Por Saul Leblon, no editorial da Carta Maior.
Quando a tempestade neoliberal despencou, em 2007/2008, o Brasil resistiu ao naufrágio com boias que exigiram gastos fiscais da ordem de R$ 400 bilhões.
As notícias contraditórias que chegam dos EUA, em recuperação, e da Europa, sob a ameaça de uma deflação que obrigou o BC a derrubar o juro na sua mínima histórica, evidenciam a profundidade de uma desordem financeira que não cederá tão cedo, nem tão facilmente.
A consciência dessa longa travessia é um dado fundamental para a ação política em nosso tempo.
É imprescindível abrir o olhar ao horizonte mais largo das determinações ofuscadas pelo alarido imediatista da mídia conservadora.
A agenda do arrocho fiscal e monetário bate seu bumbo outra vez.
Com objetivos explícitos e implícitos.
De um lado, determinar a natureza das respostas à dura transição de ciclo de desenvolvimento vivida pelo país.
De outro, encurralar a sucessão de 2014 em um ambiente contaminado pela represália iminente das agências de risco e dos investidores à ‘derrocada fiscal’.
É o palanque pronto para aqueles que prometem fazer mais e melhor, restaurando o ‘tripé’, recita a cristã-nova do apocalipse, Marina Silva. Continue lendo..