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quarta-feira, junho 14, 2017

Após acreditar em Miriam Leitão e criticar petistas, nova presidenta do PT é detonada pela própria militância

Gleisi solidarizou-se com Miriam Leitão e tem sido bastante criticada por ter puxado a orelha da militância sem antes saber se a jornalista da Rede Globo falou a verdade. Inúmeros relatos dizem que ela mentiu, exagerou e inventou fatos irreais.

Por Diógenes Brandão

Uma semana depois de ser eleita como presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann começa a sentir o peso de dirigir um partido plural e cansado de apanhar da imprensa e demais setores que se colocam como adversários implacáveis. 

Depois de dar um puxão de orelha na militância, em solidariedade à jornalista Miriam Leitão, que alegou ter sido agredida verbalmente em um vôo de Brasília ao Rio de Janeiro, a senadora paranaense foi duramente criticada por milhares de militantes de todas as regiões do país. As manifestações vieram através das redes sociais, onde diversos filiados e simpatizantes se colocaram contrários à precipitação da dirigente do PT em sair em defesa da jornalista das organizações Globo, sem nem mesmo saber se o seu relato era verdadeiro.

Ontem, o blog publicou o post A polêmica de Miriam Leitão com os petistas. Quem está falando a verdade?, onde diversas pessoas questionaram as informações relatadas pela jornalista, até mesmo por quem estava no vôo, como o presidente estadual do PT-RJ.

Se a presidenta nacional tivesse dialogado com seus companheiros de partido, antes de assumir uma posição pública sobre o fato, talvez nada disso teria acontecido.

Leia a nota oficial do PT:



Em um dos comentários feitos na própria fanpage do partido, a internauta Rosemary Fritsch Brum disparou:

"O PT oficialmente dirigindo-se à Rede Globo e pedindo desculpas sobre o controverso episódio envolvendo a ex-economista Miriam Beltrão em voo doméstico é render vassalagem sim! Começou mal a presidente recentemente eleita pelos diretórios petistas.Papelão da Direção".

Não se sabe se é de sua autoria, mas circula pelos grupos de whatsapp, uma nota com a assinatura de Gleisi. 

Talvez a senadora tenha resolvido acalmar os ânimos de sua base, após ter sido bastante criticada, mas o documento ainda não consta nem na sua fanpage e nem na do PT.

Leia:

Companheiras e companheiros,


Estou acompanhando nas redes sociais o debate e opinião da militância partidária sobre o texto da jornalista Miriam Leitão e a nota que soltei a respeito.



Em um primeiro momento, diante da manifestação da jornalista, revivi o impacto de situações constrangedoras que senti algumas vezes, com o escracho a que, sozinha, fui submetida em aviões, aeroportos e locais públicos. Sofri agressões, como sofreram agressões muitos de nós petistas.



Quero como presidenta de nosso partido ter diálogo constante com nossa militância, ouvindo e considerando opiniões e posicionamentos. Compreendo a reação, uma vez que tantas e tantas vezes sofremos, individual ou coletivamente, as agressões da Rede Globo.



A nota em nenhum momento diminui nossa luta contra as idéias e posturas da jornalista Miriam Leitão, muito menos contra o monopólio midiático em que ela trabalha.

Nossa indignação tem se manifestado em ações massivas e coletivas, como as que estamos fazendo em conjunto com os movimentos sociais pelas ruas do Brasil, como a que faremos no dia 30, com a greve geral. Ações massivas, coletivas, democráticas e firmes pelo Brasil e pelo povo é o nosso campo de luta


Estou com vocês!



Gleisi.


terça-feira, janeiro 10, 2017

Petistas deixam o partido com fortes críticas à direção

O único vereador petista e o presidente municipal do partido, deixaram o PT com fortes críticas à direção.

Cley Alves era o único vereador que o PT mantinha até o final de 2016, na Câmara Municipal de Ananindeua, onde Beto Ribeiro era até semana passada, o presidente do partido. Ambos pediram desfiliação da legenda alegando contradições e problemas na direção partidária.


Por Diógenes Brandão

Ananindeua é o segundo maior e mais populoso município paraense, e, por consequência, o segundo maior colégio eleitoral do Pará. Com décadas de alternância de governos eleitos pelo PSDB e o PMDB, a cidade apresenta um dos piores índices de criminalidade e falta de saneamento, além de amargar altas taxas de desemprego e baixa expectativa de vida para os jovens, que morrem de forma avassaladora pela violência urbana.

Tal cenário não colabora para a afirmação e o empoderamento dos partidos de esquerda, que historicamente cresceram e tornaram-se fortes nestas cidades, onde a pobreza e o descaso dos governos de direita, que se revezam no poder, arrastam milhões de brasileiros para uma vida sem oportunidades e direitos sociais, como os prometidos nas campanhas eleitorais.

Declínio e desfiliação

Eleito vereador com 887 votos em 2012, nas eleições de 2016 Cley Alves obteve 886 votos, ou seja, um (01) a menos do que há quatro (04) anos atrás, mas não conseguiu manter-se como o único representante petista na Câmara de Vereadores de Ananindeua, devido o partido não alcançar o coeficiente eleitoral.  

Uma fonte do blog revelou que o ex-vereador alega que sua saída do partido no qual militou por 17 anos, "se dá pelo forte desgaste de sua identidade ideológica e pela renúncia deste na defesa de bandeiras no passado defendidas aguerridamente por sua militância, pois as mesmas foram retiras da linha programática de lutas pela cúpula partidária", que segundo Cley, hoje é vista de forma negativa pela sociedade. O ex-vereador também disse "que o PT sofre de uma decadência imensurável, tendo como prova o último resultado eleitoral".

Ainda segundo a fonte petista, o mesmo raciocínio moveu o presidente municipal a entregar o cargo e desfiliar-se do PT. Para Beto Ribeiro, "sair do PT depois de 22 anos como filiado não está sendo fácil, mas é necessário", pois assim como o ex-vereador, ele também é jovem e desejar continuar na vida política e participando de processos eleitorais. 

O blog procurou informações se ambos já possuem um partido em mente para se filiarem, mas não conseguiu contato com os ex-petistas e nem respostas precisas com outras fontes, mas há uma possibilidade muito forte deles dois ingressarem no PDT. 

O partido deve vir com Ciro Gomes, como candidato a presidente do Brasil em 2018 e hoje no Pará tem três deputados estaduais (Antônio Tonheiro, Junior HageMiro Sanova) e em Ananindeua três (03) vereadores (Diego Alves, Neto Vicente e Robson Barbosa), tendo como presidente estadual, o ex-deputado federal Giovanni Queiroz.

Dados do TRE confirmam o declínio petista no Pará

Nas eleições municipais de 2016 no Pará, o PT lançou candidatos a prefeitos em 35 municípios paraenses e elegeu tão somente 07 prefeitos. 

Comparando com a eleição anterior, onde o partido elegeu 23 prefeitos, foram 16 prefeituras perdidas de uma eleição para outra. Isso sem contar que nenhum prefeito em 2012, conseguiu a reeleição em 2016. 

Ao contrário de seu aliado favorito, o PMDB - que ganhou 27 municípios nas eleições de 2012, e em 2016 elegeu 42 prefeitos - comandado pelo ministro Helder Barbalho e o senador Jader Barbalho tornou-se o partido paraense que mais cresceu, enquanto que o PT foi o que mais diminuiu.

segunda-feira, janeiro 02, 2017

PT precisa admitir erros para voltar a ter força política, diz Edinho Silva

Edinho Silva, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Dilma e prefeito eleito de Araraquara.

Por Marcelo Toledo, na Folha

O PT precisa reconhecer seus erros e, a partir disso, reivindicar suas conquistas, para continuar tendo relevância no cenário político brasileiro. A afirmação é de Edinho Silva, ex-ministro (Comunicação Social) de Dilma Rousseff que vai governar pela terceira vez Araraquara, maior cidade vencida pelo PT em São Paulo (228 mil habitantes), a partir de janeiro.

