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quarta-feira, janeiro 31, 2018

Datafolha: Lula mantêm liderança, Bolsonaro cai e PSDB não tem nome para a disputa eleitoral de 2018




Em uma possível corrida presidencial sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quatro candidatos disputariam uma vaga no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSC), de acordo com a primeira pesquisa do Datafolha após a condenação do petista em segunda instância.  

Levantamento realizado na segunda (29) e na terça (30) mostra que o ex-presidente manteve vantagem sobre os rivais, com até 37% das intenções de voto. Seu eleitorado, porém, se pulveriza e a briga tende a se tornar acirrada caso ele seja barrado com base na Lei da Ficha Limpa.  

Bolsonaro aparece em primeiro lugar no principal cenário sem Lula, com 18%. Ele supera Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido).  

Marina lidera o segundo pelotão, com 13%. Ciro (10%), Alckmin (8%) e Huck (8%) estão tecnicamente empatados.  

O Datafolha fez 2.826 entrevistas em 174 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 05351/2018.  

Apesar de liderar a corrida sem Lula, Bolsonaro parou de crescer. Ele oscilou negativamente em todos os quadros apresentados na pesquisa, em comparação com o levantamento de novembro.  

No início de janeiro, reportagens da Folha revelaram que o patrimônio de Bolsonaro e de sua família se multiplicou depois que ele entrou na política, e que o deputado recebe auxílio-moradia da Câmara apesar de ser dono de apartamento em Brasília. 

Esta é a primeira variação negativa de Bolsonaro desde dezembro de 2016, quando o deputado começou a disparar nos levantamentos do Datafolha. Naquela data, o parlamentar era citado por 3% dos eleitores na pesquisa espontânea –quando não são apresentadas opções de candidaturas aos entrevistados. Ele chegou a 11% na última sondagem e, agora, oscilou para 10%.  

As intenções de voto do deputado também ficaram estáveis nas simulações de segundo turno. Ele seria derrotado tanto pelo ex-presidente Lula (49% a 32%) quanto pela ex-senadora Marina Silva (42% a 32%), e aparece em empate técnico com Alckmin.  

A pesquisa indica ainda que o ex-presidente Lula conserva força eleitoral mesmo condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).  

O petista lidera o primeiro turno em todos os cenários em que seu nome é colocado, com percentuais que variam de 34% a 37%. No segundo turno, venceria Alckmin (49% a 30%) e Marina (47% a 32%), além de Bolsonaro.  

A condenação de Lula pode torná-lo inelegível, mas sua participação na campanha depende de uma decisão do TSE que só deve ocorrer em setembro. Até lá, ele pode se apresentar como pré-candidato e recorrer a tribunais superiores para garantir seu nome na disputa.  

A saída de Lula impulsionaria principalmente Marina e Ciro Gomes. Na comparação de cenários com e sem a participação do ex-presidente, Marina passa de 8% para 13%, enquanto Ciro cresce de 6% para 10%.  

PATINANDO  

Outros candidatos também crescem quando Lula está fora do páreo, mas de forma mais tímida: tanto Geraldo Alckmin quanto Luciano Huck sobem de 6% para 8%.  

No cenário sem Lula, um dos possíveis candidatos do PT, o ex-governador baiano Jaques Wagner, aparece com 2%. O percentual de eleitores que diz não saber em quem votar ou que votaria em branco ou nulo sobe de 16% para 28% quando o ex-presidente não é um dos candidatos.  

Huck reestreou na pesquisa empatado com Alckmin em todos os cenários.  

O apresentador da Rede Globo havia afirmado, em artigo publicado em novembro na Folha, que não vai disputar a eleição, mas apareceu em janeiro no "Domingão do Faustão" com um discurso político e continua sendo cortejado por partidos para concorrer ao Planalto.  

Favorito para se candidatar à Presidência pelo PSDB, Alckmin patina em todos os cenários do Datafolha. O tucano tem de 6% a 11% das intenções de voto.  

