sábado, junho 05, 2010

Se José Serra fosse eleito

Ver o Peso

Ver o Peso
Construído em 1625 no extremo norte do Brasil, localizado as margens da baia do Guajará, o Ver-o-peso, além de ser uma das maravilhas da cidade de Belém, é tema de inspiração para poetas como do saudoso poeta Max Martins. O Ver-o-peso além de ser um dos maiores portos de pescado do país, é considerada uma das maiores feiras livres da America latina. Segundo a Secretária municipal de Economia, na Feira do Ver-o-Peso trabalham mais de cinco mil pessoas, em 1.250 barracas, distribuídas em 19 setores, que vão desde hortifrutigranjeiros, importados, mercearia, refeição, a peixe seco, artesanato e ervas medicinais.
É lá onde encontramos um dos produtos mais peculiares, o Cheiro do Pará, uma espécie de banho de ervas. Entre os 80 pontos que se ocupam dessa atividade, está a famosa barraca da Senhora Beth cheirosinha, que trabalha no ramo há mais de quatro décadas. Queres mais, vá no Vitor Pedra.

'Ver-o-Peso' Teaser

Pequenas Ações Grandes Idéiais

Pinçado lá do Hupomnemata de Fábio Castro. Um concurso português muito interessante: “Microfilmes para Macrocausas”. Ele premia o melhor microfilme documental de ficção ou de animação sobre temas relacionados com a pobreza e a exclusão social. Podem ser usadas câmaras digitais, celulares ou outros mídias similares. Destina-se a jovens entre os 16 e os 35 anos. Regulamento e outras informações no site do Clube Português Artes e Ideias. Via Indústrias Culturais.

sexta-feira, junho 04, 2010

A verdadeira notícia da Mulher

Numa simples pesquisa de Internet, pude constatar que ainda vigora a percepção machista na imprensa brasileira. Pelo menos dez veículos publicaram reportagens pretensamente eleitorais em que a questão central ficava por conta do corte de cabelo, maquiagem, figurino ou mesmo postura corporal em entrevistas e eventos oficiais da pré-candidata Dilma Rousseff.

Tal comportamento com políticas mulheres não é novidade. A ex-prefeita Marta Suplicy também sofreu com esse mesmo machismo eleitoral da imprensa em 2004 e 2008. Seguidamente, os repórteres perguntavam por que ela estava com cabelos desarrumados ou o porquê de estar usando certas roupas, sapatos, maquiagens.

Nesta pré-campanha, isso já começou a acontecer com relação a Dilma. Nos jornais, a maquiadora que a acompanhou na viagem a Nova York, o novo corte de cabelo, o cabeleireiro Celso Kamura e a suposta preferência de Lula por Dilma usar terninho consumiram várias páginas dos veículos impressos. O cúmulo se deu em uma revista que chegou ao ponto de fazer uma “bonequinha” de Dillma para que o leitor escolhesse o “modelito” mais adequado.

Ocorre assunto não ganha o mesmo destaque quando se trata de candidatos homens. Incrível, mas alguém já ouviu, leu ou assistiu alguma reportagem a respeito do corte dos ternos do pré-candidato tucano José Serra? No fundo, isso acontece porque persiste no imaginário o estereótipo de que é assunto de mulher ou, o que é pior, prevalece o preconceito inverso, de que a política não é o espaço da mulher por definição.

Infelizmente, a realidade política feminina do Brasil ainda é essa. Do total de parlamentares da Câmara Federal, por exemplo, apenas 9% são mulheres. No Senado, essa porcentagem chega a pouco mais de 12% do total. Lamentável também pensar que não chega a 10% o total de prefeitas no Brasil, e que há hoje somente três mulheres num total de 27 governadores —Ana Julia (PT-PA), Roseana Sarney (PMDB-MA) e Yeda Crusius (PSDB-RS). Se considerarmos Wilma de Faria (PSB-RN), que renunciou para concorrer ao Senado, chegamos a apenas quatro governadoras em 2010.

As mulheres, hoje, já conquistaram espaços que eram considerados apenas masculinos, entretanto, os salários, por exemplo, são 70% do valor pago aos homens, ou seja, a mulher ganha 30% a menos que o homem e exercendo o mesmo trabalho. Vale lembrar que o PT foi o primeiro partido a eleger uma mulher prefeita de capital, com Maria Luiza Fontenelle, em Fortaleza, em 1984.

