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terça-feira, fevereiro 09, 2021

MP desmente Fake News sobre processo dos respiradores chineses

Além dos dois jornalões, blogs pagos com dinheiro público do contribuinte paraense, se incumbiram de espalhar a falsa "notícia",  que gerou êxtase em diversos apoiadores de Helder Barbalho, que está indiciado pela PF e apontado pelo MPF, MPE e STJ, como suposto chefe de organização criminosa.
 

Por Diógenes Brandão

Uma Fake News criada por jornalistas ligados e pagos direta e indiretamente pelo governo do Pará, acabou sendo desmentida e sendo motivo de chacota no meio de profissionais do jornalismo e da comunicação digital paraense.

É que o portal G1-Pará, seguindo a orientação da SECOM (Secretaria de Comunicação) do governo estadual e o Diário do Pará, acabou divulgando uma decisão de forma distorcida da realidade. A "notícia" plantada para confundir a opinião pública dizia que o Tribunal de Justiça do Pará, de forma unanime havia rejeitado a denúncia sobre a compra irregular de respiradores por parte do governador Helder Barbalho. 

O G1-Pará teve que se retratar e corrigir a matéria e sua chamada, dizendo que "a denúncia é na verdade apenas sobre o acordo entre a empresa e o Estado. A informação foi corrigida às 13h10, de terça-feira, 8", informou o portal de notícias da Globo, que é alimentado por jornalistas contratados pelas Organizações Rômulo Maiorana, que controla a TV Liberal, rádios e o jornal OLiberal. 

Já os veículos de comunicação da família Barbalho não corrigiram a falsa informação, nem tão pouco a Agência Pará, a qual é responsável pela divulgação e publicidade do governo do Pará.

Em nota oficial, MPPA esclarece sobre decisão do TJPA relacionada à compra de respiradores

A decisão é referente ao processo de tutela cautelar antecedente onde houve apenas o reconhecimento de validade da homologação de acordo entre o Governo e a SKN.

O Ministério Público do Estado do Pará se manifestou nesta terça-feira (9) sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Estado no processo de compra irregular de respiradores pelo Governo do Estado. 

Veja abaixo a íntegra na nota oficial da Procuradoria-Geral de Justiça:

NOTA OFICIAL 

A propósito de matéria divulgada no site G1 PA em 08/02/2021, o Ministério Público do Estado do Pará esclarece, ao público em geral, que: 

1. A despeito da informação de que o “TJ rejeita denúncia do MP contra governo do Pará sobre suposta compra irregular de respiradores” (sic.) temos a esclarecer que a referida decisão foi proferida pela 2ª Turma de Direito Público, no âmbito do Recurso de Apelação interposto pelo próprio MPPA de 1º Grau, no processo de Tutela Cautelar Antecedente nº 0831898-06.2020.8.14.0301 onde houve simplesmente o reconhecimento de validade da homologação de acordo, entre o Governo do Estado e a empresa SKN do Brasil e outros, referente à negociação de respiradores para o tratamento à Covid-19. 

2. A homologação de acordo foi questionada pelo MPPA de 1º Grau por entender que “o acordo foi homologado sem a oitiva anterior do Ministério Público e que não preservou, corretamente, os interesses públicos primário e secundário”, e mais “o Estado do Pará pagou à empresa ré o valor de R$25.200.000,00 no dia da assinatura do contrato e, após meses, acorda em receber o mesmo valor, sem obrigações pendentes”, razão pela qual “não se pode admitir que uma quantia vultosa possa ser devolvida, meses depois, sem sequer ter havido uma simples correção monetária. Questiona quanto renderia tal valor para o Estado, se aplicada na rede bancária”. É fato que “diversas vidas poderiam ter sido salvas ou, no mínimo, sofrimentos minimizados, se os requeridos não tivessem negligenciados suas obrigações contratuais, o que enseja, segundo afirma, dano moral coletivo, conforme jurisprudência pacificada do STJ, cujo direito o Estado do Pará dispensou”, concluindo que “o acordo firmado e homologado não preservou o interesse da administração e da população paraense e, portanto, pleiteia reforma da decisão de primeiro grau, para que o acordo não seja homologado e seja restabelecida integralmente a medida liminar deferida, prosseguindo-se o feito.” 

3. Esclarece-se ainda que a decisão do E. TJE/PA proferida em 08/02/2021 no âmbito do Processo nº 0831898-06.2020.8.14.0301 não diz respeito a Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 0866555-71.2020.8.14.0301, proposta por esta PGJ em desfavor do Governador do Estado e outras autoridades, pelas irregularidades perpetradas no processo de compra dos citados respiradores, que segue com tramitação pendente de conclusão de Conflito de Competência nº 0811416-67.2020.8.14.0000, suscitado pelo Juízo da 5ª Vara da Fazenda de Belém em face do Juízo da 1ª Vara da Fazenda de Belém Belém-PA, 9 de Fevereiro de 2021. 

GILBERTO VALENTE MARTINS 

Procurador-Geral de Justiça

terça-feira, agosto 27, 2019

A cumplicidade da violência contra a mulher no Pará




Por Diógenes Brandão 

Justamente no mês em que a Lei Maria da Penha completa 13 anos, um fato grotesco, nos coloca de frente de um momento crucial, que desafia nossa intelectualidade e a capacidade crítica de reagirmos ou aceitarmos a imposição da vontade birrenta de uma classe política e empresarial, que nos mostra o quanto o Pará continua provinciano e atrasado, governado e dominado por uma elite mesquinha, covarde e anti-ética.

Uma caso policial ocorrido este final de semana em Belém, continua sem registro algum na grande imprensa paraense. Nem uma única linha, nenhuma matéria nos telejornais e rádios dos barões da mídia. Mas não é só a imprensa que se acovarda.

Nenhuma entidade de defesa dos Direitos Humanos, nenhum partido político, nenhum movimento social, grupo feminista, de defesa dos direitos da mulheres, nenhuma liderança, artista ou coisa que valha, enfim, quase ninguém se importou de verem fotos e áudios com relatos de um agressão violenta e covarde sofrida por uma avó, de 63 anos de idade, que ao visitar a casa da mãe foi espancada após uma discussão com um irmão.  

Cheia de hematomas e dores pelo corpo, ela buscou a polícia especializada para fazer o devido registro do boletim de ocorrência, mas a própria plantonista na delegacia de mulheres desaconselhou-a de prestar queixa e o Boletim de Ocorrência.

Humilhada, ela procurou ajuda onde a lei e o Estado dizem que é o refúgio e o local onde toda e qualquer mulher deve procurar, quando seus direitos são violados. Ela foi e a lei não se cumpriu. Por que não? 

Porque o agressor é um macho, branco, rico e que tem amigos e parceiros no judiciário, na alta sociedade empresarial, na Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal, na prefeitura, no governo do Estado e é temido por ter um império de comunicação ao seu controle. 

