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quarta-feira, agosto 10, 2011

A reinvidicação de novos Estados no Pará


Entidades representativas de moradores de diversos bairros da capital paraense reivindicam a criação de novos estados na Região Metropolitana de Belém (RMB).

A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 10/08, em audiência organizada pelo Comitê de Bairros Abandonados da Capital (Cobaca), para discutir as mazelas que afligem os moradores, tais como falta de infra-estrutura econômica, equipamentos e serviços sociais.

O Sr. João Esquecido, morador há 50 anos do bairro da Cabanagem, na zona norte de Belém, foi quem lançou a proposta divisionista. "Há anos que não vejo uma viatura policial circulando pela Cabanagem, que vive aterrorizada pela bandidagem; isso sem falar nas mortes recentes causadas pela ausência de atendimento médico", disse, referindo-se a dois trabalhadores que morreram na fila de espera do único posto de saúde existente no bairro, ao qual não comparecem, há anos, nem médicos nem enfermeiros, sequer uma assistente social.

Abandono total

Representantes do bairro do Bengui, Guamá e outros situados ao longo da Rodovia Augusto Montenegro e da BR-316, que interliga Belém à Brasília, também relataram que, além da insegurança reinante e abandono médico, padecem da ausência de saneamento básico, educação, e são mal servidos por um transporte público caro e deficitário, assim como a energia elétrica, tão oscilante e impura quanto os sistemas de abastecimento de água, quando existem.

Convidado como observador do evento, o Sr. Mané Ninguém, representante do Marajó, região vizinha à RMB, foi quem observou que a construção de um novo Estado deve ser movida pelo anseio popular, em oposição a ausência do Estado na região.

"Devemos criar novos estados a partir de um novo modelo de desenvolvimento, que seja ambientalmente sustentável no acesso e uso dos recursos naturais; que preserve a biodiversidade e seja socialmente justo na distribuição das riquezas; bem como reduza a pobreza e as desigualdades sociais e seja indutor de políticas que promovam a justiça e a equidade", propôs, sob palmas intensas dos participantes.

Não dá mais

"Não dá mais para continuar com o Pará", complementou, observando que no Marajó se encontram os municípios com os piores IDH do Pará e do Brasil. Na maioria desses municipios, explicou o Mané, as famílias tradicionais - ribeirinhos, extrativistas e quilombolas -, que ocupam há séculos o arquipélago, foram completamente abandonadas pelo império e pela república brasileira.

Não há energia elétrica, saneamento, escolas, cartórios, juizes, promotores, postos de saúde e de polícia, telefonia e, principalmente, internet. Há localidades em que somente aparecem auto-intitulados proprietários de áreas ocupadas pelas famílias, uma vez a cada final de mes, para requisitar a metade da produção, no velho e injusto sistema de meação.

"Por isso não dá mais, não podemos ficar sem MSN, Facebook e Orkut", exclamou indignado.

Confederação Cabana da Amazônia

Para dar início à campanha separacionista, o representante marajoara disse ser necessário convocar uma assembléia ampla, geral e irrestrita, com todas as entidades divisionistas da Amazônia, para avaliar a histórica ausência dos governos federal e estaduais; as ações efetivas de desenvolvimento para a região; o isolamento geográfico em relação ao Brasil; o abandono político; as vantagens econômicas da emancipação e debater uma estratégia de participação popular na campanha pelo SIM à criação dos novos estados.

Mané concluiu propondo que os novos estados, após suas criações, organizem-se em confederação, que poderia ser chamada de Confederação Cabana da Amazônia (CCAA), em homenagem ao único movimento revolucionário e popular ocorrido na história brasileira, em reação ao abandono político, administrativo e etc, etc...

Os participantes concordaram com Ninguém e comprometeram-se a discutir as propostas em suas bases. O novo encontro foi marcado para um dia incerto de dezembro de 2011.

