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sexta-feira, março 11, 2016

Depois de Sérgio Moro negar ser tucano, Ivete Sangalo nega ser cantora

Ivete Zangado e Sérgio Moro são acusados de serem o que são, mas ambos negam.

Sátira do dia, por Diógenes Brandão

Depois de descobrir que Sérgio Moro, juiz da operação lava jato falou sem tremer nenhum músculo facial, de que não tem motivações partidárias, a cantora Ivete Zangalo resolveu fazer o mesmo e declarou que não tem qualquer intensão de ser cantora e continuar lucrando com seus shows e venda de milhões de discos e produtos trazidos após a fama conquistada por sua voz e a marcante e rentável presença nos palcos.

"Assim como Sérgio Moro disse, esse tipo de coisa também me incomoda”, declarou Ivete em uma sofisticada barraca de acarajé em Salvador, Bahia, ao responder como se sentia ao ser venerada com uma grande cantora, por uma multidão de fãs.

"Não sou do PSDB" diz Moro, em evento do principal candidato do partido em SP

A frase do juiz da principal operação de combate à corrupção no Brasil, foi feito na palestra de abertura de um evento para para 100 magnatas da Lide Paraná, organização empresarial de João Dória Jr, pré-candidato tucano à prefeitura de São Paulo pelo PSDB. Lá, o juiz federal Sergio Moro disse estar incomodado sobre as especulações que giram em torno de sua atuação no âmbito da Operação Lava Jato.

Ao lado do principal candidato do PSDB a prefeito da maior e mais rica cidade do país, Sérgio Moro disse que não tem qualquer relação partidária e parece que esqueceu que João Doria foi acusado de compra de votos nas prévias do partido e de ter feito negócios milionários com o governo do PSDB de SP.

Em uma matéria publicada no dia 13 de Setembro, pelo jornal Folha de S. Paulo, foi revelado que a gestão do governador tucano Geraldo Alckmin pagou R$ 1,5 milhão ao empresário João Dória por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, entre 2014 e abril deste ano.

Um dos pagamentos, segundo a reportagem, totalizou R$ 501 mil por um publieditorial – formato em que o anúncio é semelhante a uma reportagem – de nove páginas na revista “Caviar Lifestyle”. Ainda de acordo com a Folha, “há casos em que os valores pagos pelo governo foram proporcionalmente maiores em anúncios da editora do que em revistas consolidadas”.
O magistrado participou de um evento com empresários do Paraná na noite desta quarta-feira (9), no luxuoso Castelo do Batel, palácio usado como palco de eventos da alta elite de Curitiba. Lá, Sérgio Moro admitiu para um seleto grupo de investidores, entrará para o ramo das palestras, pois viu que o negócio é rentável. Na oportunidade, Moro recebeu aplausos de personalidades como, Gareth Moore e Alex Ellis, respectivamente cônsul e embaixador do Reino Unido. Todos de olho na desvalorização da Petrobrás e na promissora exploração do pré-sal, claro.

Segundo um dos empresários presentes e que preferiu não ser identificado, a rede Globo fez um acordo com o juiz, onde sua parte cabe vazar tudo que for encontrado contra o PT, assim como torturar física e psicologicamente, todos os que foram presos por desviar dinheiro da Petrobras. "Basta que um diga que Dilma ou Lula sabiam de algo ou de tudo e eu cumpro a minha palavra com a família Marinho", teria supostamente revelado o juiz Sérgio Moro a um grupo de investidores internacionais que o grupo Lide atrai para lucrar no Brasil.

Da parte da rede Globo no acordo, a emissora ficaria responsável de pedir ajuda das demais emissoras, revistas e jornais para desgastar a imagem do ex-presidente, insistindo para que a sociedade brasileira se convença de que ele é responsável por todos os indícios, suspeitas e possíveis envolvimentos com fraudes e desvios e que Sérgio Moro é capaz de dar uma palestra para empresários, muito melhor do que Lula.

