segunda-feira, janeiro 04, 2010

Petulante, Vaidoso, Arrogante e Bobo.

O título acima é de uma postagem do Blog do Vic.

Não é de hoje que o deputado Vic Pires Franco se gaba de ter feito uma revolução na blogsfera paraense com seu blog, o qual considera um divisor de águas, afirmando que antes dele não havia vida inteligente na terra. Ou inteligente ou corajosa para tocar em temas espinhosos.

O barata é assim também!

Mas o que importa é que vira e mexe tem que dê uma dentro e acerte de cheio o alvo e o abaixo há tempos precisa de um tratamento, quiça de choque.


O governo do estado precisa fazer alguns ajustes na Estação das Docas.
Um deles, é um fraldário.
Um simples fraldário.
Modernidade !
O arquiteto "divino" não quer deixar.
Será que ele acha que aquilo é dele ?
 É muita petulância desse Paulo Chaves achar que tudo o que ele fez nos governos tucanos não pode ser mudado, nem tocado.
Como se o que ele fez fossem verdadeiras obras de arte.
Agora ele inventou que ninguém pode tocar na Estação das Docas, a maior obra de sua vida.

Como se aquilo ali fosse dele.
Ou como se ele fosse Oscar Niemeyer
Ou que todas as suas obras fossem tombadas como parte do patrimônio histórico da humanidade.
Já basta a placa com aquela foto enorme dele pendurada que ele deixou por lá.
Um exemplo da vaidade do ser humano.
É um rei.
Se não é o rei, se acha.
Se não é, e nem se acha, agora parece que quer ser  o bobo da corte.
Leva jeito...

terça-feira, dezembro 29, 2009

Mil e Uma Utilidades

Com o mesmo título acima, no bom e velho Quinta Emenda.

Pesquisas de Opinião são como Bom-Bril: "tem mil e uma utilidades".

Segundo a pesquisa Ibope/CNA:  92% condenam ocupações do MST, e  "a maioria dos brasileiros considera ilegal a invasão de propriedades". É mesmo?  Não, não é!


Foram 2 mil entrevistados que responderam a um número x de perguntas, e sobre um assunto que não está ao alcance dos entrevistados resolver, só podem opinar.


A pesquisa foi encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o intuíto de checar a imagem do MST.


Primeira pérola: 90% dos consultados revelam que são favoráveis à causa da reforma agrária, mas sem violência ou invasão de terras. Para 85% o direito de propriedade privada é essencial ao País e, 77% acreditam que os que já possuem propriedade hoje, tem o direito de escolher se quer ou não produzir nela.


Porém,  58%  dos entrevistados considera que o movimento é legítimo porque são trabalhadores querendo terra para trabalhar e morar, mas que não têm condições de pagar por ela.
___________
Segunda pérola: ao falar do MST, 69% dos entrevistados ligam o movimento a invasões, 53% a atos de violência, 38% à luta por direito, 32% à reforma agrária e 26% à desobediência. A pesquisa aponta ainda que 54% das pessoas ouvidas atribuem os conflitos no campo ao MST.


A soma dos 38% que ligam o movimento à luta por direitos,  mais os 32% que ligam o movimento com a reforma agrária,  totalizam 70%. Os 26% ligados com a desobediência, nada acrescentam à imagem do MST, pois o conceito de desobediência civil está ligado às ações dos movimentos sociais.
_______
A maior contradição da pesquisa:  70% dos entrevistados responderam que a organização prejudica o desenvolvimento econômico e social, a geração de empregos, os investimentos nacionais e estrangeiros e a imagem do Brasil no exterior. Ou seja, como se trata de uma questão na qual os entrevistados não dominam o tema, e são informados apenas pelos mídias, ela reflete os pontos nos quais os mídias conseguiram influenciar, de forma mais efetiva,  a opinião dos entrevistados. No geral,  o MST está muito bem na foto.
________________
Agora veja qual  foi a manchete do Diário do Pará on line:

Ibope/CNA: 92% condenam ocupações do MST
_____
Esse tipo de 'Pesquisa de Opinião' tem a função de formar  'a opinião'.

terça-feira, dezembro 22, 2009

É a treva: Rumo ao Desastre



Por Leonardo Boff - Teólogo*


Uma jovem e talentosa atriz de uma novela muito popular, Isabelle Drummond, sempre que fracassam seus planos, usa o bordão:"É a treva". Não me vem à mente outra expressão ao assistir o melancólico desfecho da COP 15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague: é a treva!  Sim, a humanidade penetrou numa zona  de treva e de horror. Estamos indo ao encontro do desastre.  Anos de preparação, dez dias de discussão, a presença dos principais líderes políticos do mundo não foram suficientes para espancar a treva mediante um acordo consensuado de redução de gases de efeito estufa que impedisse chegar a dois graus Celsius. Ultrapassado esse nível e beirando os três graus, o clima não seria mais controlável e estaríamos entregues à lógica do caos destrutivo, ameaçando a biodiversidade e dizimando milhões e milhões de pessoas. 





