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segunda-feira, abril 08, 2019

Quem ganha com a queda da ponte do Moju?

Por Diógenes Brandão

Quem ganha com a queda da ponte do Moju? 

Foi com essa pergunta que o jornal Diário do Pará publicou uma matéria que revelou o custo operacional de toda a infraestrutura necessária para compensar e remediar os impactos depois que uma balsa carregada com 900 toneladas de dendê destruiu uma coluna da estrutura da ponte da Alça Viária, em 2014. As obras demoraram 21 meses, ou seja, foram realizadas entre março de 2014 e dezembro de 2015, quando a ponte esteve interditada gerando altos lucros para empresas de navegação que exploram o setor.

Na madrugada do último sábado, 6, outra balsa bateu na ponte desprotegida e derrubou boa parte dela. O governador decretou situação de emergência, o que lhe permite dispensar processos licitatórios para contratar empresas para a obra. Além disso, o governador já previu que as obras custarão 100 milhões de reais, mas não disse quais empresas serão contratadas. 

Leia a matéria do jornal Diário do Pará, pertencente a família do governador Helder Barbalho, quando a ponte sofreu o primeiro grave acidente: 

Matéria do Diário do Pará detalhou o custo com as empresas de navegação que exploram a área. Agora ninguém sabe quanto elas lucrarão.


Quem ganha com a queda da ponte do Moju, um ano depois do acidente provocado por uma balsa que transportava 900 toneladas de óleo de dendê?  

A resposta é fácil: as empresas ligadas ao PSDB que ganharam do governo do Estado, sem licitação, um contrato para fazer a travessia de carros pequenos, caminhões, carretas, pessoas e cargas que normalmente faziam o trajeto da antiga PA-150 pelo complexo de pontes da Alça Viária.  

De acordo com publicações no Diário Oficial do Estado e portal da transparência do governo estadual, somente no ano passado, três empresas – Henvil Transportes Ltda, Navegação Confiança Ltda e a Arapari Navegação Ltda, pertencente à família da deputada estadual tucana Ana Cunha-, faturaram cerca de R$ 15 milhões.  

Para 2015, novos contratos, como de hábito sem qualquer licitação, já foram assinados. Como o governador Simão Jatene não cumpriu a promessa de campanha eleitoral de que a ponte estaria restaurada e em funcionamento em fevereiro de 2015, renovando a promessa de que, agora, isso irá acontecer até o final de dezembro deste ano, os pagamentos às empresas donas das balsas devem alcançar cerca de R$ 20 milhões.  

Na soma final dos custos, a travessia, em dois anos, alcançará R$ 35 milhões. Mesmo que os usuários dessas balsas levem pelo menos duas horas de espera para poder atravessar o rio Moju a cada viagem.  

No período de junho a setembro do ano passado, ou seja, em apenas quatro meses, segundo o portal da transparência do governo, a gestão de Simão Jatene pagou à Arapari, do ex-prefeito de Barcarena, Laurival Cunha, irmão da deputada Ana Cunha (PSDB), a quantia de R$ 3.273,904,64.  

No dia 26 de março passado, foram pagos à mesma empresa mais R$ 476.782,22. De acordo com os empenhos, esse valor se referiu à prestação de serviço de balsa entre 01 e 30 de novembro de 2014.  Sem falar que no mês de dezembro o governo liberou pagamentos de R$ 3.750.686,86 à Arapari. Se os valores praticados foram os mesmos dos meses anteriores, em apenas sete meses a empresa recebeu do governo R$ 4.224.469,09.  

O contrato com Arapari para a prestação do serviço teve sua vigência iniciada em 28 de março de 2014 e deveria ser encerrado em 18 de setembro daquele ano, segundo publicação feita no Diário Oficial do Estado de 5 de junho.  