Mas, afinal, por que a mídia não se preocupa em noticiar o plano de governo da pré-candidata Dilma? É mais importante noticiar o que uma candidata fará para resolver problemas crônicos, envolvendo os direitos das mulheres como a violência doméstica, ou o fato de estar vestida com saia verde ou calça vermelha?

Além do afastamento imposto às mulheres no debate sobre os rumos do país, nas eleições, sempre ficam em segundo plano as questões específicas voltadas às políticas públicas às mulheres. É preciso saber o que os pré-candidatos defendem. Por exemplo, o que será feito do programa Bolsa Família, que tem hoje como maioria de beneficiados justamente as mulheres chefes de família, permitindo ampliar a renda familiar e melhorar a educação dos filhos.

Em entrevistas recentes, Dilma já afirmou que irá construir 6.000 creches —1.500 por ano— em todas as grandes regiões e cidades médias brasileiras. Tal iniciativa integra o conjunto de ações do PAC 2 (segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento).

Definitivamente, esse é um tema desta campanha, que contará ainda com Marina Silva (PV) na disputa. A presença de Marina e de Dilma é reflexo de que o país está maduro para ter uma mulher ocupando a Presidência da República. O presidente Lula já afirmou que o Brasil derrotará o machismo quando eleger uma mulher presidenta. Pela primeira, temos essa oportunidade histórica.

José Dirceu, 64, é advogado e ex-ministro da Casa Civil

Badalados Inglórios 2

Do Bêbado Gonzo









Uuuiii..

A logo do Blog - I

Uma seguidora que tatuou o que acha que deveria ser o layout do blog e pediu o anonimato.

Lalalalalá, tá chegando a hora...


Não adianta reclamar, espernear, muito menos chorar sangue. Se você não gosta de futebol, vai ter que engolir 190 milhões de pessoas ao lado, em cima e embaixo (ui!) amando o esporte mais do que nunca, mostrando a cara horrível de choro e usando clichês absurdos como “Pátria de chuteiras”, perdoável apenas porque foi criado pelo muito safo Nelson Rodrigues, maior PHd em sacanagem que o Brasil já teve. Sim, amigos da rede Globo, mais uma Copa do Mundo está na porta. 


O restantante tá lá no http://bebadogonzo.blogspot.com/ que mereceu ser linkado aqui ao lado.

As novas tecnologias e a internet - Parte I


Não é estranho aos jornalistas, intelectuais, políticos e autoridades públicas o quanto a comunicação é hoje um instrumento mais democrático com o advento da internet. Não é novidade também que estamos diante de uma mudança de paradigmas no jornalismo mais pelos instrumentos disponíveis do que pelo interesse/capacitação dos profissionais da área.
Assim como não é como descobrir a pólvora dizer que as mídias sociais hoje são o que o rádio foi para a comunicação quando só havia o impresso para divulgar notícias e abastecer de conteúdo a sociedade até o século XX, no começo do uso das ondas eletromagnéticas para a difusão de idéias, palavras, sons e imagens possíveis após o advento tecnológico da TV.
Não é de hoje que os satélites transmitem em tempo real um evento esportivo de qualquer parte do mundo para as regiões mais longínquas, isso já se fazia desde a guerra-fria. A novidade agora é que o índio no Alto do Rio Xingú já consegue acessar a internet (via ondas eletromagnéticas) e transmite - se for o caso – uma opinião, revelar um ato criminoso, um desastre ecológico ou um evento de sua tribo. Isso podemos dizer que é novo: A inserção sócio-virtual de milhares de pessoas através da comunicação bilateral.
Aqui nasce mais um termo entre tantos cunhados nos ambientes cibernéticos e não vem à toa, nasce da observação científica do impacto que o uso das novas tecnologias tem sobre a mudança de comportamento da sociedade e da participação e acesso dos indivíduos em produzir conhecimento, transmitir conteúdos e orientar os rumos da vida política e social de milhares de pessoas mundo à fora.
Pode-se dizer que qualquer pessoa pode agregar em um único aparelho celular, tecnologias como recepção de TV Digital, máquina fotográfica e filmadora, GPS, conexão 3G (internet), Bluetooth e infravermelho. Até bem pouco tempo atrás isso era ficção e cada um deste itens só era acessível às altas classes sociais, quando a tinham.
Micro-cameras usadas para filmagens clandestinas de negociações fraudulentas promoveram  a prisão por 2 meses do governador do Distrito Federal no Brasil. James Bond poderia até achar que isso é coisa de um dos seus filmes mas aconteceu e cada vez mais se populariza a produção de vídeos feitos por câmeras em posse de pessoas comuns, fora dos estúdios da grande mídia, mas que acabam se configurando como instrumentos de uma era que ainda não acabou de iniciar..
Prova inconteste são os vídeos de anônimos postados no youtube e acessados centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo, causando uma exibição exorbitante ou mensagens do twitter que são replicadas inúmeras vezes.
Continuarei outro dia esta conversa e sua relação com as eleições deste ano, os efeitos positivos do Navega Pará e os blogs das escolas do Pará.
Quer iniciar no mundo das mídias sociais com Blog ou twitter?
Decida-se, mas antes leia aqui.