Para ele, a sociedade esperava que o PT fosse diferente de outros partidos, que fizesse as reformas necessárias e não reproduzisse o mesmo modelo de financiamento de outras legendas, o que não ocorreu. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista à Folha.

Folha - O que o PT precisa mudar para tentar sobreviver, a partir do encolhimento visto nas eleições?

Edinho Silva - Tenho avaliação de que a crise é do modelo político-partidário brasileiro. Evidentemente, atinge de forma específica o PT por ter sido o partido que ganhou as quatro últimas eleições nacionais. Agora, o processo para que o PT volte a ter a força que teve em eleições anteriores, e 2016 mostrou uma redução grande da perspectiva eleitoral do partido, passa primeiro por entendermos o momento, entendermos o que a sociedade espera do PT. Não tenho dúvidas que, se tiver capacidade de reconhecer os seus erros, que são erros do modelo político-partidário, não tenho dúvida que o legado do PT é muito grande, muito forte, ele tem muito enraizamento na sociedade brasileira. Se fizer um gesto nessa crise partidária que vivemos, reconhecer seus erros e reivindicar o legado que tem, não tenho dúvida da força do PT.

E qual é o principal erro a ser reconhecido?

O que ruiu foi o modelo político de financiamento, e a sociedade esperava de nós que fizéssemos diferente, não reproduzíssemos o mesmo modelo. É um erro a partir da expectativa da sociedade, que queria algo diferente. O fato de ter governado o Brasil por três mandatos consecutivos e não ter feito reforma político-partidária e reforma política, penso que talvez tenha sido nosso maior erro. Não ter criado um novo modelo, mostrar para a sociedade brasileira que o modelo político-partidário poderia ser diferente, que a relação da sociedade com o Estado poderia ser outra. Impunha reformas que nós não fizemos.

Quem o PT deveria lançar como candidato à presidência em 2018?

Acho que está muito cedo para definir a tática eleitoral de 2018. Tem de abrir esse debate, mas nesse momento penso que ainda não dá para dizer que temos um nome. Claro que o PT a partir de 2017 tem de construir um nome, lançar um nome, até para unificar o partido e poder dialogar com os demais partidos, construir um campo político. Não é possível fazer isso se não tiver um interlocutor liderando o processo. Talvez já no começo de 2017 isso seja definido.

Lula é o nome?

Lula sempre é um nome, evidente. Governou o Brasil, venceu duas eleições, fez a sucessora, sempre é um nome. Tem de ser conversado com ele, com a direção do partido. Defendo que ele assuma a presidência do PT, nem que seja por um período, até menos que um mandato inteiro se for o caso. Nesse momento de dispersão política, com risco de fragmentação do partido, de abertura de um processo de luta interna, penso que o Lula tem de assumir a presidência do PT e unificar o partido diante dos desafios que têm sido colocados.

Em São Paulo, o sr. obteve a maior vitória para o PT. Como será comandar o partido nesse sentido?

Já ocupei vários espaços políticos, tanto na área de governo como na estrutura partidária. Claro que todo começo é estimulante, sempre impõe novos desafios, mas também tenho clareza que a experiência que acumulei nesse período todo, na estrutura partidária, no Legislativo ou no governo será útil para que possa enfrentar esse momento difícil que os municípios estão passando. Governar Araraquara para mim sempre é um desafio, porque é minha cidade, onde me criei, cidade em que a partir dela ocupei outros espaços na política.

As outras prefeituras conquistadas pelo PT no Estado são pequenas. É possível, no cenário que ficou pós-eleição, de redução do PT, pensar em algum tipo de articulação partidária conjunta?

É sempre bom trocar experiências, sempre positivo. Mas, no caso das prefeituras, a principal articulação é sempre regional. Penso que vamos ter muita capacidade para articulação regional, para que possa debater problemas regionalizados, obter construções regionalizadas. Penso que ter espaço para trocar experiências na perspectiva partidária também é positivo.

Como está vendo a cidade a partir da transição de governo? Igual à que via na campanha?

Transição sempre é complicada, não ocorre no ritmo que a gente espera. Mas estamos conversando bastante e, em algumas medidas, o [Marcelo] Barbieri [atual prefeito, do PMDB] tem nos ouvido. Concluí a formação do secretariado e, dos 12 anunciados, 7 são mulheres e todos têm algum tipo de experiência administrativa, fizeram carreira na área de gestão. 

quinta-feira, dezembro 01, 2016

Lula deve assumir a presidência nacional do PT?


Por Valter Pomar*, em seu blog e no Tribuna de Debates

O Diretório Regional do PT do Rio de Janeiro aprovou, no dia 27 de novembro, a seguinte moção:

“Diante da necessidade profunda de reorganização do PT e de reinseri-lo cada dia mais no seio do povo brasileiro, em especial dos milhões e milhões de beneficiados pelas políticas redistributivas e afirmativas de nossos governos, o PT do Rio de Janeiro faz um apelo para que o Presidente Lula assuma a presidência nacional nacional do partido e lidere a realização de um amplo processo de reorganização partidária para que o PT se afirme cada vez mais como partido popular, socialista, militante e de esquerda, presente no cotidiano da vida do povo brasileiro.
Diretório Estadual do PT RJ.

Dia 27 de novembro de 2016”

Desconheço quantos votos esta moção recebeu.

Desconheço, também, se a proposta é para já (o que exigiria a renúncia do presidente Rui Falcão e a eleição de Lula pelo atual Diretório Nacional) ou para abril de 2017 (o que exigiria que Lula fosse candidato e eleito formalmente pela maioria dos delegados ao sexto congresso do Partido).

Seja como for, considero que trata-se de uma proposta equivocada, pelos motivos que já expus no dia 14 de setembro de 2016, na reunião do conselho da presidência nacional do Partido dos Trabalhadores.

O Partido dos Trabalhadores precisa realizar um balanço de sua trajetória, redefinir seu programa e sua estratégia, sua tática e seu modo de funcionar. E precisa — a partir deste debate e em função das conclusões a que se chegue — escolher uma nova direção partidária.

A eleição de uma nova direção não será o ponto de chegada, mas uma etapa de um longo processo através do qual o PT recuperará seu apoio junto a classe trabalhadora.

Os que defendem que Lula assuma a presidência do Partido parecem achar que isto facilitaria o processo, tendo em vista sua popularidade externa e interna.

Certamente Lula pode e deve contribuir para o processo de reconstrução do PT. Mas a questão é: assumir a presidência nacional do PT é a maior contribuição que ele poderia dar neste sentido?

Lula já é o presidente de honra do PT.

Se o PT fosse um país, Lula seria o chefe de Estado e o presidente do Partido seria o chefe de governo, uma espécie de primeiro-ministro.

Na vida real, quem defende que Lula assuma a presidência do Partido está propondo que ele acumule as duas funções: a de “chefe de Estado” e a de “chefe de governo”.

No caso concreto de Lula, trata-se de um acúmulo brutal de tarefas, especialmente se lembrarmos que ele é vítima de uma perseguição judicial e também nosso pré-candidato à presidência da República.

Ou seja, Lula teria que — entre outras coisas — coordenar sua própria pré-campanha à presidência da República e coordenar a sua própria defesa contra as arbitrariedades judiciais, além de coordenar a ação cotidiana do Partido.

É impossível dar conta, com qualidade, deste conjunto de tarefas. Na prática, muitas delas teriam que ser transferidas para terceiros.

É o que ocorre em vários estados e cidades onde a direção do Partido é exercida por pessoas que exercem, simultaneamente, mandatos parlamentares ou executivos.

Na maioria dos casos, o exercício efetivo da direção partidária é transferido para outras pessoas, que não foram eleitas para esta função.