É esse playboy que herdou um império construído com dinheiro oriundo de produtos contrabandeados e que virou uma quitanda, a vender notícias positivas ou negativas, ao sabor e escolha do cliente. 

Os clientes? 

Empresas renomadas, os principais supermercados, redes de farmácias, prefeituras, governo, etc.

Por isso, a agressão contra sua própria irmã, uma senhora de 63 anos, em frente de sua mãe, uma idosa de 83 anos, não comove aqueles que discursam sobre um mundo mais justo, uma sociedade fraterna e que todos os domingos frequentam as missas ou os cultos em suas igrejas e voltam para suas casas se dizendo pessoas de bem.

A ira contra sua irmã, por ser de uma família, que tem muito dinheiro e poder, ao mesmo tempo não tem paz e nenhum pigo de harmonia. 

Vivem em pé de guerra, com filhos que se embriagam em condomínios fechados e depois saem às ruas da cidade, com seus carros luxuosos em alta velocidade, matando pessoas nas paradas imundas, onde esperam as sucatas colocadas para fazer o transporte público coletivo. 

A dificuldade de qualquer pessoa com o mínimo de consciência crítica está em definir o que é mais absurdo: a violência da agressão física, a violência da censura imposta aos jornalistas e profissionais que atuam nas empresas de comunicação do Pará ou o silêncio de toda uma sociedade que se posiciona estrategicamente submissa, que aceita que machistas, sexistas e misóginos continuem a desfilar impunes pelas colunas sociais, pelos clubes da high society e pelas redes sociais, sem nenhum incômodo, pois tem a convicção de que estão acima das leis e dos direitos alheios. 

Para eles, tudo está à venda, todos são descartáveis e o Pará não passa de seu playground, onde eles descem para brincar, ofender, humilhar e depois sobem para as suas coberturas e de lá cospem na cabeça dos que estão abaixo.

quarta-feira, junho 12, 2019

URGENTE: Por matar duas pessoas embriagado, Giovanni Maiorana vai a júri popular




Giovanni Maiorana, filho do empresário Rômulo Maiorana Jr, vai a Júri popular respondendo por dolo eventual. Foi o que decidiu no mês passado a juíza Blenda Nery Rigon Cardoso, titular da 2º vara criminal. Dolo eventual é quando o autor, mesmo sem intenção direta de cometer o ato ilícito, assume o risco de produzi-lo. 

Relembre o caso: 

Em Setembro de 2018 Giovanni Maiorana, um dos herdeiros de um dos maiores impérios de comunicação do estado, o grupo ORM, atropelou duas pessoas no centro de Belém. Uma jovem de 19 anos morreu na hora e a outra vítima chegou a ser socorrida, porém não resistiu aos ferimentos e também morreu. Antes de atropelar e matar as duas pessoas, o seu carro de luxo colidiu com outros 5 carros estacionados e em seu interior foram encontradas latas de cervejas e garrafas de bebidas alcoólicas.  


Com sinais de embriaguez, Giovanni Maiorana foi preso em flagrante e conduzido pela polícia até a delegacia de São Brás. Após ser levado ao centro de perícia Renato Chaves, recusou-se a fazer exame de embriaguez e foi liberado após pagar fiança de R$ 500 mil que depois duplicou para R$ 1 milhão, em função do óbito da segunda vítima no hospital. Atualmente, Giovanni responde ao processo em liberdade provisória.  

Na época, o fato chegou a ser noticiado pelo DOL, todavia apagado do site logo que se soube de quem, de fato, se tratava. Por razões óbvias, tampouco o Jornal Liberal ou o site Roma News deram cobertura ao evento.  

Situação semelhante parece estar se repetindo agora, em que nenhum dos meios de comunicação paraense parece ter interesse em noticiar a decisão de levar o caso ao júri. Pela repercussão do caso à época; pela importância dos personagens envolvidos e principalmente pela gravidade dos crimes cometidos ao volante e ineficácia de nossa legislação em puni-los, essa omissão é demasiadamente grave e serve para nos mostrar o quanto a notícia que nos chega diariamente é sempre filtrada pela política ou pelo interesse de grandes empresários.

sexta-feira, março 16, 2018

Sob nova administração, ORM divulga obra do governo federal e exalta Helder Barbalho

Por Dornélio Silva

A eleição no Pará, ao longo de sua história, além de ser uma disputa política de grupos oligárquicos sempre foi, também, em grande escala, uma disputa entre dois grupos de comunicação: ORM (Organizações Rômulo Maiorana) e RBA (Rede Brasil Amazônia). Exemplo disso, vimos acontecer com as eleições de 2014, uma das campanhas estaduais mais acirradas e disputadas dos últimos pleitos da história do Pará. 

Foi a primeira em que um político conseguiu um terceiro mandato no Pará, neste caso o governador Simão Jatene. Também foi a primeira vez que ele participou de uma campanha como candidato a reeleição. 

Vejamos: A primeira, quando ganhou, foi indicado e apoiado por Almir Gabriel (governador a época), depois de quatro anos quando defenderia seu mandato numa reeleição, não foi candidato, deu lugar a Almir Gabriel que foi derrotado por Ana Júlia; em 2010, Ana Júlia não consegue se reeleger e é derrotada por Jatene. 

Em 2014, Jatene foi candidato à reeleição, defendendo seu mandato. Ressalte-se que foi uma campanha atípica dentro de um Pará dividido (a primeira após o plebiscito que pretendeu dividir o Pará em três unidades federativas); além disso foi o confronto de dois grupos (econômico e de comunicação) que se debateram nesse processo. Os interesses eram grandiosos. Daí o acirramento intenso e o nível muito rasteiro da campanha. 

Helder com o aparato da RBA venceu o primeiro turno com uma diferença de apenas  137390 votos, ou seja, 1.4% dos votos válidos e no segundo turno Jatene virou o jogo e saiu vitorioso, mantendo o apoio das Organizações Rômulo Maiorana.  

Em 2018, o cenário de atrito tem mudado de forma radical. 

A RBA continua reforçando e difundindo massivamente, através de todos os seus veículos de comunicação, o nome de Helder Barbalho, herdeiro do império de comunicação da sua família. A novidade é a postura das ORMs, que agora sob nova direção, vem surpreendendo a todos com matérias que positivam a imagem do ex-algoz. 

Exemplo disso foi a matéria veiculada tanto no jornal OLiberal, quanto nos portais G1 Pará e ORM News, assim como na TV Liberal, anunciando o lançamento das obras do projeto 'Belém Porto Futuro', onde aparecem o ministro Helder Barbalho, o senador Jader Barbalho e a deputada federal Elcione Barbalho, assim como a bancada federal e estadual do (P)MDB paraense.

