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segunda-feira, janeiro 18, 2021

Perdeu, Bolsonaro

Doria fez barba, cabelo e bigode em Bolsonaro, como se dizia antigamente, quando um jogo terminava 7 a 1, como o da Alemanha contra o Brasil.
 

Por Ricardo Kotscho, no UOL

Bolsonaro se acha muito esperto. Pensa que pode enganar a todos durante todo o tempo, com suas crendices e mentiras.  Posa de machão, mas tomou uma surra de fazer bico nesse domingo, de onde menos podia esperar: da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), cujos diretores escolheu a dedo para boicotar a "vacina chinesa do Doria", a única que o Brasil tem até o momento para vacinar a população.

A Anvisa não só aprovou a Coronavac, por unanimidade, como enterrou as "alternativas terapêuticas" do presidente com o "tratamento precoce" da cloroquina, decidindo que a vacina é a única forma eficaz de prevenção contra o coronavírus.

Covarde, até o momento em que escrevo, o capitão não apareceu para comentar o julgamento da Anvisa, e mandou seu general da Saúde, coitado, passar o vexame de entrar ao vivo na televisão, depois de João Doria celebrar a primeira aplicação de vacina em solo brasileiro na Mônica Calazans, uma enfermeira negra de 54 anos, que mora em Itaquera e trabalha na UTI do hospital Emílio Ribas. Bolsonaro não apareceu na foto que ele tanto queria.

Enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, é a primeira brasileira a receber dose da vacina CoronavacImagem: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação

"Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os brasileiros o Ministério da Saúde não fará isso", balbuciou Pazuello.

Nem poderia, já que até a decisão da Anvisa, o Ministério da Saúde não contava com uma única a vacina para aplicar, depois que fracassou a "Operação Índia", para trazer às pressas de Mumbai 2 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz, a esperança de Bolsonaro de aparecer como salvador da pátria no evento marcado para o Palácio do Planalto, às 10 horas de quarta-feira.

Perdeu, Bolsonaro.

Teu inimigo João Doria, que você tanto teme em 2022, é acusado de ser um marqueteiro, com toda razão, mas ele é bom nisso. Só consegue vender quem tem um bom produto para oferecer, e ele tinha a vacina do Instituto Butantan, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, por uma competente equipe liderada pelo grande médico e cientista Dimas Covas, um brasileiro que merece nossa admiração.

Doria fez barba, cabelo e bigode em Bolsonaro, como se dizia antigamente, quando um jogo terminava 7 a 1, como o da Alemanha contra o Brasil.

Ninguém melhor do que Mônica Calazans poderia representar os profissionais de saúde e a mulher brasileira, uma batalhadora que só se formou em enfermagem com mais de 50 anos e foi voluntária quando o governo de São Paulo convocou profissionais da área no começo da pandemia.

Até o último momento, o governo federal, por meio da Advocacia Geral da União, tentou impedir que isso acontecesse, ao solicitar à Anvisa para só permitir a aplicação da vacina após a publicação de um termo de compromisso do Instituto Butantan no Diário Oficial da União, atendendo a um detalhe burocrático.

Suprema humilhação para Bolsonaro e Pazuello é que só poderão dar início ao Programa Nacional de Imunização, na quarta-feira, com vacinas do Butantan, daquele comunista do João Doria, tão vilipendiadas pelo governo federal. As vacinas vindas da Índia ninguém sabe ainda quando vão chegar.

Detalhe: as duas vacinas dependem de insumos fornecidos pela China, que ofereceu ajuda financeira ao Amazonas, o Estado mais castigado pela pandemia, onde o general Pazuello esteve por três dias na semana passada, oferecendo cloroquina para todos.

Figura patética, o ajudante de ordens de Bolsonaro pelo menos dá a cara para bater.

Mais perdido do que cachorro em dia de mudança, o general de divisão três estrelas da ativa do Exército, faz qualquer coisa para não perder o cargo e o soldo dobrado. Acha que está cumprindo uma "missão".

Não importa. O que vale é termos agora uma vacina aprovada para voltarmos a ter esperança de sobreviver à pandemia.

Hoje vou dormir mais tranquilo, sabendo que, no dia 15 de fevereiro, vou poder receber a vacina, de acordo com o cronograma para idosos de 70 a 74 anos.

Vocês ainda vão ter que me aguentar por mais algum tempo...

Vida que segue.

terça-feira, janeiro 05, 2021

Sobre a compra de vacinas contra COVID-19 por clínicas privadas


Por Marcelo Freixo

A angústia de todos nós para começarmos logo a VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 está levando muita gente a defender a imunização através de clínicas privadas como solução. Vou explicar aqui por que isso é errado e vai atrasar ainda mais nosso retorno à normalidade.

Para que funcionem, campanhas de vacinação tem que partir de estratégias de imunização coletiva, com base em critérios científicos e de interesse público. Imunizar primeiro uma minoria que tem dinheiro para pagar caro pela vacina não pode ser a regra. 

A prioridade tem que ser os profissionais de saúde, responsáveis pelo combate à doença; idosos, pessoas com comorbidades, indígenas e quilombolas, que correm mais risco de morrer caso fiquem doentes, e os trabalhadores que lidam diretamente com a população em seu cotidiano. 

Assim vamos reduzir a quantidade de internações, aliviar a pressão nos hospitais e diminuir a taxa de letalidade, o que permitirá que retomemos cirurgias e exames eletivos, em boa parte represados por causa da pandemia, além de dar segurança à retomada das atividades. 

Um jovem adulto sem nenhum fator de risco que tem dinheiro para pagar caro pela vacina não pode ser imunizado antes de um idoso ou de um profissional de saúde. Além de ser imoral, isso prejudicará o combate eficaz à Covid-19.

Adquirir vacinas não é como comprar bananas na feira. A oferta é limitada, a competição entre os países é feroz e o preço para quem quiser pagar será altíssimo, impedindo o uso em massa como exige o interesse público. 