O que faz a discussão voltar ao ponto de partida… precisamos de um coletivo dirigente que tenha capacidade politica e legitimidade na base do Partido. A ausência deste coletivo contribui para nossa crise; querer resolver este problema através de Lula nos levaria… de volta ao ponto de partida.

Mas vamos supor que Lula fosse um super-homem capaz de assumir tantas e concorrentes tarefas ao mesmo tempo.

Vamos supor, também, para facilitar a argumentação, que uma candidatura de Lula à presidência do PT fosse tão unânime quanto sua candidatura à presidência da República; e que Lula tivesse aptidão e vontade para exercer mais uma vez as tarefas da presidência partidária.

Mesmo assim, o acúmulo de tarefas e funções seria um presente para os adversários e para os inimigos de Lula e do PT. Daria a eles um alvo único para atacar. E, no sentido inverso, seria impossível fazer uma divisão de tarefas entre Lula e o PT.

Mas vamos supor, ainda, que nós conseguíssemos superar estas dificuldades todas.

Ainda assim, pergunto: não seria melhor aproveitar a presença de Lula para ajudar a formar outros quadros (homens e mulheres) capaz de assumir desde já a presidência efetiva do Partido? Porque adiar esta inevitável e necessária renovação?

Falando de outro jeito: se Lula fosse de fato a única solução, isto seria uma confissão de que o PT está muito mais débil do que imaginam nossos inimigos. Afinal, 37 anos depois, a única pessoa que supostamente teríamos capaz de assumir a presidência do Partido, seria aquele que foi o seu primeiro presidente, em 1980.

Entendo que alguns setores do Partido não vejam outra solução. Olham para si mesmos, para suas próprias alternativas e não enxergam ninguém capaz de dar conta da tarefa. E ai lembram de Lula.

Recomendo a estes setores que olhem para outras alternativas no seu interior, e que olhem também para além de si mesmos. Noutras tendências e fora das tendências há ótimos nomes, capazes de assumir a direção nacional do PT.

Não custa lembrar que o Partido é maior do que todas as nossas tendências e grupos. Se não temos entre nós nenhum nome à altura, não é preciso recorrer a Lula: há várias outras alternativas, que permitiriam a Lula cumprir as tarefas que já cumpre e que permitiram ao PT iniciar imediatamente o processo de requalificação e renovação de sua direção nacional.

Deste ponto de vista, escolher Lula seria retardar desnecessariamente o processo de renovação do Partido. Teria o efeito oposto ao pretendido pela referida moção aprovada pelo Diretório do Rio de Janeiro. E incorreria no erro de outros partidos de esquerda, no Brasil e no mundo, que desenvolveram verdadeira dependência em relação a um dirigente específico ou a um grupo muito restrito de quadros.

Considero que este tipo de proposta padece do mesmo defeito de algumas polêmicas que tomaram conta do PT nos últimos meses.

Renúncia da direção? Congresso plenipotenciário? PED? O Partido já consumiu imensas energias debatendo estes e outros “entretantos”. E vem deixando em segundo ou terceiro plano o debate sobre os “finalmente”, sobre qual a linha política que devemos adotar.

E sem uma nova linha política, não há presidente nem direção coletiva que seja capaz de resolver o problema.

Um último comentário: quando falamos de uma nova linha política, não estamos pensando em abstrações sobre cenários de médio e longo prazo.

A crise do governo golpista e a ofensiva reacionária contra os direitos exigem resposta imediata. É também no terreno destas lutas concretas que forjaremos desde já uma nova estratégia, um novo programa, um novo modus operandi e uma nova direção para o Partido dos Trabalhadores.

*Valter Pomar é gráfico e historiador. Foi dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores e Secretário Executivo do Foro de São Paulo entre 2005 e 2013.

sábado, maio 30, 2015

As velhas e as novas tendências e iniciativas do PT-PA


A notícia encontrada na coluna Repórter Diário, do jornal Diário do Pará deste sábado (30), revela a ruptura do grupo do ex-vereador Marquinho, historicamente ligado à DS - Democracia Socialista, tendência interna do PT dirigida no Estado do Pará pela ex-governadora Ana Júlia e o ex-deputado federal Cláudio Puty.

Ainda sem definição se permanece ou não no bloco da Mensagem ao Partido, hegemonizado no Pará e no Brasil pela DS, a nova tendência pode ser a válvula de escape para militantes que andam insatisfeitos com o distanciamento e falta de organicidade do grupo, que hegemonizou o governo Ana Júlia 2007/2010 e logo depois do fim do mandato petista, viu surgir a polarização entre Puty e Ana. Dali em diante, ambos articularam suas candidaturas para a Câmara Federal e o resultado é sabido por todos: Puty não se reelegeu e Ana Júlia também não logrou êxito.

Mas se alguém acha que a situação da DS é caótica, precisa saber como anda o clima na Unidade na Luta, do senador Paulo Rocha e do ex-deputado federal Miriquinho Batista, ou na Articulação Socialista do deputado federal Beto Faro e do deputado Estadual Carlos Bordalo

Das maiores e significativas tendências, a única que anda mantendo um ar de unidade estratégica, seus problemas internos reservados e não se esfacelou após o último PED - Processo de Eleições Direitas, realizado em 2013, foi o PT pra Valer, hoje denominada Construindo um Novo Pará. As demais não somam força a ponto de serem consideradas pelos dirigentes das tendencias que comandam o partido no Pará, como o "PT de letrinhas". São elas o Partido de Lutas e de Massas, PTLM, Articulação de Esquerda e o Movimento PT.



A única novidade neste cenário, que surge como alternativa agregadora de Gregos e Troianos insatisfeitos com os caminhos traçados pelo PT, mas sai da condição de vítima e reconhece os avanços e responsabilidade de todos é o Fórum da Militância Petista. Propositivos em relação ao fortalecimento do conjunto partidário, a inteligente iniciativa parte de um conjunto de lideranças petistas, que independente das direções das tendências, reúne filiados, simpatizantes e lideranças sindicais e populares da base de todas os grupos do PT e que por isso, vem promovendo importantes debates com a militância petista de vários municípios, inclusive online.

Como a iniciativa ainda é muito recente e parte da Região Metropolitana para o interior, o Fórum planeja ampliar, fomentando debates, seminários, oficinas e atividades de formação política em todos os municípios paraenses, porém sem a pretensão de ser "mais um grupo ou tendência" no partido e sim um autêntico fórum permanente de debates sobre os rumos, ações e as políticas públicas que o PT discute e apresenta à sociedade.

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Compromissos de renovação e expulsões marcam os 35 anos do PT

Diante de milhares de militantes do PT, Lula defendeu renovação e ética partidária. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula.

O PT completou este mês 35 anos de fundação e em várias cidades e Estados do Brasil, o partido vem passando por intensos debates para se manter o mais bem avaliado pelos brasileiros e seguir mudando a vida do povo para melhor.

Com 1,5 milhão de filiados, 70 deputados, 12 senadores, 05 governadores, 633 prefeitos e uma presidente da República, o Partido do Trabalhadores é tido desde 2009 como o preferido da sociedade brasileira, segundo o IBOPE. No entanto, Lula presidente de honra do partido, disse na última reunião do seu Diretório Nacional, realizada no início deste mês em Belo Horizonte-MG, que este é um momento de enfrentamento para o partido, de fazer uma reflexão sobre os erros do passado. 

Segundo Lula, o PT governa o País, cinco estados e está fortemente presente no Congresso Nacional, mas isso não é suficiente para enfrentar as tentativas de destruição que o partido sofre. “O PT vai ter que voltar pra luta”, afirmou. A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”, elencou Lula, em dezembro do ano passado.

"O PT precisa repensar o seu papel na sociedade, e o congresso é o momento oportuno de discutir isso", afirmou. Para ele, quem não tem compromisso ético deve sair do partido. “Não existe no mundo nenhuma experiência política mais bem sucedida que o PT. E óbvio, por ter ficado grande, a gente comete erros”, avaliou.

