sexta-feira, novembro 07, 2014

Até onde vai a culpa e a omissão do governador em combater as milícias no Pará?

Em coletiva, Simão Jatene, ressaltou o rigor no trabalho de investigação feito pelo Sistema de Segurança Pública do Estado.

Depois da publicação Chacina em Belém mostra a necessidade da desmilitarização da PM e o fim das milícias, muitos amigos e leitores do blog me perguntaram o que eu achei da postura do governador do Estado do Pará, Simão Jatene, diante deste caso que ganhou repercussão nacional e até agora está sem solução.

Em primeiro lugar, gostaria de iniciar essa postagem, dizendo que diferente de outras entrevistas coletivas à imprensa, senti o governador desta vez abatido, falando de forma insegura, meio desconectado de um sentimento verdadeiro sobre o que dizia.

No entanto, vamos aos fatos.

Desde o momento em que soube daquilo que ficou conhecido como #ChacinaEmBelém, aguardava pela manifestação do governador Simão Jatene e só não pedi por ela, por saber que tão logo ele a faria. Afinal de contas, a morte de um policial e de mais 09 populares, praticamente todos muito jovens, não poderia passar batido pelo staff da inteligência tucana, sempre a postos para utilizar os veículos de comunicação e o marketing político-institucional para desmontar ou prevenir-se de ataques e problemas com a chamada opinião pública.

E como era esperado, Jatene reuniu alguns auxiliares que fazem parte do comando do Sistema de Segurança Pública – senti falta de uma pessoa chave para garantir a lisura e a transparência nas investigações desse porte, neste caso a ouvidora da SEGUP, Eliana Fonseca – e falou praticamente sozinho, repetindo aquilo que o Secretário de Segurança do Estado já tinha dito, sobre tudo que o governo está fazendo para investigar e chegar a elucidação dos fatos, mas não apresentou nenhum suspeito ou responsável pelas mortes que atormentaram Belém de terça para a quarta-feira.

Não me surpreendi quando o governador disse que não há nenhuma necessidade de se pedir apoio do sistema de segurança do governo federal. “Desde o primeiro momento que o sistema de segurança soube desses crimes, todo um efetivo foi acionado, e se mostrou suficientemente pronto para atender essa questão. Portanto, não existem razões para a intervenção da Guarda Nacional”, disse Simão Jatene.

No entanto, eu pergunto ao governador: Se desde o primeiro momento em que o sistema de segurança soube da morte e da convocação feita por policiais para irem até a área onde ele havia sido morto, como é que um grupo armado - de policiais ou de bandidos – consegue entrar e sair dos bairros onde houveram mortes, sem serem vistos ou interceptados pelas forças policiais que segundo Simão Jatene, estaval “prontos para atender essa questão”?

Disse mais: “Não podemos medir esforços para dar uma resposta, o mais rápido possível, à sociedade. Execução é algo que não pode ser aceito em nenhuma sociedade moderna”. Ora, quem conhece a polícia militar e a civil do Estado do Pará, estranha o fato de ninguém que esteve envolvido nos crimes, ainda não ter sido encontrado, já que mortes de policiais geralmente são rapidamente “resolvidas”, como seus supostos criminosos presos e muitas vezes mortos numa quase caça que é feita até que sejam encontrados.

Ainda segundo Simão Jatene, “Em outra linha de atuação, a Polícia Civil investiga a divulgação de informações nas redes sociais que tiveram a intenção de causar pânico na população”.

Concordo que tenha havido exageros, boatos e mentiras espalhadas nas redes sociais que de certa forma intensificaram o medo nas ruas de Belém, fazendo com que desde a noite de terça-feira, muitas pessoas não tenham saído de casas, temerosas pela onda de violência e informações desencontradas que surgiram pelas redes sociais e também pela imprensa.

No entanto, as primeiras manifestações nas redes sociais foram feitos por pessoas e perfis ligados à polícia e até agora, passados três (03) dias do ocorrido, ninguém foi afastado e nem há informações das medidas tomadas para punir os servidores públicos que expuseram ameaças e o comando para retaliações.




Tem mais, o governo diz que para auxiliar no monitoramento dos bairros, as polícias Civil e Militar contam com 187 câmeras, instaladas em pontos estratégicos da Região Metropolitana. As imagens são monitoradas 24 h, por uma equipe de 20 militares. Até agora não deu pra identificar e encontrar os carros e motos que rodaram por vários bairros atirando em populares?

O governador também disse: “Alguns crimes de grande repercussão que foram combatidos com êxito pelo Estado, como o assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (sudeste paraense); a chacina de Icoaraci (distrito de Belém), que vitimou seis adolescentes, e o esquartejamento do vigilante Joelson Souza, também na capital, que foram investigados e solucionados em um curto espaço de tempo. 

Sem dívida, todos os casos citados acima foram solucionados pelas investigações, mas nenhum envolvia um grupo de extermínio, como foi o caso desta terça-feira. A provável existência de uma milícia que age nas periferias, matando e praticando corrupção com traficantes, comerciantes e outros, pode ser um problema muito mais complexo e difícil de solucionar.

O possível envolvimento de gente graúda no “negócio”, pode fazer com que as investigações apontem apenas, como sempre, os peixes miúdos, protegendo os graúdos e deixando para debaixo do tapete, os verdadeiros e maiores mandates do crime e da máfia paraense.

Há exatamente seis meses atrás, no dia 04 de Abril deste ano, ocorreu o atentado contra a esposa do Delegado Eder Mauro, um ícone no combate à criminalidade, que tanto a polícia civil e militar, quanto à população em geral elogia e pede socorro para resolver problemas com a bandidagem. Inclusive, Eder Mauro foi eleito deputado federal nas últimas eleições.

Tendo seu carro perseguido e baleado por criminosos que fizeram uma emboscada na estrada da Alça Viára, alvejaram vinte tiros contra sua esposa que dirigia o automóvel e mais dois advogados, após voltarem de um julgamento no município de Abaetetuba. “E eles só não conseguiram realizar o objetivo deles porque o carro é todo blindado”, ressaltou o delegado, que assim como o governador Simão Jatene afirmou agora, também disse na época: “Cabe agora à polícia dar um resposta o mais rápido possível para isso e conseguir acabar com a quadrilha que cometeu esse crime”.


Resultado: Até hoje o caso está sem solução e as suspeitas de que os criminosos podem ter sido amigos de profissão do delegado, continuam sendo levantadas por gente ligada à própria polícia.

Por fim, a pergunta que não quer calar:

Será que daqui em diante, todas as famílias que foram vítimas da violência no Estado do Pará, contarão com a mesma atenção que o governo do Estado está dando às famílias atingidas pelo caso da #ChacinaEmBelém? 

Ou seria este o início de uma nova postura do 2º mantado do governador Simão Jatene para amenizar a dor e os problemas que a falta de segurança pública gera aos envolvidos, ou trata-se de mea-culpa pela responsabilidade do Estado nos crimes cometidos na última terça-feira em Belém?

*** 

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#ChacinaEmBelém: O medo de refletir




Essa semana a pauta em quase todas as conversas em Belém é a violência. Acompanhei todos os debates nas ruas, na tv, nos Jornais e nas redes sociais e, sinceramente, indaguei-me: qual a novidade?

Quem passou a infância e grande parte da sua vida na periferia de Belém como eu sabe que a contagem de corpos não é novidade. 