Negando com veemência que a notícia de que seu pai seria um dos fundadores do PSDB em Maringá, Moro ressaltou que nunca teve motivações partidárias para condenar ou inocentar réus, mas nada disse sobre os processos contra Aécio Neves e demais membros do PSDB, os quais nunca foram sequer investigados pelo juiz e preferiu não falar sobre o fato de que sua esposa, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro ter sido assessora do vice-governador do Paraná, o tucano Beto Richa.

quinta-feira, fevereiro 11, 2016

Ruim para Lula, quebra de sigilo trouxe alivio para Aécio


Por Paulo Moreira Leite, no Brasil 247

Sergio Moro fez bem em explicar que a  divulgação de uma apuração que corria em Segredo de Justiça -- quando o investigado é justamente Luiz Inácio Lula da Silva -- ocorreu "inadvertidamente."

       Mas não custa lembrar que além de seus inaceitáveis efeitos jurídicos, a quebra de sigilo teve consequências políticas nefastas, gerando  mais um impulso que ajudou a construir uma mudança na agenda política do país.

       Antes da divulgação de um segredo bombástico, que coloca Lula dentro da Lava Jato, de onde poucos acusados saíram com vida útil, o mundo político discutia a delação premiada do empresário Fernando Moura contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a quem acusou de receber um terço das propinas de Furnas, através de um diretor manda-chuva, Dimas Toledo. Depois do equívoco, discute-se o que irá acontecer no dia 17 de fevereiro, quando Lula será ouvido sobre obras e melhorias num sítio que não lhe pertence.

     O país aguarda, também, pela definição de responsabilidades por um equívoco que, mesmo involuntário, acidental, trouxe prejuízos inegáveis ao bom andamento da Justiça.

      Além de criar dificuldades insanáveis para o direito de defesa, pois deixa o acusado em imensa desvantagem, do ponto de vista do espetáculo o episódio alimenta a pressão contra Lula, numa investigação onde se procura compensar a falta de provas pelos lances de uma narrativa baseada na destruição de sua imagem pública. O importante não é o que se demonstra contra Lula. Mas aquilo que uma investigação permite dizer contra ele.

     Verdadeira ou não, a delação contra Aécio Neves perdeu relevância e logo terá caído no esquecimento. Em breve, será menos lembrada que o mensalão PSDB-MG, também chamado mensalão mineiro. Alguém duvida?

    Nem O Globo, jornal que, em plena folia de carnaval, advertiu, em editorial em que se referia a denuncia de Fernando Moura, que é  "imperioso" que todas as denuncias sejam apuradas, com "o mesmo rigor" exibido quando os acusados pertencem ao governo ou ao PT.

    No mesmo texto o jornal ajudou a divulgar como verdadeira uma informação falsa, ressalvando que seria "pouco verossímel" imaginar que um tucano como Aécio Neves, pudesse fazer nomeações no governo Lula. Se fosse verdadeira, essa ideia ajudaria a abrir uma primeira porta para que Aécio pudesse sair do caso antes mesmo de ter entrado. O problema é que este raciocínio se baseia numa premissa falsa. 

     Dimas Toledo não foi nomeado por Aécio no governo Lula. Já estava em seu lugar desde o governo FHC e ali ficou até 2005, quando o governo Lula estava em seu terceiro ano. Foi um dos inúmeros integrantes do primeiro escalão do Estado brasileiro que, homens de confiança no governo Fernando Henrique Cardoso, conseguiram sobreviver em seus cargos nos primeiros anos de governo do PT, quando o presidente recém-empossado proibiu que se olhasse "para o retrovisor". Lula fez vários pactos de coexistência pacífica com o governo anterior, que permitiram uma transição suave mas trouxeram inúmeras complicações quando a oposição tentou a primeira revanche, na AP 470.

