terça-feira, março 10, 2015

Belém, tu vais pras ruas?

Atos de protestos em 2013 eram organizados de forma autogestionária e com pautas locais, diferente de agora que vem de SP.
Militantes pró e anti-governo organizam atos públicos para os dias 13 e 15 de Março em Belém. 

Notórios “fichas-sujas” conclamam a população para a luta contra aquilo que chamam de “corrupção desenfreada no Brasil”.  

Partidos como o PSDB é um dos que esconderá sua sigla e estará no próximo dia 15, com bandeiras anticorrupção e pró-moralidade na política brasileira, mesmo sendo citado com uma das legendas partidárias que teria recebido propina de esquemas fraudulentos de empresas que prestam serviços à Petrobras. É como se uma boca de fumo promovesse uma passeata contra o tráfico de drogas nas periferias. 

Resta saber se irão para as ruas, os demais partidos arrolados nas delações premiadas, recentemente divulgadas pelo STF, onde vários parlamentares e até governadores, investigados pelo inquérito aberto recentemente para apurar denúncias de envolvimento destes nos esquemas da operação Lava Jato.
Pelo que se sabe, o governador Simão Jatene, mesmo sendo do PSDB, principal partido de oposição ao governo federal, não estará e nem concorda com atos públicos com pedidos de impeachment e muito menos pela volta de ditadura militar, tal como muitos de seus correligionários incentivam que ocorra. Mesmo que fosse, seria uma medida que poderia lhe trazer dois grandes tiros nos pés.

É que grande parte dos partidos agora acusados pela operação Lava jato, são de sua base de apoio local e mesmo que almejasse dissimular isso, Simão Jatene e Zenaldo Coutinho lembram-se de forma amarga que os protestos do movimento #VemPraRua de 2013 acabaram colocando os problemas locais como foco principal das manifestações de rua em Belém e tanto o governo estadual, quanto a prefeitura, sob o comando do PSDB, foram duramente criticados e houveram diversos confrontos no Palácio Antônio Lemos, transformando sua frente em palcos de conflitos entre policiais militares, guardas municipais e manifestantes que pediam a redução do preço da tarifa e o passe livre para estudantes no transporte urbano da região metropolitana de Belém.

Nesta mesma província do Grão-Pará, tentando manterem-se em sintonia com as agendas nacionais, entidades como a CUT e demais centrais sindicais tem dificuldades em organizar o ato em defesa da Petrobras para o dia 13, talvez por terem perdido a cultura de mobilização de suas bases para atividades que não sejam corporativistas, ou seja, aquelas que interessam de fato aos trabalhadores e seus sindicatos.

Por sua vez, o PT, paradoxalmente tenta aglutinar sua militância para sair em defesa do governo e ao mesmo tempo critica as medidas adotadas pelo reajuste fiscal, junto da CUT e demais centrais e movimentos sociais e estarão juntos dia 13 nas ruas de Belém, com uma pauta com vários pontos contrários às últimas medidas adotadas por Dilma, mesmo que ela tenha ido à TV neste domingo pedir apoio de todos para o enfrentamento da crise pela qual passa o Brasil. 

Pelo jeito nem todos do seu partido a escutou ou não querem escutá-la por completo.

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