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terça-feira, abril 06, 2021

Em defesa do chefe, ex-petista acusou "reforço às facções e milícias"

Em defesa do seu chefe, Jarbas Vasconcelos e demais companheiros, Cláudio Arroyo acusou todos aqueles que divulgaram os áudios comprometedores - de seus parceiros da cúpula do SEAP, que por sua vez negociaram com líderes do Comando Vermelho - de estarem reforçando as facções e as milícias que atuam no Pará. Para um dos jornalistas que publicou os áudios, a narrativa criada por Arroyo é uma grande inversão de valores. Nas eleições municipais de 2012, Arroyo disputou a cadeira de vice-prefeito de Belém, ao lado de Alfredo Costa na chapa do PT, quando obtiveram apenas 3,6% dos votos válidos, ficando em 7º lugar e amargando a 2ª pior derrota do partido na capital paraense e uma das mais baixas, em toda a história do Partido dos Trabalhadores.

 
Por Diógenes Brandão

A edição do Jornal da Tv Liberal desta segunda-feira, 5, reprisou a matéria do Fantástico, na Globo, que levou ao conhecimento do Brasil e do mundo, as negociações entre a cúpula do Secretaria de Administração Penal e líderes da facção criminosa "Comando Vermelho". 

Veja a matéria exibida pelo Fantástico, neste domingo, 4:



O secretário, Jarbas Vasconcelos evita comentar as denúncias e só emite notas negando tudo. 

Seu comandado, mesmo alegando que não estavam fornecendo colchões e refeições como determina a lei e os tratados internacionais de Direitos Humanos, o ex-petista e hoje dirigente estadual do partido Rede, no Pará, atualmente no cargo de Diretor da Escola de Administração Penitenciária do Pará, Cláudio Arroyo disparou um texto nas mídias digitais onde insinua e acusa todos que noticiaram os áudios com diálogos de um acordo feito pela cúpula da SEAP, com líderes do Comando Vermelho, de reforçarem as facções e milícias e de quererem atacar o governador Helder Barbalho.

Será que todos os jornalistas e demais paraenses que noticiaram o escandaloso fato que ganhou notoriedade nacional com uma matéria do Fantástico, vão ficar com essa pecha?

Será que todos estão ajudando o crime ou tentando entender os métodos de atuação do sistema penal paraense?

E os celulares usados pelos presos dentro dos presídios? Quem os forneceu, tornando possível o diálogo, já confirmado de que realmente aconteceram, entre a cúpula do sistema penal e os líderes do Comando Vermelho?

O escândalo está aí! 

Nega quem quer. Investiga quem pode.

Leia abaixo o texto de Cláudio Arroyo, o único membro da cúpula da SEAP que teve a iniciativa de se pronunciar sobre o escândalo que paira sobre a secretaria:

Desde janeiro de 2019, respondo pela direção da escola dos servidores do Sistema Prisional do Pará (SEAP) e sou co-responsável pelas mudanças implementadas no Sistema sob liderança do secretário Jarbas Vasconcelos.

Neste momento em que o Fantástico apresenta reportagem que foca em um ponto sem contextualizar a ocorrência, me sinto na obrigação de esclarecer que não houve nenhuma negociação entre entes de Estado e o crime. Prova disso é que após o contato feito mais 3 policiais penais foram covardemente assassinados, perfazendo 12 vítimas. E, os próprios criminosos do áudio foram transferidos para presídios Federais de Segurança máxima logo em seguida. Já são ao todo 67 presos transferidos. 

O contato, sob supervisão da Inteligência foi para mapear a localização do líder e quem era identificado como liderança. As demandas de colchões, refeições e banho de sol são previstas em lei (LEP) e se houve erro foi da direção da unidade em não fornecer. Os áudios confirmam isso.