quinta-feira, junho 03, 2010

As Falas do Barra Norte

Desde Março, Marisse Morbach, ex-esposa do falecido Juvêncio Arruda um dos precursores da blogsfera política - o 5ª emenda - lançou o interessante Barra Norte, onde discute Informação Cultura e Política além de reunir os links da nata da blogsfera paraoar, tal como fazia o saudoso"Juca", o qual enfilerou este blog e nos fez acessado por alguns importantes leitores, tal como você. Abaixo uma copiada básica da doutora em ciência política que disse que não votaria em Marina Silva por ela ser contra o aborto e o casamento gay e a favor do ensino religioso obrigatório e ela - a Marise - contra. A postagem cita o expert em redes sociais Marcelo Branco que roda o Brasil com a Caravana Digital, criada para debate com os militantes petistas o uso das novas tecnologias e sua relação coma a campanha eletrônica na internet. Estive no Seminário em Belém e fiz alguns registros (fotos, vídeos e audios) e em breve colocarei aqui. Mas agora é o debate travado entre Marcelo e o colunista do Jornal o Globo e blogueiro Ricardo Noblat sobre o suposto dossiê que envolve o nome da filha do presidenciável José Serra, onde rola um envolvimento de sociedade entre a little tucana rica e a irmã do estelionatária e suposto empresário Daniel Dantas em Miami, como nos disse com propriedade, o respeitado Paulo Henrique Amorim em seu prestigiado site. E só pra ser um pouco mais prolixo, sabiam que a justiça condenou aquele papagaio da direita que escreve na Veja, vulgo Diogo Maiardi? Pois é, o Brasil tá mudando, e parte disso é culpa de alguns bons jornalista, a maioria sem diploma de jornalista como PHA, Marcelo Branco, Marise Morbach e - desculpa o sincera desprezo pela modéstia, eu. Orai por nós pecadores na Infovia! __________ Engraçada a polêmica que envolve o Noblat - jornalista e blogueiro - e o Marcelo Branco - guru da internet e das redes sociais - , sobre algumas ações que o Guru queria tomar, e que o Jornalista tornou público.O Guru trabalha prá Dilma(PT), e o Jornalista tem seu blog hospedado no oglobo online. -------- O mundo da publicidade, na era informacional, tem tudo prá dar um salto rumo ao culto da comunicação total. Aí,aí,aí...bons tempos aqueles do lampião de gás, rsrsrsrs. ---- Aproveito prá dar os parabéns à Dilma Rousseff: ela enquadrou todos os vícios e mistificações na hora certa!

Seduc divulga calendário de reposição de dias parados

"A partir de hoje vamos monitorar e cobrar a frequência dos professores. Na sexta-feira (4) será considerado dia letivo no calendário escolar e na Seduc. Por isso, peço que enviem seus filhos às escolas"

Luiz Cavalcante - Secretário de Educação do Pará.

O secretário de Estado de Educação, Luiz Cavalcante, apresentou a proposta do calendário de reposição dos 18 dias parados com a greve dos professores, e garantiu que todos os alunos da rede estadual de ensino não serão prejudicados, pois terão aula nos 200 dias letivos determinados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (2), no auditório da Seduc, Luiz Cavalcante descatou qualquer possibilidade de aulas aos sábados e no período de férias escolares, para repor o tempo perdido, e também anunciou que será instituída uma comissão para acompanhar a reposição das aulas.

A comissão deverá ter representantes do Ministério Público, Conselho Estadual de Educação, Conselho do Fundeb, União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação de Pais, que serão convidados para fiscalizar a resposição das aulas e receber relatórios de acompanhamento.