 
O Presidente Lula, em sua corajosa intervenção no dia mesmo do encerramento, 18 de dezembro, foi a único a dizer a verdade:?faltou-nos inteligência? porque os poderosos preferiram barganhar vantagens a salvar a vida da Terra e os seres humanos. Obama não trouxe nada de novo. Foi imperial, ao impor minuciosas condições aos pobres.

Duas lições se podem tirar do fracasso em Copenhague: a primeira é a consciência coletiva de que o aquecimento é um fato irreversível, do qual todos somos responsáveis, mas principalmente os paises ricos. E que agora somos também responsáveis, cada um em sua medida, pelo controle do aquecimento para que não seja catastrófico. Depois de Copenhague mudou a consciência coletiva da humanidade. Se irrompeu essa consciência por que não se chegou a nenhum consenso?

Aqui surge a segunda lição que importa tirar da COP 15 em Copenhague: o grande vilão é o modo de produção capi talista, mundialmente articulado, com sua correspondente cultura consumista. Enquanto for mantido, será impossível um consenso que coloque no centro a vida, a humanidade e a Terra. Para ele o que conta é o lucro, a acumulação privada e o aumento de poder de competição.  Faz tempo que ele distorceu a natureza da economia como técnica e arte de produção dos bens necessários à vida. Ele a transformou numa brutal técnica de criação de riqueza por si mesma sem qualquer outra consideração. Essa riqueza nem sequer é para ser desfrutada mas para produzir mais riqueza ainda, numa lógica obsessiva e sem freios.
 
Por isso, ecologia e capitalismo se negam frontalmente. Não há acordo possível.O discurso ecológico procura o equilíbrio de todos os fatores, a sinergia com a natureza e o espírito de cooperação. O capitalismo rompe com o equilíbrio ao sobrepor-se à natureza, estabelece uma competição feroz entre todos e pretende tirar tudo da Terra, até extenuá-la. Se  assume o discurso ecológico é para ter mais ganhos
 
Ademais, o capitalismo é incompatível com a vida. A vida pede cuidado e cooperação. O capitalismo sacrifica vidas, cria trabalhadores que são verdadeiros escravos "pro tempore" e pratica trabalho infantil  em vários paises.
 
Os negociadores e os líderes políticos em Copenhague ficaram reféns deste sistema. Esse barganha, quer ter lucros, não hesita em pôr em risco o futuro da vida. Sua tendência é autosuicidária. Que acordo poderá haver entre o lobo e o cordeiro, quer dizer, entre a natureza que grita por respeito e aquele que a devasta sem piedade?
 
Por isso, quem entende a lógica do capital, não se surpreende com o fracasso da COP 15. O único que ergueu a voz, solitária, como um ?louco? numa sociedade de "sábios", foi o presidente Evo Morales, da Bolívia: "Ou superamos o capitalismo ou ele destruirá a Mãe Terra".
 
Gostemos ou não gostemos, esta é a pura verdade. Copenhague tirou a máscara do capitalismo, incapaz de forjar consensos porque pouco lhe importam a vida e a Terra mas antes as vantagens e os lucros materiais.
 
Leonardo Boff é autor de A opção-Terra. A solução para a Terra não cai do céu, Record 2008.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Acadêmicos Amestrados

Por Idelber Avelar

Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.

Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto.

Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a “morte de Marx”. Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.

Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar – cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.

O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de “vagabunda” pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.

Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como “o filósofo” pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de “terrorismo de Estado”. Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real – por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses – se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como “terrorismo de Estado” a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.

A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de “trapalhadas” e chamava Celso Amorim de “líder estudantil” e “cavalo de troia de bufões latino-americanos”. Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy – que não tem nada de esquerdista – apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o “melhor chanceler do mundo”, nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.

Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os “especialistas” sobre isso – agora sim, com aspas – são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.

Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Marajoara recebe Título de Honra ao Mérito




Reconhecida como extremamente positiva, ainda repercute no meio político e empresarial do Estado, a gestão de Albertinho Leão, quando esteve no cargo  de  Secretário de Estado de Esporte e Lazer.

Semana passada, Albertinho obteve a indicação do Deputado Martinho Carmona (PMDB) para receber o título de “Honra ao Mérito” ofertado à personalidades do cenário regional e nacional que marcaram presença na sessão solene promovida pela ALEPA, na noite desta quinta-feira (10/12) no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, em Belém.

Natural do município de Cachoeira do Arari no Marajó, Albertinho Leão é Engenheiro e reconhecido como um homem simples e humilde, mas de grande senso administrativo e habilidade política, elementos que lhe conferem méritos aos inúmeros títulos que vem recebendo desde sua ascensão na cena política do Pará.



O ilustre marajoara foi convidado em 2008 pela governadora Ana Júlia  à  comandar a SEEL, onde ficou até Agosto deste ano, quando foi escalado  para  assumir a Secretaria Adjunta de Gestão da SEDUC, a qual detém o maior orçamento entre os órgãos do Estado do Pará.

Almir: Vale lançou Jatene p/ 2010.