Os sujeitos que protagonizam, como fonte, a reportagem, apenas insinuam uma negociação sem qualquer materialidade já que não houve absolutamente nenhuma mudança nos procedimentos adotados a partir da cooperação com a Força Tarefa nacional que chegou ao Pará em julho de 2019.

Procedimentos que acabaram com o controle que as facções exerciam sobre a maioria das unidades prisionais, transformando-as em fonte de recursos financeiros e escritório do crime. Este fato está comprovado pela estatística do Min da Justiça que registra que o Pará bateu o recorde de queda de criminalidade em 2020 e 2021. O que muito nos orgulha.

Esta nova realidade gera muitos descontentamentos.

Setores que querem atacar o governador Hélder Barbalho acabam reforçando facções e milicias. Não podemos aceitar a partidarização deste tema. Já vemos o estrago que é a partidarização da Covid pelo presidente Bolsonaro.

Mesmo assim, estamos apurando a conduta dos servidores presentes nos áudios, que estão afastados durante a investigação, e reafirmamos que o Estado não vai ceder no firme propósito de controlar o sistema prisional Pará, para não retroceder a um passado em que organizações criminosas mandavam nos presídios.

Ficamos a disposição para mais esclarecimentos.

Quem não deve não teme.

João Claudio Arroyo

Diretor da Escola de Administração Penitenciária SEAP-PA

domingo, abril 04, 2021

Jarbas Vasconcelos afasta Ten.Coronel que negociou com Comando Vermelho, mas que pode ser promovido na PM

Jarbas Vasconcelos, titular da Seap. — Foto: Claudio Pinheiro/O Liberal


Por Diógenes Brandão

O blog AS FALAS DA PÓLIS recebeu com exclusividade, uma lista onde consta o nome de um dos principais membros da equipe de Jarbas Vasconcelos, Secretário de Estado de Administração Penitenciária do Pará e que estaria prestes a ser promovido na PM-PA.

Trata-se do tenente-coronel Antônio Vicente da Silva Neto, que foi até ontem, o comandante do Comando de Operações Penitenciárias - COPE/SEAP, um dos três servidores que foram afastados de seus cargos, uma semana após terem conversas expostas, em negociação, via celulares, com criminosos dentro e fora dos presídios paraenses. 


A lista é de prováveis oficiais que serão
 agraciados em uma promoção "por merecimento", prevista para o próximo dia 21 de abril, realizada pela Polícia Militar do Estado do Pará. O ato deve contar com a presença do governador Helder Barbalho.

Jarbas Vasconcelos afastou os seus três principais assessores, porque eles estão envolvidos em um escândalo que abalou o Sistema Penal Paraense e os órgãos de Segurança Pública do Estado. E isso só aconteceu neste sábado, 03, após uma semana em que a sociedade paraense tomou conhecimento dos áudios de uma negociação entre membros da cúpula da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária – SEAP  e líderes do Comando Vermelho, presos no Complexo de Americano, em Santa Isabel e em Marituba.

conversa entre autoridades e bandidos acabou resultando no afastamento dos servidores envolvidos, que foram substituídos por outros diretores. 

A decisão foi noticiada através de uma Ordem de Serviço Operacional, que sem citar o fato que resultou nessa mudança na gestão penitenciária do Pará, limitou-se a dizer que "as respectivas circunstâncias se encontram sob apuração da Corregedoria Geral Penitenciária – CGP".

Ao determinar o afastamento dos principais membros do seu staff, na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos, que foi candidato ao cargo de senador pelo Pará, nas eleições de 2018, dá uma resposta tardia, ao que podemos considerar um fato gravíssimo e comprometedor, que perdurou uma semana para ter uma resposta por parte do mandachuva do Sistema Penal.

O documento não diz, mas os servidores afastados foram gravados em negociação com criminosos de uma das maiores e mais perigosas organizações criminosas do país: o Comando Vermelho.