O Brasil tem a 2ª maior concentração de renda do mundo (ONU): o 1% mais rico detém quase 1/3 de toda a riqueza. Isso significa que a esmagadora maioria dos brasileiros, incluindo os do grupos de risco, não poderá arcar com o alto custo da vacina e continuará desprotegida. 

Isso tem graves consequências. Como explicou a epidemiologista e professora Ethel Maciel, quando uma pequena fração da população se vacina e a maioria segue exposta, se o vírus sofrer uma mutação e fazer com que todo o esforço seja desperdiçado.

Além disso, essa minoria com condições de pagar pela vacina poderá seguir carregando o vírus nas mãos, roupas e sapatos, por exemplo, colocando em risco a maioria da população que não tem dinheiro para se imunizar. 

Diante da oferta escassa, cada vacina destinada a quem pode pagar é uma vacina a menos para profissionais de saúde e grupos de risco. A prioridade tem que ser o sistema público em acordo com o plano nacional, como têm feito países que atuam de forma responsável na pandemia.

Essas 5 milhões de doses são obviamente muito bem-vindas, mas tem de ser direcionadas ao SUS para complementar a estratégia nacional com as vacinas da Fiocruz/Astrazeneca e Butantã/Coronavac, reforçando as 3 primeiras etapas do plano de imunização.

O SUS é referência mundial em campanhas de vacinação em massa. Em 2010, foram vacinados 27 milhões por mês na pandemia de H1N1. Nosso papel é seguir pressionando o governo e brigar por mais vacinas, pela distribuição gratuita e pela prioridade dos grupos de risco. 

Só venceremos de fato a Covid-19 se seguirmos uma estratégia coletiva de imunização que coloque o interesse público em primeiro lugar. Defender a venda de vacinas a preços altíssimos que beneficia somente quem pode pagar não vai nos tirar do buraco.

quarta-feira, janeiro 20, 2021

A propaganda do Governo do Estado sobre vacina é mentirosa

Por Zé Carlos do PV, em seu blog

A verdade é a verdade e não aceita questionamentos. A mentira, ao contrário, aceita debate. A mentira, por exemplo, pode ser encoberta por versões, preenchidas com gotas de verdades para confundir os desavisados. Um criminoso constrói sua história com versão que confunde os investigadores ou dificulta a descoberta da verdade. A verdade é simples. A mentira é complexa. A verdade brilha. A mentira ofusca.  

Digo isto para questionar esta propaganda mentirosa do Governo do Estado do Pará. Veja a imagem e me acompanha na analise que faço a seguir.

A vacina é por todo o Pará, mas não é para toda população do Pará. A propaganda é mentirosa. Na frase de efeito está a pegadinha. Acompanhe comigo.  

O Pará recebeu 173.240 doses, cada pessoa precisa tomar duas doses, nesta fase serão vacinadas 86.620 pessoas. A população do Pará, estimada, é de 8,074 milhões, com as doses disponíveis, apenas 1,07% da população receberá as duas doses. Apenas 34% dos profissionais de saúde serão vacinados. Usarão menos de 200 mil agulhas. Cada sala, das 1.500 abertas, aplicará 58 doses, se cada dose demorar um minuto para ser aplicada, as salas serão usadas apenas por sessenta minutos. A hastag #boravacinar, que fecha a peça publicitária, também é um apelo mentiroso, não pode se tornar realidade justamente por falta de vacina para todo o Pará.  

A propaganda Vacina para todo Pará é simplesmente mentirosa e por ser mentirosa cabe questionamento, cabe debate, cabe versões. No debate vão defendê-la de muitas maneiras. Podem, por exemplo, dizer que a intenção foi espalhar esperança e fé na vacina. Podem dizer que o governo fez chegar a todos os municípios as doses de vacina disponível. Ainda podem dizer que até indígenas receberam as doses e que os profissionais de saúde que foram vacinados estão gratos. Mas estaremos ainda assim diante de uma propaganda mentirosa.

Comparo esta propaganda a celebre peça publicitária romana que inspira muitos governos até nos dias de hoje. Falo da ‘panis et circencis”, pão e circo. O trigo distribuído para plebe atendia apenas os que tinham cidadania romana, ou seja, menos de 0,5% da população e os circos tinham espaço limitado. Mas a ideia de pão e circo inspira até hoje, inclusive serviu para marca o movimento “Tropicália”, com a bela obra de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Ouça aqui.

O Governo do Estado tem seus méritos, claro. Helder Barbalho, embora investigado pela PF no caso dos respiradores, mostra empenho no combate ao coronavírus, mas estas suas ações não justificam a propaganda mentirosa que visa ampliar em milhões fakes as poucas doses de vacinas recebidas para o uso emergencial.  

O Imperador César se divorciou de sua esposa Pompeia, acusada sem prova de traição conjugal, afirmando: “minha esposa não deve estar nem sob suspeita”. Esta frase deu origem a um provérbio, cujo texto é geralmente o seguinte: “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.  

A publicidade oficial está adstrita ao principio da moralidade e como a mulher de Cesar, não basta ser honesta, deve estar de acordo com a Constituição Federal, art. 37, § 1.º:  

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.  
Art. 37, § 1.º

segunda-feira, janeiro 18, 2021

Lote de vacinas enviado ao Pará só dá pra vacinar 0,73% da população

Em mais uma grande campanha midiática, o governador Helder Barbalho viajou para São Paulo outra vez para se mostrar como o responsável pela busca da vacina produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês SINOVAC, após o investimento feito pelo governo de São Paulo, que disponibilizou e a Anvisa deu aval para o uso emergencial de 6 milhões de doses – que foram distribuídas para os 26 estados e o Distrito Federal nesta segunda-feira, 18.


Por Diógenes Brandão 

Além de receber menos da metade do que foi prometido pelo Ministério da Saúde, as vacinas enviadas ao Pará só darão para vacinar 0,73% da população. 

Enviada pelo Ministério da Saúde, a tão esperada vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan (SP), chega ao Pará nesta segunda-feira, 18. 