Abaixo, a carta de desfiliação de Almir Gabriel do PSDB-Pará


Devolvo o título de presidente de honra do PSDB do Pará, partido que ajudei a fundar, e do qual me desfilio, em razão dos atuais desvios dos princípios políticos e éticos que o alicerçavam.

Lamento a decisão partidária, supostamente fundada na tola e odiosa discriminação aos idosos.

Pressinto e lamento, principalmente, a rendição ao atual representante exibicionista do Bradesco na Companhia Vale do Rio Amargo, somada ao governo egocêntrico de São Paulo, “territorializando” a recolonização da gestão pública do Pará, dividido e agachado, no momento especialmente favorável para derrotar o petismo obeso e obtuso que retensamente governa o Estado, hoje. Estou certo que novos líderes, junto com o povo paraense, darão as respostas e lições adequadas pelo voto soberano livre a altivo de sua maioria.

Almir Gabriel Bertioga, 14 de dezembro de 2009.


A carta acima é rápida mas precisa e indica  uma séria e contundente acusação de envolvimento da Vale  com as eleições do Pará e de São Paulo nas eleições de 2010. 



A Vale foi a maior empresa já privatizada na história do Brasil. 


Por quem? 


Pelos governos de FHC/Almir Gabriel e ele, o cara que venceu Almir Gabriel nos fóruns decisório do PSDB e será o candidato do partido nas eleições de 2010, Simão Jatene (PSDB).


Na foto abaixo a relação com o ex-PFL (hoje DEM, o partido do Governador José Arruda, de Brasília) quando a vice-prefeita e esposa do presidente estadual da legenda - que é blogueiro e deputado federal nas horas vagas, está curiosíssimo se será procurado pelos antigos aliados ou se virão à reboque já que o que antes era a União pelo Pará está em frangalhos.





Até as eleições de 2010, muita, mas muita água passará por debaixo da frágil ponte que liga os tucanos aos seus comparsas e não se espantem na quantidade de redes de emails e as famosas mídias sociais como o twitter, orkut, facebook, entre outras que serão criadas e servirão de ringue, no qual quem não souber fazer uso de suas luvas , ao certo será nocauteado no primeiro round.


Muitos dos jornalistas diplomados do Pará, já comem suas unhas e cutílas, esquecendo seus  juramentos pós-curso, no qual sabem que não podem servir à Deus e à Mamon.
 

* Vale do Rio Doce é a multinacional que foi vendida por 3,3 bilhões de dólares e hoje está avaliada em mais de 196 bilhões de dólares, tornando-a a maior privatização já feita na América Latina.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Poema em Preto e Branco


NASCIDA

Quando nasci não chorei.
Fiquei quieta.
Diziam-me morta.
Agora que tenho algo a dizer, calam-me.
Os seres humanos são tão idiotas.
Vou morrer do jeito quSem gosto pela vida e gostosa para quem me quis.


Do blog Poema Preta, confira!

No DF, a corrupção inova e mobiliza

Com o mesmo título no site de Bruno Lima Rocha que vira e mexe tem seus artigos publicado no Noblat.

Pode-se acusar o esquema do DEM de tudo, menos de não ser inovador.

Como se sabe, no Brasil, maioria legislativa sempre custou caro, e muito. Antes, com emendas mais que suspeitas e destinação de verbas orçamentárias para redutos e currais.

Se a votação fosse importante, a moeda de troca aumentava o valor, incluindo possíveis concessões de rádio e TV, e a sempre suspeita compra de votos. Após a técnica do Mensalão, passaram a cobrar em dia, regiamente.

A composição de governo estaria garantida com o fornecimento de verba direta para o bolso dos parlamentares. Já na Era Arruda se inova, pagando também pelo secretariado.

Assim, além de manipular uma parte do orçamento do nível de governo (o caso, o distrital), os partidos que compõem o governo, cobram, através dos secretários, também pelo apoio político na partilha do poder.
Outras novidades apareceram. A partir da tarde de 3ª (08/12) o governo de José Roberto Arruda e Paulo Octávio Alves Pereira, também inovara no quesito mobilização social.

O episódio da Câmara Legislativa Distrital, apesar de moralmente indefensável, foi uma manobra tática de envergadura.

O governo se esvaía com pedidos de impeachment já protocolados, via-se diante de uma pequena minoria ativa protestando no parlamento onde o Executivo manda.
Este grupo de manifestantes, ocupando o recinto há quase uma semana, forçara a Justiça Distrital a se pronunciar, exigindo sua retirada.

Já o aparelho policial do DF, creio eu que no intuito de preservar a sua imagem institucional e buscando algum efeito teflon para com o ex-senador, evitou cumprir a ordem judicial no prazo determinado.
Abriu-se uma oportunidade de Arruda demonstrar que também tinha bases sociais. Óbvio, é difícil uma relação de clientela mobilizar-se por consciência ou algo por estilo.

Puseram ônibus e possivelmente algum grau de coerção gratificada nos locais de origem. Afinal trata-se de um chefe político, legítimo representante de uma cultura e modo de se relacionar com a coisa pública.
Demonstrou a sabedoria e o ardil que não tivera ao dar a cara e pegar dinheiro vivo com as mãos na presença de testemunhas.

