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quinta-feira, junho 03, 2010

As Falas do Barra Norte

Desde Março, Marisse Morbach, ex-esposa do falecido Juvêncio Arruda um dos precursores da blogsfera política - o 5ª emenda - lançou o interessante Barra Norte, onde discute Informação Cultura e Política além de reunir os links da nata da blogsfera paraoar, tal como fazia o saudoso"Juca", o qual enfilerou este blog e nos fez acessado por alguns importantes leitores, tal como você. Abaixo uma copiada básica da doutora em ciência política que disse que não votaria em Marina Silva por ela ser contra o aborto e o casamento gay e a favor do ensino religioso obrigatório e ela - a Marise - contra. A postagem cita o expert em redes sociais Marcelo Branco que roda o Brasil com a Caravana Digital, criada para debate com os militantes petistas o uso das novas tecnologias e sua relação coma a campanha eletrônica na internet. Estive no Seminário em Belém e fiz alguns registros (fotos, vídeos e audios) e em breve colocarei aqui. Mas agora é o debate travado entre Marcelo e o colunista do Jornal o Globo e blogueiro Ricardo Noblat sobre o suposto dossiê que envolve o nome da filha do presidenciável José Serra, onde rola um envolvimento de sociedade entre a little tucana rica e a irmã do estelionatária e suposto empresário Daniel Dantas em Miami, como nos disse com propriedade, o respeitado Paulo Henrique Amorim em seu prestigiado site. E só pra ser um pouco mais prolixo, sabiam que a justiça condenou aquele papagaio da direita que escreve na Veja, vulgo Diogo Maiardi? Pois é, o Brasil tá mudando, e parte disso é culpa de alguns bons jornalista, a maioria sem diploma de jornalista como PHA, Marcelo Branco, Marise Morbach e - desculpa o sincera desprezo pela modéstia, eu. Orai por nós pecadores na Infovia! __________ Engraçada a polêmica que envolve o Noblat - jornalista e blogueiro - e o Marcelo Branco - guru da internet e das redes sociais - , sobre algumas ações que o Guru queria tomar, e que o Jornalista tornou público.O Guru trabalha prá Dilma(PT), e o Jornalista tem seu blog hospedado no oglobo online. -------- O mundo da publicidade, na era informacional, tem tudo prá dar um salto rumo ao culto da comunicação total. Aí,aí,aí...bons tempos aqueles do lampião de gás, rsrsrsrs. ---- Aproveito prá dar os parabéns à Dilma Rousseff: ela enquadrou todos os vícios e mistificações na hora certa!

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Não tem prá ninguém, com a DS ninguém pode, será?!

"A carta expõe e enfraquece a deputada. As desculpas de praxe serão apresentadas, as imagens públicas serão feitas e o Incra será da DS."
Sobre a tal carta da Deputada Bernadete (PT-PA), no blog professor Fábio Castro, ex-secretário de comunicação do governo Ana Júlia. Um amigo petista ligado ao campo majoritário, comenta no messenger: Eles não tão nem vendo! Eu pergunto: será que a governadora está? Vou pintar na caixinha do professor doutor e perguntar ao único membro da DS que se manifestou publicamente até agora sobre a questão e perguntar: será que está, professor? Abaixo a postagem completa: De ontem para hoje, o assunto central de todos, governo e PT. Não dava para ser diferente, levando em conta a repercussão dada pela nota publicada no Repórter Diário, bem no meio da conjuntura de organização da posse de João Batista e do diretório estadual, amanhã, e bem em meio à organização do 30o aniversário do partido. Há quem tenha avaliado que o "vazamento" da carta foi um ato político estudado. Outros, sugerem uma falta de tato, um ato político descuidado. Na blogosfera o assunto também repercute. Hiroshi Bogéa faz uma leitura conjuntural, somente possível para quem conhece bem a realidade de Marabá. O Bacana usa o evento para retomar o tema da insatisfação do PT contra a DS, aliás, debate que andou animado por aqui. No horizonte da carta, sejamos claros: Marabá é um espaço vital, um espaço estratégico, para a DS e para o governo. Impossível não haver disputa por esse espaço. Considere-se, primeiro, os investimentos e o tipo de investimentos que o governo está fazendo na região de Marabá, sobretudo via Sedurb e Sedect, secretarias ocupadas pela DS. Considere-se, em segundo lugar, que as outras grandes cidades do estado, Santarém, Ananindeua e Parauapebas, já estão ocupadas, solidamente, por grupos políticos do PT ou PMDB. A DS pretende crescer, obviamente, e isso não é possível sem dominar, politicamente, uma grande cidade paraense. O espaço político ocupado por Bernadete, como assinala o Hiroshi, é frágil e a cidade tem uma grande lacuna de lideranças petistas. Então... Ora, a carta de Bernadete apenas traduz a angústia dessa disputa. É quase um ato de desespero político. Como disse o João Batista, presidente do PT - segundo o Bacana - há coisas que é melhor falar diretamente, e não escrever. Os desdobramentos são previsíveis: a carta expõe e enfraquece a deputada. As desculpas de praxe serão apresentadas, as imagens públicas serão feitas e o Incra será da DS.

domingo, janeiro 24, 2010

Inversão de Prioridades ou Sexto Sentido aguçado?


Desde que o Quinta emenda teve sua titularidade assumida, por nada menos do que a doutora em ciência política Srª Marise Morbach, o blog faz jus à teoria de que as mulheres  possuem a intuição agulçada para isso, a blogueira  lança mais um perspectiva visionária. Uma não, duas: 

Estou  "imaginando"  duas chapas para o governo do Estado:

1. Jader Barbalho (PMDB) - Governador
2. Paulo Rocha(PT) - Vice-Governador
3. Duciomar Costa (PTB) - Senador
_____

1. Jader Barbalho (PMDB) - Governador
2. Duciomar Costa (PTB)- Vice-Governador
3. Paulo Rocha(PT) - Senador

Aí, inevitavelmente a caixinha de comentários recebeu outras "imaginações", tipo:

Jatene - Governador
Luís Otávio - Vice
Jader - Senado



E por ai vai... e é motivado com o espírito democrático e a curiosidade científica de constastar pesquisando que o blog lança sua a enquete, procurando a opinião d@s ilustres leitoras (es).


A sorte está lançada e a sua opinião vale muito.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Ana Júlia: A mais nova Blogueira do Pará




Ontem, veio ao ar na blogsfera paraense, o blog da governadora Ana Júlia Carepa.

E não foi só o blog não. Ela e sua equipe mandaram ver e entraram de cabeça, fazendo uso de outra mídia social imprescindível nos dias de hoje para qualquer pessoa antenada e que queria ser sintonizada: O Twitter.