Helder, claro, difundiu a matéria em sua fanpage, a qual você também pode ver clicando na imagem abaixo:



O próprio portal G1 Pará chegou a divulgar que a obra estava sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar denúncias sobre o projeto de revitalização do porto de Belém, pois a área é tombada pelo patrimônio histórico, mas assim como o projeto de reforma do ver-o-peso, o projeto  “Belém Porto Futuro” não havia sido submetido para aprovação pelo Iphan.

Para quem não conhece a histórica disputa da família Maiorana, com o partido e a família Barbalho, talvez não veja nada de mais na matéria e nem na mudança na forma em que a notícia foi divulgada, mas para quem sabe como estes dois rivais se tratavam, a cena é emblemática e revela uma ruptura de paradigmas até então inacreditável no metiê político, midiático e empresarial do Pará.

Acontece que a recente saída de Rômulo Maiorana Jr. do controle das ORMs causou uma mudança não só de comportamento empresarial, mas sobretudo de postura política. O aceno dos novos controladores da empresa - o irmão Ronaldo Maiorana e suas duas irmãs foi mais do que positivo para a campanha de Helder ao governo. "Foi de cumplicidade", avaliou um amigo com quem conversei logo após assistirmos o Jornal Liberal.

Para o atento observador, a matéria fez o que podemos chamar de merchandising para as ações do governo federal, que no Pará são capturadas pela pré-campanha do ministro da Integração Nacional, acusado de usar aviões da FAB para curtir os fins de semana e para dar carona a parentes e lobistas, conforme noticiado pela imprensa nacional.

sexta-feira, outubro 27, 2017

Família Maiorana: Um caso de polícia



Por Diógenes Brandão 

Após afastarem o irmão, Romulo Maiorana Jr, do comando da Delta Publicidade, controladora das empresas da família, Roberta Maiorana, Rose Maiorana e Ronaldo Maiorana travam agora uma disputa por poder e dinheiro, que passou da justiça para as delegacias de polícia.

Uma fonte do blog recebeu dois boletins de ocorrência policial, onde o nome de Ronaldo Maiorana e aparece como denunciado por ameaça de morte e se apropriar de uma pasta de documentos, retirada a força das mãos de José Luiz Sá Pereira, ex-diretor de operações da Delta Publicidade, que edita os jornais O LIBERAL e Amazônia e administra a TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará.

A suposta vítima, José Luiz Sá Pereira é considerado o homem de confiança de Romulo Maiorana Jr., que como jaá foi dito, foi afastado do comando das empresas da família. A decisão sobre o afastamento de Rominho foi tomada em Assembleia Geral da Delta no dia 30 de setembro deste ano, há menos de um mês atrás. Segundo informações divulgadas, a assembleia foi realizada sem a presença dele, que se recusou a comparecer.



Entre os principais motivos da confusão entre os membros da família Maiorana, destaca-se o afastamento de Romulo Maiorana Jr. do comando dos negócios da família. Com isso, abriu-se uma grande crise familiar, empresarial, jurídica e agora policial. Segundo informações divulgadas na imprensa paraense, "Rominho" transformou a administração de O LIBERAL e da TV Liberal numa caixa preta, a qual os irmãos/sócios não tinham acesso a quase nenhuma informação. 

terça-feira, outubro 10, 2017

Liberal perderá a Globo?

Beirando a falência e cheia de conflitos familiares, os herdeiros disputam controle acionário das ORMs e crise pode acabar em venda das empresas para outro grupo de comunicação.

Por Lúcio Flávio Pinto

O futuro do grupo Liberal dependerá da renovação da afiliação à Rede Globo. O contrato da TV Liberal com a Globo terminará no dia 30 de novembro. Em outras ocasiões, a renovação foi automática. Será assim de novo?  

Há dúvidas. A Globo pode se satisfazer com o afastamento de Romulo Maiorana Júnior, que era o desejo dos irmãos Marinho. Eles não gostavam pessoalmente de “Rominho”, que consideravam arrogante, nem da sua gestão na TV e em todo grupo de comunicação, classificada de incompetente. Por isso, depois de terem assumido a redação da emissora, praticamente a submeteram a uma intervenção branca, controlando também as suas finanças.  

A Globo pode ter influído sobre os cinco irmãos para destituir Romulo Jr. da presidência executiva das duas empresas: a Delta Publicidade, que edita os jornais, e a TV Liberal, que era limitada e agora se transformou em sociedade anônima, totalmente desvinculada do jornal e submetida a uma auditagem completa nas suas contas.  

Mas pode ser que a Globo tenha ajudado nessa modificação, oficializada na assembleia geral extraordinária do dia 30, para saneá-la e vendê-la a um grupo de maior confiança e competência. Haveria dois interessados: um de Minas Gerais (que deverá ficar com o grupo de comunicação da família Sarney no Maranhão, também afiliado da Globo) e outro do Amazonas, de Phelipe Daou, da Rede Amazônica de Televisão.  

De todas as Organizações Romulo Maiorana, a única que dá lucros é a televisão. Sua receita cobre os prejuízos dos demais, especialmente do jornal, que caminhava para a falência sob o controle absoluto de Romulo Maiorana Jr. Se perder a concessão da Globo ou se vir obrigada a vendê-la, a família Maiorana talvez se veja obrigada a também passar em frente os dois jornais, O Liberal e Amazônia. E talvez todos os seus negócios.

terça-feira, agosto 15, 2017

Velha Imprensa finge que não sabe, mas a Internet já é a principal fonte de informação

Por Diógenes Brandão, com informações da DOXA Pesquisas

Nesta segunda-feira (14), um dia após a veiculação do quadro 'Cadê o dinheiro que tava aqui?', exibido no Fantástico deste último domingo, o qual contou um pouco sobre a vida e obra de Wladimir Costa, que prefere ser chamado de 'Wlad, o federal do povão', o jornal Diário do Pará trouxe na sua coluna Repórter Diário, a seguinte opinião:



Como se pode ver, o jornalismo do Diário do Pará reivindica exclusivamente para si as informações e denúncias que vem à público sobre o governo de Simão Jatene (PSDB) e seus aliados, como o fervoroso 'Wlad', que como já revelamos era filiado ao PMDB, partido que no Pará é liderado pelo senador Jader Barbalho e seu filho, o Ministro da Integração Helder Barbalho. Os dois importantes políticos do Estado além de dirigentes do partido, são os donos do jornal que entrou em pé de guerra com o governo tucano e ganhou de um inimigo mortal: O próprio 'Wlad', criado no terreiro da família barbalho.

Sem ter a pretensão de adentrar no mérito jornalístico da cobertura e nem de que a disputa político-eleitoral soma-se à disputa de mercado, é imperioso concordar que os outros dois jornalões existentes no Estado - Amazônia e OLiberal de propriedade da família Maiorana - tornaram-se porta-vozes da fidelidade aos tucanos há mais de duas décadas e por isso evitam expor em profundidade e muitas vezes negligenciam as informações e notícias sobre as mazelas das sucessivas gestões do PSDB, tanto municipais, quanto do Estado, passando pelos 08 anos de Almir Gabriel e os 12 anos que Simão Jatene completará ano que vem.