A Polícia Militar entra em cena e garante a sensação de ordem na “mui nobre” casa parlamentar, isolando e retirando ambos os grupos.

Isto me faz recordar de outra situação, a do amigo de Paulo Octávio, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que em 1992, diante das câmaras, convocou seu eleitorado para defendê-lo.

Mas, esqueceu de dar o lanche, pagar condução e um cachê para os “manifestantes”. Arruda foi sábio e não convoca através da mídia, mas das relações pessoais.

A mobilização de governistas de hoje pode se repetir, gerando impasse político e risco de confronto entre favoráveis e contrários ao governo que já foi abandonado pelo PSDB, PMDB, PPS, PSB, PDT e PV.
Para salvar o Executivo acusado de corrupção, a manobra é útil. Como se sabe, diminuindo a pressão das ruas, corrupto ou não, é difícil derrubar um governo.

Bruno Lima Rocha é cientista político.

A Charge Nossa de Cada Dia


sexta-feira, dezembro 04, 2009

O Dôtor precisa de médicos


IPAMB CONTRATA QUATRO MÉDICOS

O Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb) abriu contratação para dois ortopedistas, um oftalmologista e um médico do trabalho.


Interessados nas vagas devem ligar para o Departamento de Assistência à Saúde do Ipamb (3084-1311 e 3276-0463) e falar com o dr. Pedro Soares ou a dra. Marília Rodrigues.





O que você acaba de ler é o conteúdo de um banner eletrônico (clique para ampliar)  que pula na tela do PC, assim que alguém acessa desde hoje, o site da prefeitura de Belém.


O blog especula a necessidade tamanha urgência na contratação dos profissionais descritos, em meio à bomba da notícia de cassação do mandato, que recaiu sobre a cabeça do prefeito, por volta do meio dia, desta memorável sexta-feira.

Sim, hoje (04.12.2009) foi o dia em que Dudu (vulgo do ex-prefeito de Belém, Duciomar Costa), junto com seu vice e toda a corja de assessores,  deveríam sair do Palácio Antônio Lemos e serem escoltado por aqueles caminhões da Polícia Militar, direto para a penitenciária de Americano.


Mas não foi assim.

No entanto, a sociedade paraense, em especial, a de Belém espera que pelo menos de imediato, Dudu não tenha como manter-se no cargo de prefeito à espera do julgamento do mérito do recurso impetrado por seus advogados, no afã de continuar aprontando por mais tempo.

Agora, após muito pouco pensar, tendo como paramêtro especulativo a história do meliante, o blog explica para que servirão os profissionais que a prefeitura está buscando contratar:



02 médicos Ortopedistas: Cuidarão das mãos dos assessores que afetados pela notícia de que o chefe da quadrilha fora cassado, estão com L.E.R de tanto limpares as gavetas e deletarem documentos dos computadores nos orgãos da prefeitura, afim de ocultarem suas calhordices.


01 Oftamologista: Os olhos do prefeito Duciomar Costa e de todos os seus assessores e advogados ficaram estatelados e buscaram de forma frenética, dia e noite, as brechas na lei, que permitam-os salvá-los da cassação e de uma futura investigação, o que poderá levá-lo à condenação e por consequência, a devolução do dinheiro público, saqueados nesses 05 anos que estiveram à frente da prefeitura de Belém.


1 médico do Trabalho: Cuidará dos direitos que eles acham que possuem, e como terão que voltar à trabalhar, administrando as empresas que conseguiram "montar" com dinheiro desviado dos cofres públicos, é certo que precisem de um profissional capacitado para tal.


Por isso gente, quem conhece algum dos profissioanais procurados pela PMB, encaminhem seus currículos à sede do PTB-PA ou para a residência de Dudu, o ex-prefeito de Belém, que já foi dôtor e hoje, se Deus quiser, irá quem sabe (?) começar à sofrer uma parte do dano, a humilhação, a dor e os sofrimentos causados à população de Belém.


Quem sabe, afinal de contas isso já deveria ter acontecido faz é tempo, ou não é?



 


Duciomar está cassado. Mas Priante não deve assumir logo.



Com o mesmo título, no blog do Espaço Aberto.

O juiz Sérgio Lima, da 98ª Zona Eleitoral de Belém, proferiu sentença com data de hoje, cassando o registro da candidatura do prefeito de Belém, Duciomar Gomes da Costa (PTB) - na foto - e de seu vice, Anivaldo Vale (PR).

O gestor foi condenado pelo cometimento de várias infrações na campanha eleitoral do ano passado, entre elas afixar inúmeras placas com propaganda institucional em período vedado, além de fazer uso da máquina com o fim de promoção pessoal, em placas, banners, uniformes, ônibus, municipais; e implementar, em pleno ano eleitoral, programa assistência, o chamado "Passe Livre", para o transporte gratuito de pessoas em Belém.


quinta-feira, dezembro 03, 2009

O que ele Disse...



