padrão relativamente distribuído de compartilhamentos: Muitos perfis
estiveram envolvidos no compartilhamento de posts provenientes de fontes
diferentes.
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Dilma – Uso de #hashtags |
O uso de hashtags revela considerável mobilização para a
#OpSeteDeSetembro. Trata-se de um evento agendado a partir do Facebook e
que autointitula-se “o maior protesto da história do Brasil”. Sem pauta
específica, o evento pretende aproveitar a data comemorativa da
Independência para a realização de uma grande manifestação. A pauta
genérica da ‘corrupção’ tende a ganhar importância. Núcleos estão sendo
articulados em grupos por cidades. O evento tem o apoio de diversas
páginas (de Facebook) influentes nos protestos do mês de junho.
Atualmente o evento (centralizado) do Facebook conta com mais de 240 mil
confirmações de participação.
Chamam a atenção também as hashtags #ForaForo e #FFAAJA. A primeira é
uma referência explícita à recusa do “Foro de São Paulo”. A crítica ao
Foro de São Paulo tem ganhado espaço e vem sendo pautada por alguns
grupos, inclusive de extrema direita.
A hashtag #FFAAja é ainda mais explícita, pede a intervenção das
forças armadas para enfrentar ‘a atual crise nacional’ com fins de
‘restauração da ordem’. Campanhas têm surgido neste sentido, associando
partidos como PT, PDT, PCdoB, PCB, PPS, PSTU, PMDB e apoiadores do
governo a uma conspiração contra o Brasil. São discursos que encontram
eco na extrema direita.
Twitter – Grafo de compartilhamentos
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Dilma – Twitter – Grafo de compartilhamentos |
O padrão geral das conversações aponta para uma densa rede de
conexões, com atores fortemente conectados na área central do grafo. É
alí onde concentram-se os atores mais intensamente conectados ao debate
público envolvendo a presidenta Dilma Rousseff. O padrão de conexão
desses atores indica a existência de alguns grupos relevantes.
Destacam-se quatro. Grosso modo, eles representam:
1. Grupo amarelo – Forte presença de perfis da imprensa.
2. Grupo azul – Forte presença de oposição à Dilma, pautada por valores conservadores.
3. Grupo verde – Forte presença de posições de oposição à Dilma, pautada sobretudo por defesa de minorias.
4. Grupo vermelho – Forte presença de posições de apoio à presidenta Dilma.
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Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Detalhe |
Twitter – Grupo Amarelo
Traz sobretudo perfis associados a veículos de mídia. Os perfis deste
grupo tiveram suas postagens compartilhadas por atores diversos. O
perfil @Estadao teve posição de destaque, seguido de perto pelo
@JornalOGlobo. Estes veículos tiveram suas postagens compartilhadas por
diferentes grupos, por vezes com comentários sobre a posição ideológica
do próprio veículo.
Pelo padrão de compartilhamento de seus posts o perfil @diImabr (Dilma Bolada) foi alocado neste grupo.
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo
(contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades
Twitter – Grupo Azul
Caracterizou-se como um grupo com padrão semelhante de
compartilhamento de mensagens. Entre os temas em destaque encontram-se
questões relacionadas à saúde, com particular destaque para posições da
‘classe médica’ frente às propostas do governo federal. São dignas de
menção ainda, neste grupo, críticas às prioridades do governo federal,
críticas aos investimentos na Copa do Mundo, cobranças pelo que se
entende por ‘promessas não cumpridas’ pela presidenta e questões de
mobilidade urbana. Voltam a aparecer entre as mensagens deste grupo,
associações da imagem de Dilma ao ‘terrorismo’ e ao ‘comunismo’. Ainda
neste grupo encontraram-se críticas sobre o envolvimento das centrais
sindicais nas manifestações do Dia Nacional de Lutas, ocorrida dia 11.
Roberto Feire encabeçou a lista de autoridades deste grupo.
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Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Grupo azul |
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo
(contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades
Twitter – Grupo Verde
Este grupo caracterizou-se como outra rede de compartilhamentos de
forte oposição à Dilma. Porém, diferentemente do grupo azul, a críticas à
presidenta Dilma são feitas a partir de uma perspectiva de afirmação do
direito de minorias. Entre os temas centrais estão a defesa da causa
indígena frente ao que se caracteriza como ‘desenvolvimentismo’ e frente
aos interesses ruralistas e a defesa de temas considerados
progressistas frente a pressão da bancada evangélica. O veto parcial da
PL do Ato Médico foi o único tema a constar nesse grupo de maneira
positiva à presidenta Dilma.