Monitoramento - Gestores das Unidades Seduc na Escola (Uses) e Unidades Regionais de Educação (Ures), diretores e conselhos escolares das escolas também vão monitorar a reposição das aulas, garantindo que os conteúdos programáticos sejam aplicados, além de esclarecer à comunidade como se dará a reposição. "A partir de hoje vamos monitorar e cobrar a frequência dos professores. Na sexta-feira (4) será considerado dia letivo no calendário escolar e na Seduc. Por isso, peço que enviem seus filhos às escolas", afirmou o secretário.

Ele disse ainda que a greve deveria ter terminado na última sexta-feira (28). "Foi a opinião pública que percebeu que nós (os professores) temos direitos, mas os alunos também precisam ser respeitados", frisou ele, ao esclarecer que só vai pagar as aulas que forem repostas. "É uma medida normal e garante que o professor que der aula receba, e vamos cobrar que a totalidade dos professores façam a reposição", acrescentou.

Segundo ele, houve uma boa negociação sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), encaminhado à Assembleia Legislativa pelo Executivo. "Posso assegurar que é um plano muito bom para a categoria, e talvez a maior conquista da última década. Há um conjunto de emendas aprovadas. Foi a greve com menor duração nos últimos três anos e, pela primeira vez, os professores terão uma carreira sabendo o nível que alcançarão do estágio probatório até a aposentadoria", informou.

A coordenadora de matrículas da Seduc, Suely Domond, também explicou a proposta de reposição. As escolas que não grevaram vão manter o calendário oficial, encerrando o ano letivo em 1º de fevereiro de 2011 e iniciando as aulas no dia 14 de março de 2011. As escolas que grevaram os 18 dias terão reposição de 2 a 25 de fevereiro de 2011, encerrando neste dia o ano letivo de 2010. "Após esse período, farão a recuperação final, haverá recesso dos professores e as aulas do próximo ano iniciarão no dia 4 de abril de 2011", disse ela.

Calendário proposto pela Seduc para repor os 18 dias parados:

Término do ano para quem não grevou: 1º/02/2011 Término para quem grevou: 25/02/2011 Período da reposição: 02 a 25 de fevereiro de 2011 Período da recuperação: serão utilizados três sábados - 28/02 a 19/03/2011 Sábados que serão utilizados: 5, 12 e 19/03/2011 Recesso dos professores: 20/03 a 03/04/2011 Início do ano letivo de 2011 para quem não grevou: 14/03/2011 Início do ano letivo de 2011 para quem grevou: 04/04/2011

Da Agência Pará

quarta-feira, junho 02, 2010

Glorioso no Curro Velho

É a 9ª peregrinação dos devotos do Glorioso São Sebastião à capital paraense

Do Portal Diário On Line

Uma grande celebração encerra, na próxima sexta-feira (4), a 9ª peregrinação de foliões e membros da Irmandade dos devotos do Glorioso São Sebastião, do município marajoara de Cachoeira do Arari, à capital paraense. A folia será realizada de 16 às 22h, no teatro da Fundação Curro Velho, no bairro do Telégrafo, com a participação de grupos de carimbó, Arraial do Pavulagem, venda de comidas típicas, exposição de peças do artesanato marajoara, entre outros.

A festa encerra a jornada iniciada no último dia 12 à capital paraense para a visitação à casa de devotos ao santo, ex moradores de Cachoeira do Arari, e que hoje residem em Belém. A folia une o religioso e o folclórico ao redor da imagem peregrina de São Sebastião. Violões, viola, tambores e o triângulo são os instrumentos que vão dar o ritmo da celebração junto ao canto dos foliões e membros da Irmandade. Durante a programação, também serão exibidos vídeos documentários sobre o santo e a cultura daquele município.

Os devotos retornam ao Marajó no próximo dia 6. Ao retornar para a região, os foliões e os membros da Irmandade dão início às peregrinações em mais de uma centena de fazendas em diversos municípios do Marajó. As visitas seguirão até o mês de janeiro do ano que vem, quando será celebrada a festividade centenária do Glorioso São Sebastião, de 10 a 20 de janeiro. Até lá os devotos realizarão novenas, procissões, missas, cavalgadas, entre outras celebrações, as quais foram declaradas patrimônio cultural paraense pela governadora Ana Júlia Carepa em janeiro deste ano.