Em recente artigo publicado na Agência PT de Notícias, a deputada estadual por São Paulo, Márcia Lia reflete: "Passamos por momentos difíceis ontem e hoje; crescemos em número e precisamos crescer em formação e qualidade para não desviarmos nosso olhar dos objetivos que nos reuniram em torno de um partido que deve traduzir a nossa própria honra. A ética não é um bem transitório. É um bem maior que o Partido dos Trabalhadores defende. Está na sua gênese. E isso não é pouco em suas exigências aos seus filiados. Por isso precisamos ter coragem para enfrentar os debates postos à mesa, com serenidade. Estas serão nossas aliadas de toda hora para transmutar o desgaste que se apresenta".

Expulsões em 2015.

PI - O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores no Piauí (PT) pediu a expulsão do prefeito de Lagoa do Sítio, José de Arimateas Rabelo, conhecido como "Zé Simão". O prefeito foi preso por ser o principal suspeito de ter assassinado a própria esposa de apenas 34 anos, crime ocorrido na madrugada da terça-feira (10). De acordo dirigentes, existe também a denúncia de infidelidade partidária nas últimas eleições. Segundo a Executiva Estadual, o prefeito não votou em nenhum candidato do partido, tanto em âmbito nacional, quanto estadual, mesmo estando filiado ao partido há cinco anos, ele nunca seguia a orientação do PT.

GO - No fim de janeiro, 02 dos 03 vereadores do PT em Goiânia foram expulsos do partido, depois que o diretório metropolitano avaliou o relatório da Comissão de Ética que apontou a infidelidade partidária dos vereadores Tayrone de Martino Gomes e Felisberto Tavares, baseado em declarações pessoais, à imprensa e em suas redes sociais como o twitter e facebook, onde sempre se mostravam contrários aos projetos do prefeito petista Paulo Garcia. Além disso, havia uma insatisfação por parte da militância e dirigentes locais, pelo fato de Tayrone ter renunciado à candidatura de vice-governador pelo PT em 2014. O diretório avaliou que a renúncia abalou a credibilidade da candidatura do PT ao governo do Estado, bem como perante a sociedade goiana. Contra Felisberto, soma-se os votos contrários aos projetos do prefeito Paulo Garcia e o mais grave: O vereador declarou apóio à candidatura do governador Marconi Perillo (PSDB), apoio contrário ao que já havia determinado a direção partidária, que decidiu apoiar Iris Rezende-PMDB.

DF - Desde que perdeu as eleições e deixou o cargo de governador do Distrito Federal, a expulsão de Agnelo Queiroz é debatida. Dívidas de campanha que não teriam sido contabilizadas em sua prestação de contas ao TSE, podem lhe render tanto a  ele, quanto ao seu vice, Tadeu Filipelli (PMDB), a punição e até a inelegibilidade. Além disso, no fim de sua gestão, boa parte do funcionalismo público ficou sem pagamento de seus salários. Por isso, Agnelo Queiroz acumula críticas tanto de seus opositores, quanto de petistas de Brasília. Pra piorar, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deu entrada em uma ação civil pública de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o governador que também enfrenta fortes críticas do atual governador que o acusa de ser deixado uma herança de R$ 6,5 bilhões de  deficit, o que Agnelo negou em uma entrevista ao Correio Braziliense, dizendo que o déficit "é uma ficção, uma mentira". Ele disse que esse números são usados com o "objetivo de jogar uma cortina de fumaça por quem sabe que não tem como cumprir as promessas de campanha", referindo-se a Rollemberg (PSB), atual governador do Distrito Federal.

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

O PT e o esgotamento de um modelo


“O PT manterá capacidade para ser força aglutinadora  de uma nova Frente de Esquerda? O tempo dos acordos e do ‘reformismo fraco’ está encerrado.”


Por Rodrigo Vianna, no Portal Fórum.

Não há nenhuma dúvida de que o governo petista e o próprio PT enfrentam a crise mais grave desde que Lula chegou ao poder em 2003.

Muito mais grave do que a do Mensalão em 2005: naquela época a Economia não estava à beira da recessão, e o núcleo dirigente do PT e do governo era mais consistente.

A eleição de Eduardo Cunha não foi um raio em céu azul. Mas o sinal de esgotamento de um modelo – esgotamento que já ficara claro com as dificuldades enfrentadas por Dilma na eleição de 2014.

De que modelo falamos?

Lula aproveitou a maré favorável na economia internacional para articular um projeto de distribuição de renda, com fortalecimento do mercado interno, recuperação do papel do Estado e crescimento econômico – ajudando também a costurar um novo bloco de poder internacional, que se contrapôs (em parte) à hegemonia dos Estados Unidos e Europa.

Reparem: não digo que Lula tenha sido apenas um “sortudo” (como afirmam certos economistas e colunistas ligados ao tucanato). Não. A fase de crescimento mundial, com valorização do preço das “commodities” (grãos, petróleo, minério de ferro etc), puxada principalmente pela China, foi o pano de fundo… Mas a oportunidade poderia ter sido desperdiçada. E não o foi.

O que se fez nos últimos 12 anos não foi pouco. A incorporação de 30 milhões de brasileiros ao mercado de massas é um patrimônio, que deve ser defendido. Assim como o projeto de uma Nação autônoma – recuperado nos anos Lula/Dilma.

O mérito do projeto lulista/petista foi ter aproveitado a maré internacional favorável para melhorar a vida dos trabalhadores e dos mais pobres no Brasil. Mas isso foi feito sem nenhuma mudança estrutural, sem ameaçar o poder efetivo dos mais ricos… Foi feito com acordos por cima e por baixo. E com acomodação no Congresso.

O projeto lulista, na feliz definição de André Singer, era (vejam que uso o verbo no passado) o de um “reformismo fraco”. Reformas sem confronto.

Muitos (inclusive este blogueiro) lamentam que Lula não tenha trabalhado para politizar mais a sociedade enquanto esteve no poder. E que o PT tenha se acovardado diante da máquina midiática conservadora. Esse seria o motivo para o avanço da direita – que está ganhando a batalha das ideias, certo?

Nos últimos tempos, tenho sido levado a pensar que a explicação não é assim tão simples…

Vejamos: Argentina e Venezuela possuem governos muito mais politizados (e politizantes), adotaram o confronto de ideias, fizeram o debate sobre a mídia. E, no entanto, vivem hoje em situação também delicada. A conclusão óbvia é que a conjuntura econômica tem um peso muito maior do que qualquer “politização” ou “combate simbólico” poderiam garantir.

O modelo inicial lulista, em verdade, mudou bastante a partir de 2008. Quando a crise das hipotecas originada nos Estados Unidos travou a economia ocidental (reduzindo um pouco também o ímpeto chinês), o Brasil já tinha erguido um gigantesco mercado interno – graças às políticas sociais de Lula (Bolsa-Família, forte recuperação do salário-mínimo).

Foi esse mercado que garantiu ao Brasil (entre 2009 e 2014) níveis de crescimento razoáveis,e desemprego muito baixo, em comparação com a tragédia social ocorrida no sul da Europa (Espanha/Portugal/Grécia) e em partes dos Estados Unidos.

Lula/Mantega, na crise, recusaram-se a utilizar a cartilha liberal. Resistiram.

Ao fim do primeiro governo Dilma, no entanto, também essa segunda fase parecia esgotada. Se desde 2008 já não se podia contar com a economia internacional, em 2014 ficou claro que o mercado interno (baseado em crédito e em desonerações fiscais, mais do que em investimento) mostrava também sinais de esgotamento.

