domingo, março 22, 2020

Sobre o isolamento dos moradores de rua em Belém

O que Helder Barbalho fará com os moradores de rua dos outros municípios paraenses que também estão ameaçados com novos casos comprovados de Coronavírus?

Por Diógenes Brandão (em casa)

Os últimos dias não tem sido fáceis para este inquieto blogueiro. Além dos cuidados com a família, as tarefas do dia-a-dia para o ganha-pão e a inexplicável necessidade de dedicar horas escrevendo matérias e artigos para todos os espaços que tenho na internet, ainda tenho que arrumar tempo para ir e vir clínicas e laboratórios, fazendo agendamento de consultas, exames e todos os procedimentos para o bem estar de minha mãe, que depois de 86 primaveras, requer que eu me esforce para tentar dar o retorno de pelo menos uma parte do carinho e proteção que ela sempre me deu. (Aqui entre nós: acho que mesmo que se vivêssemos mais um século, eu não conseguiria repor tudo que dela recebi). 

Bom, depois dessa apresentação de certas particularidades que eu evito revelar, devo admitir que ainda não consigo me considerar uma pessoa bem informada, sobretudo depois de tudo que o COVID-19 nos trouxe o desafio de conhecer e entender, para depois ajudar a informar o maior número de pessoas com o nosso pequeno, mínimo trabalho na internet. 

Mesmo assim, vou aos poucos me posicionando com o que sei, sem pecar pela pressa e a falta de certeza sobre os diversos enfoques que surgem a cada instante. 

Um dos motivos que me trazem a esta postagem, se dá pela determinação do governador Helder Barbalho em isolar os moradores de rua de Belém, no estádio do Mangueirão.

Em uma rápida pesquisa, encontrei uma matéria no site da rádio Unama FM, onde informava o seguinte: "A Prefeitura de Belém registrou na Fundação Papa João XXIII (Funpapa) mais de 2.400 pessoas atendidas entre os anos de 2016 e 2017, segundo o Relatório do Serviço de Vigilância Socioassistencial de Belém". 

Confesso que não fui buscar saber se outro governante fez algo parecido, mas me enchi de dúvidas intrigantes para essa cabecinha não menos inqueita, que trago aqui agora e se você que está lendo esse texto, puder me esclarecer, eu agradeço imensamente.

Eis as dúvidas:

1) Quais as condições de abrigo serão oferecidas para reunir em um só espaço, tantas pessoas em situação de vunerabilidade, o que nos faz imaginar a possibilidade de muitas delas terem doenças infecto-contagiosas e que ao serem amontoadas, podem adiquir ou passar para outras pessoas outras enfermidades?

2) Qual são as limitações impostas para que depois de levadas - e como serão levadas? Na marra, com fez o governador João Dória em SP, com os dependentes químicos da Cracolândia? - essas pessoas fiquem por um período pré-determinado (por quem?)?

3) A alimentação e toda a estrutura necessária será feita através de doações, ou o governo já dispõe de recursos para esse atendimento? Vejam bem. Eu não estou perguntando isso de forma capiciosa. Minha intenção é até ajudar em uma campanha que li abaixo, incentivada pelo empresário Clóvis Carneiro, que representa a Associação Comercial do Pará.

4) Além dessa iniciativa de retirar das ruas estes nossos irmãos desabrigados, eles serão finalmente atendidos por algum programa de restruturação pessoal, ou após o período de quarenta, serão devolvidos às ruas, onde além de não terem um teto, não recebem os cuidados, que eventualmente poderão ter no nosso maior estádio de futebol?

5) Por fim, esse confinamento será imposto a todos os demais moradores de rua dos demais 143 municípios, lembrando que nem todos possuem pessoas morando nas ruas, ou a medida só vale para Belém?

Leia também: Helder, ajude os municípios a combaterem o Coronavírus!

Antes de responder, leia abaixo a mensagem que recebi, sobre a medida do governo e a busca dos empresários de Belém, em ajudar a realizar o duvidoso e intrigante decreto do governador Helder Barbalho, que enquanto o mundo inteiro debatia e se preparava para enfrentar o que a China e a Europa penavam com os primeiros casos de contaminação e mortes pelo Coronavírus e alertavam os demais países a fazerem o mesmo, ele, Helder Barbalho viajou para ASPEN, uma luxuosa cidade americana visitada por amantes dos esportes na neve, onde passou vários dias, na época do carnaval e voltou sem tomar nenhuma das medidas que agora determina, depois de uma longa espera (ficamos sabendo que para o Coronavírus, horas são dias, dias são semanas e semanas podem representar meses de atraso, diante da gravidade da pandemia que aterroriza o mundo e aqui é relativizada por alguns governantes).

Amigos, o Governo do Estado está coordenando diversas ações para minimizar os possíveis efeitos da pandemia da COVID 19 no Pará. Nesse esforço de antecipação à doença, procura cobrir o maior número possível de pontos de contágio. Um foco bem evidente, na cidade de Belém, é a quantidade de moradores de rua. Sendo cada um deles um potencial vetor desse Novo Coronaviros (Cic) e, dada suas condições, vítimas quase certas da infecção.

Conversei com o governador que irá preparar o Mangueirão para receber o mais rápido possível a população de rua. Assim, atendendo ao apelo do Governo do Estado, mobilizarmos o comércio e a sociedade de Belém no sentido de oferecer, - em caridade -, material de uso como colchões e lençóis para o atendimento desses desamparados o mais rápido possível.

Entendo que além de ser um ato de solidariedade é, sem dúvida, uma questão de autoproteção.

Neste primeiro momento, vamos centrar as informações na Associação Comercial do Pará, telefone (91) 40053900 e na Organização Pará 2000, telefone (91) 33440100.

Por favor, divulguem esta mensagem para o maior número possível de grupos e de contatos.

Obrigado,

Clóvis Carneiro

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