O valor inicial do serviço previsto era de R$ 2.781.229,68600, como informa a publicação. Outra empresa que faz a travessia por balsa na área do Moju onde a ponte foi destruída, a Navegação Confiança Ltda, também foi beneficiada com um contrato, sem licitação, no valor de R$ 1.741.091,51, como informa o Diário Oficial de 30 de maio de 2014.  

FARRA SEM FIM  

A data da assinatura do contrato foi 25 de março, mas no Diário Oficial não há qualquer indicação sobre o término da vigência, tudo levando a crer que, pelo fato de até agora a ponte não ter sido reparada, a vigência continua - isto é, a empresa Confiança continua prestando o serviço e recebendo normalmente. Também não há indicação sobre valores atualizados de pagamento.  

A mesma edição de 30 de maio do DOE também contempla a empresa Henvil Transportes Ltda com um contrato cuja vigência é 25 de março de 2014, sem mencionar o tempo total de prestação do serviço. O valor é de R$ 4.159.642,61, bem maior do que o pago à Arapari.  

Como sempre, sem licitação. Os contratos com a Arapari, Henvil e Confiança foram assinados pelo então Secretário de Transportes, Eduardo Carneiro. Há rumores, não confirmados, de que Henvil e Confiança estariam com créditos a receber do governo. O atraso, porém, não atinge a Arapari, até porque a deputada Ana Cunha é uma ferrenha defensora do governo na Assembleia Legislativa - por razões mais do que óbvias.  

ENTENDA  

R$ 15 mi - foram pagos em 2014 pelo governo do Estado a três empresas para travessia de balsa do rio Moju.  R$20 mi -  é o valor dos novos contratos assinados para 2015 com as mesmas empresas e mais a entrada em operação de nova balsa:  R$ 4,5 mi a cada 90 dias.  

R$35 mi - é o total estimado a ser gasto com a travessia até dezembro de 2015, data da nova promessa de entrega da ponte restaurada.  R$ 37,8 mi - é o valor da restauração da ponte, diz o governo do Estado  

LEIA MAIS:   


(Diário do Pará)

sábado, abril 06, 2019

O que uma embarcação fazia atracada na ponte da Alça Viária?



Por Diógenes Brandão


O acidente entre uma balsa, supostamente da AGROPALMA, contra uma das pontes da Alça Viária é o principal assunto na mídia local e, sobretudo, das redes sociais, onde por primeiro, a sociedade como um todo, agora é informada dos acontecimentos, muitas vezes de forma quase instantânea. 

A fanpage Política Pará destacou-se ao trazer em primeira mão, a notícia que ganhou o mundo.


Entre as diversas informações e opiniões publicadas a respeito do acidente, um fato passou desapercebido do grande público: Por coincidência, em um sábado de janeiro deste ano, o governador Helder Barbalho esteve visitando o complexo de pontes que formam a Alça Viária, inclusive a que foi derrubada, na madrugada deste sábado, 6. 

Na ocasião, Helder Barbalho, acompanhado por uma equipe técnica da SETRAN, inclusive o secretário de transportes, relatou sua visita através de suas redes sociais:

"Vistoriei ontem os pilares da ponte do km 42 da alça viária. Junto comigo estavam Padua Andrade, da Secretaria de Transporte do Estado, o Comando dos Bombeiros e o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). Juntos avaliaremos a estrutura da ponte para gerar um laudo que nos ajudará a dimensionar o problema, e realizar as intervenções necessárias. Serão feitas melhorias na sinalização náutica para prevenção de acidentes. Me comprometo com a celeridade e segurança nesta manutenção, garantindo assim a indispensável mobilidade da região", disse Helder em sua fanpage.

Assista o vídeo:



O site da Roma News e o jornal da família do governador, Diário do Pará, também noticiou a visita de Helder Barbalho. Leia aqui.