Dilma tentara aprofundar as mudanças, mas perdeu a batalha da redução de juros: a “burguesia nacional/industrial” faltou ao encontro com a Nação (de novo?) e, em vez de aliar-se ao esforço de redução dos juros, manteve-se fiel ao velho rentismo (melhor ganhar um dinheirinho com aplicação no banco do que com projetos produtivos).

Em 2014, já estava claro que seria preciso iniciar um novo ciclo, com novo projeto. Era preciso fazer algum ajuste nas contas do governo. A questão era (e é): ajuste pra quem? comandado por quem? Na campanha eleitoral, Dilma acenou à esquerda. Prometeu que ajuste neoliberal era coisa de Marina e Aécio. Passada a eleição, virou à direita.

Esse é o novo ciclo que o PT oferece ao Brasil? Para isso já há o PSDB e seus aliados midiáticos.

Ah, mas Lula fez parecido em 2003. Ora, há uma diferença brutal: Lula fez a “Carta aos Brasileiros” ANTES da eleição, em 2002. Dilma fez um “contrato” para vencer a eleição, em 2014. E, no primeiro mês de mandato, rompeu em parte o contrato.

Em dezembro, escrevi neste blog que Dilma teria a dura tarefa de equilibrar-se entre dois fogos: a “governabilidade” (que poderia garantir alguma estabilidade no Congresso) e a “força das ruas” (que garantiu efetivamente sua vitória contra a direita, no segundo turno). Minha avaliação era de que Dilma não poderia abrir mão dos acordos com o centro, mas só teria alguma força para negociar esses acordos se mantivesse a seu lado um bloco popular mobilizado.

Pois bem. Dilma apostou tudo na governabilidade, e jogou fora parte da energia das ruas que garantiu sua vitória.

A eleição de Eduardo Cunha, em si, não deveria ser uma surpresa. O Congresso que saiu das urnas em 2014 era claramente dominado pelo Centrão. A maior tragédia, para o governo e o PT, foi a vitória de Cunha ter vindo depois de Dilma ter cedido tudo à direita, em nome da governabilidade.

A presidenta agora se defronta com o pior dos mundos: não tem a governabilidade no Congresso, e perdeu o apoio de quem poderia defendê-la nas ruas contra manobras golpistas. Sejamos claros: quem irá para a rua defender Dilma (e a política recessiva do Levy), se vier um pedido de impeachment?

Ok, concordo com colegas blogueiros, que afirmam: não se deve fazer terrorismo com essa história de impeachment… Derrubar Dilma é uma manobra que pode interessar aos velhos tucanos paulistas. Pode interessar ao Ives Gandra, ao FHC. Mas será que (hoje) interessa a essa nova maioria que comanda a Câmara?

Eduardo Cunha já avisou que não. Mas imaginem o preço que isso terá… O quadro é grave, confuso.

A Economia vai para a recessão. Isso já não é mais uma hipótese. Mas uma certeza. Além disso, o país vai parar com a nova CPI da Petrobrás. E a Lava-Jato vai arrastar dezenas de parlamentares para a lama. Tudo isso sem que o PT tenha qualquer capacidade de reação.

Uma crise de representação, com a desmoralização da política, somada a uma crise econômica, é um cenário para uma renovação mais radical da política.  Foi o que se viu na Grécia (Syriza) e é o que pode ocorrer na Espanha (Podemos). Mas lembremos que na França é a extrema-direita de Le Pen (a filha) quem fatura com a crise, fazendo um discurso parecido com o de bolsonaros, felicianos e outros aprendizes de fascistas.

O cenário no Brasil é muito diferente. Aqui estamos longe de uma crise social. Mas há um bombardeio midiático ininterrupto, baseado no discurso “moral”. Já vimos onde isso levou em 1954 – quando o Mar de Lama udenista terminou em tragédia.

O PT manterá alguma capacidade para ser força aglutinadora (uma entre várias forças) de uma nova Frente de Esquerda – que parece ser a saída para se enfrentar o novo ciclo histórico?

O Quinto Congresso do partido, que acontece este ano, terá papel definitivo. Se o PT seguir amortecido, incapaz de se renovar como força aglutinadora do bloco popular, terá selado seu destino.

O tempo dos acordos e do “reformismo fraco” está encerrado. Sem renovação imediata, o PT não vai “acabar” (como afirmou Marta, de forma açodada e oportunista), mas definhar. Nesse caso, o PT não seria derrotado pelo “mar de lama” – como afirmam mervais e colunistas toscos na revista da marginal. Mas pela falta de capacidade de reagir à agenda conservadora, e pelo fato de não propor um novo modelo de desenvolvimento alternativo ao neoliberal.

O PT, se não reagir, abrirá caminho para sua pasokização (PASOK é o partido socialista grego, que costumava ter um terço dos votos, e depois de trair os trabalhadores com um programa ultraliberal, teve menos de 5% na última eleição).

A esquerda, nesse caso, terá que encontrar outras instrumentos políticos para enfrentar a ofensiva conservadora – que tende a se tornar ainda mais dura nos próximos anos.

Esse processo, na verdade, já se iniciou. Mas não está definido.

P.S: vejo em alguns comentaristas e militantes mais à esquerda a esperança de que Lula “vai entrar nesse jogo e mudar tudo”; Lula pode muito, mas não é mágico; sem construir um novo bloco e um novo projeto, não há líder salvador que salve coisa nenhuma…

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

PT: O maior partido do Brasil

São mais de 1,5 milhão de filiados, 70 deputados, 12 senadores, cinco governadores, 633 prefeitos e uma presidenta.

Por Flávia Umpierre*

Fundado em 10 de fevereiro de 1980, o PT chega em 2015 entre os dez maiores partidos políticos do Brasil. Em número de filiados, a legenda registrou crescimento exponencial nos últimos dois anos. Somente em 2013, conquistou mais de 37,6 mil novos petistas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para celebrar os 35 anos de história da sigla que mais cresce no País, a Agência PT de Notícias preparou uma série de reportagens que relembrarão passagens marcantes, conquistas, desafios e projetos para os próximos anos.

Atualmente, a sigla conta com 1.590.304 filiados, segundo dados do TSE. O número corresponde a 10,37 % do total de cidadãos filiados a partidos políticos no Brasil.

O PT é também o partido preferido da população, desde 2009, segundo pesquisa realizada pelo IBOPE, em abril de 2014. A legenda registrou o maior percentual de simpatizantes do último ano, com 22%.

Na Câmara dos Deputados, forma a maior bancada com 70 deputados, conquistados com 13.554.164 votos, o maior número entre todas as siglas. Para o Senado, o PT manterá 12 representantes e inicia o ano com cinco governadores, 633 prefeitos e o posto mais alto do Poder, a presidência da República.

Grande desde sua formação, em 1982, quando obteve oficialmente o registro no TSE, o PT já contava com mais de 400 mil militantes. Naquele ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputou o governo de São Paulo, ficando em quarto lugar, com 1.144.648 votos.

Na mesma eleição, primeira em que o PT participou, o partido elegeu oito deputados federais, 12 estaduais e 78 vereadores.

Anos depois, em 1986, Lula foi eleito o deputado federal mais votado do país para a Assembleia Nacional Constituinte, com 650.134 votos e o PT passou a ter 16 deputados no Congresso. Em 1988, o partido teve um desempenho histórico nas eleições municipais, elegendo 36 prefeitos e mil vereadores em todo o Brasil.

A grande vitória do partido e também de Lula veio em 2002, quando, com quase 53 milhões de votos, Lula foi eleito Presidente da República.

*Flávia Umpierre é da Agencia PT de Notícias.

terça-feira, dezembro 16, 2014

Lula: É preciso voltar a construir utopias

Lula fala dos desafios do PT e sugere que o partido repense seu papel na sociedade.

Fiz questão de ouvir na íntegra, o discurso que Lula fez na abertura do 5º Congresso Nacional do PT, realizado na última quarta-feira (10) em Brasília-DF, quando chamou a atenção do partido para muita coisa que alguns dirigentes insistem em não debater.