Eu que não sou besta (rsrs) já estou como "seguidor" tanto "dum", quanto "doutro" desde ontem, quando li pelo Espaço Aberto e cuidei logo de linka-lo aqui ao lado e como este espaço é para todas as falas da pólis, nada mais justo do que reproduzir para os leitores, a primeira postagem da Excelentíssima governadora - a primeira do Pará - Ana Júlia.

Plec, plec, plec..

hehehe...

Maassss, lembrando o filósofo e apresentador do programa regional "Metendo Bronca" (RBA), Luiz Eduardo Anaice, as Falas  da Pólis mesmo atolada em atividades que impedem sua atualização como dantes,  quando gozava o ócio criativo, não poderia deixa de fazer, uma, por hora nada mais do que uma  sugestão para a gov e sua equipe: Ampliar o leque dos meios de comunicação apontados no link Notícias do Brasil, onde constam apenas os "grandes"  os quais sabemos representar o que o Paulo Henrique Amorim denominou de PIG*,  os quais sabemos que não são os "mais", nem tão pouco os únicos para lhe servirem de referência, a blogsfera é testemunha e exemplo de bons serviços jornalísticos prestados ao Brasil e o mundo.


Registro feito é acompanhar, comentar e aguardar o bafafá que o blog provocará quando iniciar a campanha eleitoral de 2010, se é que ainda não começou!




Hoje, 4 de janeiro, primeiro dia útil do ano de 2010, entra no ar o nosso blog. Nosso, porque é coletivo, já que terá o palpite e a opinião de todos e todas que assim o quiserem.

É para registrar o lado positivo da vida, o da superação, da garra de viver e seguir em frente, apesar das adversidades. E com alegria, fé em Deus, na vida e nos homens e mulheres e boa vontade.


Sou assim, otimista. Gosto de enfrentar os problemas e buscar a solução de forma coletiva, participativa. Errando e acertando, fazendo da vida um constante aprendizado.


No blog serão bem acolhidos testemunhos de anônimos e anônimas que, todos os dias, reinventam a vida, com alegria, garra, emoção e criatividade.


Um beijo no coração e vamos à tarefa de ser blogueira. Contando, é claro, com uma equipe para ajudar na alimentação da informação.

quinta-feira, outubro 08, 2009

As Falas de Puty

Com um Ctrl+C, Ctrl+V, trouxe na íntegra a postagem feita pela jornalista Ana Célia em seu blog A Perereca da Visinha, com o Chefe da Casa Civil, o companheiro Cláudio Puty.

Desde quando assumiu o posto, é notória a mudança com que a governadoria e todo o staf do governo Ana Júlia tem passado.

Por isso, o até então único candidato da DS para Câmara Federal, não esconde que articula-se rápida e estrategicamente, além de gozar da confiança da governadora.

Na entrevista, destaca que não abre mão da candidatura do Dep. Paulo Rocha, líder da tendência interna Unidade na Luta, mas também quer Jader Barbalho na base e como aliado à reeleição de Ana Júlia.

Resta saber se a estratégia dará certo e se para tal, será combinado com todos os russos, pela qual a eminência parda é recorrente.

O senhor é realmente a eminência parda, o Rasputin do Governo do Estado?

Cláudio Puty: É claro que não. Eu sou um secretário que trabalha para o Governo do Estado, escolhido pela governadora Ana Júlia.

E por que essa fama de ser a pessoa que controla o governo nos bastidores?

Cláudio Puty: Eu não sei. Isso quem tem de dizer é quem acusa; o ônus é do acusador. Mas, de qualquer maneira, talvez a atividade de articulação política esteja sempre, em alguma forma, associada à idéia da política enquanto uma arte manipulatória, o que é exatamente o contrário do que se pretende aqui. Tanto do projeto do governo, quanto do projeto de esquerda, enquanto tal, ele tem de ser esclarecedor. Tem de ser emancipatório, por assim dizer. Tem de ser o contrário da política vista simplesmente... Ou enquanto jogos de gabinete, jogos de palácios...

E é possível fazer esse tipo de política no estado do Pará?

Cláudio Puty: O que acontece muito é que, normalmente, tende-se a identificar ações planejadas ou não à ação planejada de alguém, o que nem sempre é verdade. Existem casos que são absurdos. Por exemplo: um vereador do partido tal, em Novo Progresso ou em Jacareacanga, decide se comportar de uma determinada maneira e coloca isso como se fosse uma grande manipulação de alguém, quando, na realidade, simplesmente foi uma decisão local. Então, só para repetir: existe uma tendência da política enquanto um jogo manipulatório, jogo de gabinete, que é o tipo de política das elites; e por outro lado, a política enquanto uma tentativa de explicar o que não tem explicação. Você tem disputas políticas locais e decisões individuais que se tenta associar a ações racionalmente planejadas.

E o como é que o senhor se sente quando é comparado a um Rasputin da política paraense?

Cláudio Puty: Eu não sei se sou comparado; sinceramente, não vejo... Eu não sei se as pessoas falam muito a sério quando estão dizendo isso. Acho que estão, na realidade, tentando muito mais atingir a governadora do que a mim.

O senhor acha que é um preconceito contra a governadora?

Cláudio Puty: Mas isso é outro departamento; existe um preconceito contra a governadora, sem dúvida nenhuma. Porém, mais do que preconceito, existe oposição à governadora. Então, quando falam que sou um Rasputin, eu realmente não me importo com isso, pessoalmente. Só me importo à medida que percebo que isso é uma tentativa de erosão da imagem do governo, da imagem da governadora.

Mas isso não tem a ver, também, com a demasiada concentração de poder pela DS, mesmo em relação ao PT?

Cláudio Puty: A DS, da forma como ela é expressa, é uma abstração, porque todo governo tem núcleo dirigente. Se você pegar, por exemplo, da prefeitura de Santana do Araguaia ao governo brasileiro, você tem o núcleo político dirigente desse governo. Associar isso – e o núcleo dirigente desse governo não é necessariamente o grupo associado à corrente Democracia Socialista do PT... Existem pessoas que têm uma relação histórica com a governadora Ana Júlia; pessoas da sua confiança pessoal; pessoas de correntes do PT que não são da DS – caso do Aírton Faleiro, por exemplo, que é o líder do governo, e que goza da profunda confiança da governadora; o presidente do PT, João Batista... Então, eu acho que parte da incapacidade de alguns críticos de entender certos movimentos do governo também está associada ao fato de acharem que o problema é a DS. Isso é uma simplificação, que, se ajudasse a esclarecer o que está acontecendo, funcionaria.

E o que é que está acontecendo?