segunda-feira, maio 31, 2010

Audiovisual e trabalho imaterial: é preciso financiar vidas e não apenas filmes

Por Cezar Migliorin, no Revista Global Brasil

Há mais de quinze anos falamos de cinema digital, de barateamento de custos e das novas possibilidades criativas com essas tecnologias. Entretanto, é nos anos recentes que temos visto a efetiva mudança qualitativa e quantitativa da produção audiovisual baseada em plataformas digitais. A atual produção no Brasil tem uma cara que há dez anos não existia. Em importantes festivais de cinema, no Youtube e sites do gênero, em coletivos de criação, grupos de críticos curadores online e em escolas populares; o que vemos é uma multidão de jovens produzindo e criando com imagens e sons, forjando experiências estéticas e subjetivas inovadoras sem dinheiro incentivado direto.

O mais recente Festival de Tiradentes, por exemplo, foi vencido pelo longa-metragem Viagem a Ythaca, de Ricardo e Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Guto Parente, realizado sem recursos públicos. No Festival Cine Esquema Novo, em Porto Alegre, o melhor curta-metragem foi “Sweet Karolynne”, de Ana Bárbara Ramos (PB) também realizado sem incentivo público. Os coletivos Teia em Belo Horizonte e Alumbramento em Fortaleza mudaram a cara do cinema feito nessas cidades com muitos filmes feitos também sem incentivo público. Em relação à crítica, as mais importantes revistas do país, como Cinética e Contracampo, existem sem incentivo financeiro ou publicidade. Devemos lembrar ainda a existência de uma enorme produção feita em escolas populares como Nós do Morro, Observatório de Favelas, Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, isso para ficarmos apenas no Rio de Janeiro.

Diante desse quadro, que poderia se estender por algumas páginas, o que se coloca para as políticas públicas é a possibilidade de incentivar o audiovisual liberando essas potências de vida e de criação que refletem e inventam com imagens. Com poucos recursos, o panorama acima descrito pode se espalhar por muitas outras cidades, grupos e pessoas. Certamente que isso não significa que os filmes não precisem de leis de incentivo nos moldes tradicionais, mas existem hoje outras formas de se produzir audiovisual que não podem ser negligenciadas. Nesse sentido, o que está colocado é a necessidade de uma mudança de paradigma no que tange ao incentivo à produção. É urgente que pensemos em financiar pessoas e não filmes, apenas.

Foi com este intuito que no mais recente Forcine (Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual), que aconteceu em março de 2010 na UFF (Universidade Federal Fluminense), foi acolhida a proposta de uma renda mínima para estudantes egressos de escolas de cinema e audiovisual. Neste breve artigo desenvolvo a proposta, exponho alguns pontos que a contextualizam e justifico a sugestão.

1 – A popularização dos meios faz com que jovens universitários tenham seus pequenos computadores e acesso os equipamentos necessários para edição de imagem e som. Frequentemente, isso é também verdade para as câmeras e microfones. Além do barateamento dos equipamentos pessoais, existe hoje uma importante capacidade instalada de produção audiovisual ligada às escolas, ONGs, Núcleos de Produção Digital, universidades, etc. Trata-se de ilhas de edição, câmeras e equipamentos de captação de som. Em suma, o básico necessário para a realização de obras a baixo custo.

2 – A exibição, sem fins lucrativos, é garantida em festivais quase diários, Internet, TVs universitárias e públicas, cineclubes e programas de difusão, como a Programadora Brasil. Contabilizar o público do cinema brasileiro hoje pelo número de ingressos vendidos em sala só interessa aos poderes que nenhum interesse têm pela diversidade ou pela existência de um cinema nacional.

3 – Se a cultura é o paradigma do trabalho imaterial, a precariedade, que sempre foi parte do trabalho dos indivíduos ligados à cultura, foi radicalmente reforçada na atual fase do capitalismo e das mudanças tecnológicas ligadas ao mundo do audiovisual e da comunicação. As escolas de cinema não podem ter como paradigma o emprego ou os filmes feitos com milhões de reais. Esses filmes são importantes, mas não sustentam as possibilidades de criação dos jovens que saem das escolas hoje. Também o cinema é pós-industrial e nós, formadores, devemos estar atentos a isso. Precisamos pensar em condições de trabalho em uma sociedade sem emprego. Trata-se de outro tipo de inclusão.

