quinta-feira, agosto 23, 2018

O bate-boca das torcidas desorganizadas e a busca pelo voto nas redes sociais



Por Diógenes Brandão

Analistas e especialistas em comunicação e marketing político avaliam de formas distintas o comportamento dos internautas em períodos eleitorais. Centros de estudos de universidades se debruçam sobre o tema e criam mecanismo de mensuração do impacto das mensagens distribuídas pelas infovias, gerando números e gráficos que possam tentar explicar o que se passa, em cada etapa do processo eleitoral, mas nem sempre todo esse conhecimento ganha alguma notoriedade ou interesse, até mesmo dos principais interessados na disputa eleitoral.

Desde 2013, quando o movimento de rua, mobilizado pelas redes sociais e que nasceu da reivindicação contra o reajuste da tarifa do transporte urbano em São Paulo, vimos eclodir uma imensa massa de anônimos que tomaram conta do processo político e tornaram-se protagonistas de uma onda de protestos que acabou derrubando o governo Dilma e que agora rareou com o governo Temer e o processo eleitoral, praticamente o tornou quase que esquecido.

No entanto, as sequelas vivas deste processo mobilizatório, que contou com a ajuda dos principais meios de comunicação do Brasil, ainda estão com seus efeitos visíveis e ativos, no entanto, nada mais é feito nas ruas. Agora é tudo nas redes sociais.

Com o início do processo eleitoral deste ano e faltando exatos 45 dias para o 1º turno, as torcidas desorganizadas invadem as redes sociais com toneladas de lixo digital, seja através de panfletos digitais, com fotos e números dos seus candidatos, quanto com um debate raso, improdutivo e meramente artificial. 

Não há debate. Apenas defesa de nomes e não de projetos. Também não existe coerência entre os interlocutores, que só concordam entre si, quando estão em bolhas, mas colocados em grupos multifacetados, agem com impulsividade, reprovando os candidatos alheios, criticando resultados de pesquisas que não lhe agradam e assim tornando o ambiente digital nas redes sociais, um lugar insalubre e poluído com o que há de pior das torcidas que não pensam em outra coisa, se não em torcer para seu time e tentar desqualificar a torcida e os times que também fazem parte do jogo eleitoral.

Será assim, enquanto não houver uma sociedade politizada e com pessoas capazes de arguir suas ideias e propostas, com talento e educação, respeito e humildade. 

Até lá, iremos conviver com uma verdadeira gritaria de néscios, sempre em busca de garantir apenas o seu direito de manifestar a tão sonhada e reivindicada liberdade de expressão.

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