Separação desinteressada

Latinfundiários, grileiros, madeireiros, pecuaristas, mineradoras nacionais e internacionais, e aventureiros políticos de todos os naipes já se comprometeram em participar e financiar a campanha separatista, motivados por nobres e desinteressados ideais.

"Assim poderemos gerar mais commodities para equilibrar a balança comercial dos novos estados, fixando o peão à gleba, ao mesmo tempo em que os bairros serão transformados em prósperos condomínios fechados", explicou uma das lideranças do agronegócio presente no encontro.

Por Herbert Marcus no Facebook.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Dicionário Papa Xibé

Ao conhecer uma paraense que passou muito tempo distante do Pará (Bahia e Itália) e apresentando-lhe algumas coisas que parimos no tempo em que esteve ausente, fui atrás de um site/blog que pudesse mostrar-lhe um pouco da obra literária genuinamente paraense e encontrei esta síntese do Dicionário Papa Xibé.

Por demais porrêta!

Eu falo Ééégua!

O dicionário Papa Xibé tenta reunir uma parte deste porrudo vocabulário que é um registro do jeito paraense de falar que encanta a quem chega nesta terra…

Aqui no Pará, dizemos tu em vez de você, falamos eras, que já foi Ebe e hoje é égua, que é usado em 99% das frases ditas pelo paraense, seja de admiração, insatisfação, raiva espanto, na alegria e na tristeza… até que a morte nos cale!

Aqui quando alguma coisa é muito boa, bacana, excelente, legal… é por que ela é Pai d’égua!!!.

As crianças daqui não fazem travessuras e sim estripulias; não quebram os brinquedos e sim esbandalham, não brincam de pic e sim de pira pira-alta, pira-pega, pira-maromba, pira se esconde, as meninas brincam de macaca ao invés de amarelinha, os meninos brincam de peteca ao invés de bola de gude… também empinam papagaio, curica, rabiola, mas desde que a linha tenha bastante cerol para poder gritar _Au vaiêêê!!!.

Viagem de barco ou lancha?… preferimos ir de pô-pô-pô, rabeta ou vuadeira… é mais emocionante!

Aqui os insetos têm muitos nomes diferentes: é carapanã, maruim, mucuim, mutuca, muriçoca… e muitos outros M.

Preferimos a maniçoba ao invés de feijoada, jerimum ao invés de abóbora, macaxeira ao invés de aipim, mingau de milho ao invés de canjica, e canjica é como chamamos para o curau.

Paraense quando adoece, não fica fraco, fica despombalecido, pode até baldear… mas só um caribé para dar uma reanimada.

Aqui Tomamos suco de taperebá e não de cajá… tomamos açaí e não Jussara, mas com farinha d’água, camarão, peixe ou charque, nada de granola e banana…isso não! Misturar qualquer fruta com açaí pode ser fatal!

Aqui não contamos anedota, contamos causos de verdade… é Matinta-perera, Boto, Curupira, Mapinguari, Quem-te-dera e muita história de visagem! Nada de lorota ou potoca!

Antão… depois do almoço vem aquela chuvinha da tarde… aí dá aquela murrinha… ficamos até mufinos!

Enfim, existem palavras e expressões que só mesmo o paraense para entender e usar com tanta propriedade em todas as situações do dia-a-dia. E se você faz ou já fez alguma destas coisas em riba, é porque com certeza é um verdadeiro Papa Chibé!!!

Divirta-se!

Por Gisele Lopes Moreira. Turismóloga e apaixonada pelo Pará.

letra_a

Acesa: assanhada, fogosa Acesume: assanhamento, fogo Acocar-se: abaixar-se

Abicorar: ficar por perto, só “manjando”. Também usado por quem joga peteca (bola de gude) como a estratégia para ficar perto da peteca do adversário. Alembrar: lembrar Antão: então Apresentado: atrevido, enxerido Arapuca: armadilha para pegar passarinho em forma de pirâmide, feita com gravetos amarrados Areia gulosa: areia movediça Arisco: danado, ágil, ligeiro, difícil, esquivo, desconfiado Arredar: afastar Arreparar: reparar, observar, tomar conta Arremedar: imitar Assanhado: bagunçado, mal arrumado, não penteado Avoado: distraído, aquele que anda com a cabeça no ar Axí: interjeição depreciativa; significa desdém, nojo, repulsa Azucrinar: exasperar, apoquentar, irritar, enfurecer, aborrecer

