Senador paraense é citado em pedido de dinheiro de FHC à Odebrecht, para sua campanha em 2010. |
Por Diógenes Brandão
Ao investigarem o ex-presidente Lula, peritos da Polícia Federal descobriram emails onde o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pedia e insistia no pedido de dinheiro a Marcelo Odebrecht.
As "doações" teriam sido para as campanhas de tucanos em 2010. As provas foram localizadas pela PF nos discos rígidos do computador do empresário preso no escândalo que acabou no impeachment da ex-presidente Dilma Rouseff e na prisão de Lula e de diversos parlamentares e empresários.
A informação foi revelada pela revista Veja e confirmada pela Folha e segundo as reportagens, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recorreu a Marcelo Odebrecht para angariar fundos para a campanha ao Senado de dois tucanos em 2010: Antero Paes de Barros (MT) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
As investigações de esquemas de propina e caixa 2 praticados pela Odebrecht, já levaram diversos outros políticos e empresários para a cadeia. No caso destes pedidos de FHC ao mato-grossense Antero Paes, Já o senador paraense Flexa Ribeiro conseguiu eleger-se senador em 2010 e tenta a reeleição em Outubro.
Os emails revelam que como presidente de honra do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso continuou fazendo lobby, junto à principal empreiteira e a que mais lucrou com a corrupção brasileira. Em seus pedidos ele fala em SOS e aquilo que chama de "o de sempre".
O que dizem os citados?
Para a Folha de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que pode ter feito o pedido para Marcelo Odebrecht, mas reforçou que eram legais. Fernando Henrique disse ainda que não se recorda se as doações (aos dois tucanos, de dois estados) foram feitas, mas que elas não se deram em troca de nenhuma decisão dele, já que na época não ocupava cargo no governo.
O senador Flexa Ribeiro e Antero Paes de Barros, atualmente sem partido, disseram que desconhecem a troca de e-mails e que as campanhas deles em 2010 não receberam qualquer contribuição da Odebrecht.
A Odebrecht voltou a declarar que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua, e implantou um sistema para prevenir, detectar e punir desvios ou crimes. Segundo a defesa de Marcelo Odebrecht, os e-mails são autoexplicativos e se referem a pedidos que sempre foram normais e comuns por parte de políticos. A direção do PSDB Nacional diz que desconhece os supostos pedidos e defende rigor no cumprimento da legislação eleitoral.
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