Cláudio Puty: O núcleo dirigente desse governo não é só de pessoas ligadas à DS. Tem muita gente da DS que não se sente necessariamente representada nesse núcleo de governo. Vamos pegar o exemplo do Lula, que tradicionalmente era de um grupo do PT. Quando ele assume o governo, passa a ter uma relação com o núcleo dirigente, que é diferente daquela que tinha com a corrente política da qual fazia parte, no PT. Ele tem relações, hoje, com o Henrique Meirelles (presidente do Banco Central), com a Dilma Rousseff (chefe da Casa Civil), com o Fernando Haddad (ministro da Educação), com o Tarso Genro (ministro da Justiça). São pessoas que formam o grupo de maior confiança dele, que não são necessariamente ligadas a uma corrente do partido. É a mesma coisa no Governo do Estado: tem um grupo que goza da confiança da governadora e que assume os cargos da Governadoria. O que realmente parece que está por trás, quando se diz “a DS”, é que existe um “deus ex machina” que manipula a Ana Júlia - isso é o que a oposição quer dizer. Ou seja, que a Ana Júlia, na realidade, não está tomando aquela decisão; que existe um grupo, que, associado a uma corrente do PT, está tomando a decisão por ela, o que não é verdade.

Mas, se isso não acontece agora não é em função de as outras correntes do PT terem batido na mesa, para uma divisão mais proporcional do bolo?

Cláudio Puty: Não é verdade que a grande maioria das correntes do PT tenha reclamado da composição do governo – e ela mudou muito desde o início. A meu ver, existia uma sub-representação, no governo, da corrente do deputado Paulo Rocha. Mas, outros grupos representativos do PT nunca reclamaram.

E por que essa sub-representação de uma das maiores correntes do PT, que é justamente a do Paulo Rocha? Havia algum estremecimento entre ele e a governadora?

Cláudio Puty: Não, não é estremecimento; acho que é um problema de... origem. Não participei da composição original, né? Quando assumi a Casa Civil, há um ano e meio, identifiquei – e a governadora também identificou - esse problema. Mas o problema é que o governo não pode ser simplesmente uma representação do tamanho das forças na sociedade, principalmente em se falando do partido, que tem muita gente que não é de uma corrente. Isso também é uma simplificação, que não ajuda a explicar, por exemplo, por que a Sílvia Cumaru é secretária de Saúde – ela não é de nenhum grupo político do PT e é um quadro político importante. Por que a Bila era secretária de Educação? Ela não é de nenhum grupo do PT e é um quadro político importante da esquerda. Enfim, talvez essa representação menor não seja um problema é... E seja mais um problema daqueles que não estão no governo. Não vi grandes reclamações nem do grupo do Paulo Rocha, em relação a sua representação no governo.

Por que é que o PMDB reclama tanto do governo, e especialmente da DS?

Cláudio Puty: Na minha interpretação, parte da tensão com o PMDB está associada à indefinição do cenário do ano que vem. Não é só aqui no Pará: em vários estados da Federação – no Mato Grosso, o André Puccinelli (governador de MS) acabou de ter uma crise com o Zeca do PT; tem problemas na Bahia, do Jaques Wagner (governador) com o Geddel Vieira (ministro da Integração Nacional). Então, o fato de termos tensionamentos com o PMDB, que é o maior partido da coligação que elegeu Lula, em vários lugares, demonstra que existe um fator geral; que não é só um problema localizado.

Por que é tão difícil a convivência entre o PT e o PMDB?

Cláudio Puty: Olha, não acho que seja difícil a convivência. Nós queremos o PMDB aliado, queremos que esteja na chapa de reeleição da Ana Júlia. A posição do PT é a de apoiar um candidato do PMDB para o Senado, aqui no Pará. Essa é uma decisão de diretório – não estou falando como membro do governo, mas, como petista – votada por unanimidade, sem problema algum. Então, isso demonstra que não há dificuldade fundamental na relação com eles. O que tivemos foi um problema de gestão, que tivemos, também, com forças do PT, inclusive da DS. Tivemos diversos problemas, mas, essas coisas são corrigidas. O problema é quando se associam correções na gestão – você tem de trocar uma pessoa aqui, né?, que nós avaliamos que não está dando conta do recado; ou teve problema aqui e acolá e troca aqui e acolá; isso aconteceu com muita gente do PT...

Houve um expurgo, não é?

Cláudio Puty: Foram mudanças!... Vamos combinar que alguém que foi eleito tem o direito de escolher a equipe com que vai trabalhar, não é? Não tem essa história de expurgo, de não sei lá o quê! Isso aqui não é uma assembléia constituinte: é um governo onde a governadora foi eleita; é o Executivo, e ela tem de saber com quem vai trabalhar. Isso é a coisa mais natural do mundo. Então, quando há problemas numa gestão, se troca. E a governadora decidiu fazer algumas trocas, que impactaram tanto o PMDB, quanto setores do PT e pessoas que não eram necessariamente ligadas à indicação política, diretamente. Quando se associa isso à indefinição do ano que vem, isso se torna elemento para comentário político. Aí se politiza esse problema. Essa foi a origem do problema com o PMDB – que estamos tratando de resolver. Há predisposição, tanto por parte do PT quanto do Governo do Estado, em, digamos, repactuar espaços com o PMDB no governo.

Mas depois de todas as crises, o senhor ainda acredita que PT e PMDB caminhem juntos no ano que vem?

Cláudio Puty: Acredito que seja possível, é necessário e é para o bem do Pará.

Para o bem do Pará? Mas o PT não criticava tanto o PMDB, o passado do PMDB e do próprio cacique Jader Barbalho? Não há outra aliança que possa ser considerada mais para o bem do Pará?

Cláudio Puty: Olha, você tem de perguntar isso é para os dirigentes do PT; eu falo aqui enquanto chefe da Casa Civil, enquanto governo. Para nós, é fundamental fazermos uma aliança ampla, considerando que temos muitas reformas estruturais que dizem respeito à gestão do meio ambiente, à defesa dos direitos humanos, à reforma urbana, saneamento, habitação. E esse tipo de política que queremos implementar aqui no estado, obviamente, desagrada alguns setores, principalmente PSDB e Democratas. Então, nós acreditamos que, para um projeto de esquerda democrático vingar no Pará, precisamos buscar aliados fora dos estritos marcos da esquerda tradicional. Por um problema de correlação de forças no estado, da quantidade de tarefas que temos de cumprir, da quantidade de quadros que necessitamos, pela força no parlamento, nas instituições. Então, não estamos fazendo aqui julgamento moral acerca dos aliados: estamos fazendo julgamento político acerca da necessidade de empreender um programa de reformas.

E se o PMDB não vier, qual o plano B do governo?