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letra_b

Bafo: mau hálito Baladeira: atiradeira, objeto feito com uma forquilha de madeira com uma borracha que serve para atirar pedras Baldear: vomitar Baque: pancada, machucado Barranco: ribanceira Beiju: bolo feito de massa de mandioca ou de tapioca Beirada: cercania, arredores, nome genérico dado às margens dos igarapés, dos rios, dos lagos, das calçadas Bença: benção Benjamin: adaptador de tomadas Benzimento: ato de benzer Bichinho: forma de tratamento que traduz afeto e carinho Bilha: pequena moringa de barro com gargalo estreito destinada a guardar água a ser consumida Bocada: mordida Boiúna: cobra-grande, sucuri Bolo podre: bolo feito com farinha de tapioca Boró: dinheiro trocado Bombom: balinha Breguesso: coisa sem maior valor Breúme ou Breu: escuro, negro Bubuiar ou de bubuia: flutuar na superfície d’água Buiado: Endinheirado Burridade: burrice Bustela: meleca

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letra_c

Caboclo ou Caboco: mistura de branco com índio, interiorano, analfabeto, semi-analfabeto Cabaço: pessoa virgem, que nunca teve relações sexuais Caboquice: adjetivo que diminui algo/fato; palhaçada Cacuri ou Curral ou Caiçara: armadilha para pegar peixes Cagoeta: fofoqueiro, aquele que não sabe guardar segredo, dedo-duro Calango: lagarto verde Calombo: inchaço, tumefação, elevação na pele Camapu: Fruto comestível de pouco valor, de formato arredondado, de cor verde ou amarelo, envolvido em capa protetora. Physalis angulata L. da família das Solonáceas Candinha: faladora, fofoqueira Candiru: Peixe miúdo muito conhecido, e até mesmo temido, por penetrar em qualquer orifício do corpo humano, quando imerso em água Vandellia cirrhosa Cangote ou Cogote: pescoço Caninga: má sorte, azar Carambela: cambalhota Carapanã: pernilongo, mosquito Caribé: mingau feito com farinha d’água bem fininha. Diz a crença ser alimento forte, que levanta as forças, quando tomado, em especial, em jejum Casco: canoa pequena, feita de uma só peça de tronco cavado, sendo que o tripulante ou canoeiro senta na popa Catiroba: menina fácil, que “fica” com qualquer um Catinga ou Inhaca: fedor, mau-cheiro, odor forte e desagradável, normalmente proveniente das axilas de quem não toma banho Causo: caso, fato, anedota Cemitério ou jogo de cemitério: queimada Cerol: mistura de vidro moído com cola de sapateiro, cuja finalidade é encerar linha de papagaio Charque: carne seca, jabá Chibé: alimentação que consiste na mistura de água e farinha d’água. Constitui um tipo de alimentação no meio da gente pobre. Aquele que se alimenta desta mistura é Papa-Chibé. Também este é o apelido dado aos naturais do Pará e do Amazonas. Chope: Suco de frutas congelado que vem dentro de um saco plástico Cisma: desconfiança, inquietação, preocupação Cocorote ou coque: Um leve soco com a falange dos dedos na cabeça; o mesmo que cascudo. Coivara: amontoado de paus velhos, de galhos e de folhas secas; restos de queimadas, sujeitos a uma nova queimada, servindo posteriormente, para adubar o terreno em que se cultiva a lavoura Consumição: lida, inquietação, preocupação Cuí: farinha fina, peneirada; resto de alguma coisa em forma de pequenos grãos; pouco. Cuia: Casca do fruto da cuieira. Quando seca e sem miolo é usada como utensílio doméstico, servindo de farinheira, de tigela para mingau; vasilhame para tomar tacacá Cuíra: inquieto, traquino, curiosidade, desejo, inquietação, gastura, impaciência. Cumbuca: vaso feito de cabaça na parte superior da qual se fez uma abertura circular. É destinado a conter água e outros líquidos. Cunhã: moça, mulher jovem Curica: papagaio pequeno feito de papel, e, raramente, com pequenas talas de miriti; geralmente feito com folhas de jornal ou revista. Curupira: ente fantástico que habita as matas, cuja característica é ter os calcanhares para frente e os dedos voltados para trás. É o protetor das matas Cuscuz: iguaria que se faz com farinha de milho e é cozida à vapor. Por cima salpica-se coco ralado e ainda derrama-se algumas colheradas do leite do coco Cusparada: cuspir repetidamente