No segundo turno, o tucano seria derrotado por Lula e aparece tecnicamente empatado em disputas com Ciro Gomes e com Jair Bolsonaro. Nessas últimas duas simulações, quase um terço do eleitorado diz que votaria em branco ou nulo.  

A dificuldade enfrentada por Alckmin para subir nas pesquisas provocou questionamentos dentro de seu próprio partido sobre a viabilidade de sua candidatura.  

Potencial alternativa ao governador no PSDB, o prefeito paulistano João Doria também não decolou: aparece com, no máximo, 5% das intenções de voto.

segunda-feira, junho 26, 2017

Datafolha: Temer tem a pior rejeição da história, Lula vence em 2018 e o PT continua o partido favorito do eleitor brasileiro

Temer com a maior rejeição da história, Lula liderando e Aécio fora do jogo. 

Por Diógenes Brandão, com informações do DataFolha

Em Março de 2013, quando Dilma iniciava o segundo ano de seu primeiro mandato como presidenta do Brasil, o PT alcançou o ápice de sua popularidade, batendo um recorde jamais alcançado por nenhum outro partido, em toda a história deste país: 29% de aprovação. 

Para os demais partidos que faziam oposição e outros, que como o PMDB faziam parte do governo, era preciso fazer algo para deter tamanha positividade a um concorrente de peso e fizeram: 03 anos depois, Dilma sofreu um impeachment sob a alegação de que havia realizado pedaladas fiscais. Hoje sabemos que até dinheiro da JBS foi usado para depor a presidenta.

Agora constata-se que mesmo com a crise política e econômica, assim como o bombardeio midiático o PT perdeu 11 pontos pontos nos últimos quatro anos e hoje com 18%, o partido ainda tem 4 vezes mais a preferência popular que os outros dois partidos mais citados na última pesquisa Datafolha, que são o PMDB e o PSDB, ambos com 5% e juntos dão sustentação ao governo Temer, que também amarga a pior rejeição desde a redemocratização do Brasil: míseros 7%. 

Os outros partidos citados pela pesquisa são PV, PDT e PSOL, todos com 1% da preferência do eleitorado, segundo apurou o levantamento entre os dias 21 e 23 deste mês.

A pesquisa também mostra que 83% dos brasileiros fazem questão de eleger o substituto de Temer por eleição direta; 65% querem que o presidente deixe o governo imediatamente e 81% exigem o impeachment, o que o Congresso Nacional reluta em escutar.

Em relação à disputa pela eleição presidencial, nenhuma novidade pra Lula (PT) que mantém-se como o candidato mais bem citado pelos brasileiros, que responderam a pergunta: “Se as eleições fossem hoje, em quem você votaria?” 29% disse que seria em Lula. O percentual é quase o dobro dos que ficaram em segundo lugar, no caso Jair Bolsonaro (PSC) e Marina Silva (REDE). Geraldo Alckmim, o candidato do PSDB - partido que tem participado do segundo turno das últimas 6 eleições presidenciais -  aparece em quarto lugar com 8%. Ciro Gomes (PDT) estacionou em 5% e Luciana Genro (PSOL) em 2%, junto com Eduardo Jorge (PV) e Ronaldo Caiado (2). Votos brancos e nulos tiveram 18% e 2% disse não saberem em quem votar.

Mesmo comparando com o juiz Sérgio Moro e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, Lula vence todos os candidatos apresentados até aqui, inclusive os que não são filiados a partidos, no caso dos dois citados acima.

Num eventual segundo turno sem Lula, Marina venceria Bolsonaro e Ciro Gomes e empataria com Alckmin e Dória, ambos do PSDB.

segunda-feira, julho 18, 2016

Datafolha: Lula lidera intenção de votos com 22%. Temer só tem 14% de aprovação.