O estado do Pará tem 8,5 milhão de habitantes, mas só chegarão 124 mil doses, ao invés das 320 mil, que o governador Helder Barbalho disse que chegaria. É menos da metade prevista. 

Sem explicar o motivo de recebermos tão poucas doses, o governador anunciou que nesta 1ª fase as doses serão aplicadas em profissionais da saúde, quilombolas, indígenas e idosos. Não se sabe se todos estes serão vacinados e nem quando a população em geral terá acesso à vacina.

A aplicação da CoronaVac ocorre em duas doses, sendo a segunda entre 14 e 28 dias após a aplicação da primeira. 

Sendo assim, as 124 mil doses destinadas ao Pará darão para vacinar menos de 1% da população, que segundo o IBGE real é de 8.578.051 habitantes.

Para se ter ideia da gravidade deste número irrisório das doses da vacinas enviadas ao Pará, veja o gráfico abaixo com a cota de cada município prevista no Plano Estadual de Imunização, anunciado pelo governador Helder Barbalho. 

Municípios como Belém, por exemplo, receberão cerca de 20 mil doses, o que praticamente só dá pra vacinar 40,84% dos 48.970 profissionais da saúde existentes na capital. Sendo que 172 doses serão reservadas para pessoas com idade acima dos 60 anos, que estejam em instituições como asilos e abrigos.  

No dia 7 deste mês, o governador Helder Barbalho esteve em dois laboratórios fabricantes de vacinas contra a COVID-19: A Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan, onde disse que a compra de vacinas diretamente de fornecedores nacionais ou mesmo internacionais, pelo governo do Pará, como “plano B”, caso o “plano A”, que é o Plano Nacional de Imunização do governo federal, não avance.

Em visita à Fundação Oswaldo Cruz e ao Instituto Butantan, Helder deslanchou uma campanha midiática dando a entender que compraria a vacina diretamente dos fabricantes.  

Enquanto o governador do Pará se conforma com a quantidade de vacina enviada ao Pará, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse, nesta 2ª feira (18), que solicitou a autorização de uso emergencial de um novo lote de 4,8 milhões de doses da CoronaVac. 

Ontem, Dória garantiu 1,3 milhão de doses para a população de São Paulo.

Diante das 124.560 doses de vacinas que o Pará recebeu, fica a pergunta: Cadê o plano B, governador Helder Barbalho?

Veja com exclusividade como as doses das vacinas serão distribuídas em cada um dos 144 municípios do estado do Pará:

 










sexta-feira, março 26, 2021

PF e MPF investigam se empresários foram vacinados ilegalmente contra Covid em MG

Um dos imunizados foi o ex-senador Clésio Andrade, que também é ex-presidente da Confederação Nacional dos Transportes. Marcello Casal Jr. / ABR
 

Por G1 Minas e TV Globo — Belo Horizonte

Lei libera que iniciativa privada adquira doses mediante a exigência de repassar metade das doses ao SUS até que todo grupo prioritário seja imunizado. Importar ou exportar vacinas sem autorização é proibido, segundo MPF. Denúncia foi da revista Piauí.

Vídeo mostra movimentação anormal em garagem onde teria acontecido a vacinação clandestina.


A Polícia Federal e o Ministério Público Federal irão investigar se empresários do ramo do transporte foram vacinados ilegalmente contra a Covid em Minas Gerais.

A informação sobre a vacinação dos empresários foi publicada na edição on-line da revista Piauí. De acordo com a reportagem, um grupo de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, e seus familiares, teriam tomado a primeira das duas doses da vacina contra Covid.

A reportagem diz que eles teriam comprado o imunizante por iniciativa própria --cometendo duas irregularidades: fazendo a aquisição e vacinação antes que os 77 milhões de brasileiros dos grupos prioritários tenham sido vacinados, e sem a doação de metade das vacinas adquiridas ao SUS, como prevê a lei.

Ainda segundo a reportagem, cada vacina custou R$ 600 e a segunda dose está prevista para ser aplicada nas cerca de 50 pessoas daqui a 30 dias. A revista afirma ainda que a vacina aplicada seria da Pfizer. A Pfizer negou a venda de vacinas fora do Programa Nacional de Imunização (PNI).

Entre os vacinados, segundo a Piauí, estaria o ex-senador e ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade. Ao G1, ele disse que desconhece o assunto e que está em quarentena, no Sul de Minas, há dois meses.

Governo assina contratos de compra de 138 milhões de doses de vacinas da Pfizer e Janssen — Foto: JN.

À revista Piauí, Andrade afirmou: “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”. Questionado pela TV Globo, o ex-senador não confirmou a declaração.

E, de acordo com a Piauí, os organizadores da vacinação foram os donos da viação Saritur. Um deles, Rubens Lessa, é presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano. Por mensagem ao G1, ele se limitou a dizer: "Tenho conhecimento deste assunto".

Segundo a publicação, outro vacinado seria o deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT). Ele negou que tenha participado.

A TV Globo confirmou que houve uma movimentação anormal em uma das garagens de ônibus da Viação Saritur na última terça-feira. Um movimento que chamou a atenção dos vizinhos.

“Minha amiga me chamou perguntando se estava tendo vacinação noturna, drive-thru, e eu falei com ela que não, que não tem vacinação à noite, que o posto só funciona até 19h e a vacinação é até as 15h30. Ela falou, 'Não, então tem alguma coisa errada, vem cá para você ver', disse uma mulher, que preferiu não se identificar.

Um vídeo mostra a fila de veículos no estacionamento. Em uma das vagas, uma pessoa com jaleco branco retira algo do porta malas. Ela dá a volta e para em frente ao motorista e faz um movimento parecido com o que seria a aplicação de uma vacina.

O local que aparece nos vídeos é uma das garagens da Viação Saritur, na Região Noroeste de Belo Horizonte, e teria sido improvisado como posto de vacinação.