Lembro que quase 20 anos atrás, no bairro em que eu cresci, em uma semana, tivemos mais de 10 mortos. Lembro que faz quase 3 anos que novamente “acordamos chocados” com a chacina de 6 jovens em Icoaraci, e se você quiser ficar chocado leia os cadernos policiais dos jornais da semana passada, do mês passado ou de qualquer outro dia....

A guerra urbana em Belém não é novidade, a grande novidade aqui é o clima de “tensão solidaria” que tomou conta da cidade, alguns devem ter achado emocionante a sensação de cidade sitiada. Agora serão uma infinidade de reuniões, GT’S, declarações, indignações e daqui a pouco tudo volta a boa e velha invisibilidade útil nossa de cada dia.

No Pará o que vemos é a banalização das chacinas promovidas pelos grupos de extermínio que já não são por aqui uma novidade. As milícias agora avançam para um campo que lhes garantirá mais ainda o direito à invisibilidade, hoje os justiceiros deixaram apenas de sustentar políticos que lucravam com o sistema, agora a nossa milícia papa-xibé também tem poder político, os nossos Batmans-carimbó são 
aplaudidos nas mesmas periferias em que vão buscar sua gloria à bala.

Não é novidade para absolutamente nenhum morador da grande Belém os números de guerra que ostentamos, não digo que não acho válido o sentimento de indignação e as iniciativas que irão surgir por conta do ocorrido mais recente, mas o que realmente pode mudar alguma coisa por aqui é se toda reunião, declaração e indignação vier acompanhada de mobilização. Não falo apenas de irmos às ruas exigir políticas eficientes para alterar a realidade das nossas periferias, falo de mobilização de esforços e atitudes, coletivas e individuais. 

O Pará é um dos piores estados para a juventude viver ou tentar sobreviver, e a única solução viável para a violência é POLITICA PUBLICA. Chega da presença do Estado na periferia ser a ROTAM ou o IML, a nossa juventude deve ser tratada com respeito, a nossa segurança deve ser a segurança da cidadania e dos direitos. Precisamos de políticas públicas efetivas, precisamos de ações de deem oportunidade econômica, sem deixar de atender à necessidade que as juventudes da periferia têm de acesso à cultura, educação e mobilidade. 

Devemos elevar as nossas bandeiras, da inclusão à emancipação. O negro, o jovem e o pobre precisam sentir que têm o mesmo direito à cidade que os jovens da classe média, e ao Estado cabe a obrigação de garantir esse direito. Sem o pertencimento é impossível uma interação social saudável, já que para uns ficam as balas e para poucos a ilusão da segurança.

O fato é que a omissão coletiva contribuiu para esse triste quadro que hoje nos deparamos de forma assustada, como se essa exclusão social e política da nossa juventude da periferia não estivesse sendo construída há décadas, como se os valores consumistas que norteiam o nosso cotidiano capitalista não colaborassem para a criação de um exército de excluídos, como se a nossa conivência com a criminalização da pobreza por parte dos governos não tivesse contribuído para não vermos que os mandantes da Barbárie não estão nas áreas de ocupação e favelas, e sim nos gabinetes.

O Estado deve de entender que as engrenagens do crime organizado têm a pobreza como dente, mas não são os pobres o seu motor. Nenhuma morte é banal, a violência nunca será a solução para nenhum conflito, mas não podemos deixar buscar as causas e punir os responsáveis, além de refletir e agir, por mais que nessa reflexão todos nós encontrarmos um pouco a nossa responsabilidade.

Não podemos discutir segurança, se ela realmente não for pública, e não se faz segurança pública sem controle social. E, não podemos exercer o controle social sem mudanças de atitudes e valores.

Patrick Paraense – Membro do Diretório Estadual do PT-Pará.

quarta-feira, novembro 05, 2014

Belém já teve outra chacina

Chacina em Belém mostra a necessidade da desmilitarização da PM e o fim das milícias

Morte do cabo Figueiredo revoltou policiais militares, que ocuparam as ruas. A população - com medo - ficou dividida. (Foto: Reprodução/Facebook)

Tal como no filme “Tropa de Elite”, a Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar do Pará, se compara ao Batalhão de Operação Especiais (BOPE) do RJ e há fortes indícios que este agrupamento protagonize atos de violência e extermínio no Estado.

Ontem a noite não foi diferente, foi pior. Após a morte de um de seus integrantes, o cabo Antônio Figueiredo, provavelmente executado por bandidos e suposto membro de uma milícia que age nas áreas periféricas da capital do Estado, vários assassinatos aconteceram próximo e em bairros da redondeza ao fato, promovendo um banho de sangue nas áreas periféricas de Belém do Pará, onde ainda não se sabe quem saiu caçando, julgando e matando jovens na noite desta terça-feira (05). 

Entre as nove vítimas (dez, incluindo o PM), oito já foram identificadas e seus corpos liberados pelo IML. Entre elas, há um cadeirante que estava visitando a namorada em Guamá, o jovem Eduardo Felipe Galucio Chaves de 16 anos, que voltava da escola e um homem com problemas mentais que saiu correndo durante o ataque promovido pela PM-PA. Ele tomou cinco tiros a queima roupa.

“Nenhum dos mortos tinha ligação com o assassinato do policial. Pode ser que até tivessem ligação com outros crimes, mas não com esse. Deram cinco tiros em um doente mental que ficou assustado com o barulho e correu. Covardia! Quem matou o cabo ainda não foi encontrado, mas disseram que vão abrir investigação”, disse o coordenador da Comissão de Justiça e Paz da Igreja Católica, Francisco Batista que é morador do bairro da Terra Firme, um dos mais violentos e onde houveram diversas mortes.

“O policial morto era conhecido pela atuação dele como miliciano, justiceiro nos bairros pobres de Belém. Depois da morte dele deu pra ouvir muitos fogos de artifício. Todo mundo ficou feliz com a notícia, pra você ter uma ideia de como ele agia na região”, conta Francisco.

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB), promoveu uma coletiva para tratar das execuções e contou com a presença de Ana Cláudia Lins, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), que destacou que não está descartada a hipótese de represália de policiais por causa da morte do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam).

Também participou da coletiva o sargento Rossicley Silva, da Polícia Militar, e presidente da associação de militares, que sustentou que a série de mortes teria ocorrido por confronto entre facções rivais dos bairros da Terra Firme e do Guamá.

A posição do militar, no entanto, foi refutada por membros dos órgãos de Direitos Humanos devido às características dos homicídios - mais próximas de uma execução ao invés de brigas e conflitos. Porém, Rossicley argumentou que seis pessoas foram mortas por um mesmo grupo, de uma única facção, sem a participação de policiais.

Sargento nega, mas entidade de Direitos Humanos e OAB irão investigar o envolvimento dele e demais policiais na chacina.

Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (05), no Comando Geral da Polícia Militar, em Belém, o Secretário de Segurança do Estado do Pará disse que nenhum confronto entre policiais e bandidos foi registrado ao longo da noite - inclusive do cabo Figueiredo, visto que não estava em serviço.

Segundo Luis Fernandes, a população não precisa temer por novos atos de violência. "As pessoas podem sair de casa sem medo e ir a locais públicos. Estamos trabalhando para continuar garantindo a segurança", destacou.