Por Diógenes Brandão

Ao assistir parte a reprise do "Fantástico", que neste domingo escondeu o desempenho de Lula na última pesquisa Datafolha, divulgada pela emissora da família Marinho apenas com os números de Michel Temer, ficou clara a intensão de manter a opinião pública envolvida na farsa de que a crise passou, ou tá passando e claro, isso se deve ao governo interino. 

Ou seja, a Globo esqueceu de mostrar em sua principal revista eletrônica semanal, que Lula lidera a preferência do eleitoral com 22% e é seguido por Marina com 17% e Aécio, o príncipe da mídia brasileira, tem o mesmo número da aprovação de Michel Temer: Apenas 14%, das intensões de votos, caso as eleições fossem hoje.

O EFEITO TEMER

Para dar um ar de credibilidade aos números que mostram que a permanência de Temer tem a concordância de 50% dos entrevistados, ao noticiar os resultados da pesquisa, os apresentadores globais citam logo em seguida os números da expectativa dos pesquisados com o desemprego e o crescimento, tudo muito bem orquestrado para passar a ideia de que a população está confiando no vice-presidente que foi brindado pelo golpe.

Até aí, tudo normal já que os institutos de pesquisas tem seus clientes e interesses, assim como as emissoras de rádio, tv, os donos dos jornais, revistas e portais da internet também tem e todo mundo sabe que fabricam pontos de vista e os tornam verdades sob a égide da "formação de opinião" ou "opinião pública", o que não passa do reflexo da concentração da mídia brasileira nas mãos de uma dúzia de famílias ricas e que não desistem de influenciar os destinos políticos e econômicos do país, mas nem sempre conseguem.

Foi por concordar com o blogueiro carioca Miguel do Rosário que venho reforçar aqui os professores, estudantes e pesquisadores sobretudo da Ciência Política, que independente da orientação de esquerda ou de direita, não produzem críticas a forma com que as pesquisas são realizadas no Brasil.

Poucas, porém importantes indagações foram feitas no Congresso e na sociedade em geral, sobre o motivo de nenhum instituto de pesquisar ter se interessado em fazer uma checagem da percepção do povo brasileiro logo após o golpe, travestido como Impeachment. Aquela altura, uma averiguação poderia deixar a reprovação de Michel Temer ainda mais baixa que a de Collor quando este sofreu o afastamento da presidência da República. Se agora, com toda essa influência positiva da grande mídia, Temer não passa de 14% de pesquisados que o tem como bom e ótimo, image antes, quando a cabeça do brasileira acabara de assistir o grande circo de horrores montando na Câmara dos Deputados e no Senado, para afastar a presidente eleita por 180 dias, tal como fizeram.




Um dos editores do Cafezinho gosta de acompanhar de perto o debate político norte-americano e a gente conversa sobre o assunto de vez em quando. Eu até tenho tentado lhe convencer a produzir uma coluna periódica sobre o assunto. Uma das coisas que ele me diz é que, nos Estados Unidos, há uma quantidade enorme de institutos de pesquisa respeitados. Mesmo assim, a crítica ao desempenho desses órgãos é constante, crescente, permanente.

A circulação instantânea, caótica, maravilhosa, de informações, mexeu profundamente na dinâmica da opinião pública. Os institutos de pesquisa estão tendo muito mais dificuldade de captá-la do que antes.

A imprensa norte-americana, para evitar críticas à parcialidade das pesquisas, costuma fazer uma média com um grande número de pesquisas.

Aqui no Brasil não há crítica às pesquisas. Quer dizer, há crítica política, quando os resultados nos parecem estranhos, de alguma maneira. Mas não há uma crítica à metodologia.

E aí eu faço uma crítica à academia. Ela deveria estar à frente dessas críticas. Porque a academia, inclusive, deveria participar da apuração das opiniões políticas dos brasileiros.

Há tempos que eu venho notando uma distorção no debate midiático sobre a política. A mídia não analisa o voto, única apuração realmente científica, porque mostra a opinião individual de cada brasileira, cada região, cada zona eleitoral.

