 Por Emir Sader
Por Emir Sader
Para quem quer que o Brasil siga o caminho atual, consolide as transformações iniciadas pelo governo Lula, as aprofunde e promova as transformações estruturais que permitirão fazer do Brasil uma sociedade, justa,  soberana, solidária – é condição indispensável a vitória de Dilma Rousseff.
O segundo objetivo, estreitamente vinculado a esse, condição mesma do seu sucesso, é eleger uma bancada parlamentar, na Câmara e no Senado, com  maioria de esquerda. Para não necessitar de alianças que comprometam o projeto essencial do governo, para não depender de negociações difíceis e muitas  vezes infrutíferas com partidos aliados, mas que não comungam das diretrizes essenciais do governo. Para não ter que entregar Ministérios  fundamentais – como os da Agricultura, da Comunicação, da Defesa, das Cidades – a  partidos cujas orientações muitas vezes defendem interesses que estão em  contradição com políticas essenciais de superação do neoliberalismo.
A aliança com o PMDB se dá não por uma opção preferencial por alianças com  esse ou outro partido fora do campo popular. Tanto assim que o governo  começou sem ter incorporado ao PMDB, o que levou a que quase fosse derrubado, em  2005, por não ter maioria no Congresso. E ainda teve que entregar cargos  estratégicos a esse partido e a outros similares do ponto de vista ideológico, para  dispor dessa maioria parlamentar indispensável para governar. As alianças foram necessárias por falta de maioria do campo popular no Congresso –  objetivo pelo qual temos que lutar duramente nestas eleições.
Um  governo democrático, popular, nacional, soberano, com capacidade para implementar definitivamente um modelo  econômico centrado no capital produtivo, inerentemente vinculado à distribuição de  renda, à universalizaçã o de direitos e à expansão continua do mercado interno  de consumo popular, que consolide nossa soberania externa, em torno das  alianças prioritárias com os países latinoamericanos e com os do Sul do mundo –  requer uma força própria, que não dependa de maioria conjunturais ou de  alianças que demandam em troca concessões em temas essenciais para a plataforma da  campanha da Dilma.
Por  isso temos que centrar esforços especiais em eleger uma maioria parlamentar – na Câmara e no Senado – dos partidos  de esquerda: do PT, do PSB, do Pc do B, do PDT, e de todas as forças que se identificam com o programa da candidatura da Dilma. Precisamos estende a  ampla maioria social progressista, que apoio o governo Lula e a candidatura da  Dilma, em força política e eleitoral, para criar uma maioria parlamentar  progressista.
É  talvez muito cedo para que a imensa massa beneficiária dos programas sociais do governo já tenha conseguido eleger  seus próprios representantes – um tema central para que sejam não apenas  sujeitos econômicos e sociais, mas também políticos, o que mudará definitivamente  o Brasil, a ser uma democracia social e política.
É preciso mobilizar a todos os militantes de esquerda também para as campanhas parlamentares – para o Senado e para a Câmara -, para fazer chegar essa mensagem aos setores populares, majoritários e decisivos nos destinos do Brasil.
 
 

 
 
 