Atento sobre tudo que acontece no interior do partido, o líder petista ressaltou a necessidade do partido usar a internet como instrumento para o diálogo com a juventude, criticou os profissionais da política e os gastos exorbitantes das campanhas eleitorais. 

Abaixo alguns trechos pinçados de sua fala que também pode ser escutada aqui.

“Companheiros e companheiras, é hora de o orgulho petista aflorar. É hora de a gente dizer pra todos os militantes do PT: esse partido nasceu pra ser diferente. E vai ser diferente. Quem não quiser cumprir o ritual ético nesse partido, ter uma relação ética na sociedade ou nas instâncias governamentais, é melhor sair do PT, porque senão a gente não vai conseguir governar esse país.

A gente começa a adquirir hábitos que não deveríamos ter adquirido, porque não nascemos para isso. Nós não nascemos para ser igual aos outros, nascemos pra ser diferentes. Nós nascemos pra fazer campanhas diferentes. Nós nascemos para não fazer campanhas baseadas nos cabos eleitorais pagos. Uma campanha baseada no gasto de muito dinheiro, aonde a militância desaparece e aparece o profissional da política. Nós não nascemos pra isso.” 

Eu não defendo a ideia de que o PT volte às origens, porque, coitadinho do Lula, voltar às origens aos 69 anos é impensável. Não quero isso. Quero que a gente evolua, como evolui a sociedade. [...] Mas eu acho que o PT precisa repensar o seu papel na sociedade. A palavra repensar é muito difícil, porque pensar já e muito difícil. Imagina repensar! Significa penar duas vezes. É difícil. Mas nós precisamos repensar o nosso papel. [...] A direção de um partido não é uma partilha entre tendências. A direção de um partido tem que ter os principais quadros desse partido, para se transformar em voz pública desse partido, para defender o partido. Nós, nesse momento político, precisamos ter mais representatividade. Precisamos ter mais força pública.

Houve um tempo em que a gente ia pra um comício do PT e a grande maioria era de jovens de 25, 26 e até 27 anos. E nós, muitas vezes, somos pais dessa gente que taí. Quem sabe nós não estamos conseguindo convencer essa gente a ter a mesma esperança, o mesmo sonho que nos tivemos quando começamos o PT. Então, é preciso voltar a construir sonhos. É preciso voltar a construir utopias.

Essa meninada que não ouve mais rádio, que não ouve mais televisão, que não lê mais jornal, como é que nós vamos conversar com ela, numa linguagem de meias palavras, que eu nem entendo mais o Twitter. É tudo muito curto, muito breve. Você não consegue explicitar uma ideia. Onde é que a gente vai se comunicar com essa gente num momento em que a gente é atacado?"

segunda-feira, agosto 19, 2013

Entender e fortalecer as redes sociais é imperativo para o PT, diz vice-presidente do partido

Alberto Cantalice, vice-presidente Nacional do PT. (Foto: Richard Casas/PT)
Por Alberto Cantalice, no Portal do PT.
 
A emergência e contemporaneidade das redes sociais faz com que as forças de esquerda brasileira, no geral, e em particular o Partido dos Trabalhadores (por ser a maior expressão desse ideário) se debrucem sobre o tema para entender esse novo paradigma da comunicação e da expressão em voga no mundo.
 
Acostumados ao discurso, ao panfleto, o carro de som e a velha escolástica, temos tomado um verdadeiro baile - para usar um mote futebolístico - dessas novas ferramentas.

A própria mídia tradicional (oligopolizada e cada vez mais parcial), vem aceleradamente buscando formas de se inserir nesses novos ares para poder, desesperadamente, também tentar “ditar as regras” e capturar a opinião pública que durante anos recebem seu “batalhão de informações” via jornais, rádios e TVs, sem que tivessem outra opção.

A velocidade de disseminação das informações, que tendem a cada vez mais se aprofundar; a democratização real, pois cada um a partir do seu computador pode criar e difundir qualquer tipo de ideia e convocação, faz com que o velho conservadorismo busque seu controle, para que se continue a prevalecer a lógica da mesmice e a trama brasileira de “mudar para que nada mude”.

Foram as “redes” que alavancaram o fim da blindagem do tucanato paulista no caso do Metrô e dos Trens. A mídia tradicional foi compelida a assumir no noticiário, graças ao “bombardeio” das redes sociais. Sem essa ação, o chamado TRENSALÃO, ficaria - como ficou - durantes anos nas brumas do esquecimento.

Urge para o Partido dos Trabalhadores, vítima sistemática da visão parcial e elitista transmitida diuturnamente pelos veículos de mídia tradicionais e até de campanhas sorrateiras nas redes sociais, buscar formas de, em rede, capilarizar com o apoio das estruturas do Partido, seus militantes e simpatizantes, sair do “cerco” que nos é imposto pelo status quo, buscando meios e modos de aumentar sua comunicação no mundo virtual.

Ao compreender a importância desse novo mecanismo, o Partido resolveu dinamizar suas ferramentas, principalmente o site (ou sítio), o twitter e o facebook do Partido objetivando aumentar a interação com a militância Petista e o conjunto de milhões de brasileiras e brasileiros que tem em nós um referencial de mudanças na vida política e social do País.

Ainda há muito caminho a percorrer. Entendo que as críticas que temos recebido de grande parte dos militantes decorre do fato, que reconhecemos verdadeiro, da excessiva burocratização e institucionalização das instâncias partidárias e de um certo “desleixo” com os movimentos sociais, que sempre foram e sempre serão a nossa espinha dorsal.

A crença nas novas formas de diálogo não substituirá a retomada das ruas. Foi nelas que o PT nasceu, cresceu e se tornou o principal partido de esquerda da América Latina. No entanto, não podemos vê-las como mero espaço da busca do voto nos períodos eleitorais. Não é isso que consta no nosso DNA. A rua, principalmente nas grandes cidades, é onde se busca pela via da reivindicação a melhoria das condições de vida porta à fora. Já que da porta para dentro, a vida tem melhorado principalmente com o adventos dos exitosos governos Lula e Dilma.

Não seria forçoso corroborar com as críticas que os chamados blogueiros progressistas e demais militantes virtuais fazem da excessiva concentração da propaganda oficial nas redes de mídias monopolistas. Concordamos que a democratização também se dê nos organismos oficiais dos governos.

A luta pela regulamentação dos artigos da Constituição que velam pela democratização dos meios de comunicação tem que ser regulamentados. Não cairemos na cantilena de que o que querem os setores progressistas é a censura. Censura no caso, é o estabelecimento forçoso do chamado “pensamento único” e a interdição pelo monopólio das grandes redes do pluralismo das ideias.

Viva a democracia. Viva as redes sociais!!!!

*Alberto Cantalice é vice-presidente Nacional do PT e recebeu lideranças petistas que atuam nas redes sociais no dia 23 de Julho na sede nacional do partido em Brasília-DF e estes lhe entregaram uma carta criticando a direção partidária e apontando soluções para o uso das redes sociais e da blogosfera na luta contra a manipulação da grande mídia e os adversários do PT.
 