Alguém já viu quais estudos foram realizados sobre os resultados das eleições de 2014? Eu não vi. Ao contrário, desde o resultado do pleito, apenas vemos as contestações da oposição, mas não vimos as necessárias análises correlacionando o resultado em cada zona eleitoral com o perfil sócio-econômico da região, raça, idade, etc.

A convicção eleitoral de 206 milhões de brasileiros é substituída pela sondagem de alguns milhares de entrevistados.

Entretanto, o que mais me choca é a distorção óbvia provocada pela cronologia política das pesquisas. É óbvio que os patrocinadores das pesquisas no Brasil tem seus interesses políticos, e me parece fora de dúvida que, na atual conjuntura, esse interesse é pelo impeachment, contra o PT e em favor do neoliberalismo.

Sabemos também que essas pesquisas tentam se apegar a um simulacro de credibilidade estatística, até porque entendem que perderiam o seu poder de influência política caso perdessem essa credibilidade.

Assim como a fingida imparcialidade da mídia é uma das suas principais armas, a suposta competência dos institutos de pesquisa também é um instrumento fundamental para o poder da mídia.

Na construção do impeachment, o papel dos institutos de pesquisa foi crucial.

A opinião pública hoje se tornou instável, dinâmica, fluida. Hoje está de um jeito. Amanhã, de outro. Escolher o dia em que se faz a pesquisa se tornou peça chave para chegar aos resultados almejados. Ou seja, não é preciso sequer alterar os dados apurados - embora seja difícil que isso também não aconteça.

Digo isso para comentar o último Datafolha.

Repare a capa do Estadão de hoje, retuitada por Michel Temer.



Então, se a atuação concertada da mídia age de maneira combinada com a cronologia dos institutos de pesquisa, então se reforça o controle da opinião pública.

E aí eu gostaria de fazer, mais uma vez, uma crítica à academia. Ora, me parece óbvio que uma democracia como a do Brasil, que sofre com problemas de concentração de mídia muito mais graves que os observados em outros países, precisa, por isso mesmo, criticar a maneira como se faz pesquisa. As pesquisas precisam ser feitas por órgãos isentos, e seguir uma cronologia regular, apartidária, sistemática.

Claro, se a pesquisa fosse feita todo dia 15, por exemplo, os grandes meios de comunicação poderiam combinar em soltar denúncias, de maneira combinada, todo dia 10, para influenciar nos resultados. Mas isso ficaria muito na cara.

O importante é tirar, da pesquisa, esse arbítrio de escolher a data da apuração, atrapalhando o jogo armado entre mídia e institutos.

A pesquisa de opinião no Brasil é mais um meio de controlar a democracia, de transferir a soberania popular para o controle da elite midiática.

Isso precisa ser denunciado.

Eu acho lamentável que a esquerda não faça a crítica correta, estrutural, a esse fato. Criticar o resultado das pesquisas não adianta nada, porque o público interpretará que é uma crítica parcial, interessada, apenas porque o resultado não agradou.

Saindo do campo da observação genérica e analisando os fatos específicos apontados na pesquisa Datafolha, a gente poderia destacar os seguintes pontos:

1) A queda de todos os principais candidatos, com exceção de Lula, que cresceu.

2) A queda acentuada, em particular, dos candidatos do PSDB.

3) A forte queda na taxa de rejeição de Lula.

Esses itens merecem algumas considerações. Por que isso acontece? Como assim, Lula continua tão forte? Lula não tem mídia, tem sido alvo de uma perseguição covarde, ilegal, arbitrária, de todos os setores golpistas incrustados nos órgãos judiciais, e mesmo assim cresce?

A força de Lula deixa claro que as medidas judiciais que o impediram de se tornar ministro foram essenciais ao golpe, e desmoralizam o argumento de setores golpistas do judiciário e da mídia de que Dilma chamou Lula apenas para protegê-lo da sanha persecutória de Sergio Moro: Dilma o chamou porque Lula, como provam mesmo as estatísticas tendenciosas do Datafolha, mantém uma força política extraordinária, e, portanto, tinha condições de ajudar a presidenta a superar a crise e vencer o impeachment.