Um boletim de ocorrência foi registrado no dia da suposta vacinação. De acordo com o documento, os seguranças disseram aos policiais que houve uma pequena reunião dos diretores da empresa, mas que todos já haviam deixado o local quando os policiais chegaram. Na saída, os policiais foram abordados por um morador que confirmou ter visto no pátio da empresa aproximadamente 25 veículos com seus condutores e passageiros, sendo vacinados por uma mulher de jaleco branco. E que crianças também foram vacinadas. Os policiais entraram na empresa, mas nada foi constatado pelas equipes.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), caso a vacinação seja confirmada, os envolvidos poderão responder pelo crime de contrabando, descaminho e de uso e importação de medicamento farmacêutico sem registro.

O imunizante Comirnaty ainda não está disponível em território brasileiro. A Pfizer e a Biotech fecharam um acordo com o Ministério da Saúde contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 ao longo de 2021.

Fiscalização


A Guarda Municipal de Belo Horizonte disse em nota que foi acionada na terça-feira, mas ao chegar na garagem onde estaria acontecendo a imunização, a Polícia Militar já havia chegado no local.

" Os militares relataram que estavam apurando a mesma denúncia, recebida via 190. Os guardas e policiais entraram na garagem e não havia mais nenhuma movimentação. Por isso a PM registrou a ocorrência e ficou responsável por conduzir o caso", disse.

A Polícia Militar disse que "procedeu ao registro do evento de defesa social, REDS, e direcionou à polícia judiciária para providências subsequentes".

A Polícia Civil informou que "está verificando a eventual existência de crime, cuja investigação possa ser de sua competência legal".

O empresário Rubens Lessa, em nota, afirmou que o "endereço da empresa mencionado na reportagem não pertence ao Grupo Empresarial SARITUR, esclarece que os nomes citados na reportagem não fazem parte da direção do Grupo e que, o assunto tratado na matéria, era de total desconhecimento da diretoria da empresa".

Colaboraram com esta reportagem: Maria Lúcia Gontijo, Thaís Pimentel, Raquel Freitas, Elisa Ferreira, Larissa Carvalho, Carlos Eduardo Alvim e Fernando Zuba.

quarta-feira, janeiro 20, 2021

População terá que estar preparada para a falta de vacina, diz Gabbardo

Os gestores, os secretários de saúde, prefeitos e governadores precisam estar preparados para isso.

 

Via UOL

Coordenador executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, João Gabardo disse não ter dúvida que faltará vacina se o atraso na importação de insumos não for solucionado imediatamente. E afirmou ainda que a população, prefeitos e governadores precisam estar preparados para isso.

Iniciada no domingo, a vacinação contra a covid-19 no Brasil pode ser interrompida em pouco tempo por dificuldades na importação de imunizantes prontos e de matéria-prima para a produção dos imunizantes. O programa começou com apenas 6 milhões de doses da Coronavac, importadas da China.

"Eu não tenho nenhuma dúvida... Eu tenho certeza de que pode faltar vacina [se os problemas persistirem]. O processo de vacinação não é contínuo. Se nós temos 6 milhões de doses, isso seria o suficiente para vacinar três dias de uma forma plena, com todas as unidades de saúde funcionando. É muito pouco", disse Gabbardo, em entrevista à CNN Brasil, hoje à tarde.

"Então, o que vai acontecer é que a população vai ter que estar preparada para isso [a falta de vacina]. Os gestores, os secretários de saúde, prefeitos e governadores precisam estar preparados para isso. Nós vamos começar a vacinação e, em determinados momentos, a vacinação terá de ser paralisada ou vai ter de ser reduzida aguardando a chegada de um novo lote. É certo que vai acontecer isso", alertou, em seguida.

Gabbardo atribui o atraso a três fatores principais, dentre eles, problemas diplomáticos com a China e o aumento no número de casos no país asiático.

"Quais são os fatores que estão provocando o atraso dessas remessas: o primeiro, que eu acho bem lógico, existe uma demanda muito grande no mundo inteiro. O segundo aspecto importante é que pode haver algumas questões diplomáticas com a China que estão atrasando o envio", comentou.

"E tem ainda um terceiro aspecto: o número de casos de covid-19 voltou a aumentar na China neste momento. Eles já sinalizaram que podem fazer um recrudescimento de vacinas", acrescentou.

Pazuello havia prometido entregar os imunizantes até o fim da tarde de ontem a governadores, mas houve atraso e reclamação.

"Não era muito difícil de imaginar, ontem às 7h. Aquele compromisso de que as vacinas chegariam até as 14h ou, no máximo, até o final da tarde. Quem conhece um pouco de logística e distribuição de vacinas saberia que isso não é possível e que atrasaria, como de fato atrasou."

segunda-feira, janeiro 25, 2021

Influencer namorada de prefeito em Roraima é vacinada contra Covid após ser nomeada secretária e MP pede exoneração

Danyele Negreiro ao ser vacinada contra Covid-19 em Alto Alegre, em Roraima — Foto: Reprodução/Facebook/Prefeitura de Alto Alegre.


Digital influencer Danyele Santos Negreiros, de 25 anos, é enfermeira e foi nomeada pelo namorado Pedro Henrique Machado (PSD) seis dias antes de começar a vacinação na cidade. Ministério Público afirmou que ela usou do 'vínculo de afeto com atual gestor do Município para ser imunizada'.


Por Vanessa Fernandes e Valéria Oliveira, G1 RR — Boa Vista

O Ministério Público de Roraima (MPRR) recomendou nesta segunda-feira (25) a exoneração da enfermeira Danyele Santos Negreiros, de 25 anos, do cargo de secretária-adjunta de Saúde de Alto Alegre. A medida ocorre após a jovem, que é digital influencer e namorada do prefeito do município, Pedro Henrique Machado (PSD), ser vacinada contra a Covid-19 seis dias depois de ser nomeada.  Dany Negreiro, como é conhecida nas redes sociais, foi nomeada pelo namorado no dia 15 de janeiro. A vacinação em Alto Alegre se iniciou na última quinta-feira (21).  

Fotos e vídeos compartilhados pelo próprio prefeito mostram quando Danyele recebeu a vacina. 