Apesar do depoimento do secretário de Segurança, a direção da Universidade Federal do Pará (UFPA) teria liberado os alunos e suspendeu suas atividades, assim como várias escolas e empresas que também funcionam próximo de onde ocorreram os assassinatos.

O promotor de Jusiça Armando Brasil não concorda com a opinião do secretário Luis Fernandes e destacou o medo da população na capital paraense. “Temos que tratar toda esta situação com bastante cuidado, não sabemos o que pode ocorrer e não podemos descartar a hipótese de policiais estarem envolvidos nos crimes. Até mesmo postagens com possíveis ameaças e retaliações de criminosos não podem ser ignorados”, disse.

Armando Brasil lembrou que o cabo Figueiredo era combatente e temido pelos criminosos. Em 2007, foi considerado suspeito de executar uma pessoa e respondia a inquérito na Polícia Civil e na corregedoria da SEGUP.

Também esteve presente na coletiva Francisco Xavier, presidente da Associação de Cabos da Polícia Militar e Bombeiros do Estado do Pará. Segundo ele, a morte de "Pet", como era conhecido o cabo Figueiredo, confirma ainda mais a insegurança a que todos estão submetidos no estado.

“Pedimos providências para o governo. O pai de família sai pra trabalhar, para garantir a segurança da população, mas ele mesmo não tem segurança. Precisamos de medidas mais concretas”, desabafou o presidente, que não informou se alguma paralisação ou ato deve ser organizado para os próximas horas ou durante a semana.

Entidades e a Sociedade Civil esperam por investigações sérias e punição dos envolvidos.

A Anistia Internacional emitiu uma nota nesta quarta-feira (5) comentando sobre a série de execuções ocorridas na madrugada de hoje em pelo menos três bairros de Belém. O órgão classifica o acontecimento como uma “chacina” e pede a investigação imediata.

O texto da instituição afirma que “a chacina foi cometida supostamente por policias militares como vingança pela morte de um cabo membro da ROTAM”, se referindo a morte do cabo Antônio Figueiredo, e que “há indícios de que a ação foi convocada por meio de redes sociais”.

A Anistia ainda afirma que coletou relatos de moradores afirmando que “as entradas e saídas do bairro (da Terra Firme) foram fechadas durante a ação criminosa por veículos oficiais da Polícia Militar, impedindo que moradores retornassem às suas residências” e que “homens encapuzados portando armamento pesado em motos e carros não identificados invadiram casas e assassinaram diversas pessoas”.

A nota ainda afirma que “há suspeitas que o número de vítimas possa ser maior do que as reconhecidas oficialmente pelo governo do Estado” e pede que o  governo federal investigue o caso.

A suspeita da existência de um milicia formada por policiais militares, inclusive o PM morto, assim como fotos, vídeos e áudios espalharam-se nas redes sociais, logo após a morte e a ameaça explícita feita por uma página da ROTAM-PA.

A página não-oficina da ROTAM conclama para a vingança, algo típico quando acontece alguma morte de policial no Pará.

Nas redes sociais, as mensagens supostamente enviadas por policiais avisam aos moradores dos bairros de Guamá e Terra Firme sobre o ataque. No mais expressivo deles, um soldado convoca outros colegas para vingar a morte do cabo. “O nosso irmãozinho Pet (apelido do cabo Antônio Figueiredo) acabou de ser assassinado no Guamá. Estou indo (para o bairro) e espero contar com o máximo de amigos. Vamos dar a resposta”, publicou o sargento Rossicley Silva, da ROTAM, em seu perfil no Facebook. Em outro áudio, espalhado pelo serviço de mensagens por celular, WhatsApp, um suposto policial alerta para que ninguém se dirija ao bairro, pois será feita uma “limpeza na área”. “Ninguém segura ninguém, nem coronel das galáxias”, finaliza o homem.

Se houve realmente uma convocação geral, a polícia militar, a corregedoria da SEGUP, o Ministério Público, a OAB e demais instituições devem averiguar e tomar as devidas providências contra essa barbárie que toma conta das áreas periféricas, onde traficantes, milícias, policiais corruptos e bandidos em geral atormentam a vida e colocam as famílias reféns e acuadas em suas próprias casas.

O caso já sensibilizou a Secretaria Nacional de Direitos Humanos que estará enviando o ouvidor geral nesta madrugada para ajudar nas investigações sobre o caso. 

A ouvidora do Sistema de Segurança Pública do Estado do Pará, Eliana Fonseca, monitora as investigações e ações da polícia, assim como de toda a SEGUP e tem ouvido familiares e populares sobre os fatos ocorridos, sendo que em suas entrevistas, percebe-se claramente as suspeitas, de que há sim, uma milícia agindo em Belém e isso não pode ser colocado para debaixo do tapete, como tenta ser feito pelos representantes do governo do Estado.

O corpo do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar, foi velado na tarde de hoje, na igreja dos Capuchinhos, no bairro do Guamá, em Belém. 

O sepultamento acontecerá nesta quinta-feira (6), em um cemitério particular, no município de Marituba, região Metropolitana de Belém.

Existe ou não milícias formadas por policiais paraenses?

Em entrevista ao jornalismo da TV Record, o  promotor de Justiça Militar Armando Brasil Teixeira, lembrou que há menos de dois meses atrás ordenou a prisão dos 20 policiais militares denunciados em crimes de concussão, prevaricação, corrupção ativa e extorsão, segundo apurações da "Operação Katrina". 

Os policiais foram acusados de estarem envolvidos em atividades ilícitas como arrecadação de dinheiro proveniente de comércio ilegal de estrangeiros e rede de corrupção instalada no 2ª Batalhão da Polícia Militar.

O promotor de Justiça Armando Brasil requereu a prisão com base nas conclusões do inquérito policial militar. A corregedoria da Polícia Militar efetuou as prisões. O representante do MPPA também já pediu a abertura de procedimento para a expulsão dos envolvidos da corporação.

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@JimmyNight

terça-feira, novembro 04, 2014

Tucano é xingado por rechaçar manifestações golpistas

Radicais ficaram irados com a posição do tucano e o chamaram de Petralha, após ele criticar a manifestação que pediu impeachment e uma intervenção militar no Brasil."Por favor, deixem o PSDB. Vocês é que estão no lugar errado, não eu!"

Xico Graziano foi deputado federal e chefe de gabinete de FHC e deixou oficialmente a coordenação da campanha digital do senador Aécio Neves (MG), candidato do PSDB à Presidência da República ainda em julho deste ano, logo depois desta ter sido oficialmente lançada. 

Assessor de Fernando Henrique no iFHC e ex-coordenador da campanha presidencial de José Serra, Xico Graziano teria como missão dinamizar área de internet. Em 1995, Graziano foi capa da revista Veja, chamado de Corvo por envolvimento em grampos ilegais dentro do governo. Após a derrota de Serra em 2010, culpou falta de empenho de mineiros: "Perdemos feio em Minas. Por que será?"

Com Aécio sendo o candidato do PSDB em 2014, Graziano foi anunciado chefe da estratégia dos tucanos nas redes ainda na pré-campanha, mas perdeu protagonismo na área, passando a integrar a coordenação de "movimentos sociais" e da equipe que organizava a agenda de Aécio. 