A resistência política de Lula tem um quê de místico. E traz um dilema aos golpistas: a perseguição à Lula apenas reforça a impressão de aparelhamento dos órgãos judiciais pelas forças do golpe, e com isso, paradoxalmente, aumenta a força de Lula. Ao mesmo tempo, Lula representa o maior desafio para o golpe.

Não é difícil prever qual será a postura da mídia: ela tentará, com ajuda dos setores mais partidários da Lava Jato e do judiciário em geral, elevar o grau de sofisticação de seus ataques a Lula.

O golpe tem várias cartas na manga: as principais estão na Lava Jato e seu rol de presos políticos, expostos às torturas prisionais de Sergio Moro, juiz orgânico da mídia e da direita, que desde sempre age antes como um acusador do que como um magistrado imparcial, que deveria também defender os réus contra a sanha persecutória do Estado.

Daí a importância, por exemplo, de forçar uma delação de João Santana, por um lado, e de criminalizar o PT, por outro. Lula pode até ter força eleitoral, mas o seu partido, a sua estrutura, precisam ser destruídos, ou enfraquecidos a tal ponto que não possam oferecer ao ex-presidente a base necessária para a disputa eleitoral.

Entretanto, que fabuloso fracasso do golpe!

Eles não conseguiram matar Lula. E o próprio golpe, cada vez mais desmascarado, mina dia a dia as forças de seus patrocinadores, na medida em que a população vai percebendo que eles não tem nada de bom à oferecer à população brasileira, apenas arrocho salarial, retirada de direitos, desmantelamento do Estado, interrupção das investigações contra a corrupção, austericídio fiscal, autoritarismo, perseguição à mídia crítica, brutalidade policial, arbítrio judicial, manipulação das notícias.

Agora, há dois elementos na pesquisa Datafolha que se aproximam perigosamente da fraude estatística.

O primeiro é essa história de "50% preferirem Temer a Dilma". Ora, a própria pesquisa mostra que mais de um terço dos entrevistados não sabem nem o nome do presidente da república interino. Temer acabou de assumir, teria o privilégio de receber o benefício da dúvida. Todos os presidentes do Brasil iniciam seu mandato com popularidade alta. Temer é uma exceção. Já começa de baixo. Esse ponto da pesquisa é uma falácia golpista.

Outro ponto, ainda mais estranho, é o brutal e súbito esvaziamento do apoio às novas eleições. Antes, havia 60%, hoje apenas 7%?

Ora, está claro que o golpe está com medo do que seria a "bala de prata" da Dilma: convocar um plebiscito, e assim convencer os senadores indecisos a votarem contra o impeachment.

E para isso, o golpe, cujo centro nervoso é a mídia, apela à mais grosseira fraude estatística.

segunda-feira, dezembro 21, 2015

DATAFOLHA: Dilma se recupera, Lula lidera rejeição e Aécio a sucessão



O Palácio do Planalto avalia que a ligeira melhora nos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff revelados em pesquisa do Datafolha é resultado da estratégia de dar maior exposição à petista.

"O Datafolha mostra que o governo ainda tem um caminho muito longo a percorrer mas que também existe abertura na sociedade para que a gente possa defender nossas ideias", disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. "É nítido que a melhora tem ligação com o fato de a presidente ter entrado diretamente no debate", completou o ministro.

Segundo o Datafolha, o número de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo é de 65%. Em agosto este número chegou a 71%. Já aqueles que avaliam o governo Dilma bom ou ótimo é de 12%. Este índice chegou a ser de apenas 8% em agosto e 10% em novembro. Na cúpula do PT, o resultado foi recebido com cautela. "Está tudo dentro da normalidade. A pesquisa reflete uma percepção ainda leve das pessoas de que a substituição do governo não é o caminho para sairmos desta situação", disse o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emidio de Souza.