G1: Hoje, o sr. admite que errou no caso do painel do Senado, em 2001. Nesse intervalo de seis anos, depois de renunciar, o sr. voltou, em 2004, como o deputado federal proporcionalmente mais votado do país e em 2006 foi eleito no 1º turno para governar o Distrito Federal. Gostaria que o sr. rememorasse esse episódio do painel do Senado e falasse sobre a experiência de ter atingido o fundo do poço. 

José Roberto Arruda – Em termos pessoais, é uma experiência muito dura. Em termos políticos, acaba sendo uma experiência rica. Porque político, no Brasil, nunca erra. Nunca vi um político dizer que errou. O caboclo sai da cadeia e diz que não tem nada com aquilo. Então, eu acho que... eu tenho vergonha na cara. Eu não deveria ter olhado a lista. Eu teria mil atenuantes: dizer que muito mais gente viu, dizer que era para um objetivo nobre de o painel não ser modificado, eu poderia falar coisas. Mas o que interessa é que eu errei, que eu não deveria ter olhado. Reconheci o erro e paguei um preço muito alto por isso. Vivi os dois lados: ao sair da glória para o fundo do poço, você reconhece quem são seus verdadeiros amigos, quais são os verdadeiros valores da vida. E quando você renasce, como foi o meu caso, você renasce refeito, uma outra pessoa, com outros valores, com outras idéias, com muito mais experiência, com muito mais humildade. 

Arruda, em entrevista realizada em Junho de 2007 pelo portal G1.



A origem do Mal - Parte III

Breve história


O ano de 2001 era um dos piores da economia e da política brasileira. FHC era então, o presidente do Brasil que junto com seu ministro da economia, Pedro Malan, eram hóspedes freqüentes dos hotéis próximos ao FMI nos EUA.


O PMDB (pra variar) contemplado com cargos em ministérios e outros pararicos, protegia e apoiava FHC com seus deputados e senadores no parlamento e suas relações com a alta cúpula do judiciário tupiniquim, contando por exemplo com fidelidade ao projeto que levou FHC à reeleição e na privatização da Companhia Vale do Rio Doce, vendida por 3,3 bilhões de dólares e hoje avaliada em mais de 196 bilhões de dólares, tornando-a a maior privatização já feita na América Latina.


Voltando à cena brasiliense, o nada ingênuo e ex-tucano José Arruda já aprontava as suas pelo congresso nacional, onde era senador pelo PSDB, quando envolveu-se em uma maracutaia dentro da própria ratoeira. Lá, pressionado pelas evidências, o então líder do governo FHC, admitiu ter tido acesso ao resultado de uma votação secreta, onde a ex-Senadora do PT, Heloísa Helena ficou em destaque por ter "supostamente" votatado pela absorvição de um outro congressista, este envolvido em mais um dos milhares de escândalos de nossa jovem democracia.

O caso ficou conhecido nacionalmente como a fraude do placar eletrônico e os PIG (Partido da Imprensa Golpista) o afã de proteger Fernando Henrique Cardoso e os demais cardeiais do PSDB e PFL, limitou-se à especular sobre um suposto caso amoroso entre a radical petista, Heloísa Helena - hoje PSOL - e o senador Luiz Estevão (PMDB), que até hoje está livre da cadeia, mesmo que mantida a condenação a 8 anos de reclusão pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), por evasão de divisas e manutenção de conta bancária no exterior.

A história consta nos anais do congresso, assim:


Usando da palavra para uma comunicação inadiável, a Senadora Heloísa Helena repudia comentário feito pelo Senador Antonio Carlos Magalhães, em encontro com Procuradores da República em Brasília, a respeito do voto da Senadora na votação secreta da cassação do Senador Luiz Estevão, em 28.6.2000, noticiado em matéria intitulada “A Metralhadora de Antonio Carlos”, publicada na revista “IstoÉ”, edição antecipada para esse dia.


O Presidente do Senado, Senador Jader Barbalho, tendo em vista a notícia veiculada na imprensa sobre possível violação do Painel Eletrônico de Votação do Plenário da Casa na sessão de 28.6.2000, determina à Secretaria-Geral da Mesa que mande lacrar a porta que dá acesso à Sala de Controle do Painel Eletrônico de Votação do Plenário da Casa.




Jader como vimos, fora o presidente do Congresso naquela época e depois de uma queda de braço com o coronel baiano Antônio Carlos Magalhães (ex-PFL) – principal aliado do governo FHC (falecido e que Deus não o tenha!) - sai da presidência do Senado  sob forte bombardeio. Ambos rasgam o verbo e deixam à mostra  às todos as entranhas da mais profunda corrupção tanto de um quanto do outro através de seus veículos de comunicação. Ao cair, Jáder é preso pela PF e até hoje não pensa em abrir mão de sua imuidade parlamentar, mesmo que no Pará seja apontado como um dos preferidos ao cargo de governador, pois sabe do sangue no dente que acumula-se de uma fila homérica de adversários que coleciona tanto no plano político quanto empresarial, sem falar é claro do judiciário que ainda preça por alguma memória e compromisso ético.