     No Banco do Brasil, instituição essencial nas investigações da década passada, Henrique Pizzolato chegou a ser único  nomeado pelo Partido dos Trabalhadores . Os demais, como Dimas Toledo em Furnas, eram remanescentes tucanos, beneficiados da política de boa vizinhança. Um deles, e não Pizzolato, é quem tinha autorização para assinar os pagamentos antecipados às agências acusadas de trabalhar para as agências ligadas a Valério. Fazia isso antes da posse de Lula. Seguiu fazendo depois.  

   Condenado a 6 anos e quatro meses de prisão na AP 470, o deputado João Paulo Cunha provou, a polícia, que havia contratado uma das agências de Marcos Valério com base no contrato deixado por seu antecessor na presidência da Câmara, que contratara outra agência, a Denison, nas mesmas bases. O antecessor era Aécio Neves. Numa nota de rodapé da denúncia que apresentou contra João Paulo Cunha, o Procurador Geral da República reconheceu que "os documentos sinalizam que esse mesmo estratagema (peculato) tenha ocorrido com o contrato de publicidade anterior da Câmara de Deputados. Entretanto, o fato será devidamente investigado na segunda etapa do inquérito que tramita perante o Supremo Tribunal Federal." A afirmação está lá. Pouco verossímel, como se poderia imaginar já na época.

    O acordo Aécio-Lula, chamado em Minas de Lulécio, tinha uma premissa política que interessava às partes. Ao lançar um candidato sem chances de vitória, o experiente e combativo deputado Nilmário Miranda, sem base popular para disputar o governo de Estado, Lula fez sua parte -- às claras, ao menos para o núcleo dirigente do partido -- para não atrapalhar uma vitória de Aécio, já no primeiro turno.

     Com isso, permitiu que o tucano mineiro tivesse ainda mais vontade de fazer aquilo que já desejava por vontade própria: cruzar os braços e não ajudar seu rival, José Serra, na empreitada presidencial daquele ano. Furnas estava neste desse botim. O esquema de Marcos Valério também.

    Considerado o verdadeiro patrocinador de Valério, que retirou as agencias DNA e SPM&B do precipício, conforme revela Lucas Figueiredo no livro O Operador, o empresário Clésio Andrade entrou na campanha de 2002 em faltas funções: era o vice de Aécio. Não voltou à campanha de 2006, quando os dois mensalões estavam na rua. Mas, quando foi necessário, um mandato de senador obtido numa sequencia de lances astuciosos, quando faltavam só  dez dias para o final da campanha, foi de extrema utilidade. Serviu para lhe garantir foro privilegiado, quando era conveniente aguardar por uma decisão -- a passos de tartaruga no mensalão PSDB-MG -- no STF. Foi útil para pedir passagem para a primeira instância, quando nada mais convém do que ganhar tempo até a prescrição da pena.

     Seja no plano genérico, seja pelos casos específicos, a experiência dos grandes escândalos ocorridos depois da posse de Lula ensina uma lição oposta. É "pouco verossímel" --  francamente fantasioso, na verdade -- imaginar que dirigentes e aliados do PSDB possam vir a ser investigados  "com o mesmo rigor" exibido quando se trata de apanhar Lula e do PT. Não acredite que é implicância de blogueiro.

     "Foi pouco", criticou a ombusdman Vera Guimarães, referindo-se ao tratamento discreto demais que a Folha dispensou à mesma denúncia de Fernando Moura contra Aécio.

     O que se quer é poupar o Aécio de 2002 das mesmas agruras que atingem Lula, até porque ambos bebiam nas mesmas fontes, como mostraram as contribuições eleitorais seguintes. Basta consultar os relatórios do TSE.

     Mas Aécio passou perto demais, o que explica o esforço de proteção sugerido pela  reação da ombudsman Vera Guimarães.

      "Depois da vitória em 2002, as  contas de publicidade do governo federal e do governo de Minas eram discutidas na mesma viagem, na mesma sala, por Marcos Valério," me disse um dos grandes publicitários paulistas, presente a pelo menos um desses encontros.

