Barrado ano passado de lançar seu livro “Território e Soberania na Globalização – Amazônia, Jardim de Águas Sedento”, Edmilson Rodrigues dessa vez espera não ter nenhuma surpresa e que o governo Simão Jatene não tente criar dificuldades para lançá-lo, com quase um ano de atraso, na XVII Feira Panamazônica do Livro.
Enviado por email pela ASCOM - Edmilson Rodrigues.
Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP), o
arquiteto e professor pesquisador da área de planejamento urbano e
regional, Edmilson Rodrigues lançará hoje, 25, o livro Território e Soberania na Globalização - Amazônia, Jardim de Águas Sedento. O
livro é baseado em sua tese de doutorado - defendida em 2010 - aprovada
com conceito excelente, distinção e louvor. e foi publicada pela
Editora Fórum, de Belo Horizonte - MG, no ano passado. Agora, será
apresentada aos leitores paraenses, em pré-lançamento que será realizado
na Fox Vídeo (Trav. Dr. Moraes, 584), em noite de autógrafos que iniciará às 18 horas. No dia 04 de maio o livro será lançado na XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, no estande de Escritores Paraenses, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
Edmilson Rodrigues analisa no livro a relação entre globalização e
soberania territorial, centrando seu foco analítico de forma profunda o
fenômeno da apropriação privada dos recursos hídricos do território,
mormente no subespaço amazônico. Para sua análise, utiliza categorias,
conceitos e noções da Geografia Humana por si desenvolvidos bem como os
criados e difundidos por Milton Santos, Maria Adélia Aparecida de Souza
entre outros espaciólogos críticos. Na análise crítica do território usado discorre
sobre a dialética espacial expressada na contradição entre o território
como um bem social ou abrigo e o território como um bem mercantil, ou
seja, como espaço banal. Segue assim a concepção de espaço
geográfico como categoria de análise social, o que significa
apreendê-lo, compreendê-lo e analisá-lo como um híbrido de sistemas de
objetos e sistemas de ações. A pesquisa avança na compreensão e reflexão
teórica complexa da Amazônia como região fundamental para a manutenção
do planeta.
Demonstrando grande maturidade enquanto pesquisador, Edmilson Rodrigues
lança olhar científico ao uso de uma das disponibilidades mais cobiçadas
da região amazônica: a água, vista como recurso hídrico, a partir da
perspectiva do território sendo usado seja segundo a racionalidade
hegemônica, a racionalidade capitalista, de um lado, ou segundo
racionalidades não hegemônicas ou mesmo contra-hegemônicas. Segundo
explica sua orientadora de doutorado, Professora Dra. Maria Adélia
Aparecida de Souza, que é titular de Geografia Humana da USP, o livro de
Edmilson desemboca na “análise da relação entre a globalização atual e a
soberania no contexto da formação socioespacial brasileira, ou seja,
analisa o uso do território nas circunstâncias do período
histórico-geográfico atual - período técnico, científico e informacional
- através da análise de eventos já realizados ou que estejam em
processo de realização, significativos para a interpretação dos
constrangimentos que, em maior ou menor grau, impactam a soberania
territorial no processo de totalização dinâmica de reconfiguração e
refuncionalização do território".
Vale
destacar que um dos eventos analisados por Edmilson é a instalação de
Belo Monte, maior projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
do governo federal e que está ocasionando não só constrangimentos como
conflitos, intervenções fortes ambientais e sociais e o comprometimento
da soberania territorial do Brasil.
O
professor Dr. Carlos Lima, do Programa de Mestrado e Doutorado de
Políticas Públicas em Serviço social da UnB, assina a apresentação do
livro e destaca que Edmilson analisa ”a dinâmica do capital, a inserção e
função da Amazônia na complexa teia de relações produzidas pelo
processo de globalização e crise do mundo do capital". "A análise
encetada no decorrer do livro nos permite compreender o saque, a
exploração existente nas relações sociais conflitivas, contraditórias,
antagônicas, esgarçadas etc. que proliferam no jardim das águas, onde a
sociedade é eviscerada pelo capital em crise. A irracionalidade se
manifesta concretamente na construção de estranhas catedrais como a de
Belo Monte, que este livro analisa em profundidade", destaca Carlos
Lima, que também faz referência ao livro anterior publicado por
Edmilson, na ocasião de seu mestrado, intitulado Aventura urbana: urbanização, trabalho e meio ambiente em Belém.
As
reflexões sobre a Amazônia, o modelo de desenvolvimento brasileiro
implementado na região e todos os conflitos advindos da sua ocupação
territorial já fazem parte do trabalho de Edmilson Rodrigues desde o
início de sua trajetória como pesquisador. Agora, ele convida os
paraenses, o povo da região amazônica e do Brasil a mergulhar nesse
"jardim de águas sedento" e a se apropriar de conhecimentos que
possibilitem resistir ao sistema submetido à irracionalidade da razão do
capital e afirmar o futuro como possibilidade segundo uma razão
humanizadora da humanidade.