Dito isso, cabe retornar ao que nos motivou a redigir o título desta postagem: É que mesmo havendo apenas estas duas grandes empresas de comunicação no controle das emissoras das principais rádios e tvs, assim como os três jornalões, vivemos em plena era da comunicação digital e desde o início deste século XXI, a sociedade paraense já vivencia e convive com a saudável, democrática e legítima influência de blogueiros e ativistas digitais, que a cada ano que passa tornam-se mais lidos e municiados de fontes, notícias e matérias exclusivas, muitas vezes apresentadas em primeira mão, fazendo com que não exista mais a chamada "lei do silêncio", que a coluna do Diário do Pará se refere. 

O silêncio foi quebrado e agora a informação e os pontos de vistas sobre os fatos cotidianos, além de serem diversificados, são revelados de forma muito mais ágil e plural do que antes era oferecido pelos tradicionais veículos de imprensa. Estes veículos é que agora muitas vezes acabam reproduzindo o que surge primeiramente nos blogs e mídias sociais para só depois virar notícia e ser publicada nos sites e redes sociais dos jornais, atravessando o longo processo de editoração e impressão para finalmente serem disponibilizadas nas bancas de revistas e postos de venda do bom e velho papel, que muitos dizem estar com seus dias contatos.

Para corroborar com as afirmações acima, o blog traz a público em primeira mão, o resultado parcial de uma pesquisa realizada pelo Instituto DOXA que revela um quadro que por si só comprova que há um erro crucial em afirmar que o jornal Diário do Pará seja o único a fornecer informações à sociedade da capital paraense sobretudo no que o veículo chama de 'irregularidades cometidas pelo governo tucano no Pará', pois além deste blog, inúmeros outros sites, blogs, jornalistas e ativistas digitais nas redes sociais fazem duras críticas, trazem denúncias e travam o bom debate sobre o que se passa ao nosso redor.

Vamos aos números da pesquisa?

Primeiro, vemos o gráfico que revela que entre os hábitos mais frequentes, acessar as redes sociais já é o preferido por 22,9% da população, enquanto que ler notícias na internet e ler livros alcançam 15%. Somados, podemos dizer que 37,9% estão conectados, enquanto o acesso aos jornais impressos é o hábito frequente de apenas 5%. A TV lidera o hábito com mais frequência, casos somemos as emissoras de tv abertas e fechadas, totalizando 49,7% dos entrevistados e o rádio vem com apenas 4,8%.


Agora quando se trata do principal meio de comunicação usado para que as pessoas se mantenham informadas, a internet lidera com folga. 

No gráfico abaixo é possível ver que a internet é de longe o meio mais usado para que as pessoas busquem informações. Somados os 10,2% que citaram as redes sociais, com os 43,9%, que disseram que é na internet que procuram se informar, chegamos a 54,1% os que preferem a web. As revistas e aplicativos no celular representam menos de 1%. 

Os jornais crescem em relação ao gráfico anterior em média de 2%, ficando como fonte de informação para somente 7,6% das pessoas que moram em Belém, a capital do Estado. 


 
FICHA TÉCNICA DA PESQUISA

Nível de Confiança: O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% dos resultados retratarem a realidade do consumo de mídia.

Nome da pesquisa: Consumo de Mídia em Belém-Pa.

Margem de erro: 04% para mais ou para menos.

Metodologia: Quantitativa domiciliar 
Tema: Mídia/Internet/Jornal/Rádio/TV. 
Período: 16/12/2016 A 20/12/2016 
Local: Belém - PA 
Amostra: Foram entrevistadas 600 pessoas acima de 16 anos.

terça-feira, julho 25, 2017

Equipe de TV nega apoio à criança atropelada: "Só se estivesse sangrando ou morrido"

Pai: "Achamos muita falta de humanidade deles, muita frieza, não ajudaram em nada". 

O Pará não existe! 

A praia Atalaia e a família Maiorana são a cara de uma elite egoísta e insana.

Embora não tenha sido o fato destacado na manchete da matéria, a informação trazida pelo jornal Diário Online, revela que o pai de um menino atropelado quando empinava pipa, na praia do Atalaia, em Salinas (PA), pediu apoio de uma equipe da TV Liberal (Afiliada à rede Globo) e o cinegrafista disse que só poderia gravar se a criança estivesse sangrando ou morta.

Leia: 


Um garoto de apenas sete anos foi atropelado na manhã deste domingo (23) enquanto empinava pipa na praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste paraense.  Segundo familiares da vítima, o condutor do veículo fugiu do local sem prestar socorro. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia do município.  

De acordo com o pai da vítima, Urian Gomes da Silva, após o acidente o motorista alegou que “lá não era local de empinar pipa”, sem demonstrar nenhuma preocupação com o estado de saúde da criança.  

“Depois de 1h20 esperando a polícia, nós decidimos levar o nosso filho por conta própria ao hospital. O motorista do carro que atropelou disse que ia nos seguir, para a gente ir até a delegacia depois, mas quando saímos da areia, ele fugiu”, desabafa Urian.  

O pai do garoto denuncia ainda, que o veículo estava cheio de irregularidades. “A polícia passou para nós que ele estava com o licenciamento atrasado, cheio de multas, todo irregular”, ressalta.  

O pai do garoto também criticou a falta de humanidade de algumas pessoas que acompanharam o atropelamento.

“Nós vimos um carro da TV Liberal que estava fazendo imagens dos banhistas e pedimos ajuda para fazer um enxame e chamar atenção para o caso, mas o cinegrafista disse que só podia filmar se o nosso filho estivesse sangrando ou tivesse morrido. Achamos muita falta de humanidade deles, muita frieza, não ajudaram em nada. 

Depois de uma hora, ele falou para darmos atenção ao nosso filho, que ninguém iria vir. Foi quando decidimos seguir para o hospital”.  

Segundo a família, apesar do susto, o garoto teve apenas escoriações pelo corpo e já recebeu alta.  

O DOL entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento sobre o caso.

domingo, fevereiro 26, 2017

Jornais paraenses encalham nas bancas



Sucessivas edições dos dois jornalões paraenses, Diário do Pará e O Liberal, encalham nas bancas de revistas e pontos de vendas espalhados por Belém. Nem o tablóide Amazônia, "filho" caçula das ORMs, que mesmo sendo vendido a preço de bombom, consegue esgotar suas vendas. Em Abril, o "Amazoninha", como é chamado pelos jornalistas que lá trabalham, completa 17 anos de existência e não terá muito a comemorar.

Mesmo reduzindo o número de impressos, os barões da mídia paraoara, assistem dia após dia, grande parte das suas edições serem devolvidas para as empresas das famílias Maiorana e Barbalho. 

Em compensação, as versões digitais ampliam seus acessos paulatinamente. 