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Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Grupo verde
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Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo
(contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
Twitter – Grupo Vermelho
Este grupo caracterizou-se pela defesa das posições da presidenta
Dilma. Ganharam destaque temas como a reforma política, o plebiscito, a
sanção do ato médico com vetos, temas relacionados à democratização dos
meios de comunicações, a destinação de royalties do petróleo para a
educação e a repercussão das pesquisas de opinião sobre a popularidade
da presidenta e sobre a aprovação do Governo Federal. Uma abordagem
comum tendia a elogiar a coragem de posturas assumidas pela presidenta,
porém ressaltando a dificuldade interna (seja com sua base aliada, seja
na câmara) para levar adiante suas propostas. Neste sentido, o
plebiscito e a reforma política ganharam destaque.
Perfis como @cartacapital e @brasil247, pela abordagem de suas
matérias, foram muito compartilhadas por este grupo. Posicionamentos do
senador Roberto Requião em defesa das posições de Dilma em relação ao
ato médico ganharam destaque.
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Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Grupo vermelho |
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo
(contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades
Facebook
No período analisado (entre 11 e 16 de julho) foram coletadas 139.967 mensagens no Facebook, provenientes de 103.630 autores diferentes. A baixa média de mensagens por pessoa e a dispersão resultante do grafo de análise de compartilhamentos indica um padrão bastante distribuído de conversações sobre Dilma Rousseff.
Em comparação com o Twitter nota-se que, ainda que o número total de
mensagens no período seja razoavelmente equivalente nas duas redes
(139.967 no Facebook e 132.297 no Twitter), o número de perfis
envolvidos praticamente dobra (57.204 no Twitter contra 103.630 no
Facebook). Isso indica um padrão de conversação ainda mais disperso no
Facebook, com muito mais atores envolvidos no compartilhamento de posts provenientes de muitas fontes diferentes,
aumentando o número de cidadãos e cidadãs que vieram às redes expressar
suas opiniões e críticas a respeito da presidenta Dilma. Aqui, como no
Twitter, encontramos desde atores muito engajados em detratar ou em
defender a presidenta, até autores de comentários e críticas eventuais.
Porém aqui, mais que no Twitter, a tendência é termos mais páginas e
menos perfis como ‘nós‘ fortes de autoridade.
Facebook – Grafo de Compartilhamentos
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Facebook – Dilma – Grafo de compartilhamentos |
Ainda que enormemente dispersa, a análise de modularidade da rede
permitiu detectar grupos de atores com fortes relações de semelhança
entre si.
Utilizando algoritmo de modularidade em resolução 2,782, foram detectadas 6.498 comunidades
(ou sub-redes). Destas, seis delas se destacam. Todas as outras
apresentaram abaixo de 2% de representatividade. Somadas, estes seis
maiores grupos representam 35% dos compartilhamentos mapeados. Um
posterior agrupamento destes seis grupos resultou no quadro que segue:
1. Grupo Amarelo - Grupo marcado por forte presença
de veículos de imprensa. Outras páginas de padrão de compartilhamento
semelhante foram agrupadas aqui.
2. Grupo Azul
Subgrupo Azul 1 – Forte presença de posição abertamente contrária à presidenta e ao Partido dos Trabalhadores.
Subgrupo Azul 2 - Do ponto de vista dos conteúdos,
este grupo é muito semelhante ao anterior, porém com um peso menor de
‘anti-petismo’. De um modo geral grupo fortemente opositor à presidenta.
Subgrupo Azul 3 - Forte presença de perfis e páginas que despontaram como autoridades relevantes nas manifestações de junho. De um modo geral são críticos à presidenta.
Subgrupo Azul 4 - Forte presença de temáticas relacionadas à Saúde. De um modo geral, compartilhados de maneira crítica à presidenta
3. Grupo Vermelho - Rede de compartilhamento com forte presença de simpatizantes e apoiadores da presidenta.
Facebook – Grupo Amarelo
Grupo caracterizado pela presença de grandes veículos de mídia. As
mensagens compartilhadas por este grupo tenderam a ser compartilhadas
por grupos diversos. Entre as autoridades mais
relevantes deste grupo destacaram-se a página do Estadão (no Facebook) e
a da Folha de São Paulo. A página da Revista Veja, abaixo, também
merece menção. Essas páginas apresentaram padrão de compartilhamento
como fontes de informação, alimentando debates. Porém não raras vezes a
legitimidade destes veículos foi colocada em questão e suas pautas
acusadas de ocultar interesses privados.
Outras páginas com padrão de compartilhamento semelhante também foram alocadas neste grupo.
Facebook – Grupo Azul
O grupo azul é resultado do agrupamento de quatro subgrupos com padrão muito semelhante de compartilhamentos.
A grosso modo, o Subgrupo Azul 1 concentra clara tendência anti-petista. Do ponto de vista dos conteúdos publicados, o Subgrupo Azul 2 se parece muito com o primeiro. Já o Subgrupo Azul 3 concentra
grande parte dos perfis que despontaram como autoridade nas
manifestações de junho. Nos subgrupos 2 e 3 encontramos também a
presença de ‘nós’ pobres da rede na posição de autoridades. Estes perfis
ganharam relevância não pela autoridade que trazem, mas por terem postado conteúdos que se espalharam com algum padrão de viralidade.