Além de ser imunizada, a influencer também foi quem aplicou as primeiras vacinas nos profissionais de saúde da cidade.  

Ao pedir a exoneração dela do cargo, o MPRR afirmou que ela não atua na linha de frente contra a Covid-19, portanto, não integra nenhum grupo prioritário de imunização. O pedido é do promotor de Justiça Paulo André Trindade.  

"A atual secretária violou os princípios da legalidade, moralidade e eficiência ao se valer do cargo e do vínculo de afeto com atual gestor do Município para ser imunizada, mesmo ciente da condição de estar fora da linha de frente do enfrentamento e exposição ao risco de contrair a Covid-19", citou o MPRR.

Prefeito Pedro Henrique Machado (PSD) e a namorada influencer Danyele Negreiro no dia em que ele tomou posse para o segundo mandato — Foto: Reprodução/Instagram/machado_pedro

O município de Alto Alegre fica no Norte do estado, distante cerca de distante 73 km da capital Boa Vista, e recebeu 294 doses da CoronaVac.  

À Rede Amazônica, o prefeito Pedro Henrique informou que não determinou "a vacinação de nenhuma pessoa em específico. A vacinação dos servidores de saúde segue o plano nacional de imunização."  "Foi vacinada a enfermeira e secretária adjunta Danyele, que atua diretamente nas ações de combate a Covid-19. Tanto que como enfermeira aplicou a primeira dose da vacina de Covid-19 no município de Alto Alegre em outro profissional de saúde, que igualmente está na linha de frente. Houve equívoco por parte do Ministério Público que já está sendo esclarecido pela administração municipal", disse.  

O G1 ligou para Danyele Negreiros, mas as ligações não foram atendidas. As mensagens enviadas também não foram respondidas até a última atualização da reportagem.  

Na semana passada, após a vacinação, ao ser questionado sobre a namorada ter sido imunizada, o prefeito afirmou que ela atendia em postos de saúde da cidade desde junho do ano passado. O nome dela, no entanto, não consta na lista de servidores do portal da transparência da cidade. Sobre isso, ele disse que iria verificar o que havia ocorrido.  

As fotos da imunização de Danyele também foram publicadas no perfil oficial da prefeitura de Alto Alegre. As imagens ainda estavam disponíveis até às 15h29 dessa segunda-feira (25).


Na apuração sobre Danyele ter recebido a vacina, o MPRR também identificou que uma auxiliar técnica de cirurgião dentista, vinculada à uma clínica particular, também furou a fila ao receber uma dose da Coronavac, mesmo sem fazer parte da lista do grupo prioritário.  

Diante disso, o promotor também recomendou que o prefeito e o secretário de Saúde interrompam a vacinação no município, para que "promovam a transparência e correção no plano de vacinação", além de encaminhar lista com nomes e funções das pessoas imunizadas, no prazo de 24 horas, à Promotoria da cidade.  

Após o envio da lista, a aplicação da vacina deverá voltar em 48 horas, seguindo irrestritamente o Plano Nacional de Imunização. Tanto Danyele, quanto a auxiliar técnica, devem ficar sem receber a segunda dose, conforme recomendou o MPRR.  Procurado, o governo do estado, responsável por distribuir as vacinas, informou que "a logística de aplicação das vacinas está sob a coordenação de cada município."

Danyele Negreiro exibe plaquinha após ser vacinada em Alto Alegre, cidade no interior de Roraima onde namorado em prefeito — Foto: Reprodução/Instagram/Machado_pedro

quinta-feira, abril 29, 2021

Deu na imprensa: Quinta-feira, 29.04.2021



Via Perseu Abramo

A CPI e seus desdobramentos continuam sendo o foco central da grande mídia tupiniquim e são o foco das manchetes dos dois diários paulistas. Folha destaca que Governo e aliados de Renan pedem tom mais baixo na CPIEstadão informa que Defesa do governo na CPI mobiliza milícias digitais

O Globo dá na manchete que o Supremo determina realização do Censo ainda neste ano. Já o El País Brasil vai com a notícia que mais repercute na mídia estrangeira: o discurso do presidente dos EUA no Capitólio. Biden pede ao Congresso mais impulso a suas propostas sociais: "Não podemos parar agora", destaca na capa a edição brasileira do jornal espanhol. 

De fato, no cenário externo, a notícia do dia é o apelo do presidente Joe Biden ao Congresso dos EUA para que garanta recursos para o turbinado plano social de US$ 1,8 trilhão. "Temos que provar que a democracia ainda funciona", disse. Biden apresentou ontem uma ambiciosa agenda para reescrever o pacto social americano, aumentando significativamente as licenças familiares, os cuidados infantis e a política de saúde pública. 

A sucessão de propostas do governo democrata equivale a uma aposta de que um país profundamente polarizado em linhas ideológicas está pronto para um governo mais ativista. O discurso de Biden é manchete do New York TimesWashington Post e Wall Street Journal e ganha ampla repercussão na mídia europeia, com destaque no Financial TimesThe TimesThe Guardian e Le Monde. Leia mais em INTERNACIONAL

De volta ao Brasil e à CPI da Pandemia – ou da Covid – além dos jogos de pressão do Planalto, que apelou a líder do Centrão para ver se o relator Renan Calheiros baixa a bola e a fervura, enquanto três baluartes do bolsonarismo recorrem novamente ao Judiciário para tirar o senador do MDB e mais Jader Barbalho da comissão, que avança. A CPI ouvirá os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich na próxima terça-feira, e o General Eduardo Pazuello na quarta. O atual titular Marcelo Queiroga será ouvido na quinta. Outros requerimentos de convocação serão votados hoje pela comissão de inquérito.