      Os imensos recursos que saíam às escondidas do  cofre de Furnas -- chegou-se a falar em R$ 39 milhões só em ajuda parlamentar a deputados tucanos em 2002 -- foram o motivo real da ruptura de Roberto Jefferson com o governo Lula e explicam aquilo que veio depois. Depois de fazer várias tentativas de reforçar a posição do PTB no governo, sem conseguir sucesso na maioria delas, Jefferson foi bater às portas de Dimas Toledo, aliado antigo e patrocinador assumido de suas campanhas. Voltou de uma  conversa em Minas Gerais convencido de que havia encontrado a fórmula para assegurar a saúde de seu partido. "Apenas se esqueceu de combinar com Lula," afirma um antigo ministro, interlocutor de Jefferson em várias conversas. "O presidente não queria aquilo. Estava convencido de que Furnas se transformara num caixa do PSDB e estava decidido a fazer mudanças."

      Do ponto de vista jurídico, a pergunta é saber se tudo ficará como está após uma medida tomada "inadvertidamente," que cria uma situação desigual entre acusação e defesa. 

      Do ponto de vista político, configura-se um novo passo numa tentativa covarde de massacrar a mais importante liderança política construída no país após a democratização.

sexta-feira, janeiro 29, 2016

Um país que protege Cunha e persegue Lula é um país doente

Cunha: Livre, leve e solto.

Por Paulo Nogueira, no DCM.

A Lava Jato perdeu o pudor.

O nome Triplo X, referência sibilina ao mítico ‘Triplex do Lula’ é um acinte. Está claro que se trata de erradicar não a corrupção – mas de caçar Lula.

Fosse outro o propósito você não teria um ataque tão sistemático a Lula enquanto um homem como Eduardo Cunha borboleteia, livre para armar as delinquências em que é mestre.

Era mais honesto batizar a operação como Caça Lula.

Os suíços entregaram de bandeja documentos que comprovam corrupção em níveis pavorosos de Cunha. Ele mentiu, sonegou, inventou desculpas aberradoras e usou até a palavra ‘usufrutuário’ para tentar encobrir sua condição de dono de milhões na Suíça.

Não foi apenas isso.

Depoimentos de fontes variadas coincidiram em relatar ameaças de paus mandados de Cunha contra pessoas que pudessem dizer coisas comprometedoras contra ele.

Vídeos mostraram expressões aterrorizadas de delatores ameaçados por homens de Cunha. Parecia coisa de Máfia. Falaram até na família. Em filhos. Disseram que tinham o endereço para a retaliação.

Não foi um depoimento nesse gênero. Foram pelo menos três, dois de delatores e um de um deputado que era um problema para Cunha na Comissão de Ética que o julga.

Que mais queriam? Que um cadáver amanhecesse boiando num rio?

E as trocas de emails com empresas beneficiárias de medidas provisórias?

Com esse conjunto avassalador de evidências, Eduardo Cunha aí está, na presidência da Câmara, ainda no comando de um processo viciadíssimo que pode cassar 54 milhões de votos.

Cadê a Polícia Federal? Cadê Moro? Cadê uma operação realmente para valer para investigar as delinquências conhecidíssimas de Cunha.

Nada. Nada. Nada.

É uma bofetada moral inominável nos brasileiros. É a completa desmoralização da política.

Enquanto a vida é mansa para Cunha, para Lula é uma sucessão infindável de agressões.

Virou piada que até ser amigo de Lula se caracterize como algo capaz de incriminá-lo. Mas coloquemos o adjetivo certo: é uma piada repulsiva.

Um apartamento banal numa praia banal – a cidade plebeia do Guarujá – adquire ares de uma propriedade suntuosa que Lula jamais poderia comprar. É um tríplex, uma palavra feita para impressionar e ludibriar a distinta audiência.

