Que o governo do Pará, através da Secretaria de Administração Penitenciária, comandada pelo ex-presidente da OAB Jarbas Vasconcelos, negociava com o Comando Vermelho não era novidade para ninguém. O que não se sabia era a forma dessa negociação: reunião, por telefone, no presídio, com a “participação especial” do líder da organização criminosa, Leonardo, que estava foragido, para “ajustar procedimentos”. No telefone oficial estava ninguém mais do que o tenente-coronel Vicente Neto (foto), diretor de Operações da Seap.
Que inteligência!
Esse episódio, que explodiu nas redes sociais sábado, tem tudo para entrar para a história da Segurança Pública do Pará. Afinal, o Serviço de Inteligência do Pará parece ter sido “grampeado” pelo Comando Vermelho, a quem se atribuem os áudios divulgados e prontamente negados, em nota oficial, pela Seap, com um adendo: a Secretaria, atordoada, assaca contra o governo Simão Jatene para se isentar de culpa e de se explicar à sociedade.
Quem manda
O que a Secretaria não explica é a inércia contra o Comando Vermelho na atual gestão, que já resultou em três policiais penais assassinados em 2020 e mais cinco mortos nos primeiros nesses primeiros três meses de 2021, além de sete policiais feridos e 13 que sofreram ameaças. O que dizer de uma gestão que tem em seu currículo a maior chacina penitenciária do País em densidade carcerária – Candiru foi a maior em números absolutos – e maior da história do Pará, com 58 presos mortos? Não cabe uma CPI na Alepa?
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