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sexta-feira, março 10, 2017
Cynara Menezes: E se o nordeste quiser ser independente?
sexta-feira, agosto 21, 2015
Dilma: 150 anos depois, integração do São Francisco sai do papel
Via portal Vermelho.
“Um momento histórico”. Assim definiu a presidenta Dilma Rousseff em seu discurso durante inauguração da primeira Estação de Bombeamento (EBI-1) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), em Cabrobó, Pernambuco, que contou com a participação de dezenas de lideranças políticas e sociais, entre as quais, a presidenta nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos.
“Vivemos um momento histórico porque essa obra foi concebida pela primeira vez quando Dom Pedro era imperador. Tem 150 anos que essa obra não saia do papel. E hoje estamos comemorando, pois ela é uma realidade”, enfatizou Dilma.
A presidenta fez questão de salientar que a obra se tornou realidade graças ao empenho e compromisso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Há nessa obra uma questão de vontade política. Eu me refiro ao presidente Lula. É uma obra que esteve em pauta durante 150 anos. Precisou que um nordestino fosse eleito presidente. Que esse nordestino tivesse sido praticamente expulso de sua casa aqui em Pernambuco, que tivesse vindo para São Paulo e soubesse o preço, o custo em termos de vidas, de perspectiva de futuro e esperança que a seca impunha para a população do Nordeste. E aí, a vontade de fazer foi muito importante, por isso eu me refiro a ele porque teve um papel decisivo para que essa obra ocorresse”, salientou Dilma.
Vontade política e Lula
A presidenta recordou que há exatamente um ano, ela e o ex-presidente Lula estiveram em Cabrobó, para acompanhar o andamento das obras. “Naquele dia já ficamos impressionados. Mas a gente achou que era pouca. Ficamos mais admirados com essa estação de bombeamento e a de energia, que ainda estava em construção. Ficamos admirados com a grandiosidade dessa obra’, lembrou.
“O presidente Lula quer muito inaugurar essa obra e eu assumi com ele o compromisso de que nós vamos, juntos, inaugurar porque ficará pronta em 2016”, garantiu a presidenta.
Seca
Dilma também disse que não é possível evitar a seca, mas que o governo age para amenizar os impactos que tem sobre a população.
“Conviver com a seca é saber que mais cedo ou mais tarde ela chega, mas quando chegar, não nos pega sem proteção. É isso que queremos com esse canal", disse.
Dilma afirmou que tudo na obra é grandioso e complexo. “Agora é bom que a gente conte pra todo mundo o tamanho dessa obra porque muita gente falava 'isso não sai do papel'. Pois saiu do papel”.
São cerca de 500 quilômetros de canais, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, 4 túneis e 14 aquedutos, e junto de cada uma das nove estações de bombeamento terá uma subestação de energia para elevar a água a 35 metros de altura.
“Tudo nela é grande, mas tem uma coisa mais importante: é que essa obra vai beneficiar 12 milhões de pessoas. A gente mede uma obra não pela quantidade de concreto que ela tem ou pelo tamanho dos andares, mas a quem ela beneficia. E ela beneficia 12 milhões de brasileiros e brasileiras de 390 municípios do Nordeste”, frisou a presidenta.
Capacidade de abastecer o Uruguai e Paraguai juntos
Para se ter uma ideia da relevância da obra, 12 milhões de pessoas é mais do que a soma da população do Uruguai e Paraguai. “É como se tivéssemos um Uruguai e Paraguai dentro do Brasil e esses países fossem beneficiados com essa obra de integração do Rio São Francisco”, declarou a presidenta, salientando que uma das principais preocupações foi garantir que as comunidades que vivem no entorno do canal fossem atendidas, como pequenos agricultores rurais, assentados da reforma agrária, população quilombolas e indígenas.
“Seria um horror que as pessoas que moram aqui vissem a água passar e não tivessem acesso a ela”, ressaltou Dilma.
Obra
Como destacou a presidenta, a primeira estação de bombeamento inaugurada levará a água por 45,9 quilômetros. O investimento nesse trecho é de R$ 625 milhões e a execução do empreendimento gerou 9.980 empregos.
De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), a obra vai ter capacidade de captar 26,4 m³/segundo, mesmo em períodos de seca. Isso representa 1,4% da vazão média do rio, ou seja, duas colheres de sopa para cada litro d'água despejado no mar. Na cheia, a captação pode chegar a 127 m³/segundo sem prejudicar o rio.
Além disso, o Ministério da Integração Nacional já investiu cerca de R$1,7 bilhão em ações de revitalização no rio. O total aprovado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para esse fim é de R$ 2,5 bilhões.
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