Não interessa se quatro ou cinco palestras de Lula seriam suficientes para comprar o apartamento. Não interessa se ele tem documentos que comprovam que ele não comprou, afinal, o imóvel.

O que importa é enodoar a imagem de Lula. Caracterizá-lo como um corrupto, um ladrão, um monstro de nove dedos. O maior vilão da história do Brasil.

Alguém – PF, Moro, imprensa – deu um passo para saber se a residência de Eduardo Cunha é compatível com seus rendimentos de deputado? Alguém apurou se ele tem condições de bancar uma vida de fausto para a mulher, à base joias e extravagâncias como aulas de tênis no exterior?

Ninguém.

É um país doente aquele que protege Eduardo Cunha e investe selvagemente contra um homem que cometeu o pecado de colocar os excluídos na agenda nacional como nenhum outro desde Getúlio Vargas.

Estamos enfermos – e Moro e sua Lava Jato são sintomas eloquentes dessa nossa deformação moral.

terça-feira, janeiro 05, 2016

A oposição e os "salvadores da pátria"


No blog do Mauro Santayana

As divulgação de "acusações" de delatores “premiados” contra os senadores Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Fernando Collor e Aécio Neves vêm corroborar o que afirmamos recentemente em O impeachment, a antipolítica e a judicialização do Estado. 

A criminalização da política, na tentativa e na pressa de retirar o PT do Palácio do Planalto por outros meios que não os eleitorais, iria descambar para a condenação, paulatina, geral e irrestrita, da atividade como um todo.

Esse é um processo que parece estar focado, além de, principalmente, no PT, também nos partidos ou candidatos que possam fazer sombra, no campo adversário ao do governo, ao projeto messiânico de um “novo Brasil” que está sendo engendrado à sombra da ambição e do deslumbramento das forças surgidas da “guerra contra a corrupção” e da “Operação Lava-Jato”.

A entrevista da semana passada, com o procurador Deltan Dalagnoll, na primeira página do Correio Braziliense  e a capa da retrospectiva de Veja, com a cara fechada do Juiz Sérgio Moro, com o título de “Ele salvou o ano” (a segunda, se não nos enganamos) que - será por mera coincidência? - lembra a capa da mesma revista com o rosto de Fernando Collor, com o título de “O caçador de Marajás”, publicada muito antes de ele anunciar-se candidato a presidente da República – são emblemáticas do que pode vir a ocorrer - do ponto de vista midiático - nos próximos três anos.

Só os cegos, os surdos, ou os ingênuos, não estão entendendo para que lado começa a soprar - quase como brisa - o vento - ou melhor, para tocar que tipo de música está começando a se preparar a banda.

terça-feira, novembro 24, 2015

Mídia ataca e Juíz Sérgio Moro inocenta Lula



Até mesmo o juiz Sergio Moro admite que não há motivos para relacionar Lula, a qualquer crime. Mas a mídia insiste em jogar lama no nome do ex-presidente.

sexta-feira, julho 03, 2015

É grave: Eduardo Cunha age no Brasil, como Hitler na Alemanha


Por Sergio Amadeu da Silveira*, em seu Facebook.

Não é verdade que Eduardo Cunha representa a maioria da população. Ele representa um estado de manipulação e de disseminação do ódio. 

Em 19 de agosto de 1934, Adolf Hitler obteve 89,9% do eleitorado alemão em um plebiscito que confirmou a concentração do poder de Estado em suas mãos. Hitler se autointitulou Führer, líder em português. 

Hitler propunha saídas baseadas no ódio e no preconceito. Arregimentou um punhado de pequenas mentiras ditas há muito tempo nos lugarejos da Alemanha. Arregimentou os recalcados, os invejosos e foi financiado pelas grandes corporações. 

Hitler dizia que um dos maiores problemas da Alemanha era sua submissão aos judeus. Assim, era fácil persegui-los e explicar que aquilo que não ia bem era por culpa dos comunistas e dos judeus. 