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Acostumados ao discurso, ao panfleto, o carro de som e a velha escolástica, temos tomado um verdadeiro baile - para usar um mote futebolístico - dessas novas ferramentas.
A própria mídia tradicional (oligopolizada e cada vez mais parcial), vem aceleradamente buscando formas de se inserir nesses novos ares para poder, desesperadamente, também tentar “ditar as regras” e capturar a opinião pública que durante anos recebem seu “batalhão de informações” via jornais, rádios e TVs, sem que tivessem outra opção.
A velocidade de disseminação das informações, que tendem a cada vez mais se aprofundar; a democratização real, pois cada um a partir do seu computador pode criar e difundir qualquer tipo de ideia e convocação, faz com que o velho conservadorismo busque seu controle, para que se continue a prevalecer a lógica da mesmice e a trama brasileira de “mudar para que nada mude”.
Foram as “redes” que alavancaram o fim da blindagem do tucanato paulista no caso do Metrô e dos Trens. A mídia tradicional foi compelida a assumir no noticiário, graças ao “bombardeio” das redes sociais. Sem essa ação, o chamado TRENSALÃO, ficaria - como ficou - durantes anos nas brumas do esquecimento.
Urge para o Partido dos Trabalhadores, vítima sistemática da visão parcial e elitista transmitida diuturnamente pelos veículos de mídia tradicionais e até de campanhas sorrateiras nas redes sociais, buscar formas de, em rede, capilarizar com o apoio das estruturas do Partido, seus militantes e simpatizantes, sair do “cerco” que nos é imposto pelo status quo, buscando meios e modos de aumentar sua comunicação no mundo virtual.
Ao compreender a importância desse novo mecanismo, o Partido resolveu dinamizar suas ferramentas, principalmente o site (ou sítio), o twitter e o facebook do Partido objetivando aumentar a interação com a militância Petista e o conjunto de milhões de brasileiras e brasileiros que tem em nós um referencial de mudanças na vida política e social do País.
Ainda há muito caminho a percorrer. Entendo que as críticas que temos recebido de grande parte dos militantes decorre do fato, que reconhecemos verdadeiro, da excessiva burocratização e institucionalização das instâncias partidárias e de um certo “desleixo” com os movimentos sociais, que sempre foram e sempre serão a nossa espinha dorsal.
A crença nas novas formas de diálogo não substituirá a retomada das ruas. Foi nelas que o PT nasceu, cresceu e se tornou o principal partido de esquerda da América Latina. No entanto, não podemos vê-las como mero espaço da busca do voto nos períodos eleitorais. Não é isso que consta no nosso DNA. A rua, principalmente nas grandes cidades, é onde se busca pela via da reivindicação a melhoria das condições de vida porta à fora. Já que da porta para dentro, a vida tem melhorado principalmente com o adventos dos exitosos governos Lula e Dilma.
Não seria forçoso corroborar com as críticas que os chamados blogueiros progressistas e demais militantes virtuais fazem da excessiva concentração da propaganda oficial nas redes de mídias monopolistas. Concordamos que a democratização também se dê nos organismos oficiais dos governos.
A luta pela regulamentação dos artigos da Constituição que velam pela democratização dos meios de comunicação tem que ser regulamentados. Não cairemos na cantilena de que o que querem os setores progressistas é a censura. Censura no caso, é o estabelecimento forçoso do chamado “pensamento único” e a interdição pelo monopólio das grandes redes do pluralismo das ideias.
Viva a democracia. Viva as redes sociais!!!!
*Alberto Cantalice é vice-presidente Nacional do PT
- See more at: http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_entender_e_fortalecer_as_redes_sociais_e_imperativo_para_o_pt_albert#sthash.ksSrK5Ym.IJI5ia9m.dpuf
Acostumados ao discurso, ao panfleto, o carro de som e a velha escolástica, temos tomado um verdadeiro baile - para usar um mote futebolístico - dessas novas ferramentas.
A própria mídia tradicional (oligopolizada e cada vez mais parcial), vem aceleradamente buscando formas de se inserir nesses novos ares para poder, desesperadamente, também tentar “ditar as regras” e capturar a opinião pública que durante anos recebem seu “batalhão de informações” via jornais, rádios e TVs, sem que tivessem outra opção.
A velocidade de disseminação das informações, que tendem a cada vez mais se aprofundar; a democratização real, pois cada um a partir do seu computador pode criar e difundir qualquer tipo de ideia e convocação, faz com que o velho conservadorismo busque seu controle, para que se continue a prevalecer a lógica da mesmice e a trama brasileira de “mudar para que nada mude”.
Foram as “redes” que alavancaram o fim da blindagem do tucanato paulista no caso do Metrô e dos Trens. A mídia tradicional foi compelida a assumir no noticiário, graças ao “bombardeio” das redes sociais. Sem essa ação, o chamado TRENSALÃO, ficaria - como ficou - durantes anos nas brumas do esquecimento.
Urge para o Partido dos Trabalhadores, vítima sistemática da visão parcial e elitista transmitida diuturnamente pelos veículos de mídia tradicionais e até de campanhas sorrateiras nas redes sociais, buscar formas de, em rede, capilarizar com o apoio das estruturas do Partido, seus militantes e simpatizantes, sair do “cerco” que nos é imposto pelo status quo, buscando meios e modos de aumentar sua comunicação no mundo virtual.
Ao compreender a importância desse novo mecanismo, o Partido resolveu dinamizar suas ferramentas, principalmente o site (ou sítio), o twitter e o facebook do Partido objetivando aumentar a interação com a militância Petista e o conjunto de milhões de brasileiras e brasileiros que tem em nós um referencial de mudanças na vida política e social do País.
Ainda há muito caminho a percorrer. Entendo que as críticas que temos recebido de grande parte dos militantes decorre do fato, que reconhecemos verdadeiro, da excessiva burocratização e institucionalização das instâncias partidárias e de um certo “desleixo” com os movimentos sociais, que sempre foram e sempre serão a nossa espinha dorsal.
A crença nas novas formas de diálogo não substituirá a retomada das ruas. Foi nelas que o PT nasceu, cresceu e se tornou o principal partido de esquerda da América Latina. No entanto, não podemos vê-las como mero espaço da busca do voto nos períodos eleitorais. Não é isso que consta no nosso DNA. A rua, principalmente nas grandes cidades, é onde se busca pela via da reivindicação a melhoria das condições de vida porta à fora. Já que da porta para dentro, a vida tem melhorado principalmente com o adventos dos exitosos governos Lula e Dilma.
Não seria forçoso corroborar com as críticas que os chamados blogueiros progressistas e demais militantes virtuais fazem da excessiva concentração da propaganda oficial nas redes de mídias monopolistas. Concordamos que a democratização também se dê nos organismos oficiais dos governos.
A luta pela regulamentação dos artigos da Constituição que velam pela democratização dos meios de comunicação tem que ser regulamentados. Não cairemos na cantilena de que o que querem os setores progressistas é a censura. Censura no caso, é o estabelecimento forçoso do chamado “pensamento único” e a interdição pelo monopólio das grandes redes do pluralismo das ideias.
Viva a democracia. Viva as redes sociais!!!!
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A velocidade de disseminação das informações, que tendem a cada vez mais se aprofundar; a democratização real, pois cada um a partir do seu computador pode criar e difundir qualquer tipo de ideia e convocação, faz com que o velho conservadorismo busque seu controle, para que se continue a prevalecer a lógica da mesmice e a trama brasileira de “mudar para que nada mude”.
Foram as “redes” que alavancaram o fim da blindagem do tucanato paulista no caso do Metrô e dos Trens. A mídia tradicional foi compelida a assumir no noticiário, graças ao “bombardeio” das redes sociais. Sem essa ação, o chamado TRENSALÃO, ficaria - como ficou - durantes anos nas brumas do esquecimento.
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Ao compreender a importância desse novo mecanismo, o Partido resolveu dinamizar suas ferramentas, principalmente o site (ou sítio), o twitter e o facebook do Partido objetivando aumentar a interação com a militância Petista e o conjunto de milhões de brasileiras e brasileiros que tem em nós um referencial de mudanças na vida política e social do País.
Ainda há muito caminho a percorrer. Entendo que as críticas que temos recebido de grande parte dos militantes decorre do fato, que reconhecemos verdadeiro, da excessiva burocratização e institucionalização das instâncias partidárias e de um certo “desleixo” com os movimentos sociais, que sempre foram e sempre serão a nossa espinha dorsal.
A crença nas novas formas de diálogo não substituirá a retomada das ruas. Foi nelas que o PT nasceu, cresceu e se tornou o principal partido de esquerda da América Latina. No entanto, não podemos vê-las como mero espaço da busca do voto nos períodos eleitorais. Não é isso que consta no nosso DNA. A rua, principalmente nas grandes cidades, é onde se busca pela via da reivindicação a melhoria das condições de vida porta à fora. Já que da porta para dentro, a vida tem melhorado principalmente com o adventos dos exitosos governos Lula e Dilma.
Não seria forçoso corroborar com as críticas que os chamados blogueiros progressistas e demais militantes virtuais fazem da excessiva concentração da propaganda oficial nas redes de mídias monopolistas. Concordamos que a democratização também se dê nos organismos oficiais dos governos.
A luta pela regulamentação dos artigos da Constituição que velam pela democratização dos meios de comunicação tem que ser regulamentados. Não cairemos na cantilena de que o que querem os setores progressistas é a censura. Censura no caso, é o estabelecimento forçoso do chamado “pensamento único” e a interdição pelo monopólio das grandes redes do pluralismo das ideias.
Viva a democracia. Viva as redes sociais!!!!
*Alberto Cantalice é vice-presidente Nacional do PT
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quarta-feira, agosto 14, 2013