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letra_d

Danação: diabrura, travessura de criança Disque: o mesmo que “diz que” ou “dizem que” Diacho: expressão de desapontamento, raiva Derrubar: cagoetar, entregar, dedurar Despombalecido: estado de moleza e cansaço,fraqueza, enfermidade

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letra_e

Embrabecer: enfurecer-se, ficar brabo, aborrecido Encafifar: encabular-se, envergonhar-se, intrigar-se Empiriquitada: faceira, moça bem arrumada Esbandalhar ou escangalhar: quebrar, destruir Esmigalhar: amassar, desmanchar, dividir em vário pedaços pequenos Espeta-caju: cabelo liso e pontiagudo que nem o pente abaixa Espiar: olhar, ver Espinha: coluna vertebral Estirão: caminhada longa; longo trecho de riacho, sem curvas Estiva: ponte feita de um só pau, sobre forquilhas em terrenos alagadiços ou pantanosos Estripulia: travessura, traquinice

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letra_f

Facada: algo muito caro Farinhar: Fazer ou vender farinha Feridento: cheio de feridas Forquilha: vara aforquilhada para impulsionar a canoa Frito: estar em dificuldade, ferrado, com problemas Furdunço: festança popular; muita gente reunida; bagunça

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letra_g

Gambiarra: coisa mal feita, improvisada Gastura: mal-estar, inquietação, angústia Gazeteiro: aquele que falta às aulas Gito ou Gitito: pequeno, miúdo Gororoba: comida mal feita ou de má qualidade Guariba: tosse forte e violenta, às vezes sufocante

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letra_i

Igaçaba: pote de barro, de boca larga, servindo para depósito de água e de farinha Igapó ou Gapó: alagado; área que fica alagada por um determinado período do ano Igarapé: canal, córrego ou estreito natural situado entre duas ilhas, ou ainda, entre ilha e terra firme Igarité: embarcação grande, de madeira, impulsionada a remo ou motor Ilharga: ao lado, próximo Inhambu ou Nambu: designação comum às aves tinamiformes da família dos Tinamídeos, parecem com galinhas

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letra_j

Jamaxi: grande paneiro, tecido de cipó, formando malhas fechado ou aberto. É apoiado na testa e serve para carregar alimentos ou crianças Jararaca: cobra venenosa, porém mansa; pessoa de gênio forte; Jerimum ou Jurumum: abóbora; fruto da aboboreira Jia: tipo de anfíbio pequeno e de pele fria Jirau: estrado de madeira, preso ao chão, cuja finalidade é para lavar ou guardar utensílios domésticos, principalmente panelas e pratos. É comum nos interiores Joça: porcaria; coisa sem valor; interjeição exclamativa de aborrecimento Jururu: triste, melancólico, quieto, adoentado, abatido Juta-irica ou jutaicica: árvore de grande porte, resinosa. Quando o seu tronco é ferido, escorre um óleo, adicionado a uma solução, serve para preparar vernizes.Muito usado para envernizar o interior de panelas de barro