O jornal Diário do Pará criou sua versão online, deixando todas as edições liberadas para os internautas, enquanto o concorrente ainda cobra assinatura para que os leitores tenham acesso ao seu conteúdo na web.

terça-feira, novembro 22, 2016

O Liberal em fúria



Por Lúcio Flávio Pinto, em seu blog

Hoje é um dia em que se pode ler com proveito o Repórter 70, a principal coluna de O Liberal.

Os Maioranas sempre fizeram parte do poder. Por frequentarem seus bastidores e alcovas, têm informações privilegiadas no circuito da restrita elite local. Em geral, reservam para si esse cardápio privilegiado. Mas quando seus interesses (contrariados ou não integralmente satisfeitos) exigem, destilam informações, mas em linguagem cifrada.

Assim a mensagem vai diretamente aos destinatários, só resvalando pela opinião pública. E de tal forma codificada que sugere o que os personagens precisam fazer para corresponder às expectativas do autor da mensagem. Mais uso lateral da informação para fins políticos e comerciais do que exatamente jornalismo.

PRIMEIRA NOTA                                                                     

A nota de abertura da coluna é só maldade. Diz:

“Todos estão carecas de saber que corre sangue dos Barbalhos nas veias do advogado Sábato Rssetti, contratado para defender o prefeito Zenaldo Coutinho no processo de cassação do TRE.

O que pouca gente sabe – comenta-se nos bastidores do tribunal– é que teria sido o próprio advogado camaleão que armou a arapuca que quase tirou o prefeito da eleição e agora barganha uma saída para a contenda judicial, que estaria empatada em 3 a 3 no pleno do Tribunal, faltando um voto para decidir em favor de Zenaldo ou Edmilson. A questão é: para qual dos dois lados sobrará o preço alto dessa fatura?”.

De pronto a nota sugere que os votos – no todo ou em parte – foram comprados. Se não em dinheiro vivo, em função de algum jogo de pressão fora dos autos. Para não lançar lama sobre pessoas limpas ou condenar inocentes, a coluna, se praticasse o jornalismo, prosseguiria na notícia, substituindo a especulação por fatos.

Daria então os nomes dos três juízes que estão a favor de Zenaldo Coutinho, do PSDB, o vencedor da eleição, e dos outros três do lado de Edmilson Rodrigues, do PSOL, o derrotado nas urnas, que apelou para o judiciário, acusando o rival de abuso de poder para conseguir votos. Uma vez identificados os juízes definidos, ficaria revelado o nome daquele que teria o voto de Minerva.

Como sobram especulações e insinuações, a nota pode ter o objetivo de queimar Rossetti com o seu cliente. Ou, em manobra mais tortuosa, criar a imagem de traído para Zenaldo conseguir simpatia.

SEGUNDA NOTA

A segunda nota da coluna é mais um disparo contra os seus terríveis concorrentes comerciais e inimigos políticos, os Barbalhos:

“O cerco está se fechando em torno das concessões de rádio e TV dos Barbalhos. Ao endossar as cassações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acabou jogando um balde de água fria nos planos do ministrinho [trata-se de Helder Barbalho, da Integração Nacional] de pavimentar sua candidatura ao governo do Estado, em 2018, numa campanha que já dura quatro anos e tem nas emissoras de rádio e TV uma espécie de mala propulsora. Bem, a mentira tem pernas mais curtas do que se pensa”.

A observação procede: se for cumprida a lei, os Barbalhos perderão mesmo as concessões públicas. Eles e dezenas (ou centenas) de políticos na mesma situação em todo país. Até agora a lei não foi cumprida nesses casos.

Só faltou acrescentar que se os Barbalhos usam seus veículos de comunicação como mola propulsora da candidatura de Helder, os Maioranas usam as suas como instrumento de faturamento, poder e prestígio. O roto falando do esfarrapado.

TERCEIRA NOTA

Por ironia, com 48 horas de atraso, o Repórter 70 repetiu o comentário que o Repórter Diário, a principal coluna do Diário do Pará, fez no domingo e este blog meses atrás:

“Tem um influente desembargador do Tribunal de Justiça tentando fazer lobby junto ao governo do Estado para aumentar mais seis vagas no desembargo. O objetivo seria preencher o cargo com a nomeação de um parente próximo. É esperar e conferir”.

O desembargador é Milton Nobre. O parente é o seu filho, Marcelo, que responde pelo escritório do ex-presidente do TJE desde o seu afastamento para assumir um dos lugares do tribunal. Como vai se aposentar (é o decano dos desembargadores), Milton está articulando para o filho ser indicado na vaga que pertence à OAB, no quinto constitucional, caminho por ele mesmo seguido até o desembargo, sem precisar fazer carreira na magistratura.

Daí a necessidade de mais seis vagas para a garantia da eventual presença de Marcelo na lista de candidatos à vaga, primeiro no processo eleitoral da Ordem para montar a lista que será submetida ao despacho final do governador Simão Jatene.

Por que o R-70 não deu os nomes? Porque deve estar querendo estabelecer um entendimento à parte com Milton Nobre? Porque há alguma divergência entre eles? Ou o desembargador traiu os Maioranas?

Aliás, para ser fiel à “verdade verdadeira”,  diga-se o certo: quem está por trás dessas notas costuma ser apenas um único deles, Romulo Maiorana Júnior.

Ele deve estar furioso com alguma coisa, como a ingratidão. Por isso a primeira nota Em Poucas Linhas, com licença da lógica: “O assoalho do inferno é feito de tábua [naturalmente, de madeira que não queima] e mal-agradecidos. E por falar nisso, em Belém é o que não falta”.

Enfatizando a revolta, a citação de uma frase de 32 anos atrás atribuída a Romulo Maiorana, o pai: “Não quero que me paguem pelo bem que faço. Quero que Deus me ensine a perdoar os ingratos”.

Para o redator da coluna, Romulo estava se referindo “àqueles que costumam virar as costas a quem o [os] ajudou em momentos difíceis”.

Por favor, ingratos: se apresentem, assumam suas culpas e paguem (mas paguem mesmo) a penitência pelo grande delito cometido.

Zenaldo é novamente condenado e Maioranas levantam suspeitas de traição do seu advogado


Por Diógenes Brandão

O principal fato político desta terça-feira (21) foi a sentença do juiz Antônio Cláudio Von Lohrmann Cruz, da 97ª Zona Eleitoral de Belém que determinou novamente a cassação da candidatura do prefeito de Belém Zenaldo Coutinho (PSDB) e do vice-prefeito Orlando Reis (PSDB). Durante a campanha eleitoral, o mesmo juiz já havia determinado a cassação de Zenaldo em Outubro, durante a disputa do segundo turno das eleições municipais com Edmilson Rodrigues​ (PSOL), quando o prefeito foi acusado e condenado por abuso de autoridade e de poder econômico e uso de recurso público para promover sua campanha e pela contratação de 300 cabos eleitorais, via SESMA. 