Veja abaixo o documento que "vazou" na internet, o qual aparenta ser uma resposta à sociedade de que o Sistema Penal, que teve seus dirigentes negociando com bandidos, agora, passada uma semana, informa que está investigando o caso:

Leia também: 

Conversas entre coronel da PM e facção criminosa CV vazam e agitam segurança do Pará. Ouça-a

Comando Vermelho divulga áudios e expõe negociações com o Estado


segunda-feira, março 29, 2021

Comando Vermelho divulga áudios e expõe negociações com o Estado

O tenente-coronel Vicente Neto, diretor de Operações da Seap teve reunião, por telefone, no presídio, com a “participação especial” do líder da organização criminosa, Leonardo, que estava foragido, para “ajustar procedimentos”.  


Que o governo do Pará, através da Secretaria de Administração Penitenciária, comandada pelo ex-presidente da OAB Jarbas Vasconcelos, negociava com o Comando Vermelho não era novidade para ninguém. O que não se sabia era a forma dessa negociação: reunião, por telefone, no presídio, com a “participação especial” do líder da organização criminosa, Leonardo, que estava foragido, para “ajustar procedimentos”. No telefone oficial estava ninguém mais do que o tenente-coronel Vicente Neto (foto), diretor de Operações da Seap.

Que inteligência!

Esse episódio, que explodiu nas redes sociais sábado, tem tudo para entrar para a história da Segurança Pública do Pará. Afinal, o Serviço de Inteligência do Pará parece ter sido “grampeado” pelo Comando Vermelho, a quem se atribuem os áudios divulgados e prontamente negados, em nota oficial, pela Seap, com um adendo: a Secretaria, atordoada, assaca contra o governo Simão Jatene para se isentar de culpa e de se explicar à sociedade.

Quem manda

O que a Secretaria não explica é a inércia contra o Comando Vermelho na atual gestão, que já resultou em três policiais penais assassinados em 2020 e mais cinco mortos nos primeiros nesses primeiros três meses de 2021, além de sete policiais feridos e 13 que sofreram ameaças. O que dizer de uma gestão que tem em seu currículo a maior chacina penitenciária do País em densidade carcerária – Candiru foi a maior em números absolutos – e maior da história do Pará, com 58 presos mortos? Não cabe uma CPI na Alepa? 

Conversas entre coronel da PM e facção criminosa CV vazam e agitam segurança do Pará. Ouça-as

Áudios de negociações entre o tenente-coronel Vicente Neto e líderes da facção Comando Vermelho, dentro de um presídio paraense gera indignação e medo. O militar alega que essas conversas são "técnicas de negociação, todos sabemos que não existe acordo".


No Ver-O-Fato

Conversas que circulam entre as autoridades da área de segurança pública, apontam suposta negociação entre o tenente-coronel Vicente Neto, da Polícia Militar e dirigentes do Comando de Operações Penitenciárias (COPE) com líderes da organização criminosa Comando Vermelho, presos no Complexo de Americano, em Santa Isabel e em Marituba.  

Nos diálogos, eles tratam sobre facilidades dentro das penitenciárias, como visitas íntimas, quatro refeições diárias, troca de colchões e monitoramento de tornozeleiras eletrônicas. E vêm à tona casos de supostas torturas que redundaram no afastamento de um diretor envolvido, exonerado pelo secretário de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos.  

Em um trecho de outro diálogo, um preso liga para a “inteligência” do CV, e fala com um certo “Tio”, dizendo estar reunido com lideranças “aqui no shopping, o CRP-P2, onde estão nove integrantes. Outros foram transferidos de cadeia em razão de operação prevista. Eles tratam sobre um tal de “salve” e pergunta ao outro criminoso, por celular, se tem como “segurar essa parada aí”.  

Resposta do “Tio” é de que a “luta foi constante e já vai entrar no segundo ano. Todo mundo sabe, inclusive o Núcleo de Inteligência, que o nosso intuito era esperar a intervenção federal ir embora e a gente ganhar o nosso espaço de visitas, alimentação, aguentando mais um pouco. Então, as nossas, estruturas se tornaram mais agressivas, onde nunca colocamos o nosso poder de organização nas ruas por respeito aos amigos que pediram pra nós segurar”.  