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letra_l

Leso: idiota, maluco, doido Lombriguento: cheio de lombrigas Lorota: mentira, conversa fiada

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letra_m

Macaxeira: o mesmo que aipim. Não é venenosa como a mandioca Macaca: mesmo que brincadeira de amarelinha Maciota: sem esforço, na tranqüilidade Maldar: fazer mal juízo, pensar mal de alguém Malinar: irritar, fazer travessuras, judiar, fazer maldade com alguém Mandioca: Planta leitosa, com tubérculos em amido. Algumas espécies são venenosas e servem para fazer farinha de mesa Manemolência: moleza, indisposição, fraqueza Mangal: terreno cheio de mangues Manicuera: bebida doce feita a partir da fermentação da mandioca Maninhu ou Maninho: colega, amigo, companheiro Maniva: planta da família euforbiáceas que depois de moída, serve para fazer a maniçoba, que é um prato típico da região Mapinguari: gigante lendário semelhante ao homem, coberto de pêlos, com um olho na testa e uma boca na barriga Maracá: chocalho artesanal feito de cuia, sementes e madeira Marajoara: aquele que é natural da ilha do Marajó; Sociedade ceramista que habitou a ilha do Marajó no passado Marimbondo: inseto dotado de ferrão da espécie menóptero. É um tipo de caba, vespa Maromba: jirau onde se põe o gado por ocasião das cheias. Brincadeira de criança onde se usa uma bola para acertar em outra pessoa Maruim: inseto de picada dolorosa Matapi: armadilha artesanal feita de talas de palmeira, utilizada para a pesca do camarão de água doce Matuto: desconfiado, acaboclado, acanhado, tímido; aquele que vive no mato Mucuim ou Micuim: inseto cuja picada provoca forte coceira Miriti: Palmeira muito alta própria de lugares alagados. Suas folhas servem para construção de telhados e também é usado na confecção de brinquedos de miriti, que fazem muito sucesso no período do Círio de Nazaré Mofino ou Mufino: adoentado, enfraquecido, mole, abatido, cansado, sem ânimo, triste Molongó: adoentado, fraco, abatido Montaria: canoa pequena feita de toco escavado e ateado fogo Moquear: secar a carne ou peixe ao moquém para serem conservados Moquém: grelha de vara para assar e secar o peixe ou a carne Mocegar ou amorcegar: subir ou descer de um transporte terrestre em movimento Moroçoca ou Muriçoca: mosquito de picada dolorida Morrinha ou Murrinha: quebreira, preguiça, tédio, indisposição, moleza Muiraquitã: amuleto indígena, símbolo de sorte e fertilidade. Normalmente têm a forma zoomórfica de uma rã e são feitos de jadeíte. Segundo à lenda, eram feitos pelas guerreiras Amazonas Mundiar: encantar, atrair, seduzir Mutá: espécie de escada tosca usada pelos seringueiros para subir nas árvores Mutuca: nome dado a um inseto de picada forte, da família Tabanídeos