A origem do Mal - Parte II


O DEMOCRATAS é o partido do governador do Distrito Federal, José Arruda, o mesmo que teve aparições, nada educativas, durante o último final de semana nas redes de televisão e sites do Brasil. Nas imagens, Arruda e outros marginais aparecem recebendo dinheiro de origem "desconhecida" das mãos de nada mais nada menos, do que seu Secretário de Estado de Relações Institucionais, Durval Barbosa, chamado agora chamado de cão pelo ex-chefe e exonerado do governo que está em chamas e assiste atônito os partidos aliados (PSB, PPS, PV e PSDB) pularem do barco, na tática tentativa de livrarem-se da implacável opinião pública e do desgaste político que as imagens geram, mesmo que ninguém duvide que as patas de todos estes, nem de longe estejam limpas!


Durval Barbosa é o astuto assessor que "entregou a parada" por acordo com a PF e foi grampeado pela própria, para comprovar com fatos e imagens irrefutáveis, o esquema da quadrilha que se alojava dentro da sede do governo do Distrito Federal. Durval tem na delação premiada (redução da pena) e aceitou desvendar o maior  fragrante de repasse de propina já televisionado no Brasil. 

Durval atuou no governo de Roriz (ex-governador que fora vencido nas eleições do DF em 2006, pelo atual governador Arruda) e desde lá, segundo a Polícia Federal, comandava um esquema milionário de "caixa 2" e de enriquecimento pessoal (e da quadrilha candanga) que rendia-lhes milhões de reais, tudo evidentemente, fruto de super faturação da compra de bens e serviços públicos.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

U2. Where The Streets Have No Name - Onde as ruas não tem nome


I want to run
Eu quero correr
I want to hide
Eu quero esconder
I want to tear down the walls
Eu quero derrubar as paredes
That hold me inside
Que me seguram por dentro
I want to reach out
Eu quero alcançar
And touch the flame
E tocar na chama
Where the streets have no name
Onde as ruas não têm nome
I want to feel, sunlight on my face
Eu quero sentir, a luz do sol no meu rosto
See that dust cloud disappear without a trace
Ver a nuvem de poeira desaparecer sem deixar pista,
I want to take shelter from the poison rain
Eu quero me abrigar da chuva venenosa,
Where the streets have no name
Onde as ruas não têm nome
We're still building
Nós ainda estamos construindo
Then burning down love, burning down love
Então queimando amor, queimando amor
And when I go there
E quando eu vou lá
I go there with you...
Eu vou lá com você...
(It's all I can do)
(Isso é tudo o que posso fazer)
The cities a flood
A cidade está inundada
And our love turns to rust
E nosso amor se enferruja
We're beaten and blown by the wind
Nós fomos malhados e assoprados pelo vento
Trampled into dust
Esmagados em poeira
I'll show you a place
Eu te mostrarei um lugar
High on ta desert plain
Acima das planícies desérticas
Where the streets have no name
Onde as ruas não têm nome
Still building
Ainda construindo
Then burning down love
Então queimando amor
Burning down love
Queimando amor
And when I go there
E quando eu vou lá
I go there with you
Eu vou lá com você
(It's all I can do)
(Isso é tudo o que posso fazer)

Caro Bornhausen, vamos ficar livre dessa raça por uns 30 anos?

Por Renato Rovai*

Faz tempo que não vejo o ex-senador Jorge Bornhausen abordando assuntos da política nacional. Logo ele que se notabilizou por ser um radical oponente do governo Lula no primeiro mandato e que até por isso nem tentou a reeleição em seu estado. Logo ele que ganhou notoriedade ao dizer que ao menos “a gente vai se ver livre dessa raça por pelo menos uns 30 anos”, referindo-se ao PT e seus filiados. Pois é, senador Bornhausen, tenho enorme curiosidade jornalística (nada mais do que isso) para saber o que o senhor está achando dessa história que atinge em cheio a moral e os bons costumes do único governador eleito pelo seu partido no último pleito. Governador que estava cotado, inclusive, para compor chapa com o governador José Serra na condição de candidato a vice-presidente da República.

O senhor deve estar pensando que “nunca na história desse país” um escândalo foi tão filmado e documentado como esse, hein? E logo com um partido tão correto e digno como o seu, né?

Pois é, senador Bornhausen, como dizem por aí, a vida é dura. Quem cospe pra cima às vezes vê o danado cair na própria cabeça.

Por isso, não tenho dúvida que num momento tão sério da vida do país e do seu partido o senhor não vai se esconder. Vai fazer como na crise de 2005. Convocará todos os canais de TV e vai esculhambar os corruptos.

Com todo o respeito, solicito-lhe que convide-nos para participar. A revista Fórum tem todo interesse em vivenciar este momento histórico.

É algo impagável.

PS: Caro senador, como o senhor entende dessas coisas, será que vamos ficar livre dessa raça pelos próximos 30 anos?

* Renato Rovai é editor da revista Fórum outro mundo em debate.

terça-feira, dezembro 01, 2009

A origem do Mal - Parte I

Por Fernando Rodrigues

O Democratas nasceu de uma costela do PDS (ex-Arena, esteio da ditadura militar). Ainda com o nome de PFL, o partido sempre se apresentou como uma das forças motrizes responsáveis pela volta do país à democracia.