"A hora e a vez da militância" defende renovação e independência no PT

Capa de O Liberal Jornal destaca a reunião promovida ontem por militantes petistas contrários a aliança com o PMDB já no 1º turno das eleições de 2014, tal como quer alguns dirigentes do partido no Pará.
Em OLiberal.

Cresce dentro do PT a rejeição em relação a uma possível aliança do partido com o PMDB nas eleições de 2014. Ontem, um grupo de militantes, de diversas tendências, entregou à direção estadual da legenda um manifesto que repudia a dobradinha com o partido dos Barbalho e propõe ainda uma oxigenação do partido, por meio da reaproximação com as bases. Para esta ala de petistas, a aproximação com o PMDB vai em sentido oposto aos anseios da população que foi às ruas em junho.

“É mais espantoso, ainda, que essa possibilidade seja cogitada logo após a condenação judicial do senador do PMDB (Jader Barbalho) por desvios de recursos públicos da Sudam e as manifestações de rua ocorridas no mês de junho de 2013, que questionaram as nossas envelhecidas instituições políticas”, expressa o documento subscrito por 51 militantes do PT, e que conta com o apoio de mais de cem filiados nas redes sociais. Para Luiz Carlos Cavalcante, ex-secretário de Educação do Governo Ana Júlia e filiado ao PT há 30 anos, o partido tem condições de disputar as eleições com candidato próprio.

“Não vemos com bons olhos esta aliança com o PMDB já no primeiro turno. Nós temos nomes para disputar uma eleição. Temos que estar atentos ao recado que veio das ruas. O povo não aguenta mais esta velha forma de fazer política. Já tivemos problema com esta aliança em 2006”, reclamou Cavalcante.

O manifesto, de uma maneira geral, propõe uma espécie de retorno às origens e a defesa de uma Reforma Política no País. “Em nome da governabilidade já renunciamos a muitos princípios que sempre foram bandeiras do PT. É preciso uma oxigenação. O PT se institucionalizou e vem se distanciando dos movimentos sociais, da militância, é preciso voltar a ter uma relação mais próxima com o povo, com a sociedade civil organizada.

Há muito, os mandatos dos nossos parlamentares perderam as suas características coletivas”, reclamou. O coro dos descontentes ganhou força pelas redes sociais e hoje petistas das mais diversas tendências políticas estão se posicionando contra os rumos que vêm sendo trilhados pelo partido. “O recado que veio das ruas foi claro: o povo não concorda com este modo antigo de fazer política, e o PT precisa acompanhar estas mudanças, respeitar sua trajetória. 

E dentro do PT temos esta oportunidade de debater isto. Com o PMDB, não. Apesar das alianças nacionais, aqui temos peculiaridades que nos distanciam muito do PMDB”, afirmou o secretário-adjunto da Juventude do Diretório municipal do PT, João Paulo da Silva Moraes. 

PRESIDENTE 

O grupo pretende levar estas questões para o debate no Processo de Eleição Direta (PED) que vai eleger o próximo presidente da legenda e a nova composição do diretório estadual, que será realizado no dia 10 de novembro, e também para o Congresso Estadual do PT, que define as táticas e estratégias eleitorais, previsto para ocorrer em dezembro. 

E por conta da própria heterogeneidade do grupo e da escolha da direção do partido ser dissociada da que escolhe o presidente da Executiva Estadual, uma das deliberações do grupo foi lançar uma chapa avulsa à direção estadual, intituladaA hora e a vez da militância, mas sem vincular esta candidatura a nenhum dos cinco candidatos que estão na disputa à presidência.

“Como somos de diversas tendências, achamos por bem liberar as pessoas para votar em quem quiserem para presidência. Montamos uma chapa independente para concorrer ao diretório estadual, porque acreditamos que é preciso fazer uma renovação”, afirmou Carlos Eduardo de Miranda.

O documento foi entregue ao secretário de Organizações do PT, Advonsil Siqueira, e à vice-presidente da Executiva Estadual do PT, Karoline Cavalcante.

Siqueira explicou que ainda não existe nenhuma resolução do partido sinalizando para uma aliança com
o PMDB, e que o tema só será tratado durante a PED e no Congresso Estadual.

“Este manifesto faz parte do processo de construção coletiva do PT. Como ainda não foi definida esta questão de aliança e da direção, qualquer militante pode propor o debate. O PT não tem dono, é o único partido que tem diretório nos 144 municípios e faz eleição direta. Então, todas as contribuições para o debate são bem-vindas”, afirmou Siqueira.

quinta-feira, julho 25, 2013

Militantes Virtuais do PT se reúnem com a direção nacional do partido

Militantes Virtuais da RedePT13 reunidos com o vice-presidente do PT, na sede nacional do partido.

Na manhã desta quarta-feira (23), os militantes virtuais do PT, Beto Mafra (MG), Diógenes Brandão (PA), Kátia Figueira (SP), Michael Rosa (MG), Dimas Roque (BA) e Daniel Pearl (CE) se encontraram na Sede Nacional do PT em Brasília (DF) para uma reunião com a direção do partido. 

A reunião agendada com o apoio do Deputado Durval Ângelo (PT-MG) e da dirigente do PT Nacional Maria Aparecida de Jesus, foi presidida pelo Vice-Presidente Nacional do PT, Sr. Alberto Cantalice e contou também com a presença do jornalista representando a secretaria de Comunicação, Sr. Geraldo Magela.
  
Após as devidas apresentações, o vice- presidente recebeu a carta que foi endereçada a Direção Nacional do PT, assinada por diversos companheiros que militam diariamente nas redes, entre eles, os companheiros José de Abreu e Bem Vindo Sequeira.

Durante a reunião, o companheiro José de Abreu se pronunciou por telefone, apoiando a representatividade do coletivo presente e pediu que a direção do partido nos atendesse em nossas reivindicações.

Cada companheiro fez sua fala que foi ouvida atentamente pelo vice- presidente do partido e  pelo companheiro Magela.
  
No decorrer da conversa, foram propostos alguns eixos prioritários para que o partido aperfeiçoe sua intervenção nas redes sociais e nas plataformas existentes na internet, os quais destacamos:

1-    Abertura do Diálogo com a direção do partido de forma contínua.

2-    Fortalecimento e reestruturação da #RedePT13.

3- Organizar o II Encontro Nacional de Militantes Virtuais e Ativistas Digitais da #RedePT13.



O Vice-presidente do PT se dispôs a levar para a direção do partido todos os encaminhamentos e entrar em contato, assim que houver um parecer e agendar uma próxima reunião.


Aqui você encontra a matéria publicada pelo portal do PT e aqui a Carta Aberta encaminhada a Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...