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letra_o

Ovada: mulher grávida, estado de gestação

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letra_p

Pai-d’égua: algo excelente, ótimo, muito bom Panela: dente acariado, estragado Panema: infeliz, azarado, sem sorte na caça, na pesca e na vida Papa-chibé ou Papa Xibé: paraense autêntico; aquele que se alimenta de chibé (água e farinha) Papeira: o mesmo que caxumba ou parotidite. Doença causada pela inflamação das glândulas parótidas Pareceiro: parceiro; qualquer um Paresque: parece que Parideira: mulher que tem muitos filhos Pão careca: nome dado ao pão francês de massa grossa Paúra: gastura, aflição, irritação Pavulage: faceirice, convencimento, metidez, frescura, pedante, pretensioso Pávulo: vaidoso, gabola, convencido, metido Peconha: laço de corda ou de cipó que se prende aos pés das pessoas para auxiliar a subida em árvores sem ramo, em especial, palmeiras de açaí Penico: urinol, bacio, mijador Pequena: menina, moça, namorada, mulher. Termo muito usado na cidade de Cametá Pereba: ferida; lesão na pele Peteca: o mesmo que bolinha de gude Pipira: mulher que dá em cima do homem alheio Piquixito: pequeno, pequenino Pira: sarna, ferida. Brincadeira de criança, tipo pira-alta, pira esconde…; o mesmo que pic Piracema: época em que os grandes cardumes de peixes vão para as nascentes dos rios para desovar Piracuí: farinha feita a partir de restos de peixe Pirão: Papa grossa de farinha de mandioca escaldada. Qualquer mistura de caldo de carne, galinha ou peixe com farinha Pirento: aquele que possui muitas feridas Pissica: má sorte; desejar o azar do outro; torcer contra Pitar: fumar, cachimbar, tragar Pitinga: branca. Diz-se da cuia depois de seca, sem pintura Pitiú: Cheiro característico de peixe; cheiro de maré, de maresia Pitó: arranjo feito com os cabelos, puxados para trás em forma de círculo, com abertura no centro, preso por pente-travessa; o mesmo que coque Ploc: garota de programa; prostituta; meretriz Pô-Pô-Pô: Embarcação típica ribeirinha, composta por um a canoa coberta, movida a motor de 2 tempos. Possui esse nome devido ao barulho produzido pelo motor quando está navegando pelo rio Poronga: lamparina usada por ocasião da pesca do camarão; refletor. Espécie de lanterna artesanal usada para iluminação Pororoca: encontro das águas do rio com as águas do mar, formando grandes ondas nos rios, causando turbulência e forte estrondo Potoca: mentira, conversa fiada, papo furado Prenha: grávida, buchuda Priprioca: planta herbácea cujas raízes têm forma de botão e o caroço tem aroma especial; muito usada para fazer perfumes Puçá: pequena rede para pescar camarão Puxada: construção que prolonga o corpo central da casa

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letra_q

Quebranto: mal-olhado Quem-te-dera: ser lendário que costuma encantar homens e usá-los como montaria a noite inteira

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letra_r

Rabiola: um tipo de pipa feita com papel de seda e talas de miriti Ranzinza: birrento, teimoso, rabugento Rasga-mortalha: espécie de coruja (suindara) que vive nas cidades e, segundo a crença popular, é agourenta Refastelar: descansar, distrair-se Reinar: malinar, irritar, provocar Remanso: correnteza na margem oposta à do canal do rio, formando um verdadeiro funil. É também chamado de redemoinho Remendo: conserto ou costura de uma roupa Restinga: faixa de mato às margens do rio, que surge por ocasião das grandes marés ou cheias de inverno, aflora enquanto o terreno aparece submerso Riba: acima de, em cima de

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letra_s

Sabrecar ou Saprecar: chamuscar, queimar superficialmente Saído: esperto, saliente, enxerido, intrometido Sairé: dança e canto dos tapuios. Manifestação popular que ocorre na cidade de Santarém Sagica: rijo, duro Sapecar: jogar fora, atirar para longe Sapopema: raiz que cerca a base do tronco de muitas árvores, como a Samaumeira. Índios usavam sua raiz como abrigo Sarará: mestiço, arruivado; pequeno caranguejo Sassariqueira: assanhada, alegre Sereno: brisa fria após a chuva Seboso: sujo, porcalhão, sem higiene