Adversários dos "demos" pensam de forma diferente. A sigla só teve senso de oportunidade. Em 1984, com a ditadura atolada no brejo, o grupo saltou fora do barco. Aliou-se às forças emergentes. Manteve-se mais tempo no poder.

A fórmula pefelista deu certo por muitos anos, quase duas décadas. Forte em oligarquias estaduais, nos grotões do país, o partido foi ficando. Em Brasília, praticou o quanto pode a genuflexão aos poderosos, um a um. Serviu a José Sarney, Collor e FHC.

Mas ninguém engana a todos o tempo todo. O PFL elegeu seis governadores em 1998. Caiu para quatro em 2002. Em 2006, ficou com apenas um: José Roberto Arruda, em Brasília, um ex-tucano renascido "demo" depois de ter caído em desgraça por causa de um escândalo anos antes -a violação do painel de votação do Senado.

Agora, Arruda entra em um buraco mais fundo. Há indícios claros de sua participação num esquema já chamado de mensalão do DEM em Brasília. É difícil haver explicação dentro da legalidade para a imagem do único governador "demo" recebendo um pacote de dinheiro, refestelado em um sofá, e respondendo: "Ah, ótimo".

No caso dos mensalões do PT e do PSDB, é bom lembrar, nunca apareceu imagem tão eloquente.

O Democratas encolhe a cada eleição. Foram 105 deputados eleitos em 1998. Uma queda para 84 em 2002. Só 65 em 2006. Hoje, prova do próprio veneno: a infidelidade partidária o desidratou e a bancada com meras 55 cadeiras.

Em 2010, ressalvada uma ou outra exceção, os "demos" devem aumentar a sua insignificância.


Pierre Verger - Exposição em Belém

O Museu de Arte de Belém (Mabe) abre nesta quinta-feira, 3, às 20h, a exposição “Pierre Verger - Uma ponte sobre o Atlântico”. Como parte da programação, na sexta-feira (4), às 9h, acontece a mesa de debate “A Diáspora Africana - Pierre Verger na Amazônia”, no auditório do Convento dos Mercedários. A exposição fica até o dia 31 de janeiro de 2010. 






Itapoã, Salvador.

Porto de Veleiros, Ver-o-Peso - 1948.  


O acervo fotográfico de Verger que estará aberto aos moradores e turistas de Belém a partir da sexta-feira, 4, são imagens sobre as conexões e a formação das novas sociedades resultantes das relações entre a África e a América, com destaque para as conexões que uniram o Brasil a algumas regiões da África. 

Tendo como foco de interesse as imagens registradas no Suriname em 1948, em sua maioria inéditas, esta exposição permite ao visitante uma abordagem sobre a temática que é carro-chefe das obras do artista: as Américas Negras. As fotografias ilustram perfeitamente o trabalho realizado sobre as questões afro-americanas. Neste trabalho, o Suriname –  e de modo geral as Guianas – se encontram no coração desta América Negra, no centro de um triângulo constituído pela América do Norte, América do Sul e Antilhas.

Pierre Verger registra com realidade e beleza os cultos afro-religiosos realizados nos terreiros de Candomblé das Guianas Suriname e Paramaribo. Na Amazônia, mas precisamente em Belém, a exposição conta com dez fotos de um terreiro de mina.

A obra fotográfica de Verger é reconhecida mundialmente tanto por suas qualidades estéticas quanto etnográficas. Nesta exposição, o visitante pode reconhecer facilmente associações de imagens que ilustram o fluxo e refluxo sobre o qual Verger tanto escreveu. Esta experiência etnográfica, humana e estética é parte integrante do processo de reconhecimento dos “afro-americanos”, de suas histórias e culturas, que estão intimamente ligadas ao continente africano, assim como de suas inegáveis influências na miscigenação das culturas americanas resultantes do impacto colonial.

Segundo a diretoria do Mabe, o objetivo da exposição é apresentar algumas imagens pouco conhecidas de Verger feitas na região das Guianas e da Amazônia, e, também, imagens que trouxeram o conhecimento e reconhecimento da cidade de Belém e de seu maior cartão postal, o Ver-o-Peso.


Serviço

Exposição “Pierre Verger - Uma ponte sobre o Atlântico”.
Local: Museu de Arte de Belém – Palácio Antônio Lemos (Praça D. Pedro II, Cidade Velha).
Abertura: 3 de dezembro, às 20h.
Período: até 31 de janeiro de 2010.
Horário: Segunda a Sexta, de 9h às 17h; sábados e domingos, de 9h às 13h.



Mesa de Debate

Tema: “A Diáspora Africana - Pierre Verger na Amazônia debate”
Local: Auditório do Convento dos Mercedários, na Rua Gaspar Viana, nº 125, bairro da Campina.
Horário: 9h às12h.
Presenças:
David Redon (Co-Curador da Exposição)
Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo 
Profª. Ms. Taissa Tavernard Luca
Bàbá Edson Catendê

Que seria dos ricos sem os pobres?

