Helder Barbalho pediu e Ronaldo Maiorana demitiu jornalista por notícia sobre a contratação de um sistema de espionagem, no valor de R$6,5 milhões de reais. |
Por Diógenes Brandão
O relato bíblico da decapitação de João Batista, está em Mateus 14:1-12, Marcos 6:14-29 e Lucas 9:7-9, que revelam que Herodes Antipas mandou decapitar João. O assassinato seria a pedido de Salomé, após uma festa entre a nobreza da época, onde dançou perante o rei e seus convidados. Sua dança agradou tanto Herodes que, bêbado, ele prometeu a ela qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em metade de seu reino. Quando Salomé perguntou à mãe o que deveria pedir, esta pediu que ela pedisse a cabeça de João Batista numa bandeja. Mesmo chocado com o pedido, Herodes relutantemente concordou e mandou executar João na prisão. A mãe de Salomé sentiu-se vingada com a morte de João Batista, já que ele a acusava de adultério, por ter deixado seu esposo, Herodes Filipe, para juntar-se ao irmão dele, Antipas.
A demissão do jornalista Olavo Dutra, do jornal O Liberal lembra a história da era Apostólica, haja vista que Ronaldo Maiorana, no lugar de Herodes mandou decapitar o "João Batista" de O Liberal, nesta quarta-feira, 22, por este ter trazido uma notícia que já corria desde terça-feira retrasada, quando a página Política Pará revelou a contratação por R$6 milhões e meio de reais, para instalação de um sistema de espionagem pelo governo do Pará.
Olavo Dutra é um veterano do jornalismo paraense, tendo trabalhado nos jornais A Província do Pará, no Diário do Pará e há mais de 20 anos escreve a coluna Repórter 70, no jornal da família Maiorana, O Liberal, hoje sob o comando de Ronaldo Maiorana, que ajoelhou os veículos de comunicação das Organizações Rômulo Maiorana, aos pés do governador Helder Barbalho.
Beirando os 70 anos, jornalista Olavo Dutra foi demitido após publicar uma pequena nota no bloco Entre Linhas, da coluna Repórter 70, sobre a contratação de uma empresa para instalação de um sistema de espionagem.
Cabe lembrar, que antes de ser publicado, o jornal é lido pelo editor chefe e pelo próprio Ronaldo Maiorana, mas quem acabou pagando o pato foi o jornalista, pelo simples fato de cumprir seu dever profissional: informar a sociedade sobre as notícias do cotidiano.
Antes de Olavo publicar a pequena nota, outros jornalistas já haviam revelado a informação, disponibilizada no Diário Oficial do Estado, onde os governantes são obrigados a publicar as contratações e demais atos do poder público.
Veja a primeira publicação sobre o fato:
O jornalista Ronaldo Brasiliense também escreveu matéria sobre o fato, em seu portal Amazônia Notícias:
O estranho é a Segup comprar esse equipamento por meio da Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (SIAC), algo inédito no Pará. Com isso, a Segup será transformada em órgão de investigação criminal, atribuição que é da Polícia Civil, deixando de ser órgão gestor da Segurança Pública no Pará. E o que é pior: pode ser transformada em instrumento político do governo, isto é, a Gestapo – polícia política nazista – do Pará. Leia+.
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