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letra_t

Tabatinga: argila sedimentar mole e untosa Tabefe: tapa estalado; bofete Tacacá: bebida de herança indígena servida em cuia, feita de goma de mandioca fervida, tucupi, camarão seco e jambu. Faz parte da culinária típica do Pará Tapagem: barragem de terra para represar rios e igarapés Tapera: habitação pobre e simples, sítio abandonado, pobreza Tapioca: farinha em grãos maiores e bem alva que se extrai da mandioca; espécie de beiju seco consumido com manteiga ou coco Tapuru: bicho de fruta; qualquer larva branca venenosa ou não Taquari: cachimbo feito de bambu Tarubá: bebida fermentada feita da massa de mandioca Teba: grande, forte, avantajado Teso: parte elevada de um terreno alagado; duro Tijuco: pântano, atoleiro, lama preta Tipiti: instrumento de palha usado para separar a massa de mandioca do tucupi Tipitinga: água esbranquiçada, barrenta Tiquira: aguardente de mandioca Topada: tropeço, pancada no pé Toró: chuva muito forte Trapiche: construção, na maioria das vezes, de madeira que adentra os limites do rio ou do mar, utilizada para embarque e desembarque de passageiros ou mercadorias, bem como o pescado. Conhecida popularmente em outros estados como: Porto; dique; ponte Travessa: tiara; arco usado para enfeitar os cabelos Tucandeira: tipo de formiga cuja ferrada é muito dolorida; sinônimo de calça pescador Tucupi: líquido amarelo extraído da mandioca, depois de ralada e espremida. Muito usado em pratos da culinária paraense. Se não for fervido, torna-se venenoso Tuíra: sujo, ressequido (pelo sol e pela lama) Turú: molusco que se alimenta de troncos submersos, cavando buracos e causando prejuízos em embarcações. O Turu é um alimento muito consumido em comunidades pesqueiras

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letra_u

Ubá: embarcação indígena sem quilha e sem banco, construída de um só lenho, escavado a fogo ou de uma casca inteiriça de árvore cujas extremidades são amarradas com cipó Urupema: espécie de peneira de fibra vegetal usada na culinária

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letra_v

Visagem: espírito, alma penada, assombração Visgo: rastro Varejeira: mulher safada, que namora com vários homens Voadeira: lancha, embarcação aquática veloz movida a motor

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letra_x

Xarão: tabuleiro de alumínio; fôrma de alumínio retangular Xirí: vagina, órgão genital feminino

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letra_z

Zinho: pequeno, inferior

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E você? Conhece alguma palavra paraense que não está aqui? Então nos envie a sua palavra com o significado para aumentarmos ainda mais nosso vocabulário!

Por Gisele L. Moreira

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Fontes de Pesquisa:

Vocabulário Popular em Dalcídio Jurandir, por Rosa Assis. Belém, UFPA, 1992.

Dicionário Aurélio, por Aurélio Buarque de Holanda, edição digital, 2009.

Blogs:

http://recantodasletras.uol.com.br

http://acaidasletras.blogspot.com

http://forum.brfoto.com.br

http://equilibriodistante.blogspot.com

Sites:

www.bregapop.com

terça-feira, setembro 21, 2010

Só paraense pra entender o treco

"Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatás.

Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o sacrabala e fui.

Chequei tarde só tinha peixe dispré. O maninho que estava vendendo tinha uma teba de orelha do tamanho dum bonde. O gala-seca espirrou em cima do tamatá do moço que tinha acabado de comprar, e no meu tembéim.

Ficou tudo cheio de bustela...Axiiiiiii, porcaria! Não é potoca, não.

O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo.

Saí dalí e fui comer uma unha. Escolhi uma porruda! Égua, quase levei o farelo depois. Me deu um piriri. Também...perece leso, comprar unha no veropa. Comprei uns mexilhões, um cupu e um pirarucu, muito fiiiiiirme, mas um pouco pitiú.

Fui pra parada esperar o busão. Lá tinha duas pipira varejeira fazendo graça. Eu pensando com meus botões...ÊEEEE, ela já quer... Mas, veio um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram...Fiquei na roça, levei o farelo. O sacrabala veio cheio e ainda começou a cair um toró, égua-muleke-tédoidé, pense num bonde lotado. Eu disse: éguaaaaaaaa, vô imbora logo.

No sacrabala lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa aquele calor muito palha. Uma velha estava quase despombalecendo. Daí o velho que tava com ela gritava arreda aí menino pra senhora sentar aí do teu lado.

O menino falou: Humm, tá, cheiroso..

By email por Artur Monteiro.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...