Por José Varella*
 
Fiz as contas e percebi que em 2010, caso aguente até lá, vou completar 50 anos de luta. Claro, sem heroismo, mas alguma curiosidade. Trata-se duma "cachaça" pela qual minha companheira me presenteou, com sutil puxão de orelha, com uma significativa estatueta de Dom Quixote de La Mancha...

Troféu da Utopia que trago próxima à "escrivaninha" junto a outras lembranças (dentre as quais uma centenária imagem de santa Rita de Cássia, cuja tradição familiar quer fazer crer que foi achada em campo de batalha, na guerra genocida do Paraguai, por meu bisavô paterno “voluntário da Pátria” arrastado do Pará para matar e morrer em nome da tríple aliança armada pela Inglaterra contra insolentes guaranis contrários as maravilhas do liberalismo.

Desculpem a pavulagem de caboco, mas exatamente no ano de 1960, aos 23 anos de idade, na cidadezinha de Ponta de Pedras, terra natal de Dalcídio Jurandir; acompanhado de conterrâneos em odor de ignorância política apoiados pelo vigário jesuíta da paróquia inventamos o pretensioso "Grêmio Cultural Marajó". Como se sabe, na América Latina onde tem vestígio de indio há jesuíta, para o bem e o mal. No caso marajoara, era pajelança de meia tijela mas dava para quebra a rotina à beira do rio com teatro mambembe na casa paroquial sem alternativa.

O grêmio era simples coletivo duma vagabundagem depois da sesta à sombra de seculares mangueiras plantadas pelo primeiro intendente do município, que marcava ponto na porta da taberna denominada "Casa Poronga", do "capitalista" do grupo. Desde então eu já fazia figura de “comunista” pelo simples fato de ser enamorado de cooperativas rurais e simpatizante da reforma agrária prometida pelo presidente-fazendeiro Jango Goulart.

Nós nos identificávamos como a "turma da Poronga", hoje a coisa poderia ser classificada por agentes da ordem como "gang". Felizmente, naqueles idos e vividos lugares do Fim do Mundo a gente estava apenas a meia maré de distância do paraíso. Criamos um tipo de senha : "eh da Poronga!", com que nos saudávamos uns aos outros.

Foi lá nas tardes mornas da Poronga, no extremo-norte dalcidiano; que nasceu o ingênuo "Grêmio Cultural" filho bastardo do analfabetismo político, pois que parido do engano quanto às intenções de um panfleto “galinha verde” (integralista) com nome de movimento águia branca, feito sob medida como arapuca para seduzir e capturar os sentimentos patrióticos da rapaziada desavisada... Mau começo de uma história torta pela parte que me cabe deste latifúndio. Só não me envergonho da mancada ideológica da mocidade, pois que acabei me encontrando em companhia de Dom Helder Câmara, outro desenganado que virou da água para o vinho. Me lembro de um relato especial que nos fez pensar sobre a necessidade de virar o jogo.

Disse um dos nossos que ouvira, por acaso, dois senhores "barões" sair do banho da maré, às 4 horas da tarde, horário do Inferno Verde; na ponte da Casa da Beira; mui contentes a filosofar (sem saber) sobre economia política. "Que seria de nós, os ricos – disse o primeiro barão dos tijucos – sem os pobres..." No que o outro barão das várzeas concordou, tacitamente, sem comentário com riso cínico estampado da cara gorda.

Ora, aquilo caiu como uma bomba em meio à "turma da Poronga"! Pra quem não sabe, "poronga" é a lamparina de querosene que seringueiro leva madrugada adentro na floresta escura para "tirar" seringa (extrair o látex). Era tão óbvia a diferença de classes na vila ribeirinha que causava espanto a gente não tivesse antes percebido o abismo do Fim do Mundo... Então, por acaso, minha avó deu-me a ler o romance "Marajó" escrito por tio ausente no Rio de Janeiro cujo nome fora marcado no catecismo do arcebispo do Pará, Dom Mário de Miranda Vilas-Boas, como prejudicial aos católicos.

A estória para o moço da Poronga foi história pura! Pois o sítio da tia ficava justamente no rio do romance e quando a velha contava era, paresque, a versão original do tio Dalcídio... Diacho! O "Marajó" completou 70 anos desde a escrita em Salvaterra e minha “derradeira” quixotada (campanha pela reconstrução da Casa de Dalcidio Jurandir e reestruturação do Museu do Marajó) é a conclusão daqueles dias da "turma da Poronga".

Moral da história: que seria dos ricos se não fossem os pobres aguentar a retranca? Espanta haver tanta riqueza para aliviar a pobreza mais cruel e os ricos ser acometidos de mania de suicídio coletivo transformando pobres distraídos na margem da história em miseráveis desesperados. Se Freud não explica, Marx todavia avisou.
 
* José Varella é de Belém-PA (1937), autor dos ensaios "Novíssima Viagem Filosófica", "Amazônia Latina e a terra sem mal" e "Breve história da gente marajoara.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...