Como se pode ler e assistir, o governador Helder Barbalho prometeu ser rápido e resolutivo diante do problema identificado na estrutura da ponte, que hoje foi derrubada. Segundo o radialista Marcelo Bacana apurou junto ao secretário de transporte, Antônio de Pádua Andrade, o local onde houve o acidente com a balsa estava em obras e uma embarcação da empresa responsável, estava atracada na estrutura da ponte. 

Diante dessa informação trazida pelo próprio governo, surgem algumas dúvidas que o Ministério Público deve apurar. Entre elas: 

O que fazia no local essa embarcação, que servia de apoio para as obras? 

Ela não poderia ser atracada na orla do rio? 

Por que essa embarcação estaria atracada nos pilares da ponte, como afirmou o secretário de transportes? 

Teria no local e nesses equipamentos colocados lá para obra, a sinalização adequada?

domingo, setembro 30, 2018

A embriaguez, as mortes no trânsito e o pacto de silêncio das elites no Pará

Com exclusividade, a história que muitos tentam ocultar sobre a injustiça imposta pelos poderosos no Pará.

Por Diógenes Brandão

A morte de Gabriela Cristina Jardim da Costa, de apenas 19 anos e de Alessandro Guedes da Silva, após serem atropelados pelo filho de Rômulo Maiorana Jr, o empresário Giovanni Maiorana, que segundo a polícia foi preso embriagado, mas se recusou a fazer exames para confirmar o crime e foi solto logo em seguida, após pagar meio milhão de reais em fiança, hoje só se encontra registrada em alguns sites, blogs e redes sociais do Pará. Mas o caso ganhou repercussão em parte da imprensa brasileira, por ter o envolvimento indireto de uma 'celebridade nacional', conhecida como 'Gominho'.

Assista a matéria da TV Record Belém, um dos poucos veículos da imprensa paraense que noticiou o grave acidente:


A sentença de soltura após pagamento da fiança foi assinada pelo juiz da Vara Penal de Belém, Heyder Tavares, e após paga, o herdeiro da Roma News (Racha das ORMs, que controlam a TV Liberal, o jornal OLiberal e diversas rádios no Pará), já está em liberdade.

Giovanni Maiorana foi preso em flagrante após bater seu automóvel luxuoso em um poste. Dentro dele, foram encontradas latas de cerveja e garrafas de bebida alcoólica. O caso fez lembrar um outro caso parecido ocorrido há quase 20 anos atrás.

ACIDENTE COM HELDER TAMBÉM MATOU DUAS PESSOAS EM 1999

O jornal Folha de São Paulo ainda mantém a notícia em seu portal, na qual informa que em 20 de fevereiro de 1999, Helder Barbalho envolveu-se em um acidente voltando da curtição do carnaval em Fortaleza-CE. No veículo, dirigido em alta velocidade, a namorada de Helder e um amigo, que foi cuspido do carro e teve morte instantânea. 



OUTRA MORTE POR EMBRIAGUÊS ENVOLVE AMIGO E EX-ASSESSOR DE HELDER

Para quem não sabe, a namorada de Helder Barbalho na época, ficou com o rosto desfigurado e precisou passar por diversas cirurgias plásticas. Segundo uma fonte do blog, que não quis ser identificada, algum tempo depois, a jovem acidentada casou-se com Marco Antonio Soares Raposo, amigo de Helder e que já foi seu assessor político, tendo inclusive se envolvido em um outro acidente que matou Fábio Anderson Castro Coelho, que morreu na hora, há exatos cinco (05) meses atrás. 

Segundo relatos de policiais que efetuaram a prisão de Marcos Raposo, ele também estava embriagado e em seu carro foram encontradas garrafas de bebida alcoólica, mas tal como aconteceu com Giovanni Maiorana, a justiça decretou o pagamento de fiança, dessa vez de apenas R$30 mil reais e ele foi posto em liberdade. 

Nos laudos do Instituto Médico Legal, a possibilidade de manipulação dos exames, que até hoje não foi explicada, gera a sensação de que no Pará, gente rica e com amigos influentes na política jamais são condenados ou respondem pelos seus crimes como deveriam.