Considerado um social democrata legítimo, manifestou-se por meio de seu perfil no Facebook, contrário aqueles que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, fazendo a seguinte consideração:

"Só para esclarecer: achei absurda tal manifestação. Antidemocrática, não republicana. Ainda por cima, pedindo a volta dos militares, meu Deus, tô fora disso. Esconjuro".

Bastou isso para que o tucano venha desde então sendo duramente criticado. Algumas pessoas chegaram a chamá-lo de "petralha".

Um das comentárias lançou a seguinte queixa: "Absurdo é vc falar uma imbecilidade dessa. Mesmo que eu não queira a intervenção militar, - mesmo porque as forças armadas estão sucateadas - não respeitar a opinião de quem votou no PSDB é no mínimo ser ingrato."

"Quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB", afirmou Xico.

Para o tucano, "existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra sem partido político"; o deputado Jair Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes, destaca em sua mais nova postagem, na rede social já citada.

Manifestação teria reunido 2,5 mil pessoas em SP e entre os pedidos dos participantes, impeachment e intervenção militar.


Mexi num vespeiro da política ao postar aqui, ontem, opinião contrária ao impeachment da Dilma. Julguei a causa antidemocrática, não republicana. Não gostei daqueles discursos irados, revanchistas e reacionários. Tomei um troco bravo. Recebi centenas de comentários, críticos a maioria, de baixo nível muitos deles. Vou aprofundar a polêmica. Sigam meu raciocínio.

Existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra desamparada do sistema 
representativo, quer dizer, sem partido político. Sua força se mostra na rede da internet. Essa corrente luta para destruir o PT, acusando-o de querer implantar o comunismo por aqui. Defendem as liberdades individuais, combatem tenazmente a corrupção organizada no poder, desprezam totalmente as lutas sociais, mostrando-se intolerante com o direito das minorias. O Deputado Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes.

Tudo bem. Acontece que, no período das eleições presidenciais, essa tendência se articula no seio do PSDB, trazendo para nosso partido suas causas. É normal existirem as alianças eleitorais, e para tal existe o segundo turno. O problema surge quando os militantes da direita exigem que nós, os sociais democratas, encampemos sua ideologia, o que seria um absurdo.

A intolerância mostrada em minha página do facebook reflete essa incompreensão. Criticam minha coerência, decepcionam-se com os meus valores imaginando que eu deveria assumir os deles. Pior, alguns tolamente me acusam de ser “petista infiltrado”. Dá até um pouco de dó.

Ora, nós, do PSDB, nascemos inspirados na socialdemocracia europeia, com viés da esquerda. Nossa origem reside no MDB autêntico, que foi decisivo na derrubada da ditadura militar. Nós fomos decisivos na Constituinte de 1988. Fomos nós, com FHC à frente, que criamos as bases socioeconômicas do Brasil atual, inclusive as políticas de transferência de renda e as cotas.

Na complexidade do mundo contemporâneo anda difícil rotular os partidos, e as pessoas, como de “direita” ou de “esquerda”, categorias válidas no século passado, mas ultrapassadas hoje em dia. De qualquer forma, quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB. 

Vocês é que estão no lugar errado, não eu!

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@JimmyNight

PT sinaliza avançar em novos rumos




Passadas as eleições, chega o momento do PT avaliar seu desempenho, repensar sua atuação como governo, e principalmente, como partido de vanguarda para enfrentar o que estão chamando de 3º turno das eleições e propor as mudanças que tanto escutou e defendeu durante este mandato de Dilma.

Sendo o partido que desde 1989 polariza as eleições presidenciais, tendo perdido 3 e vencido 4 eleições consecutivas das 7 que houveram desde a redemocratização do Brasil, onde o povo elegeu de forma direta o seu presidente, o PT precisa agora avançar nas reformas estruturantes é o que aponta o documento elaborado na reunião da direção da Executiva Nacional do PT, realizada nesta segunda-feira (03) em Brasília, onde aprovou-se a resolução política, apresentada ao fim do encontro. 

Além disso, a direção partidária definiu a constituição de uma comissão para reunir textos e opiniões de lideranças do partido sobre as eleições de 2014.

Segundo o presidente do PT, Rui Falcão, a ideia é consolidar em um documento várias análises a serem apresentadas na reunião do Diretório Nacional, entre 28 e 29 de novembro, em Fortaleza.

Rui Falcão anunciou a criação de uma comissão para organizar o partido e a participação popular para a posse da presidenta Dilma. “Queremos que seja uma grande festa popular, semelhante ao que foi a posse do presidente Lula em 2003”, explicou o presidente do PT.

Segundo ele, a vitória de Dilma foi conquistada com a ajuda dos movimentos sociais, da juventude, das mulheres, dos negros e dos partidos de esquerda. “Eles podiam não concordar com todas as nossas propostas, mas entenderam que o que estava em jogo era avançar ou retroceder”, falou.

Outro ponto importante do documento diz respeito à movimentação do campo democrático-popular, à batalha da cultura e à atuação da mídia e das redes sociais.

Destaquei alguns trechos da resolução política que considero importantes serem logo lidos pelos leitores deste blog:

Executiva Nacional do PT, reunida em Brasília: segundo Rui Falcão (centro), é hora de entender o processo eleitoral de 2014 e propor novos rumos.

Cabe ao Diretório Nacional do PT, convocado para os dias 28 e 29 de novembro de 2014, aprovar uma agenda congressual que preveja debates abertos a toda a militância que se engajou em defesa da candidatura Dilma, bem como um momento final que possibilite a síntese e o salto de qualidade tão necessários para que o Partido seja capaz de, tanto quanto superar seus problemas atuais, contribuir para que o segundo mandato de Dilma seja superior ao primeiro.

Porém, certas medidas, impostas pela realidade internacional e nacional, mas principalmente pela atitude de reação permanente da oposição, precisam ser tomadas imediatamente.

Por isso, propomos: 

Cabe ao Diretório Nacional do PT, convocado para os dias 28 e 29 de novembro de 2014, aprovar uma agenda congressual que preveja debates abertos a toda a militância que se engajou em defesa da candidatura Dilma, bem como um momento final que possibilite a síntese e o salto de qualidade tão necessários para que o Partido seja capaz de, tanto quanto superar seus problemas atuais, contribuir para que o segundo mandato de Dilma seja superior ao primeiro.

Conclamar a militância a participar dos atos em defesa da democracia e da reforma política, previstos para a semana de 9 a 15 de novembro;

Adotar iniciativas para dar organicidade ao grande movimento político-social que venceu o segundo turno das eleições presidenciais. Compor uma ampla frente onde movimentos sociais, partidos e setores de partidos, intelectuais, juventudes, sindicalistas possam debater e articular ações comuns, seja em defesa da democracia, seja em defesa de reformas democrático-populares.

Priorizar ações de comunicação, fortalecendo nossa agência de notícias, articulando-a com mídias digitais, com ação permanente nas redes sociais. Integrar nossas ações de comunicação com o rico movimento cultural em curso no País.

Relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional.

Organizar caravanas a Brasília para realizar uma grande festa popular no dia da segunda posse da presidenta Dilma Rousseff.


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segunda-feira, novembro 03, 2014

NÃO ESTÁ NA HORA DO PT REAGIR?


Algo notável é que todos estes movimentos ocorreram, até o momento, sem maior contraposição do governo ou do PT. A esquerda parece estar na manhã da quarta-feira de cinzas, enquanto o conservadorismo pegou no batente como se a semana santa tivesse ficado para trás.
Por Breno Altman, diretor editorial do site Opera Mundi.