No GloboMíriam Leitão fala do pacto entre oposição e independentes na CPI para dar foco às investigações"O foco está sobre as ações e omissões do governo federal nesta pandemia, como diz o fato determinado", pontua. "Houve pelo menos 11 oportunidades de compra de vacina que o governo desperdiçou, há inúmeros indícios de prevaricação e negligência na gestão da pandemia que já se aproxima de 400 mil mortos"

Estadão destaca em manchete que o governo acionou as "milícias digitais" para fustigar os integrantes da CPI. Senadores viraram alvo de uma campanha orquestrada de ataques virtuais que tem como origem ativistas do bolsonarismo nas redes sociais. As mensagens incluem desde a disseminação de fake news, como a publicação de declarações descontextualizadas, até ameaças veladas. Em outra frente, parlamentares passaram a receber "dossiês" apócrifos contra adversários do presidente em seus gabinetes.

Enquanto isso, Bolsonaro volta a contestar foco de CPI da Covid, distorce tratamento com cloroquina e descarta se vacinar agora. Folha traz página inteira com texto para tentar explicar a crise da Covid no Amazonas e os sinais de negligência do governo que serão investigados pela comissão. Globo e Estadão noticiam que os requerimentos de senadores governistas na CPI foram feitos no Planalto. Assessora da Secretaria da Presidência é indicada como autora de pedidos de Ciro Nogueira e Jorginho Mello, aliados de Bolsonaro. A pasta é ligada à ministra indicada pelo Centrão.

No GloboBela Megale informa que o Palácio do Planalto aposta em ações do procurador-geral Augusto Aras contra governadores para abastecer base governista na CPI da Covid. A tropa de choque bolsonarista vai pedir o compartilhamento de todos os dados da PGR sobre investigações do Ministério Público e da Polícia Federal envolvendo governadores.

Segundo texto de Malu Gaspar no site do Globo, o roteiro de Renan Calheiros na CPI favorece Lula, seu grande aliado. Renan vai fazer sangrar o governo sem necessariamente chegar ao impeachment. Segue "o roteiro que interessa ao seu maior aliado, o ex-presidente Lula". Escreve a colunista: "Para o petista, o melhor dos mundos é polarizar a eleição de 2022 com um Bolsonaro enfraquecido, mas não com uma candidatura de centro-direita — que tende a ganhar espaço se Bolsonaro estiver fora do páreo".

Folha traz carta aberta de José Carlos Dias, André Singer e Margarida Bulhões Pereira Genevois clamando aos membros da CPI que não se curvem às pressões do governo Bolsonaro. "Pesam sobre vossos ombros responsabilidades que ficarão na memória do país", apontam. 

O texto é direto: "O escândalo de milhares de mortes diárias por Covid-19 não pode continuar, nem passar em branco. O atraso na compra de vacinas, combinado a discursos negacionistas que não cessam de provocar o aumento da contaminação, aponta inexoravelmente para a acumulação dos óbitos. Em nome dos que perdemos e dos que podemos preservar, esperamos que os senadores não poupem esforços e coragem".

Sobre a pandemia, uma boa notícia no Painel da FolhaCovas está negociando vacina contra a Covid-19 com Cuba, anuncia Marta Suplicy. A secretária de Relações Internacionais de Bruno Covas (PSDB), disse que a Prefeitura de São Paulo abriu negociações com Cuba para compra da vacina Soberana 2, contra a Covid-19. Ela disse que as tratativas são iniciais, mas envolvem também a possibilidade de instalação de uma fábrica do imunizante na capital paulista. "Vimos que Cuba, segundo a Opas nos informou, a vacina deles sempre foi de excelência. Foram os primeiros que fizeram a vacina de hepatite, que foi apoiada pela OMS", disse.

Na economia, destaque do dia está na FolhaBrasil deve ter menor crescimento entre as dez maiores economias do planeta. Estudo da FGV com dados do FMI mostra que França e Reino Unido se aproximarão do país em 2021. Se for considerado o tamanho das economias mundiais com base na PPC, o Brasil deve manter em 2021 a 8ª posição pelo terceiro ano seguido. Em 2018, era o sétimo colocado.

LULA

Folha noticia que a esquerda tenta reduzir favoritismo de Bolsonaro em segmento evangélico para 2022Lula prepara carta pública a religiosos, e Ciro e Boulos tentam romper preconceito de denominações com progressistas. A ideia no PT é que o documento seja distribuído em templos, igrejas e terreiros e ressalte a importância das medidas de isolamento e a solidariedade com a população vulnerável, que tem passado fome com a paralisação da atividade econômica. "Nas próximas semanas, Lula também pretende se reunir com integrantes da bancada evangélica que já apoiaram governos petistas", informa.

ELEIÇÕES

Painel da Folha informa que o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) quer adiar prévias do partido para 2022 e diz que momento é de buscar nome de consenso do centro. O movimento ocorre após o senador Tasso Jereissati (CE) se manifestar a favor da mudança. O tucano mineiro defende prévias em março de 2022.

LAVA JATO

Estadão noticia que a Corregedoria do MPF abre sindicância para investigar elos da Lava Jato com EUA e Suíça. A corregedora-geral diz que há 'dúvida razoável' sobre os procedimentos adotados pela força-tarefa e afirma ser 'urgente' um aprofundamento do caso. A apuração foi instaurada no último dia 16 e tornada pública ontem. 

A subprocuradora Elizeta Maria de Paiva Ramos diz que o objetivo da sindicância é esclarecer se houve irregularidades nas conversas entre a Lava Jato e as autoridades estrangeiras e se todas as cooperações seguiram as regras. 

A defesa do ex-presidente Lula acusa a Lava Jato de realizar tratativas informais para obter informações com autoridades americanas e suíças durante as negociações do acordo de leniência da Odebrecht. Os advogados do petista citam conversas que indicariam que a suposta colaboração ocorreu fora dos meios formais. Os procuradores negam.

GUEDES

Outro assunto importante é a decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, que mandou o governo realizar o Censo 2021, cancelado por falta de verba. Ministro determinou ao Executivo que adote as medidas necessárias para fazer o levantamento neste ano. O Censo do IBGE foi cancelado por falta de dinheiro. O ministro acolheu pedido do estado do Maranhão e determinou ao governo a "adoção de medidas voltadas à realização do censo".