Destacamos ainda o Subgrupo Azul 4 que, ainda que seja o menor dos grupos aqui destacados, apresentou-se como uma rede de compartilhamentos com temática ‘saúde‘ fortemente centralizada.
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Facebook – Dilma – Grafo de compartilhamentos – Subgrupos Azuis |
Todos esses subgrupos apresentaram, nas redes sociais, posições fortemente contrárias ao governo federal.
Ainda que as críticas versem sobre muitos assuntos, algumas temáticas
comuns agregam grande parte dos conteúdos compartilhados. Estão entre
elas: No quesito ‘saúde‘ destacam-se críticas à
situação dos Postos de Saúde e ao que se entende por ‘condições
precárias’ dos hospitais públicos. A proposta de vinda de médicos
cubanos também alimentou algumas teorias sobre o aparelhamento petista
do Estado.
A alusão ao tema ‘corrupção’ é bastante recorrente, não raro
associado à bandeiras anti-petistas. Também constaram críticas à
proposta de reforma política e ao Dia Nacional de Lutas. Grupos de
extrema direita fizeram alguns chamados à intervenção das forças
armadas.
Questionamentos sobre as prioridades do governo federal também são
recorrentes. É comum encontramos comentários comparando, por exemplo, o
investimento na Copa com o investimento em outras áreas, como saúde ou
saneamento. Também são alvo de críticas o tamanho da máquina do Estado e
a ‘enorme quantidade de ministérios’. Ainda são dignas de menção as
questões suscitadas pela proposta de Plebiscito.
Neste período, no
entanto, as polêmicas acerca do Pacto da Saúde e do Ato Médico ganharam
relevância.
Abaixo relacionaremos a tabela com as 10 autoridades mais relevantes
de cada subgrupo (contendo link para a mensagem mais significativa de
cada perfil):
Facebook – Subgrupo Azul 1
Facebook – Subgrupo Azul 2
autoridade
Facebook – Subgrupo Azul 3
autoridade
Facebook – Subgrupo Azul 4
autoridade
Facebook – Grupo Vermelho
Caracterizou-se como um grupo com padrão semelhante de
compartilhamento de mensagens. De um modo geral as páginas
compartilhadas por este grupo tenderam a formar uma base de apoio à
presidenta Dilma.
Foram temas recorrentes das postagens desse grupo as repercussões das
pesquisas segundo as quais Dilma, embora tenha perdido popularidade,
mantém-se líder na preferência do eleitorado. Destacaram-se também
os apoios recebidos pelo veto parcial ao PL do Ato Médico. Neste grupo
encontramos também comentários que elogiam as propostas da presidenta
porém destacam as dificuldades que o Poder Executivo tem tido em
encaminhá-las. A rejeição no Senado e na Câmara de algumas propostas da
presidenta neste último período foi foco de críticas. Ainda em destaque
neste grupo encontramos repercussões positivas sobre o Programa Mais
Médicos.
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo
(contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil).
Uma nota: Fernando Rodrigues que consta na lista abaixo é um homônimo do conhecido jornalista brasileiro.
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Facebook – Dilma – Grafo de compartilhamentos – Grupo Vermelho |
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo
(contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil).
Uma nota: Fernando Rodrigues que consta na lista abaixo é homônimo do conhecido jornalista brasileiro.
Conclusão
Em ambas as redes podemos detectar grupos de semelhança que revelam
redes de compartilhamento de conteúdo. No Twitter, pelo perfil de uso da
rede e provavelmente pelo seu universo mais restrito, estes grupos são
mais bem definidos, com seus atores fortemente conectados entre si. Já
no Facebook, as conversações sobre a Presidenta Dilma envolvem um número
muito maior de atores. Ao mesmo tempo, a rede de conexão entre estes
atores é menos densa.
A análise de modularidade da rede, que permite decompor o cenário em
coletivos que se articulam, precisa ser melhor aprofundada. Em um
primeiro momento, aparentemente a batalha pelo convencimento dos
cidadãos-conectados é mais ampla, dispersa e indefinida no Facebook. No
Twitter, há ‘nós‘ consolidados de embate e seguidores que replicam suas
mensagens como se fossem munição em um combate em que o importante é
destruir os argumentos do “inimigo”.
Uma característica interessante destas redes complexas é que podemos assistir a emergência ‘nós pobres‘ como autoridades instantâneas.
Esse fenômeno pode indicar que coisas importantes podem nascer nas
periferias das redes. Elas não necessariamente partem de centros
privilegiados, antes disso, os próprios centros é que parecem emergir da
topografia das redes, das fortes conexões sociais entre seus atores.
Cada vez mais é evidente que as conversações políticas nas redes nem
sempre “são voltadas ao entendimento”, nem por isso, deixam de ser
importantes para o convencimento e para a construção de imagens sobre o
país e sobre quem disputa o poder de Estado.
Antonio Arles, Sérgio Amadeu da Silveira e Tiago Pimentel
#interagentes