Durante a conversa no terceiro áudio, a voz que aparece é do homem conhecido por Ringo Alex, falando com o coronel Vicente. Um detento ligado ao CV passa o telefone ao militar e eles conversam. As gravações foram interceptadas pela área de inteligência da segurança, mas analistas ouvidos pelo Ver-o-Fato dizem que é preciso saber e investigar se as conversas do coronel Vicente Neto violariam os protocolos de crise estabelecidos pelo Sistema Penitenciário Nacional em parceira com o Ministério Público.  

Explicações do coronel  

Quando o Ver-o-Fato elaborava esta matéria, chegaram declarações atribuídas ao coronel Vicente, afirmando o seguinte, sobre a conversas dele com o CV: “senhores, com relação a esses áudios, isso são técnicas de negociação, todos sabemos que não existe acordo… o crime perdeu o poder e os privilégios que tinha e estão revidando pro estado ceder, assim como tem técnicas e táticas no gerenciamento de crises.  

Eu não afrouxei ou foi permitido tais regalias, os presos foram todos para presídios federais. Agora usar um áudio de maneira equivocada e querer deturpar é fácil, minha postura sempre foi e será seria. Foi determinado fim do procedimento? Foi autorizado visita íntima? Colchões, alimentação e banho de sol é regalias ou previsão na LEP (Lei de Execução Penal, não é para cumprir a lei? Apurar tais atos de abuso ou torturas, não é para fazer? Mandar o preso monitorado na CIME, para verificar o dispositivo não pode?”  

O Ver-o-Fato entrou em contato com o procurador-geral de Justiça e chefe do Ministério Público do Pará, Gilberto Valente Martins. Ele informou que irá remeter as gravações para distribuição entre promotorias militares, também para o Grupo de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Gaeco), além do Controle Externo do MP, áreas com a competência de apuração.  

O secretário da Seap, Jarbas Vasconcelos, foi procurado pelo Ver-o-Fato, mas ainda não retornou a ligação telefônica. O espaço está aberto à manifestação.



segunda-feira, julho 29, 2019

A maior chacina do Pará, a falha e a farra do governador Helder Barbalho



Por Diógenes Brandão

Enquanto no presídio de Altamira ocorria uma chacina que resultou em 57 mortos, com atos de selvageria, sendo que 16 tiveram  suas cabeças cortadas, o governador Helder Barbalho curtia o final de semana, participando de festas luxuosas em Salinas. 

A chacina foi ordenada pelo Comando Classe A (CCA), contra supostos membros do Comando Vermelho (CV), mas como alguém pode afirmar, com certeza, que só membros desta organização criminosa foram assassinados no presídio de Altamira? 

Hoje, o governo do Estado pediu e o governo federal, através do ministro Sérgio Moro, autorizou a transferência de 10 líderes de facções criminosas, sendo que em Junho já haviam sido transferidos 30 deste tipo de presos da penitenciária de Americano para presídios federais.

O planejamento e monitoramento do governo falhou?

Superlotado e sem as mínimas condições de recuperação ou reintegração social dos seus detentos, sendo que apenas 33 agentes prisionais são responsáveis por 343 presos, o Centro de Recuperação de Altamira é uma das estruturas falidas do Estado do Pará. 

Segundo informações do CNJ, falta quase tudo no presídio de Almira: De enfermarias a bloqueadores de celular.

Se fosse antes de assumir o poder, Helder e sua família ligada à política,  estariam com seu jornal, rádios e tv exigindo uma intervenção federal no Pará, mas agora dá um jeitinho de evitar que a população veja o governo como responsável pela falta de planejamento e prevenção da violência, que mata e assusta a população.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...