Há apenas oito dias a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Mas a sensação é que semanas ou meses se passaram.

A oposição de direita resolveu não dar um segundo de trégua. Passou a semana dedicando-se – no Parlamento, nas ruas e através dos meios de comunicação – a manter ofensiva sobre o governo, apesar da derrota eleitoral.

São fortes os indícios de ser essa a estratégia já definida pelo bloco conservador: ataque permanente para emparedar e sabotar o quarto mandato petista. Se possível, encurtando seu tempo constitucional. No mínimo, minando a estrada que poderá, em 2018, levar Lula de volta ao Planalto.

Setores majoritários da imprensa, cavalgando a tese da divisão nacional, pressionam a presidente para que componentes do programa liberal sejam mantidos ou incorporados à política econômica. Também fabricam candidatos a ministro da Fazenda organicamente vinculados ao capital financeiro.

A chantagem é clara. Ou Dilma baila a música dos derrotados ou dança. Ou o ajuste fiscal é produzido com juros em alta e gastos públicos em baixa ou será o caos. Ou o petismo constrói pontes que o leve à margem do rio onde residem os interesses do mercado ou seu caminho será bloqueado.

A intenção nada oculta: solapar o resultado das eleições presidenciais e seu sentido político. A presidente está sendo constrangida para acatar, total ou parcialmente, a agenda que foi rechaçada pelas urnas.

Ledo engano, no entanto, o de quem interpretar, nesse movimento, possibilidade de acordo. Qualquer concessão expressiva será aproveitada para confundir e dividir a base eleitoral da vitória, fragilizando o governo e desmoralizando o PT.

A primeira semana posterior ao pleito foi marcada por fatos que evidenciam tanto a orientação seguida pelas forças de direita quanto seu fôlego e apetite para reverter a situação defensiva provocada pelo insucesso eleitoral.

O deslizamento de parte robusta do PMDB para a frente antigoverno, em caráter provisório ou definitivo, estocou por quatro vezes o coração valente.

A derrubada do decreto da participação social nas instituições governamentais, o pronunciamento contra o plebiscito da reforma política e a chancela para a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara são sintomas do perigo real e imediato de que venha a se conformar uma maioria de centro-direita no parlamento.

A quarta facada foi o andamento da PEC 352, que aprofunda as piores características do sistema eleitoral e violenta a principal mensagem da presidente em seu discurso de triunfo. O bloco conservador, em poucos dias, revelou condição de ir além da resistência, impondo itens de sua própria agenda.

O próximo passo desta coalizão está anunciado: a elevação de 70 para 75 anos da idade limite para aposentadoria nos tribunais. Aprovada pelo Senado em 2005, a qualquer momento pode ser pautada na Câmara. Apelidada de PEC da Bengala, surrupiaria de Dilma a possibilidade de indicar cinco novos membros do STF em seu segundo mandato.

A entrevista do ministro Gilmar Mendes, na Folha de S.Paulo desta segunda-feira, escancara articulação entre a direita parlamentar e setores do poder judiciário, da qual a modificação etária é comprovatória. Seus violentos ataques a Lula e ao PT, apresentando-se como porta-voz da luta contra o “bolivarianismo”, simbolizam com esmero a simbiose entre judicialização da política e politização da justiça.

Os momentos mais radicalizados desta ofensiva, no entanto, foram protagonizados pelo PSDB, ao demandar auditoria das eleições presidenciais. Apesar de atitude desastrada, rapidamente questionada por juízes do Tribunal Superior Eleitoral, cultiva narrativa golpista que anima pedaços de sua base eleitoral.

As manifestações pelo impeachment da presidente, realizadas no último sábado, se inscrevem neste roteiro de deslegitimação do governo, apesar de seu resultado pífio. Os tucanos tentam se desvincular da criatura canhestra que geraram, mas esses atos constituem capítulo importante no enredo para ocupação de espaços e mobilização contra o petismo.

Algo notável é que todos estes movimentos ocorreram, até o momento, sem maior contraposição do governo ou do PT. A esquerda parece estar na manhã da quarta-feira de cinzas, enquanto o conservadorismo pegou no batente como se a semana santa tivesse ficado para trás.

Talvez ainda não tenha sido processado integralmente que a atual situação pós-eleitoral difere das vitórias anteriores.

Naqueles momentos estabeleceu-se, encerrada a apuração, um certo cessar-fogo, com a oposição preferindo acumular forças para batalhas eleitorais futuras. Havia mais espaço, portanto, para composições institucionais que garantissem a governabilidade, além de tempo para arrumar a casa com alguma tranquilidade política.

Ainda que possa ser criticada por danos de médio e longo prazo, tinha amparo na realidade a distensão politico-ideológica adotada pelo PT no início de seus três primeiros governos. A mesma opção, nos dias que correm, poderia ser gravemente ineficaz, pois o inimigo está em outra.

No passado, fez-se a paz porque a guerra poderia ser evitada ou adiada. Mas não parece ser factível, hoje, que se possa pacificar o país sem vencer a guerra estabelecida pela direita ou sem demonstrar inquestionável capacidade de fazê-lo.

A boa notícia é que o PT tem forças suficientes para mudar de tática e romper a paralisia.

Além da legitimidade eleitoral, que a direita tenta borrar do imaginário popular, a presidente e seu partido possuem uma enorme reserva de contingentes que pode ser imediatamente mobilizada.

O discurso da direita, de caráter fortemente antidemocrático, aguça e amplia a disposição de resposta à onda conservadora. Mas cabe ao PT tomar a dianteira.

O elemento novo seria recombinar a atuação dentro das instituições com a pressão das ruas sobre o Parlamento e em apoio à agenda vitoriosa nas urnas, a começar pelo plebiscito constituinte da reforma política.

Somada à reorganização das alianças e a retificação profunda da política de comunicação do governo, a mobilização social tem potencial para ser a principal alavanca de retomada da ofensiva.

A má notícia é que não há tempo a perder. Cada dia de avanço conservador sobre o Estado e a sociedade fortalece a ameaça às reformas e à democracia.

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@JimmyNight

LOBÃOTOMIA: A sociopatia dos midiotas


Por Lelê Teles.

Os sociopatas têm transtornos mentais? Não resta dúvida. No entanto, o demofóbico, por ser uma espécie de sociopata seletivo tem, também, desvio de caráter.

Façamos de uma vez por todas como o fez o grande Erasmo de Rotterdam, tratemos da loucura.

Há vários métodos utilizados para identificar a insanidade mental de um indivíduo, ou de um grupo deles, e há igualmente diversas formas de profilaxia.

Ou seja, dos loucos cada um trata à sua maneira - Doutor Pinel que nos diga - tratemos à nossa, portanto.

Sabemos que a inesquecível Nise da Silveira lutava contra a desumanização dos que sofriam de algum tipo de transtorno mental e preferia enxergar neles o que ninguém via, sua genialidade, suas vocações, suas ilimitadas potencialidades cognitivas.

Foi por ela que o sergipano Arthur Bispo do Rosário deixou de ser um mero alucinado para se converter em um dos artistas brasileiros mais geniais.

Já para Simão Bacamarte, o boticário de Itaguaí, louco é louco e deve ser encerrado em local em que ele não contamine os que ainda se encontram são, ou os que louco ainda não são.