O novo processo que condenou Zenaldo Coutinho novamente é parte de uma série de inquéritos que denunciaram crimes eleitorais cometidos pelo prefeito reeleito de Belém.

De acordo com o Tribunal Eleitoral do Pará (TRE-PA), a condenação se deu por prática de conduta vedada e abuso de poder político e econômico, entre os quais a concessão de gratuidade da tarifa aos passageiros do BRT durante o mês de julho, o que significa distribuição de bem da prefeitura; a instalação de placas de obras da prefeitura, com o slogan da gestão tucana, em período vedado pela legislação eleitoral; a produção de matérias jornalísticas elogiosas a Zenaldo pela Agência Belém, da própria prefeitura.

Algo de estranho no ninho tucano

Antes mesmo do anúncio da decisão do juiz, uma notinha publicada no cabeçalho da coluna Repórter 70, do jornal OLiberal deixa claro que os principais aliados do PSDB no Pará, a família Maiorana, dona da TV, rádio e jornal OLiberal e Amazônia, estão preocupados com a possibilidade de Zenaldo Coutinho "levar o farelo", como se diz pela periferia de Belém.

Coluna Repórter 70, do jornal OLiberal desta terça-feira (21).

Colocando em xeque a fidelidade do advogado do prefeito Zenaldo Coutinho e a imparcialidade dos que farão o seu julgamento no pleno do TRE-PA, formado por dois (02) desembargadores, dois (02) juízes, dois (02) advogados e um (01) juiz federal, o jornal suscita suspeitas de que no julgamento, a decisão que pode condenar e cassar a diplomação do seu registro de candidatura.

Leia também: Ex-petista vai julgar o processo de cassação de Zenaldo Coutinho

Mesmo cassado, Zenaldo pode ser diplomado e o processo subir para instâncias superiores como o TSE e o STF e lá ter pedidos de vistas dos ministros que historicamente os engavetam ou os julgam, de acordo com suas conveniências.

O PSOL, partido que deu entrada ao pedido de cassação e concorreu com Edmilson Rodrigues que ficou em segundo colocado nas eleições, comemora mais uma vitória na justiça paraense, mas sabe que a "parada" ainda não está decidida e nem tão próxima de ser lhe ser favorável, já que para quem viu o ex-prefeito Duciomar Costa sofrer diversas investigações, processos e condenações na justiça e sair da prefeitura 8 anos depois, rico e livre, o despacho do juiz Antônio Cláudio Von Lohrmann Cruz, não empolga ninguém.

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Como os jornais retrataram as manifestações contra e a favor do Impeachment



Por Diógenes Brandão

Depois de uma manhã inteira com o WhatsApp fora do ar, assim que o aplicativo voltou à sua normalidade, vários grupos de debates políticos no Estado do Pará, avaliaram o ato realizado em Belém, na noite desta quarta-feira (16), onde cerca de 3000 manifestantes da capital e do interior, se concentraram na praça da República, no centro, de onde saíram às ruas da cidade contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, atendendo a convocação da Frente Brasil Popular.

Segundo comentários colhidos na mídia social, além de não ter uma única chamada na capa da edição desta quinta-feira (17), a matéria "Marcha defende o mandato de Dilma", assinada pela jornalista Leidemar Oliveira, foi publicada em uma página localizada numa área tida como escondida, sem muita visibilidade no jornal Diário do Pará. Além disso, há um grave erro na matéria, que diz que a CUT foi a manifestação foi organizada pela CUT.

Na verdade, a manifestação fez parte de uma programação nacional planejada, organizada e coordenada pela Frente Brasil Popular, da qual fazem parte diversos movimentos sociais e partidos da esquerda brasileira, em uma relação horizontal e participativa.

Dirigentes de sindicatos, lideranças de partidos e de movimentos sociais que estiveram nas ruas, mesmo sob a chuva que caiu na cidade, na hora e durante o ato, concordaram com o fato do jornal Diário do Pará ter dado pouca visibilidade à manifestação realizada.

Para José Oeiras, coordenador do Comitê da Ação Cidadania Contra Fome no Estado, o comportamento do jornal deixa evidente que a linha editorial resolveu não dar muito destaque para a manifestação, diferente do que aconteceu ao noticiar as manifestações favoráveis ao impeachment. "A diferença é gritante", concluiu.

A analise do ativista social encontra a concordância de muitos internautas, que lembraram que além de uma capa e uma longa e destacada matéria publicada no jornal da família Barbalho, chama a atenção de quem sabe que o jornal Diário do Pará, que faz parte do complexo comunicacional da família do senador Jader Barbalho.

Jader foi o principal patrono da candidatura de seu filho, o ex-ministro da pesca e atual Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, Helder Barbalho, que concorreu as eleições de 2014 com apoio de 11 partidos, entre eles, o PT e PCdoB e que por sua vez possuem militantes nos movimentos sociais que marcharam em defesa do mandato da presidente Dilma, a chefa de Helder.

Para a professora Socorro Coelho, presidente do SINDPROIFES - Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior do Pará, a matéria "Em Belém, manifestantes enfrentam chuva" publicada pelo Jornal OLiberal, foi bem mais esclarecedora e positiva em relação aos manifestação, do que a matéria do jornal concorrente, o Diário do Pará.

Para a sindicalista foi justamente isso que causou tanta estranheza, pois segundo ela, "10 entre 10 paraenses sabem que a família proprietária do jornal OLiberal é adversária de Dilma, do partido da presidente e caminha sempre alinhada com a maioria dos grandes veículos de imprensa no Brasil, que também o são. Sem falar que os movimentos sociais são criminalizados pela grande mídia, o que precisa ser repensado com a regulação da imprensa, tal como fizeram muitos países ao redor do mundo, como a Inglaterra e o Canadá", concluiu.



Na publicação "Bonecos de Eduardo Cunha e Eder Mauro são alvo de críticas em Belém", o blog traz em destaque uma das fotos que faz parte da matéria publicada no jornal OLiberal. 

O fotografo Elcimar Neves, do Diário do Pará foi visto registrando os mesmos bonecos, mas pelo que se pode concluir, a direção do jornal preferiu vetar a imagem que criticou o presidente da câmara dos deputados e do delegado que tornou-se deputado.

Veja as imagens abaixo e tire suas próprias conclusões:

Capa do jornal Diário do Pará desta quinta-feira, um dia após as manifestações de rua em todo o Brasil, que levaram milhares de pessoas para enfrentar a chuva e o cansaço de um dia de trabalho para a maioria e de viagem para outros que vieram de várias cidade do interior, lutar contra o Impeachment da presidente Dilma.
Manifestantes, lideranças de partidos e movimentos sociais estranharam o tamanho, a localização e o pouco destaque à matéria sobre a manifestação contra o Impeachment, publicada pelo jornal Diário do Pará, nesta quinta-feira (17).