Petistas avaliam que com a intensificação do debate sobre o impeachment, parte da população tem assimilado melhor a versão do governo. "A população começa a ter uma visão melhor do governo Dilma ao mesmo tempo em que vai afastando a ideia de impeachment", avaliou o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), integrante do diretório nacional do PT.

De acordo com o levantamento, 65% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma contra 30% que defendem a manutenção do mandato da petista.

A pesquisa mostra ainda que 53% dos entrevistados consideram o Congresso Nacional ruim ou péssimo e apenas 8% avaliam o Legislativo como bom ou ótimo.

Para 82% dos consultados pelo Datafolha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deveria ter o mandato cassado enquanto 8% acham que ele deve ser mantido no posto.

Segundo o Datafolha, 58% dos entrevistados avaliam que o vice-presidente, Michel Temer, seria pior ou igual a Dilma, caso venha a assumir o governo, e 30% acreditam que o vice faria uma administração melhor do que a da petista.

Faltando dois anos e meio para o início da disputa pela sucessão de Dilma, o Datafolha aponta o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como favorito. O tucano teria 26% ou 27%, conforme o cenário, contra 20% de Lula, 19% de Marina Silva (Rede), 6% de Ciro Gomes (PDT). 4% de Jair Bolsonaro (PP), 2% de Luciana Genro (PSOL) e 1% de Eduardo Paes (PMDB) e Eduardo Jorge (PV).

Nos cenários em que Aécio é substituído pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Marina lidera com 24%, Lula tem 21% ou 22% e Alckmin 14%.

Lula lidera a rejeição com 48% contra 26% de Aécio e Temer, 21% de Alckmin e 17% de Marina, Ciro e Bolsonaro. Para o PT, o alto índice de rejeição reflete o mal momento do PT e as investigações das operações Lava Jato e Acrônimo.

sexta-feira, outubro 24, 2014

Golpe da Veja. Processo e fim de anúncio!


A “Veja” está desesperada com a queda nas intenções de voto do cambaleante tucano, confirmada nesta quinta-feira (23) pelas pesquisas do Datafolha e Ibope. 


Em sua página no Facebook, a revista Veja já anuncia a sua “bomba” para a véspera da eleição presidencial. A capa é das mais tenebrosas: “Eles sabiam de tudo”. No fundo escuro, as fotos sombrias de Dilma e Lula. Na chamada de capa, o “vazamento ilegal” do depoimento à Polícia Federal do doleiro Alberto Youssef, um bandido notório brindado com uma “delação premiada e premeditada”. Ele teria denunciado que a presidenta e o ex-presidente conheciam o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. A “reporcagem”, que ainda não foi disponibilizada no site da revista, é a última cartada da mafiosa famiglia Civita para tentar dar sobrevida à cambaleante candidatura do tucano Aécio Neves.

Vale lembrar que Figueiredo Basto, advogado do doleiro suspeito de realizar estes vazamentos criminosos, é muito ligado ao governador tucano Beto Richa. Em meados de outubro, o senador Roberto Requião (PMDB) revelou no seu Twitter: “O advogado do Alberto Youssef, nessa cruzada contra o PT, é Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto. Ele foi membro do conselho da Sanepar”. O site da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informa que ele foi conselheiro administrativo da empresa estatal até 28 de abril passado. Ele foi indicado para o cargo por Beto Richa e é tido como um homem da total confiança do governador tucano. Neste sentido, a “bomba” da revista Veja é mais uma armação descarada.

Em 13 de outubro, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acatou pedido da coligação da presidente Dilma Rousseff (PT) e concedeu liminar pela suspensão de uma inserção na rádio da “Veja”. Ele entendeu que a revista, a pretexto de veicular publicidade comercial, burlou a legislação eleitoral ao fazer propaganda ilegal de Aécio Neves (PSDB). “O ministro considerou que houve divulgação de conteúdo próprio do debate eleitoral, porém veiculado na programação normal do rádio na forma de publicidade comercial, em desacordo com a regra contida no artigo 44 da lei 9.504/97, que veda a veiculação de propaganda paga”, descreveu o jornal Valor.