O blog AS FALAS DA PÓLIS apurou que a família Maiorana não permitiu que nenhuma nota fosse divulgada por nenhum dos seus veículos de comunicação e pediu que as demais empresas fizessem o mesmo, tendo o seu principal concorrente, o jornal Diário do Pará retirado - minutos depois de ter publicado em seu portal - a notícia sobre o acidente causado por Giovanni Maiorana.

O portal Roma News, de propriedade de Giovanni Maiorana e seu pai, Rômulo Maiorana Jr, também retirou a matéria onde informava sobre o acidente que envolveu o assessor de Helder Barbalho e tudo já está na mais perfeita ordem entre as famílias que controlam a grande mídia no Estado do Pará.

segunda-feira, setembro 25, 2017

População desenterra carne que prefeito de Soure mandou enterrar

A cena de populares retirando peças de carne de dentro de um buraco, após ser descartada pela prefeitura chocou diversos internautas que comentam o fato nas redes sociais.

Por Diógenes Brandão.

Um caminhão frigorífico pertencente à prefeitura de Soure, município do Marajó (PA), sofreu um acidente na manhã desta segunda (25). O veículo teve uma das paredes de sua lateral rompida e 1/4 da carga - Carnes bovinas e suínas, dos animais abatidos no Matadouro Municipal - caiu na estrada por onde passava em direção aos açougues da cidade, onde seria vendida à população. 
População cercou o caminhão, mas não o saqueou.
No chão, parte da carne e a parede lateral do caminhão frigorífico que transportava o produto do abatedouro municipal de Soure em direção aos açougues da cidade.
Muitas das peças que estavam no caminhão e fora dele ainda estavam envolvidas com sacos plásticos.
A lateral do caminhão rompeu e cai deixando 30 mil reais de carne no chão.


A DECISÃO DO PREFEITO

Depois de ser levada de volta ao matadouro e ter passado por uma avaliação técnica da vigilância municipal, a carne recebeu um laudo que atestou que o produto estava em plenas condições para o consumo, mas segundo fontes do blog, o prefeito de Soure, Guto Gouvêa (PR) solicitou outro laudo e neste, teria sido identificado problemas que poderiam trazer riscos aos consumidores e por isso deu ordens para enterrar toda a carne, inclusive os 3 terços que não haviam caído do caminhão. Ao saberem do fato, a população foi até o local e retirou todas as peças do buraco cavado por uma máquina da prefeitura. O prejuízo está estimado em volta de R$ 30.000.00 (Trinta mil reais) que deverá ser pago com recursos da prefeitura, ou seja, do povo.



Como é possível ver nos vídeos gravados por celulares de populares e enviados ao blog, a maior parte da carne ficou engatada na estrutura de ferro que havia sido improvisada no interior do caminhão, evitando a contaminação com o solo.

O blog tentou entrar em contato com o prefeito de Soure, que segundo uma fonte está em Belém, para que ele possa apresentar sua versão sobre o ocorrido, mas até o fechamento desta matéria ele não havia sido localizado. 

Pelas redes sociais, diversas críticas foram feitas e uma denúncia sobre o Matadouro Municipal.






Em uma matéria do jornal Diário do Pará, publicada em Julho de 2013, percebe-se a dura realidade que Soure e demais municípios do Marajó atravessam.

Leia abaixo alguns trechos e aqui, a matéria completa:



IDH expõe abandono em que vive o Marajó

Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDHM, estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), revela que a qualidade de vida é um termo que passa longe da realidade do povo marajoara.

Para se ter ideia do quadro de miséria existente na região, 16 municípios da ilha, oito estão entre os 50 piores IDHs do Brasil. O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região com base nos dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utiliza como critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).  O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo, os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e países com IDH superior a 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.  Abaixo de 0,499 são considerados Muito Baixos. 

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...