Machado de Assis criou a Casa Verde e lá permitiu que Bacamarte internasse os que demonstravam sinais evidentes de loucura.

Quando eu era criança, era comum aos loucos se passarem por Napoleão. Hoje ninguém mais fala no velho Napô.

E quem os loucos querem ser hoje em dia? Bom, há loucos e loucos.

Lobão, por exemplo, meteu uma barba a lá Edir Macedo e anda a pregar messianicamente pelo deserto de ideias, como um Jim Jones tupiniquim.

Há pouco, lançou um livro intitulado Manifesto do Nada na Terra do Nunca, o que já seria suficiente para lançá-lo na Casa Verde.

Lobão é o mais perfeito midiota, porque é o fruto acabado de um processo midiático que se especializou em idiotizar os seus leitores.

Batizemos, portanto, essa lavagem cerebral como uma Lobãotomia, porque parece que o nosso Lobo é o produto final dessa engenharia cognitiva.



É o nosso freak Frankenstein.

O método utilizado nesse processo de lobãotomizar a sociedade é a maquinação do que Mccombs chamou de agendamento, a introdução dos temas quentes a serem debatidos nos botequins.

Agendar é a forma de incutir nos corações e mentes da Opinião Pública (Walter Lippmann) os temas e as opiniões publicadas na mídia familiar.

Para vocalizar o discurso do patrão, ou as aspirações conservadoras das famílias bilionárias que controlam a mídia brasileira, para fazer os tais temas serem diluídos nas mais diversas editorias, entram em cena as colunas dos ventríloquos: cineastas, filósofos, psicólogos, geógrafos e até jornalista imortalizado.

Daí sai uma profusão de ideias rasteiras e lugares comuns que serão repetidos nas ruas por um batalhão de midiotas descerebrados, os papagaios de ventríloquos.

E não é que no final de semana passado esses bípedes estavam todos na rua, fagueiros, lépidos e vociferantes.

Parecia que alguém havia destrancado o cadeado da Casa Verde de Itaguaí e os loucos estavam libertos.

Cartazes, dos mais diversos, denunciavam a oligofrenia da turba e a confusão metal criada por anos de leitura de publicações estragadas.

Lugares comuns, frases sem sentido, paradoxos e oxímoros dançavam nas mãos dos mani - festantes.

Um pedia a desmilitarização da PM, outro pedia a militarização do país, ambos iam de mãos dadas e com a camiseta da seleção brasileira.

A maioria bradava contra uma delirante ditadura implantada pelo PT. E contra a ditadura do PT pediam a volta da ditadura militar.

De mãos dadas e com a camisa da seleção.

Vai vendo.

Lá na frente, puxando o bloco demofóbico, estava o nosso indefectível Lobão, barba encanecida e longa como a de Edir.



O Templo de Lobão é a Paulista ou o Largo da Batata (Potato's Square), ali ele e o filho de Bolsonaro, com uma visível pistola na cinta, pediam a recontagem dos votos, o impeachment da Dilma, a prisão de Lula, a volta dos homens de farda e passagens mais baratas para Miami.

Outro, herdeiro do Estadão, xingava a Venezuela, como se a Venezuela fosse um cara ou uma garota.

A turma dos formadores de opinião, os nossos ventríloquos, ficaram em casa ou no ar condicionado da emissora, "fazendo a cobertura".

De lá eles não saem, têm pavor das ruas.

Agora encontraram um lunático para representá-los em palanques e carros de som: barbudo, encanecido e alucinado.

Pronto para entrar ao vivo a qualquer momento.

Lobão, o mais perfeito midiota.

Palavra da salvação.


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@JimmyNight

quarta-feira, outubro 29, 2014

Colunista de Oliberal e o ódio nas redes sociais

Yáskara Cavalcante, colunista social de OLiberal, protagoniza ódio sem noção nas redes sociais.

Quem lembra do filme "300", dirigido por Zack Snyder e que imortalizou a Batalha de Termópilas, ambientalizado na Grécia - ano 480 AC - onde o rei Leônidas e seus 300 guerreiros de Esparta lutam bravamente contra o numeroso exército do rei Xerxes, estrelado pelo brasileiro Rodrigo Santoro?

No filme, cenas sangrentas e extremamente violentas das várias batalhas travadas entre gregos e persas durante as chamadas Guerras Médicas, onde o exército persa comandado pelo rei Xerxes usa monstros e criaturas grotescas contra o seu inimigo, afim de conquistar seu território.

É justamente essa "guerra" que temos presenciados nas redes sociais, desde o anúncio do resultado eleitoral que consagrou a reeleição da presidenta Dilma. Manifestações xenófobas, preconceituosas e discriminatórias que já eram destiladas nas redes sociais, intensificaram-se e tornaram-se polêmicas, onde pobres, nordestinos, gays e vários outros segmentos sociais foram acusados pela derrota de Aécio, o candidato oposicionista que reuniu a nata odiosa do Brasil, tal como Xerxes agrupou e preparou seu exército de monstros sedentos por sangue ao ataque desmensurado.



A demostração de até que ponto uma dessas criaturas pode chegar, foi registrada no blog do jornalista Hiroshi Bogéa que você pode ler abaixo, mas antes tirem as crianças da frente da tela do computador, tablet ou smartphone, pois as cenas e palavras que partiram de uma jornalista do grupo ORM - que controla rádios, jornais e a TV Liberal - empresa afiliada da rede Globo no Estado do Pará - são fortes.

Colunista social de Belém destila ódio contra pobres.



Ainda repercute nas redes sociais  post da colunista social do jornal O Liberal, Yáskara Cavalcante,  desejando aos  eleitores que reelegeram a presidente Dilma Rousseff (PT)  “tudo de ruim pra essa gente pobre e ignorante”.

Em outro parágrafo da nota, a “colunista”  se diz aliviada pelo fato “da minha filha mais velha estará deixando esse país de ratos e porcos em alguns meses”, e que a “mais nova vai em alguns anos”.

A moçoila-mãe deveria aproveitar  o embalo para ir juntas, se possível, carregando, também, a tiracolo, o cantor Lobão.

Esse tipo de “jornalista”, o Brasil abre mão, porque  só contribuiu com mazelas  ao atiçar  o fofoquismo das madames em  beira de piscinas.

Na eleição que reelegeu Dilma, houve violência para todos os gostos.

Os gays foram achincalhados porque… são gays.

Mulheres sofreram  violência porque… são mulheres.

Nordestinos  chamados de paraíbas quase como um elogio carinhoso, ou como símbolos de sinais preocupantes de perda de seiva de um partido.

Agora, a colunista de O Liberal escancarou o ódio aos pobres – porque a maioria do povo brasileiro reconduziu o PT para mais um mandato presidencial.

Se a direção do jornal O Liberal não compartilha   com esse tipo de intolerância e preconceito,  registrado no texto da moça nas redes sociais,  o demitiria na hora.

Um veículo de comunicação de massa não pode ter entre seus quadros a extensão do reacionarismo demonstrada por essa mulher.

Na tese da cordialidade do brasileiro (eternizada pelo historiador Sérgio Buarque de Hollanda nos anos 1930), seríamos o país da generosidade, da civilidade, da hospitalidade gratuita – a terra do coração. Negando a violência, a capacidade de manifestar nosso ódio, nosso racismo, nosso ressentimento social, agiríamos pelo coração, passionalmente. Inclusive quando odiamos.