Esta decisão do TSE, porém, parece que não intimidou os capangas da famiglia Civita. A “Veja” está desesperada com a queda nas intenções de voto do cambaleante tucano, confirmada nesta quinta-feira (23) pelas pesquisas do Datafolha e Ibope. Já era previsível que tentasse uma última cartada ainda mais suja – mesmo correndo o risco de nova condenação. Diante destas e de várias outras atitudes ilegais e criminosas, o governo e o PT não podem vacilar. A revista deve ser processada, exigindo-se a imediata resposta da Justiça Eleitoral e, inclusive, a retirada de circulação deste panfleto tucano.

Este novo golpe também deveria fazer com que o governo repensasse sua política de publicidade. Não tem cabimento bancar anúncios milionários numa publicação asquerosa e irresponsável, que atenta semanalmente contra a democracia e o livre voto dos brasileiros. Não dá mais para alimentar cobras! Chega!

sexta-feira, junho 06, 2014

Dilma, Aécio e Campos caem. Lula e Barbosa são citados como influenciadores


No blog O Cafezinho.

A pesquisa Datafolha divulgada hoje, cuja íntegra já foi disponibilizada, trouxe alguns dados preocupantes para o governo Dilma. O problema de imagem, gerado pelo apagão na comunicação do governo, agravou-se.

Em relação às eleições, contudo, o Datafolha foi tão ruim para a oposição que, consequentemente, produziu um fato positivo para a candidata Dilma Rousseff.

E o fato mais positivo de todos foi o esvaziamento político de Eduardo Campos após a confirmação dele como cabeça da chapa formada por ele e Marina Silva.  Campos perdeu quatro pontos e, com 7%, praticamente voltou a estaca zero. Está empatado tecnicamente com o Pastor Everaldo.


A campanha campista não pode mais alegar que “tudo vai mudar depois da propaganda eleitoral”. Porque o brasileiro já foi exposto a vários spots televisivos mostrando Campos e Marina juntos. A dupla, uma mistura bizarra entre um partido hiper-pragmático e uma legenda fantasma, cuja principal característica é um sectarismo utópico de butique, não colou. Prejudicou a imagem de Marina, porque vista como uma manobra oportunista, e isolou o PSB.

Antes de aceitar Marina, Campos tinha adotado uma estratégia arriscada: romper com o PT, o seu principal aliado até então, com quem tinha partilhado campanhas em 14 estados em 2010. Ao PSB restava estreitar alianças com a direita, sobretudo com o PSDB. A entrada de Marina, porém, obriga o partido a recuar em relação à aproximação com os tucanos. O PSB ficou isolado.



A pesquisa traz ainda outro dado extremamente positivo para a campanha de Dilma: Lula permanece o puxador de votos mais poderoso no país, em todos os sentidos. Para começar, ele é considerado o principal símbolo de “mudança”.  Perguntado qual liderança política estaria mais preparada para fazer mudanças no país, Lula desponta num primeiro lugar isolado, com 35% dos votos, contra 21% de Aécio.



Lula também aparece em primeiro lugar na pesquisa sobre a personalidade que mais poderia influenciar o eleitor. O segundo lugar, ocupado por Joaquim Barbosa, tem um peso relativo, não apenas porque não se sabe se Barbosa apoiará alguém, mas principalmente porque, se apoiar a oposição, Barbosa teria perda de imagem. Uma coisa seria ele vir como candidato próprio. Se vir como cabo eleitoral de algum candidato, Barbosa estaria passando recibo de que desempenhou um papel partidário no julgamento da Ação Penal 470. Ou seja, a eventual participação política de Barbosa constituiria em prejuízo para a Ação Penal 470, que é um assunto profundamente estratégico para a mídia. A mídia ainda não se preparou para a derrota deste campo, que sofrerá mais dia menos dia.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...