Cláudio Puty: Não existe plano B. Queremos o PMDB na chapa. Queremos formar um amplo campo de alianças, que inclua o PTB, o PR, os partidos de esquerda, os aliados clássicos do PT – o PC do B, o PSB. O PDT. Outros pequenos partidos, fortalecidos recentemente – o PMN, o PSC, com a volta do deputado Zequinha Marinho. Mas achamos que o PMDB é um aliado de fundamental importância.

Mas ele decide o jogo? E se o Jader disser: não vou mais com vocês, me estressei de vez. Há alternativa? Será que uma composição com forças políticas menores poderia substituir esse casamento com o PMDB?

Cláudio Puty: Olha, o PT tem muita força. Partidos como o PP se fortaleceram muito, no último período. À esquerda, o PC do B estava muito enfraquecido, na última eleição, e agora filiou muita gente, vai estar com uma chapa mais forte. No PSB, o Ademir Andrade e o Cássio há pouco estiveram aqui e estão com uma chapa para deputado muito forte. Então, a correlação no segundo governo da Ana Júlia, no parlamento, seria muito mais favorável à esquerda. Mas mesmo assim, nas eleições, não podemos ignorar o papel importante do PMDB, que tem 40 prefeituras, sete deputados, uma liderança importante como é a do deputado federal Jader Barbalho. Obviamente, se eles não quiserem coligar, apoiar a Ana Júlia, seria uma pena, e nós vamos tocar a vida, buscar aliança com os outros partidos. Mas, vamos insistir até o último momento para que eles venham com a gente.

Vocês ofereceram o Senado ao PMDB. E a vice-governadoria?

Cláudio Puty: A vice não entrou na discussão entre o PT e o PMDB. O que acenamos para eles é que a vice seria ofertada a um partido do bloco PR/PTB.

Mais para o PR ou mais para o PTB?

Cláudio Puty: Indistinto a essa altura, porque eles estão com um bloco, né?, bem casadinho.

Ainda não há nenhum nome em perspectiva?

Cláudio Puty: Ainda não tem. Mas, mesmo que tivesse, é muito cedo para falar.

Mas há nomes que vocês vetariam, como, por exemplo, o do prefeito da capital, Duciomar Costa?

Cláudio Puty: Não acho que o Duciomar queira largar uma prefeitura para ser vice-governador... (risos)

E o Anivaldo Vale?

Cláudio Puty: Não vetaríamos; não estamos vetando nenhum nome.

Vocês aceitam o nome indicado pelo bloco, mesmo que seja uma pessoa de passado complicado?

Cláudio Puty: Claro que qualquer nome vamos ter de conversar, obviamente dentro das normas do bom senso. Mas ninguém começa uma conversa com aliados dizendo: “olha, já estamos vetando isso e aquilo outro”. Não é de bom tom.

O PMDB não pediu a vice a vocês?

Cláudio Puty: O PMDB não pediu a vice nas conversas com o PT.

Vocês ofereceram o Senado, mas, como é que isso se daria? Sairia um candidato do PT, ou não sairia candidato algum?

Cláudio Puty: A posição do diretório do PT é: Paulo Rocha é nosso candidato ao Senado. E abriríamos mão da outra vaga – temos direito a duas, né? – para apoiar o candidato do PMDB ao Senado. E aí, como é fundamental ampliar a aliança, ofereceríamos a vice a outro partido.

Mas petista que é petista votaria no Jader? Por exemplo, na eleição à Prefeitura de Belém houve quase uma rebelião petista em relação ao Priante. O senhor acha que seria possível conseguir o voto de um petista militante e juramentado para o Jader Barbalho?

Cláudio Puty: Olha, se entendermos que o que está em jogo é a estabilidade do Senado para a Dilma; que o que está em jogo é a reeleição de um projeto aqui, com a reeleição da Ana Júlia, tenho certeza de que petista que é petista, que é de esquerda, que consegue entender o que é estratégia política, que não estamos brincando de casinha, estamos falando de mudar o estado do Pará, ele – ou ela – entenderá perfeitamente.

Como é que vocês analisam o tucanato?

Cláudio Puty: O governo do PSDB foi um governo centralizado na capital e um governo que, ao se deparar com a complexidade dos problemas na saúde, na educação, na segurança, resolveu fazer o mais simples, a partir de obras vistosas – o que não se pode dizer que seja uma coisa pouco inteligente; é uma coisa muito inteligente, só que não muda o estado. Então, em vez de enfrentar os problemas da municipalização da saúde, os problemas da saúde básica, preferiram construir hospitais de média e alta complexidade nas regiões - mesmo sabendo que a manutenção desses hospitais, por ano, seria mais cara até que a sua construção – em vez de empreender o processo, que é muito mais difícil, muito mais complicado, de fortalecimento da saúde básica. É isso que nos diferencia. Em todas as áreas você acha esse padrão pragmático/centralizador. Um padrão que funciona muito bem para as eleições, tanto que ganharam duas e disputaram a terceira. Mas, como eu disse, não resolve os problemas do povo. Daí a eleição da Ana Júlia. Eu poderia falar de várias outras características, mas acho que essa é a que simplifica mais.

É por isso que a Ana está patinando nas pesquisas, que se diz que ela não tem obras, por causa dessa opção por obras de base, em detrimento daquelas de maior visibilidade eleitoral?

Cláudio Puty: Olha, ainda é muito cedo para julgar o governo, porque o governo não acabou, muita coisa vai começar a ser inaugurada agora. Há pouco entregamos algumas casas, já na primeira obra do PAC, no Fé em Deus, aqui na Augusto Montenegro - e é impressionante você ver como era e como está ficando. A mesma coisa você vai ver se for ao Tucunduba. Então, muita coisa vai ocorrer – e a percepção pública de um governo muda muito a partir do momento em que as obras vão maturando. Então, nada mais falso do que dizer que é um governo sem obras. É um governo, obviamente, com obras distintas: vamos fazer cinco vezes mais habitação popular do que o governo Jatene. Em termos de ligações de água, a Cosanpa administrou, até o início deste governo, 400 mil e nós vamos fazer, só neste governo, 200 mil ligações – é a nossa meta, com o PAC, com outras ações de saneamento. Tudo isso é obra. Obviamente, não teve Mangal das Garças, nem Estação das Docas, nem outras obras desse tipo, de caráter mais pontual.

