Por Diógenes Brandão
Com a chegada das festas de fim do ano, muitos candidatos e parlamentares realizam eventos em comunidades carentes, onde levam troféus e medalhas fajutas para entregar nas gincanas e torneios esportivos, além de brinquedos de baixa qualidade e cestas básicas com pequena quantidade de alimentos, que são entregues para alguns populares, que só os vêem, no máximo, duas vezes ao ano: agora e outra nas vésperas das eleições, onde reaparecem pedindo ou comprando votos.
Com a chegada das festas de fim do ano, muitos candidatos e parlamentares realizam eventos em comunidades carentes, onde levam troféus e medalhas fajutas para entregar nas gincanas e torneios esportivos, além de brinquedos de baixa qualidade e cestas básicas com pequena quantidade de alimentos, que são entregues para alguns populares, que só os vêem, no máximo, duas vezes ao ano: agora e outra nas vésperas das eleições, onde reaparecem pedindo ou comprando votos.
Depois destas encenações populistas, estes políticos tomam um banho reforçado e partem para confraternizações em churrascarias, sítios ou fazendas e com o devido conforto, brindam o fim de mais um ano com empresários, amigos e colaboradores escolhidos a dedo, com festas regadas à comida e bebida que custam mais caro que a renda anual de muitas famílias comuns.
Assim, as festas dos bacanas contrasta com a falta de investimentos públicos e a ação política de quem se elege prometendo mudar a vida da maioria da população e na prática, a única mudança que promovem é de suas famílias e grupos políticos. Uma mudança sempre pra melhor.
Com as fotos postadas nas redes sociais, exaltando a figura dos velhinhos que levam presentes para crianças, foi inevitável lembrar da canção "Papai Noel Velho Batuta", um dos hits mais famosos do grupo de punk "Garotos Podres", que segundo o vocalista, foi baseada numa peça de 1982 que acabou não acontecendo, na qual o Papai Noel seria sequestrado por menores carentes.
Papai Noel Velho Batuta - Garotos Podres
Papai Noel velho batuta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo
Aquele porco capitalista
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Pobres, pobres
Mas nós vamos sequestrá-lo
E vamos matá-lo
Por quê?
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
AÇÃO DA CIDADANIA – COMITÊ PARÁ
ResponderExcluirCAMPANHA NATAL SEM FOME DOS SONHOS 2015
“Crianças fabricam seus próprios brinquedos e famílias geram renda”
A Campanha Natal sem Fome dos Sonhos da ong Ação da Cidadania – Comitê Pará realizou neste final de semana a entrega de brinquedos e livros infanto-juvenis para crianças e adolescentes moradoras das áreas Nova Vida e Verdejante IV no bairro de Águas Lindas em Ananindeua, região metropolitana de Belém. As crianças participam do “Espaço de Leitura” que é um projeto voltado para o incentivo à leitura e o desenvolvimento sócio educativo e ambiental com 80 crianças e adolescente, a maioria são filhos de catadores e ex-catadores do antigo lixão do Áura e ainda vivem abaixo da linha da pobreza.
Um do aspecto relevante desse projeto na época do natal é a fabricação pelas crianças de seus próprios brinquedos, utilizando material reciclado e brinquedos de baixo custo. Para isso, são ofertados pelo projeto oficinas de artesanato, produção de brinquedos e objetos decorativos que envolvem também as mães para produzir e gerar renda para suas famílias. A coordenadora do projeto, a artesã Zely Corrêa diz que as oficinas de aprendizagem são uma forma de contribuir com o desenvolvimento social e educacional das crianças e adolescentes e os brinquedos são uma forma de alimentar o sonho de uma criança no natal.
Para o fundador da Ação da Cidadania no Pará José Oeiras “a solidariedade no natal é muito importante para muitas famílias, mas não é entregando “cestas básicas” que se está plenamente realizando a solidariedade - apesar de não ter nada contra quem entrega “cestas” nesta época -, mas o sentido amplo da solidariedade é contribuir para o necessitado tenha seus direitos efetivados, por isso a Ação da Cidadania no Pará aposta no ensinamento através de oficinas de capacitação e formação para a geração de trabalho e renda” como forma de sustento familiar dentro da concepção da sócio economia solidaria”, ressalta. A Assistente Social Cléa Meireles, coordenadora do Comitê Estadual da Ação da Cidadania no Pará, acrescenta “que as famílias hoje na sua maioria estão incluídas nos programas de transferências de renda do governo federal como a Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuadas (BPC), o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) entre outras medidas onde recebem uma ajuda para a alimentação e apoio na educação de crianças e adolescentes, e aquelas que ainda não são atendidas identificamos para serem beneficiadas a partir da busca no Cadastro Único onde constam as informações sobre as famílias brasileiras que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza que aqui no Para se estima em cerca de meio milhão de pessoas”.
A Campanha Natal sem Fome foi criada em 1993 e rebatizada de Campanha Natal sem Fome dos Sonhos em 2006 pela Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida movimento criado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. De 1993 a 2005 a nível nacional a campanha se destinava a distribuição de cestas básicas na época do natal, mas a partir de 2006 no estado do Pará, assim como em vários estados a campanha mudou de foco apostando no combate à fome a miséria na luta por melhoria de educação, cultural e geração de trabalho