4 – O que leva muitos jovens a pararem de produzir quando saem das escolas e universidades é a necessidade de ganhar mil ou dois mil reais mensais, e não a impossibilidade de terem seus filmes patrocinados. Os filmes deixam de ser feitos pela necessidade de arranjar um emprego, frequentemente distante do cinema e da criação, distante daquilo para o qual foram formados. Trata-se de uma questão democrática, trata-se de aproveitar o investimento que já foi feito na formação desses jovens. Hoje, apenas os jovens de elite têm condições de se sustentar e aproveitar todas as possibilidades de criação que estão dadas no campo do audiovisual contemporâneo. O que é comum tem acesso restrito. Se estivermos de acordo que a tarefa do estado é possibilitar a existência de um cinema nacional, importante não apenas como commodity, mas como criação singular e democrática, entendemos também que, para chegar com mais eficiência a este fim, são as pessoas que devem ser patrocinadas também.

6 – Financiar as vidas de criadores de cinema e audiovisual significa, além disto, perder o controle em relação ao que será criado. Trata-se de uma lógica distante da dos editais de fomento. Um fomento direto às vidas descentraliza o dinheiro e os modos de criação. O que aparecerá de uma iniciativa como esta não pode ser previsto ou antecipado, eis o lugar da criação.

Alguns números

Se a cada ano forem oferecidas mil bolsas mensais de 1.500 reais para jovens que produzem ligados ao audiovisual; escrevendo, realizando, fotografando e experimentando, durante um ano chegaremos ao valor total de R$ 18.000.000,00 para a totalidade das bolsas.

Uma radicalização democrática, um deslocamento conceitual e um ganho em qualidade e quantidade no audiovisual brasileiro custa o equivalente a dois longas brasileiros de grande orçamento!

Propostas de operação

1 – Os jovens concorreriam a bolsas apresentando a produção dos anos em que estavam na universidade. Não se trata de apresentar projetos a serem realizados, mas garantir a continuidade de seus trabalhos nos dois primeiros anos após a formatura. Esta produção pode ser bastante diversa e contemplar um largo espectro de pessoas ligadas ao cinema e o audiovisual; críticos, técnicos de som, diretores, fotógrafos, diretores de arte, curadores, etc.

2 – As universidades, junto às agências de fomento, poderiam gerenciar essa seleção, acompanhar os resultados e produzir as necessárias avaliações. Poderiam ainda analisar as escolas de cinema não universitárias e a possibilidade de seus alunos se apresentarem como proponentes.

3 – As bolsas poderiam ser concedidas em regime de dezoito meses, com renovação depois dos nove primeiros meses. Ao trabalho.