Sérgio Buarque, lá de cima, deve estar bastante decepcionado com as mudanças ocorridas no país, nos últimos doze anos – depois que seguidos governos dos trabalhadores  tiraram cerca de 40 milhões de gente da miséria absoluta, formando nova Classe C.

Aqueles que continuam a ganhar muito – ou se exibem como assim o fossem, não sendo capaz – ao fundo – de honrar nem o aluguel do prédio onde moram –  não suportam ver tanta gente feliz, protegidos por governos populares.

Yáskara faz parte dessa elite desapontada com o riso largo no rosto da empregada doméstica, depois de ter conquistado  seus direitos trabalhistas, patrocinados pelo governo que ela tanto odeia.

O  desconforto é tanto, no lar desses almofadinhas de quinta categoria que eles nem mais conseguem ocultar passagens memoráveis do ódio, do preconceito e de seus  ressentimentos sociais.

Veja  prints das postagens de Yáskara Cavalcante, tanto no Facebook quanto no Instagram.





terça-feira, outubro 28, 2014

'Sem internet, Aécio teria vencido eleição', diz cientista político

Para Sérgio Amadeu, PSDB adota 'estratégia do cinismo'. Ele considera inaceitável que a bandeira de combate à corrupção seja conduzida por 'forças da corrupção'

Na Rede Brasil Atual.

Carro-chefe da editora Abril, a revista Veja lançada na última sexta-feira (24) divulgou como matéria de capa uma acusação de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, tinham conhecimento de um esquema de corrupção na Petrobras. Sem apresentar qualquer prova, o conteúdo da reportagem era baseado em suposto depoimento do doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal, que foi desmentido por seu advogado logo após a publicação.

Considerada a última “bala de prata” da oposição para tentar impedir uma nova vitória petista sobre os tucanos, a reportagem foi contestada duramente pela presidenta durante seu último programa eleitoral na TV na mesma sexta-feira. Ainda naquele dia, a Justiça considerou a publicidade da revista como “propaganda eleitoral” e também concedeu direito de resposta ao PT no site da revista.

Ainda assim, o estrago já estava feito. A campanha e simpatizantes do PSDB distribuíram panfletos com a capa impressa da revista da Abril em várias cidades do Brasil. Já na madrugada de sábado (25) para domingo (26), circulavam boatos de que Alberto Youssef havia sido envenenado, algo que teve de ser desmentido com rapidez pela Polícia Federal.

“Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que ela é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou”, disse o sociólogo Sérgio Amadeu, doutor em Ciência Política pela USP. Comparando o caso à ação midiática que ajudou a decidir o pleito presidencial de 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello, Amadeu acredita que o plano da editora Abril só não se concretizou nas urnas pela existência da internet. “Existe hoje a internet, que não tinha naquela época. Então, se não houvesse a internet, certamente o candidato Aécio Neves tinha ganho a eleição.”

Para o cientista político, as redes sociais apontaram um acirramento muito grande e deixaram claro que “a linha política e o conteúdo discursivo das forças comandadas pelo PSDB” é baseada na “estratégia do cinismo”. Amadeu também defendeu uma reforma política para se alcançar uma legislação mais democrática dos meios de comunicação.

Qual foi a influência da capa da revista Veja às vésperas do segundo turno presidencial entre Dilma e Aécio?

A capa da Veja foi feita justamente para influenciar o resultado eleitoral. Ela normalmente está nas bancas no sábado, mas saiu na sexta-feira. E era uma capa para, inclusive, ser impressa, tanto é que a campanha do candidato Aécio Neves (PSDB) imprimiu essa capa justamente para manter aquele clima que eles criaram no Brasil de demonização do outro. O grupo Abril, em particular a revista Veja, já há muito tempo é organização que defende interesses econômicos a partir da gestão da política. Não há como dizer agora o quanto impactou, mas eles influíram claramente na votação de domingo, porque o Aécio conseguiu, a partir desse tipo de ação, crescer e encostar na candidata Dilma Rousseff no segundo turno das eleições.

Como o sr. avalia o papel da internet nessas eleições?

Uma coisa que chama atenção nesse processo é que essa operação já tinha sido feito nas eleições de 1989, com sucesso, mas não teve desta vez. E por quê? Porque desta vez – além das pessoas já conhecerem a manobra de grupos de comunicação misturadas à elite política econômica no caso da vitória do Collor – também existe hoje a internet, que não tinha naquela época. Então, se não houvesse a internet, certamente, o candidato Aécio Neves tinha ganho a eleição, porque era o candidato preferido pelos grupos econômicos, pelos banqueiros, pelo mercado de capitais. Inclusive oscilava a Bolsa e, se você for ver, é muito curioso, quando as pesquisas davam a Dilma crescendo, a Bolsa caía, o que mostra o humor desses especuladores financeiros. A internet foi decisiva para a garantia de um debate que não existiria se fossem apenas os meios de comunicação de massa atuando nessas eleições. Isso é bastante nítido no processo eleitoral que ocorreu em 2014.

E as redes sociais?

As redes sociais, em particular, tiveram um papel grande e mostraram, na verdade, um acirramento muito grande. Deixou claro, e é importante que tudo fica registrado, qual é a linha política e o conteúdo discursivo das forças comandadas pelo PSDB, que é baseada em preconceito, em mentira e numa estratégia que podemos chamar de “estratégia do cinismo”. Eles chegam a afirmar que nenhum corrupto ligado ao PSDB está preso ou foi julgado por incompetência do PT, o que é uma coisa completamente cínica. Esse tipo de ação, as pessoas não têm clareza de como vão lidar com isso. Agora, minha opinião é bastante clara: é preciso mostrar concretamente o que é o PSDB do ponto de vista da corrupção. É inaceitável que a bandeira da corrupção seja tomada por forças da corrupção. É inaceitável.

Não tenho nenhuma dúvida do aparelhamento que (governador de São Paulo) Geraldo Alckmin faz na Sabesp. Isso ficou nítido nas gravações mostrando que eles são capazes de ganhar a eleição, inclusive se for para deixar uma cidade em situação de calamidade. Nós temos que mostrar que eles são uma junção de descompromisso com a democracia, de má gestão de recursos públicos e de corrupção em larga escala, como foi feito em São Paulo. Réus confessos entregaram as provas e o Ministério Público não faz nada. Então, temos que ir para cima disso.

Temos que ir para cima do crime eleitoral cometido pela revista Veja, temos que exigir o julgamento do mensalão mineiro antes que ele prescreva e temos que mostrar toda a ligação que o PSDB tem com crime, com práticas absurdas. Não podemos aceitar. E não vai ser falando “pessoal, o clima de ódio é ruim”. Não. O clima de ódio só vai ser reduzido com argumentos verdadeiros e racionais. Não é pedindo paz e amor, não, mas colocando claramente para as pessoas, insistentemente, as falácias do discurso que eles reproduzem para o Brasil. A gente tem que ser muito claro com isso, porque disso depende a democracia, né?

O sr. acredita que o novo governo possa mudar artigos que dizem respeito à comunicação?