Manifestação contra Dilma, foi publicada com destaque na capa do jornal Diário do Pará, na edição do dia posterior da última grande manifestação, que pediu o impeachment da presidente.
Assim como na capa, a matéria da edição do dia posterior da última grande manifestação, que pediu o impeachment da presidente Dilma, ganhou destaque e volume superior ao que foi publicado ontem, após a manifestação contra a saída premeditada do governante do Brasil.

sábado, maio 30, 2015

Lúcio Flávio Pinto: O fim da Amazônia

Autor de diversos livros sobre a região amazônica, Lúcio Flávio Pinto lançará sua mais nova obra: O fim da Amazônia.

O que ele escreve em seu Jornal Pessoal, raríssimos jornalistas escreveriam com tamanha independência e imparcialidade, beirando o anarquismo libertário. Ainda mais sendo esta, uma das mais áreas mais violentas e retrógradas do planeta. 

Por isso, já foi censurado, ameaçado e processado inúmeras vezes e em algumas condenado e obrigado a pagar indenizações para os ricaços que denunciou. Sua história de vida é vasta de grandes polêmicas, mas ninguém ousa dizer-lhe algo que desabone sua reputação. 

Já foi agredido por um dos herdeiros das Organizações Rômulo Maiorana, por uma publicação que acusava o grupo de comunicação de ser uma quitanda, onde a opinião do jornal "OLiberal", era facilmente comprada com dinheiro de empresas e políticos influentes e capitalizados. Uma vez, por causa de um meme publicando em uma redes social, também fui ameaçado pelo irmão de Romulo, o Ronaldo Maiorana, o mais mimado dos herdeiros, pelo fato de ter relembrado a prática criminosa, de usarem suas concessões de rádio e TV para fazer política e lucrar com repasses de verbas públicas, travestidas de anúncios e contratos com o governo do Estado.

Lúcio Flávio Pinto é uma daquelas pessoas que precisaríamos clonar. Conhece e escreve sobre a região Amazônica ao ponto de ter sua crítica incômoda, tanto para a esquerda, quanto para a direita, mas ninguém ousa enfrentá-lo em um debate aberto. 

Eu, na condição de blogueiro e entusiasta do retorno de Lula à presidência do Brasil, gostaria que um dia, antes deste se recandidatar, ou até mesmo Dilma, antes de deixar o cargo, pudessem ler seus escritos e/ou conceder-lhe uma audiência, para que ele, com toda a sua bagagem intelectual e informações, pudesse falar o que sabe e pensa sobre o futuro do Brasil, em especial, da Amazônia, assim como externar o que não podemos continuar fazendo no presente.

Fique agora com o post "A Amazônia não se democratiza", publicado no blog do Lúcio Flávio Pinto.

Transcrevo a seguir, com ligeiros ajustes, a entrevista que Rita Soares e Francisco Viana fizeram comigo, publicada no blog da jornalista paraense. O tema é o mais recente livro que escrevi sobre a Amazônia, O Fim da Amazônia.

No início, a sensação que fica é que Lúcio Flávio, nascido Lúcio Flávio Pinto, em Santarém, no distante ano de 1949, quando Belém ainda respirava os ares do rico ciclo da borracha, não passa de um cidadão comum, com tarefas comuns para vencer no dia a dia. Mas quando exibe um exemplar do seu novo livro, “O Fim da Amazônia”, logo se percebe que ele não apenas conhece a Amazônia, e conhece a fundo, como é capaz de falar com destemor. Sua voz é suave, elegante, mas firme e imperativa. Ele fala sentado num velho sofá, num ambiente cercado de livros: livros, revistas, jornais, todos empulhados, sem qualquer ordem aparente, mas, ao contrário, quando discorre sobre o livro e a região os fatos são ordenados, cortantes, rememora acontecimentos que ficam perdidos no cotidiano.

Não podia ser diferente. Há quase cinco décadas, Lúcio Flávio acompanha a implantação dos grandes projetos na Amazônia. O seu olhar crítico esteve na implantação da usina hidrelétrica de Tucuruí e a abertura da mina de Carajás, a maior reserva de minério de ferro do mundo, ambos no Pará. A originalidade do seu trabalho resultou em quatro prêmios Esso e dois Fenaj, a Federação Nacional dos Jornalistas.

Em 1988 deixou a chamada grande imprensa e passou a se dedicar ao jornal alternativo, Jornal Pessoal, onde mantém uma cobertura aprofundada e crítica do processo de ocupação da região, que compara ao Gênesis, só que ainda a ser feito pelo homem, como destacou Euclides da Cunha. O Brasil pode não lembrar de Lúcio Flávio, mas o mundo civilizado não o esquece.

Ele é visto internacionalmente como um militante em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, tanto que recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace e, em 2005, o prêmio anual do CPJ (Comittee for Jornalists Protection), de Nova York. É autor de vários livros sobre a Amazônia e, em 2012 recebeu o Prêmio Wladimir Herzog pelo conjunto da sua obra. Foi considerado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris, como um dos mais importantes jornalistas do mundo, o único selecionado no Brasil para essa honraria.

Em “O Fim da Amazônia” , faz um alerta dramático para os riscos que o processo de ocupação colonial representa para a região de maior diversidade do planeta e, por consequência, para as futuras gerações não só no Brasil, mas em todo mundo. Nesta entrevista, Lúcio faz críticas às políticas públicas para a região e explica as razões de seu apelo. Para ele, a região ainda vive os tempos do regime militar, coberta pelo obscuro manto da doutrina de segurança nacional.

O seu livro não tem um nome apocalíptico demais?

É, mas serve como uma advertência. Porque o processo de ocupação da Amazônia está sendo feito intensamente com alteração das condições naturais, o que é uma novidade em relação às outras formas anteriores de ocupação da Amazônia. No passado, no decorrer do ciclo extrativista da borracha, era feita a coleta de sementes, extração do látex, não se destruía a floresta. A partir da construção das estradas de integração, se destruiu, em 50 anos, o equivalente a três vezes a área ocupada pelo estado de São Paulo. E não existe na história de ocupação de fronteiras tanta destruição de florestas quanto na Amazônia.

Por que isso aconteceu?

Nas áreas coloniais em geral a percepção é retardada, e às vezes tardia. Não é contemporânea dos acontecimentos. Mesmo as empresas de vanguarda do mundo, quando chegam à Amazônia vestem a roupa primitiva, do capitalismo primitivo. Usam o método primitivo de intervenção na natureza que é o fogo, usam o trabalho escravo. São formas sociais de produção antiquíssimas. Porque se considera que a fronteira não é o lugar para a contemporaneidade, é lugar do passado, é lugar em que capitalista veste a roupa de capitão do mato.