Mas essas obras não estruturam o estado economicamente? Não ajudam, também, a atrair dinheiro, a gerar empregos e a impactar a qualidade de vida das pessoas? Cláudio Puty:

Olha, eu não vou entrar no... Usei esses exemplos de obras não para dizer... – não me leve a mal, digamos assim – fazer discurso contra a Estação das Docas, porque acho que isso é um negócio meio, né?, que não ajuda muito. Eu tenho a minha opinião: acho que não estrutura nada; acho que não estrutura coisíssima nenhuma, porque o nosso turismo aqui tem um perfil de turismo de negócios e não é atraído por esse tipo de empreendimento. O que nos estrutura, obviamente, é saneamento, é transporte, é regularização fundiária, é industrialização. Isso sim estrutura. Mas, é a nossa opinião em relação a isso. Então, respondendo: temos muitas obras e elas são de diferente qualidade e característica, a partir de uma visão do que nós achamos que seja estruturante para o estado do Pará, a partir de indicadores sócio-econômicos, a partir da necessidade de distribuirmos o desenvolvimento entre as regiões do estado, e a partir da oportunidade histórica que tivemos de contar com o Governo Federal, que tem sido muito comprometido com obras estruturantes nas áreas de saneamento e habitação e com obras estruturantes na região amazônica – como é o caso do asfaltamento da Transamazônica, com a BR-316, as eclusas de Tucuruí, que estavam aí num vai-não-vai desde 1980 e que vão ser inauguradas em março do ano que vem... Enfim: são obras de característica distinta, distribuídas no estado e, essas sim, estruturantes.

Mas, em 2007, os investimentos caíram a menos da metade de 2006, e em 2008 o investimento foi igual ao de 2006. Separando investimento de custeio, não houve uma queda dos recursos próprios que o Pará investe?

Cláudio Puty: O que nós fizemos foi o seguinte: mudamos o padrão do uso dos recursos. Em vez, por exemplo, da obra em convênio com o prefeito para asfaltar – que é o tipo de obra de caráter eleitoreiro, que dura uma eleição – nós fizemos coisas que não são consideradas investimento. Fizemos Bolsa-Trabalho – são 45 mil bolsas e isso vai para a rubrica custeio (ODC, Outras Despesas em Custeio). Fizemos coisas como o Pró-Jovem, que são 8.500 bolsas para estudantes que não concluíram o ensino fundamental - e isso também não é contabilizado como investimento, porque não é obra. Fizemos concurso público para cerca de 20 mil funcionários públicos; demos os maiores aumentos salariais do país; criamos uma estrutura mais presente do Estado nos municípios paraenses. Então, isso não é considerado, não é contabilizado...

Então, se considerasse isso não teria caído?

Cláudio Puty: Não, não... Eu estou dizendo o seguinte: é que nós mudamos o padrão do uso dos recursos disponíveis – não estou usando a palavra investimento. Obviamente, a quantidade de recursos de 2006 para 2007... Você pode pegar qualquer início de governo, há uma queda de recursos para investimento; qualquer início de governo. O governo gasta mais quando se aproxima do último ano de governo. Mas, mesmo considerando que, em 2008, nosso investimento foi igual ao de 2006, eu não ficaria orgulhoso com isso. Digo o seguinte: que o mais importante é olharmos que os gastos com custeio e com pessoal aumentaram. Isso significa tanto redistribuição de renda, quanto uma opção pela política social – caso do Bolsa-Trabalho, Pró-Jovem, a quantidade de fomento para a agricultura familiar que demos; incentivo à organização social, a partir de convênios para a produção. Nada disso é contabilizado como investimento. Então, houve realmente uma mudança do padrão: menos investimento num tipo de obra associado com o prefeito e mais investimento – que aí não é contabilizado como investimento – em política social. É contabilizado como custeio.

O senhor diz que se investiu em programas. Mas, esse custeio que cresceu não foi também o peso da máquina, a máquina em si?

Cláudio Puty: Sim – mas isso era necessário, porque nós tínhamos um Estado absolutamente ausente dos municípios. Você pergunta para um prefeito do interior, o sentimento separatista está muito associado a isso. Nós acreditamos que o Estado tem de estar presente - e isso significa gasto. Um dia desses dei uma entrevista para a Folha de São Paulo e o repórter veio me perguntar sobre os gastos com diárias. E eu mostrei para ele o seguinte: cerca de 70% a 80% do aumento das diárias era explicado por diárias na Segurança Pública e na Secretaria do Meio Ambiente. E por quê? Porque para você fazer uma reintegração de posse, o que é tão requisitado por alguns dos nossos adversários, os gastos com diárias, para deslocar militares daqui para o Sul do Pará, são altíssimos. Para você fazer uma política de gestão florestal no estado, você tem, para aprovar o plano de manejo, que mandar funcionários da Secretaria de Meio Ambiente para vistoriar as áreas, uma coisa que não se fazia antes, porque a gestão florestal não era uma atribuição do estado. Isso significa gastos com diárias, significa estrutura da Secretaria do Meio Ambiente no interior. Quando você faz concurso para a Polícia Militar do Estado, que há cerca de doze anos não ocorria, isso significa aumento de salários, aumento de gastos com pessoal, aumento de diárias porque essas pessoas, quando vão em operações, têm de receber diárias; aumento do equipamento associado a isso – carro que consome combustível...

Tudo bem: você cresce para levar o Estado ao cidadão. Mas, nessa crise, há a dificuldade de compatibilizar o crescimento do custeio com a queda da arrecadação. E, no horizonte pós-crise, não se sabe como ficará – talvez a arrecadação não volte ao patamar anterior. Isso não demonstra que, apesar da necessidade da presença do Estado, é preciso certo controle sobre as finanças?

Cláudio Puty: Não, sem dúvida nenhuma. O que nós aprendemos, nos últimos 15, 20 anos no Brasil, é que a responsabilidade fiscal é uma coisa muito importante. Ninguém poderia prever que uma crise de tal monta iria ocorrer. Ninguém! – senão não tinha banco quebrando nos Estados Unidos, né? Então, com impacto sobre a arrecadação e tudo mais. E nós, sim, passamos muita dificuldade para manter uma certa estrutura do Estado em funcionamento. Não fomos só nós, não! Os estados onde os amantes do Estado mínimo, o PSDB governa, o Aécio enfrentando, também, muitos problemas para a manutenção. Para não falarmos da Yeda Crusius, que é um caso “hours concurs”. Então, esse é um problema que todos os governadores, sendo eles mais ou menos comprometidos com políticas sociais, enfrentaram, porque ninguém previa uma crise dessa monta. Mas, os nossos indicadores estão absolutamente dentro do estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Quanto o Pará perdeu com a crise?

Cláudio Puty: Esse mês nós perdemos R$ 70 milhões, mas, no passado, não foi tanto, variou. Mas eu creio que as perdas acumuladas chegam a R$ 400 milhões.

Como é que o senhor vê a afirmação de que a única coisa que a Ana Júlia inaugurou até agora foi a cozinha do Hangar?