Eu acho que um dos principais pontos da reforma política para o Brasil é a reforma da comunicação. Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou. Ela já havia feito isso se ligando a um criminoso chamado Carlos Cachoeira e não aconteceu nada. O cara continua lá na sucursal de Brasília, não foi preso, não foi condenado. Nós precisamos mexer nessas estruturas de concentração econômica de poder, fazer uma reforma da comunicação, uma lei de meios, como a da Argentina. E nós precisamos também de uma reforma política que retire o poder do capital, que retire o financiamento privado de campanha, mas que permita também à gente avançar em questões cruciais da sociedade brasileira. Com uma Constituinte que não possa ser com estes deputados, que tenha que ser exclusiva. O deputado que quiser fazer essa Constituinte só poderá se candidatar para isso, para discutir as ideias e o futuro do país, e não para vir com esquemas que a gente sabe que eles articulam, de grandes corporações, de forças que bancam campanhas milionárias. Precisamos de uma reforma política com uma Constituinte exclusiva e, nesse contexto, uma reforma das comunicações.

Por que os partidos têm tido certa dificuldade em atingir os jovens na internet?

A internet não é contraposta aos partidos, mas é que a velocidade das comunicações e as relações intensas que existem na internet geram muitas dificuldades para os partidos, principalmente para legendas partidárias que são estruturas mais orgânicas. Por exemplo, o PSDB adotou e atuou como estratégia na internet, e não é de agora, de desconstruir seus opositores, no caso o governo federal e o PT.

E os tucanos fazem isso destilando preconceitos e coisas absurdas. Se for ver o que dizem dos nordestinos, dos gays e das opções políticas das pessoas, beira ao fascismo. Agora temos que ver o que os partidos que são propostas democráticas e de esquerda podem refazer utilizando a internet, mas é muito difícil fazer política só pelas estruturas partidárias. Hoje, está muito claro que não é só o partido o elemento que faz política. Há outras formas de se fazer política, inclusive com conexões, grupos e coletivos de ativistas na internet. 

Dia Internacional da Animação 2014





Dia Internacional da Animação promove exibições de curtas em 240 cidades do País

Nesta terça-feira, (28), é celebrado o Dia Internacional da Animação e 240 cidades brasileiras terão exibições gratuitas de curtas-metragens de desenho animado nacionais e internacionais. Além do Brasil, as exibições também ocorrem em outros 30 países e fazem referência à primeira projeção pública mundial de imagens animadas, realizada em 28 de outubro de 1892, pelo artista Émile Reynaud, na França.

segunda-feira, outubro 27, 2014

Pausa



O blog As Falas da Pólis fará uma pausa nesta segunda-feira, mas volta terça com força total, fazendo uma análise ácida, contundente e sem dó e nem piedade sobre as eleições de 2014.

Doa a quem doer.

sexta-feira, outubro 24, 2014

Dilma e os imprescindíveis



Como cidadão, esperei por anos uma reação da presidenta Dilma à altura dos ataques que ela, Lula e o PT sofrem diuturnamente e agora aguardo além do processo judicial prometido por nossa presidenta, que em seu futuro governo, possa escolher melhor o Ministro das Comunicações e coloque na pauta a Regulação da Mídia no Brasil, a exemplo dos demais países democráticos e desenvolvidos, acabando com os oligopólios e a falta de democracia nos meios de comunicação.

Como comunicador popular e ativista digital, lutarei para que o futuro governo, seja voltado ao fortalecimento dos meios de comunicação populares e alternativos, tais como as rádios comunitárias, blogs e todos os demais comunicadores que resistem contra os impérios midiáticos e que dedicam suas vidas para se contrapor às mentiras e manipulações da velha imprensa brasileira.

Como petista, aviso que intensificarei minhas críticas aos que assumem funções de dirigentes partidários e sindicais e pouco ou nada fazem para equipar e preparar o partido para o enfrentamento na área da comunicação, fazendo com que passemos por momentos difíceis e temerosos, pelo simples fato de não termos feito o necessário para desfazer as mentiras e combatê-las com informações, que muitas vezes são negligenciadas por quem tem a obrigação de fazer, não faz e não deixa ser feito.

Por fim, desejo que este último programa de Dilma desperte a cidadania, a indignação e principalmente a responsabilidade de cada brasileira e brasileiro, neste momento em que temos dois projetos em disputa em nosso país e apenas um poderá ser eleito.

Como disse Bertold Brecht: 

"Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"

Golpe da Veja. Processo e fim de anúncio!


A “Veja” está desesperada com a queda nas intenções de voto do cambaleante tucano, confirmada nesta quinta-feira (23) pelas pesquisas do Datafolha e Ibope. 


Em sua página no Facebook, a revista Veja já anuncia a sua “bomba” para a véspera da eleição presidencial. A capa é das mais tenebrosas: “Eles sabiam de tudo”. No fundo escuro, as fotos sombrias de Dilma e Lula. Na chamada de capa, o “vazamento ilegal” do depoimento à Polícia Federal do doleiro Alberto Youssef, um bandido notório brindado com uma “delação premiada e premeditada”. Ele teria denunciado que a presidenta e o ex-presidente conheciam o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. A “reporcagem”, que ainda não foi disponibilizada no site da revista, é a última cartada da mafiosa famiglia Civita para tentar dar sobrevida à cambaleante candidatura do tucano Aécio Neves.

Vale lembrar que Figueiredo Basto, advogado do doleiro suspeito de realizar estes vazamentos criminosos, é muito ligado ao governador tucano Beto Richa. Em meados de outubro, o senador Roberto Requião (PMDB) revelou no seu Twitter: “O advogado do Alberto Youssef, nessa cruzada contra o PT, é Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto. Ele foi membro do conselho da Sanepar”. O site da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informa que ele foi conselheiro administrativo da empresa estatal até 28 de abril passado. Ele foi indicado para o cargo por Beto Richa e é tido como um homem da total confiança do governador tucano. Neste sentido, a “bomba” da revista Veja é mais uma armação descarada.

Em 13 de outubro, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acatou pedido da coligação da presidente Dilma Rousseff (PT) e concedeu liminar pela suspensão de uma inserção na rádio da “Veja”. Ele entendeu que a revista, a pretexto de veicular publicidade comercial, burlou a legislação eleitoral ao fazer propaganda ilegal de Aécio Neves (PSDB). “O ministro considerou que houve divulgação de conteúdo próprio do debate eleitoral, porém veiculado na programação normal do rádio na forma de publicidade comercial, em desacordo com a regra contida no artigo 44 da lei 9.504/97, que veda a veiculação de propaganda paga”, descreveu o jornal Valor.

Esta decisão do TSE, porém, parece que não intimidou os capangas da famiglia Civita. A “Veja” está desesperada com a queda nas intenções de voto do cambaleante tucano, confirmada nesta quinta-feira (23) pelas pesquisas do Datafolha e Ibope. Já era previsível que tentasse uma última cartada ainda mais suja – mesmo correndo o risco de nova condenação. Diante destas e de várias outras atitudes ilegais e criminosas, o governo e o PT não podem vacilar. A revista deve ser processada, exigindo-se a imediata resposta da Justiça Eleitoral e, inclusive, a retirada de circulação deste panfleto tucano.

Este novo golpe também deveria fazer com que o governo repensasse sua política de publicidade. Não tem cabimento bancar anúncios milionários numa publicação asquerosa e irresponsável, que atenta semanalmente contra a democracia e o livre voto dos brasileiros. Não dá mais para alimentar cobras! Chega!

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...