O livro tem esse título porque nós tivemos várias oportunidades perdidas de desenvolvimento. Hoje um terço da Amazônia foi alterado e um quarto desmatado. O problema daqui é a fragilidade da floresta e a sua heterogeneidade, que exige um equilíbrio dinâmico. Se você derruba um hectare afeta cinco. Afeta a fauna, a flora, a água, a chuva. Então, a área prejudicada ou até destruída é muito maior daquela registrada.

Por que o Brasil esqueceu a Amazônia?

O Brasil não esqueceu a Amazônia. Em 1976, as exportações do Pará somavam 300 milhões de dólares. Hoje essa exportação é de 14 bilhões (já chegou a 18 bilhões). O modelo deu certo porque o objetivo era gerar dólares e gerou. Hoje o principal produto de exportação do Brasil é o minério de ferro e o principal exportador é o Pará. E o principal destino é a Ásia, 60% para a China, 20% para o Japão. Então, o modelo deu certo. O Plano de Desenvolvimento da Amazônia da década de 1970 já dizia que a Amazônia é área de fronteira. A especialidade dela é gerar dólar.

Mas quando se fala que esqueceu, está se falando porque não se discute isso…

O Brasil esquece o que é a Amazônia, mas está usando intensamente a Amazônia.

É uma atitude colonial dentro do próprio país?

Sim. E isso está escrito lá com todas as letras. Mudou o regime militar, mudaram os presidentes civis, nenhum alterou essa diretriz que continua perfeitamente aplicada. O Brasil não é apenas dual – o Brasil do Jacques Lambert. Passou a ser uma tríade. O Brasil moderno continua dominante, continua no mesmo lugar, o Brasil intermediário, que é o Nordeste, com algumas indústrias abandonadas pela região Sul, e o Brasil da fronteira.

Nesse Brasil da fronteira, não interessa se você está destruindo o recurso mais abundante e mais importante que é a floresta. Continuam queimando floresta hoje, o que é um absurdo. Não interessa que essa população seja escravizada ou que o índice de desenvolvimento esteja entre os piores do planeta, o que interessa é se está chegando produto no porto de embarque. E temos cada vez mais portos de embarque na Amazônia.

Só na região de Itaituba (oeste do Pará) serão sete portos novos de exportação de soja. O porto de Barcarena é um porto de exportação da oitava maior fábrica de alumínio do mundo, a Albrás, da maior fábrica de alumina do mundo, que é Alunorte (Hidro), da maior fábrica de Caulim do mundo que é a da Imerys. Então, o brasileiro é que não descobriu a Amazônia, mas o governo sabe o que está fazendo, mas o que ele faz não é em benefício Amazônia.

Isso converge para quê?

Para a condição colonial da Amazônia.

Mas quem é que ganha com esse modelo?

A China, por exemplo. A China quando começou em 2001 essa veiculação, da mesma maneira como em Car ajás. Carajás começou em 1985. Nesse ano, quem mandava em Carajás eram os japoneses, enquanto no resto do Brasil ainda eram os Estados Unidos. Então, houve uma modernização da dependência estrangeira na Amazônia antes que acontecesse no Brasil. A mesma coisa aconteceu em 2001 com a China. Antes que ela tivesse penetrado em outras partes do Brasil, já estava aqui. E o processo é mesmo parecido com cocaína. A China chegou a pagar 180 dólares a tonelada do minério de ferro e aí a Vale se reordenou todinha para ficar dependente inteiramente da China e aí a China começou a baixar o preço. Hoje está em 40 dólares.

E dentro da Amazônia não há reação, não há uma elite que reaja contra isso? A sociedade não reage?

Ela nem sabe o que está acontecendo. Essa condição colonial, é uma condição amarga. Porque o colonizado pensa pela cabeça do colonizador, reage aos impulsos do colonizador, e o colonizador faz a manipulação.

Exemplo?

Quando a Vale descobriu ouro em Carajás, no Igarapé Bahia, houve um ano em que, pela primeira vez, em 170 anos, o maior produtor de ouro deixou de ser Morro Velho. Aí a sociedade paraense começou a discutir o que fazer com o ouro, como verticalizar a produção. Em dez anos acabaram as jazidas do ouro e a discussão continuava sendo travada sem nenhum objetivo concreto. Há descompasso para perceber o que está acontecendo, e não só perceber o que está em curso, mas antecipar. Porque a única forma de reescrever uma história colonial como essa, que vem de fora para dentro, é você se antecipar. Porque o colonizador antecipa.

Quando houve o primeiro choque do petróleo, que inviabilizou a indústria do alumínio no Japão, a primeira missão de japoneses foi para o Pará. Eles já tinham o rumo, onde instalar, o que seria a maior fábrica japonesa de alumínio, que é a Albrás, e garante 15% de toda necessidade do Japão a 20 mil quilômetros de distância do Japão por um preço que saiu mais barato do que se tivessem continuado a produzir lá.

Nesse período, houve mudanças do regime militar para a democracia e mudanças de governo. Não houve interesse em alterar essa política para a Amazônia?

Não. O primeiro ato do (presidente José Sarney) Sarney como presidente da República foi renovar a doutrina de segurança nacional na Amazônia com a operação Calha Norte. Então, o Brasil estava democratizado, a Amazônia não. Continuava sob a tutela da doutrina de segurança nacional.

E o Fernando Henrique?

O Fernando Henrique seguiu a lógica do velho marxismo ortodoxo. Primeiro o capital. O capital tem o poder de explorar e o poder de libertar. O Marx era péssimo teorizador de colonialismo, porque ele estava na Inglaterra e acreditava que o capitalismo era libertador, então ele dizia: primeiro a ferrovia para índia, para ocupar a Índia com o capitalismo moderno, modernizar gerações de produção. Depois, a população se modernizava e expulsa o colonizador, só que o problema era a expulsão. Para o Fernando Henrique tinha que ser feita uma revolução capitalista na Amazônia. A privatização da Vale foi o ato nocivo, não só pelo valor aviltado, mas porque deixou uma situação exemplar de como o poder central em conluio com grandes investidores se estabelecem na Amazônia.

E Lula?

Quando Lula se elegeu presidente em 2002, antes de tomar posse, ele deu entrevista e disse que uma das coisas que mais admirava é como os militares planejavam a ocupação da Amazônia. Que era um planejamento sério, e iria seguir a mesma diretriz.
E o governo Dilma, o que caracterizou a visão?
Ela continuou o mesmo esquema do Lula

Se a Amazônia acabar, se continuar esse processo, como você denuncia, o que acontece, se não mudar essas políticas?

Se a floresta acabar, acaba a Amazônia que é um produto de sol, planta e água. É um processo incrível, um processo. Euclides da Cunha, há um século, dizia que a região era uma página do Gênesis que Deus não escreveu, deixou para o homem. Realmente quando você tem uma percepção mais íntima da região, você percebe que é uma máquina de funcionamento perfeito, mas equilíbrio precário. Não se pode tirar uma peça sem saber como vai funcionar sem a peça.

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...