Hitler perseguia homossexuais e deficientes físicos. Eles eram um estorvo para a raça pura. Pois bem, as explicações de Hitler e sua proposta de eliminar os inimigos do bem pela violência gerou um dos maiores crimes contra a humanidade. Hitler e seu propagandista Joseph Goebbels, calavam os descontentes e faziam propaganda baseada nas então novas técnicas de manipulação de massas. 

Para aqueles que dizem que o povo brasileiro apóia a redução da maioridade penal, digo que esta tese não resistiria a um conjunto de debates e a uma campanha séria de esclarecimento. Exatamente por isso, Eduardo Cunha corre. Tem pressa. Quer se mostrar um sub-Führer do Brasil.

Na tramitação do Marco Civil, Eduardo Cunha alegou que a neutralidade da rede seria contra a inclusão digital dos pobres. Veja você, Cunha lobista das empresas de telecom, se dizendo preocupado com os pobres. O cinismo é sua estratégia política. 

Dizia que os pobres só querem a web e o email. Quando mostramos as pesquisas do CGI de uso da Internet no país ele mudou de argumento, como se nunca tivesse falado os absurdos que falou. 

O Führer é um espertalhão. Com a cobertura do Judiciário continuará livre do processo da Petrobras. Sérgio Moro não está preocupado com Cunha. A missão de Moro é acabar com o PT. Justiça é outra coisa.

A manipulação dos fatos, a explicação simplista e o exagero apresentado pelos programas estilo Datena levam boa parte da população a acreditar em absurdos como a redução da maioridade penal. Explorando o desespero e o medo das pessoas humildes, Eduardo Cunha, Reginaldo Azevedo, Bolsonaro e Malafaia destilam preconceitos como se o ódio e a vingança pudessem organizar uma sociedade de paz e desenvolvimento.

Dizem que a maioria do povo os apóia. Este argumento é falacioso. Vamos debater racionalmente, sem agressões verbais, sem mentiras, a realidade do crime no Brasil. Se tivéssemos um programa como Datena tem o seu, todos os dias, o cenário seria outro. Se ao invés da manipulação praticada por Willian Bonner tivessemos jornalismo de fato e de contexto, boa parte da desinformação sistematicamente praticada pelas elites seria desmascarada.

Por fim, considero que o que está ocorrendo, hoje, no Congresso sirva de lição para todos nós que deixamos as bobagens e os preconceitos serem ditos sem nossa reação e sem nosso esclarecimento imediato. 

Vamos nos lembrar que atos de ignorância e preconceito foram responsáveis pelo Apartheid, pela morte do gênio da computação Alan Turing, entre outros absurdos. Não vamos esquecer que agora o subFührer vai querer mais retrocesso. 

É hora de mostrar que o cinismo não vencerá a razão.

*Sergio Amadeu da Silveira Sérgio Amadeu da Silveira é graduado em Ciências Sociais (1989), mestre (2000) e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2005). É professor adjunto da Universidade Federal do ABC (UFABC). Integra o Comitê Científico Deliberativo da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura (ABCiber). Consultor de Comunicação e Tecnologia. Foi professor do Programa de Mestrado da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero (2006-2009). Presidiu o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (2003-2005). Integrou o Comitê Gestor da Internet no Brasil (2003-2005 e 2011-2013). Pesquisa as relações entre comunicação e tecnologia, sociedades de controle e privacidade, práticas colaborativas na Internet e a teoria da propriedade dos bens imateriais. Autor dos livros: Exclusão Digital: a miséria na era da informação e Software Livre: a luta pela Liberdade do conhecimento. Desenvolve trabalhos nos seguintes temas: exclusão digital, tecnologia da informação e comunicação, sociedade da informação, economia informacional, cidadania digital e Internet. É parecerista AD-HOC da FAPESP-SP.



Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...