domingo, fevereiro 21, 2010

Participação

Com o mesmo título, do Quinta Emenda que tá linkado aí do lado desde os primórdios deste blog e lá ídem.
Todas às vezes que o PSOL vem à luz, com suas idéias e sua visão de mudança social, retorno aos federalistas americanos, e para um texto escrito por Bernard Manin chamado As Metamorfoses do Governo Representativo. Nesse texto o autor contrói uma imagem sobre a representação popular nas grandes democracias ocidentais: democracia da audiência; e faz uma pergunta fundamental: os governos representativos perderam na qualidade da participação popular ou a distância entre governantes e governados esteve sempre na "origem" do "surgimento" dos governos representativos?
A pergunta não está formulada dessa forma, mas é essa a reflexão que constrói o argumento do autor. As hipóteses da representação popular estão descritas em inúmeros 'campos' da política: a mais importante está no ato de participar das eleições: no voto. A 'representação popular' também está no 'orçamento participativo', no 'governo popular', no 'governo de todos', no 'governo do Pará'; e assim são centenas de variações sobre o mesmo tema: participação! Um observador mais atento ao PSOl vai perceber que este é um dos dilemas centrais de seu discurso partidário: participação popular. Foi justamente a 'participação popular' o maior problema da administração de Edmilson Rodrigues; tanto no primeiro, quanto no segundo mandato. O dilema entre governar ou ampliar a participação popular nos processos de decisão levou o governo de Edmilson Rodrigues ao colapso; e isto pode ser observado em coisas simples como as obras de "revitalização" do 'Belo Centro' de Belém. Quando nos dirigimos às urnas para eleger governantes estamos transferindo responsabilidades e direitos: essa é uma questão central em governos representativos. São frágeis as razões apresentadas por Edmilson Rodrigues para justificar a sua saída do PT, principalmente quando se refere à estrutura partidária: ele havia chegado a uma condição invejável na estrutura de organização do partido: era um 'elegível'. O PSOL tem um discurso anacrônico e frágil diante das transformações ocorridas nas estruturas partidárias: melhor ficar nos movimentos sociais: é mais adequado e mais coerente.

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