O lado B do Ficha Limpa

O bom daqui

Olho à Olho

domingo, maio 30, 2010

Estudantes revelam criatividade para além dos muros da escola

Do Site da SEDUC
Já pensou como seria legal se jovens alunos da rede pública aplicassem na prática o que aprendem em sala de aula, repassando o conhecimento para a comunidade onde vivem? Pois o que parecia um sonho distante já acontece no Pará e foi demonstrado na III Feira de Ciência e Tecnologia do Estado do Pará, que aconteceu nesta sexta-feira, 28 e nesta sábado, 29, no município de Moju. Ali, em 115 projetos instalados nos estandes da Feira, no Ginásio Municipal, cerca de 300 Natália Ribeiro, 24 anos, estuda na escola tecnológica de Tailândia, matriculada no curso de estudantes demonstraram que é possível se fazer diferente, mesmo com todas as limitações da escola pública. Técnico em Enfermagem. Sensibilizados pelo problema dos diabéticos, ela e um grupo de colegas desenvolve o projeto Uso de Fitoterápico no Tratamento de Feridas, e ensinam à comunidade da Vila Macarrão como tratar de ferimentos com medicamentos recolhidos direto na natureza. “Nós damos palestras, levamos material e ensinamos a tratar dos ferimentos com o uso adequado dos fitoterápicos”, explica Natália. Babatimão e set sangria são dois dos produtos mais usados nesse tipo de terapia, mas é preciso saber a dosagem exata, recomenda a aluna. Natália expôs o trabalho com a colega Daniele Silva. A orientadora do projeto é a professora Daniele Penha. Outro grupo que também desenvolve trabalho direto com a comunidade é o do aluno Marcos Lima, 21 anos. Bolsista do Pibic Jr. Marcos estuda no curso de Técnico Agrícola da Escola Tecnológica de Tailândia. No projeto de compostagem orgânica para adubo do solo, orientado pela professora Rissandreia Dantas de Vasconcelos, ele desenvolve uma nova fórmula para adubar o solo, utilizando restos de frutas e verduras, como cascas de mandioca, de manga, serragem, esterco de boi, grama, folhas, etc. “É um tipo de adubo orgânico que não prejudica o meio ambiente como o nitrogênio do adubo tradicional, que volatiza, vai pra camada de ozônio, contribuindo com o aquecimento global”, ensina. O adubo orgânico vem sendo utilizado experimentalmente pela comunidade Nova Paz, com as orientações do aluno. A mesma comunidade – Nova Paz – também é oficina para outro projeto, que substitui defensivos agrícolas e adubos químicos pelo tucupi ou manipueira, como é chamado na região. O projeto, orientado pela professora Heloísa dos Santos, ensina a dosagem ideal de água e tucupi para se chegar ao uso do produto como defensivo agrícola orgânico poderoso. “Combatemos as formigas com esse produto e assim, substituímos os agrotóxicos”, explica o aluno Marcos Aurélio. Há muitos outros exemplos de projetos bem elaborados e de boa interação com a comunidade: Alunas do colégio Manoel Antonio de Castro, de Igarapé-Miri, desenvolveram o projeto Saúde na Escola, que leva à comunidade dicas importantes de como prevenir a presença de Helmintos. “Uma pesquisa mostrou que os moradores não sabem se prevenir contra os helmintos e estamos fazendo palestras e testes para orientar a população sobre isso”, disse a estudante Karoline Cunha, 16 anos, que apresentou o projeto com o colega João de Jesus, 18. O projeto foi orientado pela professora Josineide Pantoja da Costa. Outro projeto tenta valorizar os brinquedos de miriti levando os conhecimentos da robótica para os tradicionais brinquedos, criados por artesãos de Abaetetuba. O projeto “A robótica nos brinquedos de miriti”, foi o orientado pelo professor Waldemar Rodrigues Júnior, que atribuiu todo o sucesso do projeto ao aluno Marcilei Silva. “O mérito é todo dele”, diz o professor, orgulhoso da habilidade que o aluno tem de recolher o que seria o lixo tecnológico, como pilhas, baterias de celular, sucata de brinquedos e dar vida aos, até então, inanimados brinquedos de miriti. São inúmeros os exemplos de projetos que extrapolam os muros da escola e alcançam a comunidade. Na feira, tivemos apenas uma mostra deles. Mas todos estão à disposição de quem tiver interesse em conhecer um pouco mais do que a escola pública tem produzido no Estado. A lista dos projetos está no site: www.feicitec2abaetetuba.wordpress.com. Texto: Marta Brasil Fotos: Adauto Rodrigues Ascom/Seduc

sábado, maio 29, 2010

Alunos criam um filme épico sobre a Cabanagem

No Diário do Pará, com o mesmo título.

Da inquietação de um professor de História da rede estadual de ensino nasce mais um filme que tem tudo para se tornar uma pérola audiovisual amadora. O vídeo “Cabanos”, longa-metragem de uma hora e 37 minutos de duração, foi idealizado, roteirizado e dirigido por Sebastião Pereira, professor do Ensino Médio da Escola Estadual Temístocles Araújo, do bairro da Marambaia. A produção, baseada na Revolução Cabana, ocorrida na então Província do Grão-Pará, em 1835, conta o drama de uma família de ribeirinhos que adere ao movimento dos revoltosos.

Assista ao trailer aqui.

O vídeo, produzido de forma independente pelos alunos do colégio, levou um ano para ser produzido e envolveu cerca de 110 pessoas, entre atores e equipe técnica. De acordo com o diretor, o investimento no projeto foi de cerda de R$ 10 mil, captados pela própria equipe. “Todo mundo participou de forma voluntária. O dinheiro para investirmos em câmera, equipamento e figurino veio do meu próprio bolso e da ajuda dos alunos, que fizeram bingos e rifas”, afirma o diretor.

A produção, que conta com locações na Ilha das Onças, Mosqueiro, Curuçá e Belém, terá sua première hoje, a partir das 18h, no Cine Olympia. “A expectativa é grande.Todos queremos ver como o filme vai ficar na tela grande. É um épico, sabe. Tem até uma grande cena de batalha, com mais de 50 atores em cena. Só podia ter saído da cabeça de um professor de História”, diz a atriz Priscila Margalho, que faz o papel Maria Zelda, personagem principal do filme.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...