Mais surpreendente, contudo, foi a reação do ministro Paulo Guedes, culpando o Congresso por corte no Censo. O ministro  afirmou que o governo não foi responsável por cortar as verbas para a realização do Censo Demográfico neste ano, mas sim o Congresso. "Não fomos nós que cortamos o Censo. Quando houve corte no Congresso, a explicação que nos deram é que o isolamento social impediria que as pessoas fossem de casa em casa transmitir o vírus", afirmou. "Porque é físico, os pesquisadores vão de casa em casa fazendo perguntas e preenchem os relatórios. Então, me pareceu que essa era a explicação, vou me informar a respeito", disse.

No GGNLuís Nassif aponta a perda de tração de Guedes no governo. Ele teve de se desfazer de parte da equipe para conter os críticos. "Sua passagem desastrosa pelo ministério terá o único mérito de acelerar a perda de hegemonia do mercado sobre a política econômica", destaca o colunista no artigo Guedes, o canto de cisne do ultraliberalismo tupiniquim"Conseguiu a unanimidade, de ser condenado pela esquerda, pela direita mercadista racional, por desenvolvimentistas e pelo próprio mercado", aponta. "Os elogios que eventualmente recebem significam apenas a esperança de que consiga dar uma última tacada nas privatizações, antes de soçobrar".

No TijolaçoFernando Brito também escreve sobre as mudanças na equipe econômica, destacando a falta de senso de Guedes e sua demonstração de covardia ao atribuir ao Congresso a não realização do Censo em 2021. Brito antevê que ele vai para o limbo e perderá espaço para o Centrão"O bestialógico de Paulo Guedes de ontem para hoje, foi coroado por suas declarações cândidas sobre o Censo de 2021, dizendo que o Congresso havia cortado suas verbas por conta da pandemia, que iria impedir a busca de informações 'de casa em casa'", observa. "Desde ontem era voz corrente entre os repórteres em Brasília que as substituições no Ministério da Economia foram consumadas à sua revelia".

INTERNACIONAL 

Toda a mídia global dá amplo destaque ao discurso de Biden no Congresso dos EUA na noite de quarta-feira. O assunto é manchete dos principais jornais americanos, ganhando atenção total do Washington PostNew York TimesUSA TodayWall Street Journal e outros, com ampla repercussão na mídia de toda a Europa, claramente favorável às ideias do presidente dos EUA. NYTimeselogia: Biden está transformando o que significa ser um democrata.

O francês Le Monde diz que "Biden se envolveu em uma batalha histórica contra a desigualdade". Em editorial, o jornal lembra que o democrata prometeu aos trabalhadores americanos 'reconstruir a América, para melhor'. "Virando as costas à ortodoxia das índices, empurrado pela esquerda, Biden continua no caminho certo para reabilitar as classes média e popular", sublinha. 

Libération destacou trecho da fala de Biden: "A América está avançando novamente". O espanhol El País fala em "ambiciosa agenda social" do presidente, enquanto o diário El Mundo fala em "dose de esperança". O português Público diz que Biden quer por o 1% mais rico a pagar o combate à desigualdade. O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca que Biden quer fazer uma reconciliação: "o presidente americano quer provar que o estado funciona".

No discurso ao capitólio, ao lado de Kamala Harris e Nancy Pelosi, Biden fez um balanço dos primeiros 100 dias no cargo e anunciou um novo pacote: o Plano das Famílias Americanas no valor de US$ 1,8 trilhão que se concentra nas crianças, e deve trazer à tona os tópicos de reforma policial e justiça racial, a crise climática e um enorme plano de infraestrutura, unidade e imigração. O plano da Casa Branca vai investir bilhões em um programa nacional de creche, pré-escola universal, faculdade comunitária gratuita, subsídios de seguro saúde e redução de impostos para trabalhadores.

Se o plano for aprovado, cerca de US$ 300 bilhões serão dedicados ao financiamento da educação, US$ 225 bilhões para creches e outros US$ 225 bilhões para subsidiar férias familiares. O programa reflete ideias progressistas, incluindo um programa nacional de licença familiar, que só recentemente foi adotado pelos legisladores democratas convencionais. Os EUA são a única nação rica que não tem uma política federal de licença-maternidade paga e faz parte de um grupo muito pequeno de países mais ricos que não oferecem licença-paternidade. 

Na imprensa inglesa, o pesadelo político do primeiro-ministro Boris Johnson é manchete de capa dos principais jornais. The Guardian destaca a fúria de Johnson durante confronto na Câmara dos Comuns com Sir Keir Starmer. O jornal traz quatro fotos do primeiro-ministro com o rosto vermelho usando um dedo para apresentar seu caso durante sessão. O diário diz que a disputa pelo "dinheiro das cortinas" está cada vez mais engolfando Johnson. Ele insiste que não fez nada de errado. O jornal o chama de Coringa.

Times abre outro flanco: Há preocupação em Downing Street com a "trilha de papel" nas reformas do apartamento do primeiro-ministro. O jornal afirma que há alegações de que o presidente do partido conservador, Ben Elliot, alertou Johnson em fevereiro do ano passado que os planos de financiar o projeto por meio de doações eram "loucura". Até o Financial Times trata da crise política no Reino Unido na manchete. A investigação da Comissão Eleitoral é a manchete e o jornal relata que uma segunda investigação sobre o apartamento do primeiro-ministro será conduzida por Sir Christopher Geidt, o ex-conselheiro sênior da Rainha. 

NA GRINGA

Sobre a crise sanitária brasileira, o americano Wall Street Journal destaca que a variante da Covid-19 do Brasil está "rasgando a América do Sul em advertência ao mundo". Os países que recentemente controlaram a disseminação do Covid-19 agora estão vendo hospitalizações e aumento de mortes. A variante P1 já foi detectada em mais de 30 países e está devastando o Uruguai.

O francês Le Monde distribui um podcast sobre a crise sanitária brasileira que desembocou numa crise política. "O Brasil tornou-se nos últimos meses um dos principais centros da epidemia de Covid-19. Por trás de uma situação de saúde catastrófica, um duelo político está acontecendo entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula", destaca o jornal. Bruno Meyerfeld, correspondente do Monde no Rio de Janeiro, fala sobre esse duelo. O podcast está no Spotify e pode ser ouvido aqui.

