Por Franssinete Florenzano
Sucupira é no Pará, onde coisas inacreditáveis acontecem. Em discurso inflamado, o candidato a prefeito de Ourém, Elias Oliveira (MDB), disse ontem de manhã que iria fechar o posto da barreira de fiscalização da Polícia Rodoviária Estadual, localizado na PA-124, na entrada da cidade, em frente ao prédio do Batalhão Rodoviário Estadual.
Assim acabaria com multas e - segundo ele - a prática de extorsão. Dito e feito.
Ontem mesmo, à tarde, centenas de cabos eleitorais e apoiadores convocados por ele, chegaram ao local em carros, motocicletas, bicicletas e a pé e retiraram os cones da barreira de fiscalização da PRE.
E o candidato ainda bradou, do palanque, ao microfone, em alto e bom som, devidamente filmado: "Nós vamos tirar essa polícia rodoviária daqui e se eles quiserem medir forças comigo nós vamos até o governo do Estado e quero ver quem é amigo do governador". Detalhe: ele é o candidato do governador Helder Barbalho, concorre pelo MDB, partido de Helder que, obviamente, é o comandante-em-chefe da mesmíssima PMPA que o Elias - ex-prefeito de Ourém - chama de corrupta.
A turba não só destruiu a barreira da PRE e fechou o posto na marra, como também tentou destruir o prédio. A população do município está indignada. E a grande reflexão é: se ainda em campanha - quando normalmente os candidatos calçam as sandálias da humildade - é capaz de tanta violência e se comportar de modo tão prepotente, o que Elias Oliveira vai se achar no direito de fazer se for eleito prefeito? Ourém só pode esperar tirania.
Resta saber que providências o governador tomará em relação à balbúrdia, às graves acusações à PM-PA, violento ataque à corporação e à ordem pública perpetrado pelo candidato governista. E o que o Ministério Público e o Juízo Eleitoral farão a fim de proteger a cidadania e as garantias constitucionais. Assistam ao vídeo e vejam as fotos que eles mesmos postaram nas redes sociais.