Cláudio Puty: Isso é elogio da oposição, o que é que eu posso dizer?... (risos) Quando a oposição começar a elogiar o governo é que eu vou ficar muito preocupado... Olha, nós já fizemos cerca de 400 reformas e reconstruções de escolas. Temos uma quantidade enorme de obras no interior. O governo ainda não acabou – e eu fico muito preocupado em como é que vai ficar o estado psíquico dessas pessoas quando começarmos a inaugurar as obras do PAC, que estão todas muito adiantadas... Fé em Deus, Pratinha, Duas Irmãs, residencial Jaderlândia, Jardim Jader Barbalho, Liberdade, Tucunduba, o saneamento lá em Marabá, a ETE do Una. Então, tudo isso é muita coisa, muita obra... A nova Santa Casa, não esqueçamos, estamos aí acompanhando diariamente para que ela saia no prazo; o Ação Metrópole, que você acompanha como está ao passar pela Júlio César, pela Independência; a perna sul da Alça Viária, com a ponte sobre o rio Capim. Enfim: uma quantidade grande de obras que temos para inaugurar. Como eu disse: o governo ainda não acabou.

Quem mete mais medo: Jatene, Almir ou Mário Couto?

Cláudio Puty: Mário Couto.

Por quê?

Cláudio Puty: Tô brincando... (risos). Não, ninguém mete medo na gente, não. Acho que temos um debate para fazer no ano que vem. Exatamente por isso, independente de quem seja o candidato, vamos discutir, debater programa. Vamos discutir com eles o rumo do Pará. E acho que vai ficar claro para a população que os três são muito parecidos.

É verdade que o senhor vai ser candidato a deputado?

Cláudio Puty: Não tem nada certo quanto a isso.

Qual, afinal, a visão de mundo da DS? Marx não morreu, ele está que nem o Elvis Presley?

Cláudio Puty: (risos)... A DS é uma corrente que surge um ano antes do PT, em 1979 – está, portanto, completando 30 anos. É formada por grupos que na época se chamavam trotskistas - hoje não mais - e que se integra ao PT pela necessidade de a gente construir um partido comprometido com a transformação profunda da sociedade brasileira. A DS, na história do PT, teve um papel muito importante. Normalmente, se situava à esquerda do Campo, do grupo do Lula, o maior grupo do PT, que se chamava Articulação e hoje se chama “Construindo um Novo Brasil”. Teve um papel muito importante na dinâmica interna, é um grupo interno e serve para debate interno do PT. Foi muito importante ao trazer para o Brasil o debate sobre cotas para mulheres – tem um compromisso muito grande com o feminismo militante. Teve um debate no PT também muito grande, uma contribuição da DS, para o reconhecimento do direito à tendência no interior do PT. Todas as organizações socialistas anteriores ao PT e que entram no PT, a DS preconizou e preconiza a necessidade do direito à tendência no PT, uma ruptura com a tradição dos partidos comunistas, a tradição do Comitê Central e da unicidade de opiniões. Teve um papel importante, também, na prefeitura de Porto Alegre, ao levar adiante a idéia do orçamento participativo, que, em grande medida, foi uma elaboração também inspirada por militantes da DS; a idéia de empreendermos políticas municipalistas radicais, de democracia direta. Então, é uma corrente política como outra do PT, que tem na transformação socialista uma meta, o socialismo democrático uma meta importante, um sonho, e que preconiza que o PT deva estabelecer relações com grupos, com a esquerda democrática da América Latina e do mundo. Nós achamos que a transformação tem que ser inspirada, também, na experiência de outros países: da esquerda européia, da esquerda latino-americana, a experiência cubana. Enfim, é um conjunto de idéias...

Mas esse fracionamento do PT não é mal visto pela sociedade?

Cláudio Puty: Acho que não. A pior coisa é você ter grupos de interesses, né? Como são grupos de décadas, que têm formulação política, acho que isso é uma coisa boa. Acho que as pessoas que votam no PT não estão muito preocupadas com isso. Existe uma sociedade civil petista que não é filiada ao PT, que vota no PT. Você faz a pergunta, na pesquisa de opinião: qual o seu partido predileto? É o PT - de longe! E esse voto nem sempre vai para os candidatos do PT, mas vai para o partido, tem uma simpatia muito grande. Então, a relação entre a opinião pública, essa sociedade civil que vota no PT, e a vida interna do PT é muito dispersa; não existe uma relação muito íntima. Então, não acho que as pessoas estejam tão preocupadas com isso. E isso talvez seja um dos grandes mistérios do sucesso do PT, enquanto experiência organizativa na esquerda mundial – enquanto maior e mais importante partido de esquerda existente. É que se fala tanto de uma bagunça interna, de uma disputa interna, mas é um partido extremamente bem sucedido. Governa um dos maiores países do mundo, estados e muitas prefeituras. Tem uma contribuição importante, se olharmos na história da esquerda mundial. Temos um país visto com outros olhos, no exterior, por causa da liderança da sua principal figura, que é o Lula. Então, não digo que é tudo de bom, mas, são muitas coisas boas.

Como é que o senhor vê esses escândalos no governo – a questão dos kits escolares, essa denúncia de superfaturamento, e o derrame de dinheiro no Hangar? O que é que há de real nessas denúncias?

Cláudio Puty: Olha, acho que quem cabe dizer o que tem de real ou não... Nós vemos com muita tranqüilidade, que a cada denúncia dessas nós... Temos auditoria interna, que é a AGE que faz, tem o Ministério Público. Ninguém pode nos acusar de sermos complacentes, ou de essas instituições pegarem leve com a gente. Normalmente, onde o PT assume o governo há muita fiscalização, até por parte da imprensa, o que é uma coisa fantástica; por parte do Ministério Público, por parte do Tribunal de Contas. E nós fortalecemos muito a nossa auditoria: fizemos concurso, estruturamos, fizemos o Portal da Transparência, que você pode acessar e tem lá os gastos do governo. Tanto no caso do Hangar quanto dos kits escolares, nós saudamos o papel fiscalizatório de quem cabe.

Mas a Bila (ex-secretária de Educação) caiu por causa dos kits escolares ou não? Cláudio Puty: Não. Ela recebeu um convite de Brasília. Talvez o cargo de secretária de Educação do estado do Pará seja uma tarefa extremamente desgastante, né? Ela achou por bem aceitar esse convite do ministro Haddad, com quem ela tem uma ótima relação. E nós vamos defendê-la, defender a sua gestão, como a governadora, em todas as suas declarações públicas, tem feito. E o Ministério Público está avaliando essa questão dos kits e nós aguardamos o resultado com tranqüilidade.

