terça-feira, julho 10, 2018

A cooptação eleitoral, a disputa pelo governo e pela prefeitura de Ananindeua

Tendo sido apoiado por Simão Jatene e logo em seguida cooptado por Helder Barbalho, Jefferson Lima abandou os tucanos no 2º turno das eleições de 2014 e acabou sendo derrotado pela 2ª vez em 2016, quando disputou as eleições para prefeito de Ananindeua e perdeu as eleições ainda no 1º turno, já com total apoio do PMDB.
Por Diógenes Brandão

Há 37 dias para o início da campanha eleitoral deste ano, os pré-candidatos que disputam a preferência eleitoral para o governo do Estado, senado e as vagas na ALEPA e na Câmara dos Deputados disputam as lideranças políticas pelos municípios paraenses, uns metendo os pés pelas pernas, como diziam os mais velhos.

Com 1/3 dos eleitores paraenses concentrados na região metropolitana de Belém, as principais candidaturas investem pesado na cooptação de lideranças populares e comunitárias, pois nem todos conseguem chegar à todas as regiões e muitos acabam sendo iludidos por cabos eleitorais e lideranças políticas, que ora confessam fidelidade a um, mas depois juram apoio para outros.

Em Ananindeua, por exemplo, sentindo que precisava reforçar seu time, o prefeito Manoel Pioneiro emplacou o vereador Rui Begot (Avante), como presidente da Câmara Municipal do município, o segundo maior colégio eleitoral do Estado. A eleição de Begot foi considerada uma cartada de mestre e um duro golpe, em reação aos planos de Helder Barbalho, que tenta cooptar vereadores da base de Pioneiro, mas pode ser iludido com apoio de vereadores que estão supostamente indecisos.

Begot foi candidato em chapa única e eleito por unanimidade para o biênio 2019/2020. Com isso, a manutenção da hegemonia política do prefeito Manoel Pioneiro em Ananindeua, soma e reflete-se na articulação de mais 15 dos 25 vereadores, que já declaram apoio à pré-candidatura de Márcio Miranda (DEM) ao governo do Estado. Os demais, ainda estão dialogando com o pré-candidato democrata e boa parte deles tende a sair de cima do muro e definirem-se claramente em relação ao pleito de Outubro.

Um destes casos é do atual presidente da Câmara Municipal, o vereador Dr. Daniel Santos (PSDB), que mesmo sendo do partido do atual governador Simão Jatene, vem sendo "cantado" pelo MDB, para que pule do barco tucano em apoio a Helder Barbalho (MDB), pré-candidato ao governo do Estado. Para seduzir Dr. Daniel, Helder teria prometido-lhe apoio para sua campanha de pré-candidato a deputado estadual e para 2020 ser o sucessor de Pioneiro, como futuro prefeito de Ananindeua.

Acontece que ao circular em off no metiê político, a informação não caiu nada bem aos ouvidos do prefeito e do deputado estadual do MDB, Francisco Melo, mais conhecido como Chicão, candidato a prefeito de Ananindeua pelo então PMDB, em 2012. Sentindo-se preterido em 2016 pela candidatura do radialista Jefferson Lima, "Chicão" teria confessado a uma fonte do blog de que está cansado de ser esquecido nas negociações políticas e promessas feitas pelos caciques do seu partido, neste caso, Helder e Jader Barbalho.

Derrotado nas eleições de 2014, quando foi candidato ao senado, depois de receber 741.427 votos com o apoio de Simão Jatene (PSDB) no primeiro turno e ter pulado para a campanha de Helder Barbalho (PMDB) no segundo turno, Jefferson Lima caiu no ostracismo político e ganhou como consolo um programa de tv e de rádio na RBA.  

Mesmo em evidência, dois anos depois Jefferson Lima foi derrotado por Manoel Pioneiro ainda no primeiro turno das eleições para a prefeitura de Ananindeua, em 2016.

A história da política paraense nos mostra que não há espaço para quem não se decide na polarização entre partidos como o PSDB e o MDB. Fazer jogo duplo pode acabar deixando o sujeito sob suspeita e desconfiança eterna pelo dois partidos e cair em desgraça entre os eleitores, que podem até gostar de ver traições, mas não confiam nos traidores.

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