Em 2011, no ínicio do governo da presidenta Dilma Rousseff, Paulo 
Bernardo indicou a possibilidade de enviar para consulta pública o texto
 proposto para o Marco Regulatório das Comunicações recebido do governo 
anterior. Na avaliação de diversos movimentos sociais, essa foi uma ação
 equivocada e preocupante para o setor. Nos anos seguintes, diversas 
outras ações também se mostraram equivocadas.
Nenhuma das deliberações da primeira Conferência Nacional de 
Comunicação (Confecom), realizada em 2009, foi encaminhada, demonstrando
 que o projeto em curso não considera a comunicação com um fator 
estratégico para a promoção do desenvolvimento nacional e para a 
consolidação da democracia. Esta opção aponta para o alinhamento a 
setores conservadores e a manutenção da concentração no setor.
As falhas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), segundo o 
Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), vão desde o não cumprimento do
 acordo de ampla divulgação, condição para empresas de telecomunicação 
participarem do plano, à limites de download impostos pelas empresas 
participantes. 
E a expansão do serviço, da forma como tem sido 
conduzida, não garante que seja prestado com qualidade.
As opções pela descontinuidade de programas de inclusão digital e 
pelo fim do diálogo com os movimentos sociais para a elaboração de 
políticas públicas efetivas evidenciam que o caminho escolhido pelo 
Ministério das Comunicações se afasta cada vez mais a participação da 
sociedade civil.
A atuação do Ministério junto ao governo na tentativa de 
“relativizar” o conceito de neutralidade da rede no texto do Marco Civil
 da Internet, discutido amplamente pela sociedade civil e agora em 
tramitação na Câmara dos Deputados, atende somente aos interesses 
comerciais das empresas de telecomunicações.
Declaração recente do ministro Paulo Bernardo afirmando que nunca 
haverá marco regulatório para a comunicação no Brasil mostra sua total 
falta de compreensão sobre o assunto. Em países como Canadá, Estados 
Unidos, França, Alemanha e Inglaterra, apenas para citar alguns 
exemplos, há regulamentação para o setor de comunicações. A Inglaterra 
atualizou sua legislação recentemente e será criado um órgão regulador 
independente que poderá multar veículos de comunicação em até um milhão 
de Libras.
A entrega definitiva dos bens da Telebrás às empresas de 
telecomunicações, anunciada sob a forma de “estímulo aos investimentos 
na expansão da banda larga”, não só enfraquece o Estado em sua 
capacidade de ser agente central na condução de políticas de expansão do
 acesso a internet, mas também efetiva a privatização de patrimônio 
público estratégico.
Por tudo isso, e tendo em vista que recentes resoluções do 
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores apontam para a 
necessidade de democratização dos meios de comunicação no Brasil, 
acredito que o Partido deve exigir a retirada de Paulo Bernardo do 
Ministério das Comunicações. Caso contrário, não restará dúvida de que 
as referidas resoluções não terão passado de medidas de gestão de crise.
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