Mas por que o estado não fez uma licitação? Por que tratar os kits como propaganda? Foi a pressa de lançá-los antes do ano eleitoral de 2010? Cláudio Puty: Não, porque nós estávamos em 2008 ainda, não tinha pressa. Foi uma interpretação por parte da Secretaria de Educação, que avaliava que, a partir da licitação já feita - e eu não ouvi ninguém dizer que os kits tenham sido superfaturados...

Fala-se em R$ 7 milhões de sobrepreço... Cláudio Puty: Fala-se? Essa eu não ouvi... Pois é, então veja que há investigações aí da Auditoria, do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Mas, o que eu saiba – eu estou surpreso com o que você está me dizendo agora... Mas, as agendas, as mochilas, o processo diferenciado que foi a confecção das camisas, não me consta que tenha sido superfaturado. Houve a utilização dessa licitação já feita, interpretação jurídica da Secretaria de Educação, de que já havia uma licitação feita. Então, do ponto de vista daqueles que tocaram adiante o processo, havia uma licitação feita e não houve superfaturamento, porque houve Tomada de Preços, não tenho todos os detalhes aqui. Mas, o mais importante é dizer o seguinte: a distribuição dos kits escolares, que muitos tentam negativar, nas nossas pesquisas de opinião sempre aparece, por parte da população, como algo extremamente positivo. As pessoas são muito gratas à política pública do governo.

Como é que o governo encara atitudes como a da senadora Kátia Abreu, que veio pedir intervenção no estado, sob a alegação de que o governo não estava cumprindo mandados de reintegração de posse? Cláudio Puty: Olha, no último período houve um recrudescimento de uma ação política dos setores mais conservadores do ruralismo brasileiro. A Kátia Abreu é só a ponta do iceberg. Em vários estados da Federação, a tentativa de CPI do MST, que, felizmente, foi abortada no Senado; a tentativa de criminalização de movimentos sociais, essa insurgência contra a mudança dos índices de produtividade da terra, proposta pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário - os opositores têm posições absurdas, conservadoras, reacionárias, retrógradas... Isso tudo faz parte do mesmo pacote, que são aqueles que tentam jogar a criança fora, com a água suja que está no balde. Tentam ideologizar, criar... É como o velho perigo do comunismo, né? Para tentar evitar uma transformação real e necessária no campo brasileiro, nas políticas públicas brasileiras, você cria um demônio inexistente, para poder agregar ao seu redor, ao redor das suas posições injustificáveis, se forem discutidas à luz de uma certa racionalidade, um bando de gente amedrontada. Então, o que ela veio fazer aqui foi, na realidade, fazer agitação política, fazer oposição à governadora, porque os interesses que ela representa estão, estavam e serão contrariados enquanto estivermos no governo...

Mas o governo vai cumprir as liminares, não é? Cláudio Puty: O que dissemos naquele momento é o que sempre dissemos: está aqui a lista de reintegração de posse; estão aqui quantas fizemos e quantas os governos anteriores fizeram. O que nos causava estranheza é porque ela queria que fizéssemos reintegração de posse num grupo de fazendas específicas. Aí, nós mostramos: tem uma fila; furar fila não vale.

Até quando o senhor fica no governo? Cláudio Puty: Até quando a governadora quiser.

Sim, mas o senhor vai ter que se desincompatibilizar, não é? Cláudio Puty: Se eu for candidato, sim. A governadora decide isso aí.

E quem é que vai ficar no seu lugar? Cláudio Puty: Não sei; isso é com a governadora. Não me faça perguntas difíceis... (risos)

Por último, quando é que vocês vão conversar com o PMDB? Já tem uma conversa marcada? Cláudio Puty: Estamos tentando confirmar... Acho que esta semana deve ter uma conversa da governadora com o deputado Jader.

quinta-feira, outubro 01, 2009

A internet passa a televisão na disputa pelos anunciantes

Quem informa é o FT
Quem informa é o FT
O diário britânico Financial Times, o evangelho de dez entre dez liberais, informa que "a web bateu a TV e tem a maior fatia de publicidade" na Grã-Bretanha. "Segundo relatório da PwC, é o primeiro grande mercado de mídia a experimentar a mudança. A fatia da internet cresceu de 18,7% no primeiro semestre de 2008 para 23,5% em 2009, contra 21,9% da televisão. O gasto on-line cresceu 4,6% no primeiro semestre, impulsionado pela publicidade em ferramentas de busca. No todo, o gasto caiu 16,6%. A internet já havia ultrapassado os jornais [de papel] em 2006" - lembra o FT. A migração dos anunciantes é um indicador importante. Tende a ser algo definitivo, modificando completamente o perfil dos meios de comunicação, ainda que permanecendo subordinada à lógica do valor. Está havendo um deslocamento do espaço público representado pela máquina de mídia. A emissão de informação, que sempre esteve sob um domínio exclusivo e reservado, tende a se tornar mais aberto e plural, com isso seus atores e players terão que permanentemente justificar a sua forma de atuação, controle social e legitimidade no discurso que se pretende universal. Uma empresa midiática que tem hegemonia na forma TV, não terá necessariamente a mesma força nas multiformas da web. Ao contrário, a internet já está com demarcações públicas e plurais que dificilmente podem ser removidas pelos adventícios da velha máquina midiática do século 20. Vivemos tempos interessantes.