No Financial Times, o editor Michael Stott escreve artigo defendendo que a América Latina deve adotar um caminho fora das polarizações ideológicas na reconstrução da região após a pandemia. "Retornar ao status quo não é uma opção", diz o título do artigo. "Os cabos-de-guerra políticos devem dar lugar ao consenso à medida que a região emerge dos destroços do Covid-19", pondera. 

"Por décadas, a América Latina foi dividida por um cabo de guerra amargo e muitas vezes destrutivo sobre a política econômica, que opôs 'neoliberais' a favor de mercados livres contra estatistas de grandes governos", lembra. "Um lado puxaria os eleitores em sua direção; quatro anos depois, o eleitorado viraria na direção oposta e o time rival alcançaria a vitória. Seu primeiro ato no cargo seria desfazer o mais rápido possível o trabalho dos ocupantes anteriores".

"A chave é 'reconstruir melhor' – termos usados por todos, desde o Banco Mundial até os acadêmicos, para aproveitar a oportunidade criada pela pandemia e tornar as economias da região mais competitivas, inclusivas e sustentáveis", diz. "Isso envolve abraçar as oportunidades abertas por uma digitalização mais rápida para melhorar tudo, desde a educação até os serviços de saúde e o governo, e usar a transição para uma energia mais verde para investir em infraestrutura que ofereça melhores serviços públicos mais baratos".

O argentino Página 12 destaca na edição de hoje a declaração do General Luiz Eduardo Ramos. Chefe da Casa Civil do Brasil confessou que foi se vacinar às escondidas de Bolsonaro. O jornal diz que declaração do general aposentado é surpreendente. Já o Clarín informa que o Brasil começou a fabricar sua primeira vacina contra o coronavírus. Mas ressalta: o ButanVac é produzido em São Paulo. Ainda faltam testes em humanos.

No português Diário de Notícias, a notícia sobre o Brasil é a constatação de autoridades e médicos no país sobre a crescente onda de mortes de grávidas por covid"Só entre janeiro e abril de 2021, 433 grávidas ou mães recentes perderam a vida, número muito elevado quando comparado aos 546 óbitos registados em todo o ano passado", informa. Já o francês Libération fala do imbróglio envolvendo Brasil e Rússia na controversa decisão de banir a Sputnik no maior país da América Latina: Brasil duvida da vacina Sputnik V, Rússia denuncia decisão política.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Governo e aliados de Renan pedem tom mais baixo na CPI

Estadão: Defesa do governo na CPI mobiliza milícias digitais

O Globo: Supremo determina realização do Censo ainda neste ano

Valor: União de Americanas e B2W cria rival para Magalu e Via

El País (Brasil): Biden pede ao Congresso mais impulso a suas propostas sociais: "Não podemos parar agora" 

BBC Brasil: As perguntas que devem ser feitas aos primeiros convocados a depor na CPI da covid

UOL: Com Renan na mira de governistas, CPI da Covid define plano de trabalho

G1: 11 pedidos de governistas na CPI saíram do Planalto, indicam documentos

R7: Guedes, o canto de cisne do ultraliberalismo tupiniquim

Luis Nassif: Guedes, o canto de cisne do ultraliberalismo tupiniquim

Tijolaço: Covarde, 'mimimi' de Guedes sobre censo vai atiçar o "Centrão"

Brasil 247: Drauzio Varella: Bolsonaro é o maior responsável pela disseminação do vírus no Brasil

DCM: Senadores bolsonaristas acionam STF para tirar Renan da CPI da Covid 

Rede Brasil Atual: Perda de renda na pandemia causa aumento de despejos, ocupações e remoções

Brasil de Fato:  País tem quase 80 mil casos de covid em 24h; Fiocruz aponta nível crítico da pandemia

Ópera Mundi: 'Governo da Índia alinha neoliberalismo à religião', diz Florência Costa

Vi o Mundo: O TCU quer U$ 453 milhões de Gabrielli. R$ 2,4 bi. Ele descarta fazer vaquinha e se diz mais uma vítima da perseguição a petistas

Fórum: Eleições 2022: Em Sergipe, Lula tem 55,2% das intenções de voto, mais que o triplo de Bolsonaro, diz pesquisa

Poder 360: 58% dos beneficiários do auxílio emergencial desaprovam governo Bolsonaro

New York Times: Biden argumenta para expandir amplamente o papel do governo

Washington Post: Biden, em discurso ao Congresso, oferece agenda abrangente e apregoa democracia

WSJ: Biden pede amplo plano econômico

Financial Times: Johnson enfrenta problemas formais sobre quem pagou pela plástica facial de Downing Street

The Guardian: Fúria do PM quando o cão de guarda lança inquérito sobre dinheiro para cortinas

The Times: Preocupação de Downing Street na 'trilha de papel' para o apartamento de PM

Le Monde: Como o executivo se converteu ao passe de saúde

Libération: Vacinas. E se entregássemos o coelho aos profissionais?

El País: A tensão da campanha relega as propostas e planos para Madrid a um segundo plano

El Mundo: PSOE admite que estratégia de polarização não mobilizou eleitorado

Clarín: A partir de sábado, estendem o confinamento com mais restrições para circular

Página 12: Explodiu

Granma: O abraço de um país, em um desfile virtual

Diário de Notícias: O que muda do estado de emergência à situação de calamidade

Público: Governo quer alargar perdão de penas a quem confessar corrupção

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Turismo vermelho

Süddeutsche Zeitung: Pensadores laterais sob observação

The Moscow Times: "Como podemos sobreviver quando a terra acabou?" No Daguestão, um povo orgulhoso luta contra o deserto

Global Times: Xi parabeniza o lançamento bem-sucedido do módulo central Tianhe

Diário do Povo: Xi parabeniza o sucesso do lançamento do módulo central da estação espacial

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...