terça-feira, setembro 01, 2009

Rangar na UFPA

Pra quem achava que não iria fazer, quebrou a cara! O governo o fez! Ressusitou o PTP, o instrumento de participação popular e controle social, propagandeado como a principal ferramenta política, que diferenciaria a gestão petista das demais e que agora tem em sua coordeação, a suplente de vereadora e Ex-PPS, Milene Lauande. A coordenação do evento, contou 600 pessoas inscritas e alguns poucos secretários estiveram presentes, na tarde ensolarada do último sábado - talvez a maioria estivesse em Salinas - mas Claúdio Puty esteve e falou bem. Junto dele - na mesa que perdurou até a hora do rango - o Secretário de Planejamento, Orçamento e Finanças, José Júlio, ambos sabatinados pelos presentes sobre a definição dos papéis - de fato - dos conselheiros, dada a confusão generalizada, sobre as atribuições das COFIS (Comissões de Fiscalização) por não serem respeitadas pela COHAB, SEDURB e demais órgãos estaduais, que possuem obras estruturantes, tais como, o PAC e o Via Metrópole. Puty, candidato à deputado federal em 2010, pela DS, respondeu à tudo e a todos, com postura estadista e republicana. "Elegante assim, vai acabar se elegendo" , sussurrou uma petista de meia idade, com olhar lascivo sobre o jovem chefe da casa civil o qual equivocou-se aqui e alí, sobre os locais que possuem ocupações e o nome das entidades responsáveis por sua ocupação, mas isso é normal. Quem pisou na bola feio em sua fala, foi a substituta de Edilza Fontes. Mas isso é interno! Quem imaginou que a mudança no leme, traria uma nova forma de tratamento aos movimentos sociais e lideranças, transformadas em conselheiros, sentiu o peso da indisposição política e da falta de prudência, humildade e habilidade para remontar o processo, iniciado pela comadre de Ana Júlia, à quem a simpatia e a capacidade de ouvir críticas, eram igualmente ignoradas ou de raro exercício. Faltou as Centrais Sindicais e faltou a criticidade dos militantes sociais, assim como autonomia e coragem aos petistas e simpatizantes alí presentes. Mas o encontro era para os conselheiros - escolhidos na plenária metropolitana do PTP, realizada dias depois do assassinato do saudoso amigo, o Sociólogo Eduardo Lauande, em 2007, o qual a mesma plenária teve seu nome como forma de homenagem à sua contribuição ao método que ajudou à implementar no início do governo Ana Júlia, em 2007. Faltou a tchurma do Dudu, que provavelmente nem avisados foram, pelo mentor mor da banda podre do PTB, o ex-petista e ex-marido de Edilza Fontes, o magnífico Sr. Raul Meireles - para alguns, o guru do desgoverno Duciomar Costa. Faltou o partido da governadora. Com tantos dirigentes à beira de mais um PED - Processo de Eleições Diretas, deram-se ao luxo de ignorarem a oportunidade de dialogar, com militantes petistas, do PC do B e simpatizantes da esquerda, bem como as lideranças do movimento popular. Faltou suco no Rango e um rango melhor ( o marmitex estavá um "Ó" , reclamou uma amiga tendo a concordância imeditada de todos ao seu redor, em uma das mesas do RU. Alguns, conhendo a crise pela qual o Estado atravessa, levantaram as mão para os céus e agradeceram, o pouco da carne picada, servida no equidistante RU (restaurante universitário), o que obrigou à todos que não possuem carro à uma pernada - de cerca de 600 mts, debaixo de uma "lua" de cerca de 39°.
Por hora, é isso, quem quiser comentar o resto que o faça, mas houve sim muitas garfes, o esboço de esperança de muitos, as habilidades retóricas e as muitas, muitas contradições do abismo do público para com a mesa. Mas nem tudo está acabado - como disse o rapaz aí em cima - Ainda há tempo! Muitas obras à serem iniciadas, projetos sociais que demoram, mas apresentam resultados, enfim, o Estado respira sim outros ares. Mas, o que os meios de comunicação e a oposição à cada dia menor e mediocrizada, alega e vai explorar no imaginário popular, é que comparando a gestão tucana e a petista, eles fizeram mais. Fizeram mesmo! Fizeram mais que o possível para desmantelarrem um Estado para depois vendê-lo! Puty acha que dá tempo para convencer a sociedade de que estamos no rumo certo! Com a política de alianças ampliada pela preucauções da saída do PMBD, Gerson Peres agora é companheiro. Deputados do PTB de Dudu e outras personas non gratas outrora, sustentam a base de governo de Ana Júlia, pode? O jeito é pingar um colírio alucinógeno do Macaco Simão, dá um tempo e voltar pra militância que o negócio tá pegando!

terça-feira, agosto 25, 2009

2010 Já Começou!

A campanha eleitoral já começou - ou digamos, nunca termina - mas na internet a coisa pega celeridade como vento em pipa em pleno litoral.
Com o nova legislação eleitoral, que abre o uso da rede para os partidos políticos, blogs, twitter, youtube e outras ferramentas de comunicação via web serão o grande diferencial em 2010. Aposte o contrário e perdará com certeza! Sinais do poder acumulado pelos blogs podem ser sentidos pela forma com que a ferramenta foi utilizada durante os ataques à Petrobrás quando a empresa resolveu criar o Fatos & Dados, no qual a empresa escrachou e modificou de forma revolucionária a relação das assessorias de imprensa, com os grande meios de comunicação, protegendo-se legalmente da manipulação até então impune da grande mídia. Exemplo piégas e nefastos foi o publicado no blog Quanto Tempo Dura quando uma foto da ministra presidenciável Dilma Rousseff foi montada como se estivesse em um show de Dominguinhos em São Paulo, o qual era promovido pelo governador José Serra. Dilma foi acusada de estar fazendo campanha antecipada e utilizar dinheiro público para a contratação de diversos artistas, o que logo foi desmentido pelo autor do blog. Seria cômico se não fosse ridículo! Mas quem se espanta com a enorme quantidade de emails fakes (falsos) que já rodam a rede, ainda tem muito a ver acontecer, pois a guerra da comunicação ainda está por começar...
Enquanto isso, o blog do Lula - previsto para ser lançado na próxima seguunda, dia 31 - já gera inúmeras críticas, seja pelo time perdido, ou pela forma que tem em não permitir comentários, justificada pela equipe reduzida de apenas 05 profissionais que o manterão, o que fará com que Lula de fato, não seja o blogueiro, o que convenhamos, seria uma grande demostração de irresponsabilidade com os assuntos pertinentes à sua pasta.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Thank's So Much !

Este Blog com apenas 26 meses de vida, revela-se um verdadeiro aprendiz, mas disposto em manter a periodicidade das postagens, mesmo diante da atordoante rotina não-linear que insiste ser a vida de seu poster - ou postador no português brasileiro.
Com alegria, vejo as Falas da Pólis, hoje na 11ª linha dos links preferidos do jornalista Juvêncio Arruda, poster do Quinta Emenda, um dos blogs mais elogiados e badalados do Pará, lido por figurões e figurinhas do país inteiro, o qual conta com centenas de comentaristas e que nesta semana bateu seu próprio recorde de comentários, dado o temor à sempre e perigosa eminência da CPI da Pedofilia da ALEPA acabar em pizza.
Eu, pai da linda e esperta Lorena Brandão, assino esta luta para que doa à quem doer, vejamos todos os canalhas envolvidos - seja por ação ou omissão - julgados e condenados pela justiça, que mesmo que não seja a paraoara, que seja a Brasileira, mas que conheçam o peso da lei, pois segundo a governadora essa não é uma terra sem lei* e sim uma terra de direitos.
* Em reunião com os movimentos sociais do Estado na Estação Gasômetro, a governadora Ana Júlia revelou de onde e como havia tido a sacada da frase que ilustra um dos principais programas de seu governo, o qual seria replica à uma frase de um jornalista de São Paulo, referindo-se ao Estado do Pará, como campeão em injustiça e violência no campo.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...