sábado, dezembro 20, 2014

MPE pede a cassação do diploma de Simão Jatene

Fila para cadastro para o "Cheque Moradia" alimentou a esperança de milhões de paraenses. Foto: Bruno Carachesti.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou ontem com ação de investigação judicial eleitoral contra o candidato reeleito Simão Jatene e seu vice, Zequinha Marinho, por abuso do poder econômico e compra de votos. A ação do Ministério Público reforça pedido feito na última quinta-feira pela coligação “Todos pelo Pará”.

No pedido de investigação, o MPE afirma que programas de governo, como o Cheque Moradia, foram utilizados para obtenção de votos nas campanhas e por isso pede que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) casse os diplomas dos candidatos, os declare inelegíveis por oito anos e os condene ao pagamento de multas.Além do candidato à reeleição Simão Jatene e de seu vice, Zequinha Marinho, são réus na ação, o presidente da Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab), João Hugo Barral de Miranda; a diretora da Cohab, Maria Cláudia Zaidan Gonçalves de Oliveira, e a coordenadora do programa Cheque Moradia junto às lideranças comunitárias dos bairros de Belém, Maria Sônia da Costa Massoud.

Na ação, o Ministério Público Eleitoral diz que o candidato à reeleição Simão Jatene e seu vice incorreram em abuso de poder político “por meio do uso do programa Cheque Moradia, do governo de Jatene, com a finalidade de obter votos para a candidatura à reeleição, prejudicando a normalidade das eleições”. Para a Procuradoria Regional Eleitoral, os candidatos eleitos “se utilizaram do cargo público eletivo já ocupado e exerceram influência nas eleições por meio do programa”.

DADOS

Assim como os advogados da coligação Todos pelo Pará, o Ministério Público também levantou dados do Cheque Moradia. Concluiu que até o período da campanha eleitoral o mês com maior investimento do programa havia sido janeiro, com um gasto total de R$ 9,2 milhões. Em agosto deste ano, contudo, o gasto subiu para R$ 15,1 milhões e, em setembro, mês anterior à eleição, saltou para R$ 31 milhões. “Durante a campanha, aumentou o número de eventos promovidos e o número de processos abertos pelo programa, além da entrega de Cheque Moradia a eleitores que prometeram voto nos candidatos Simão Jatene e Zequinha Marinho”, ressaltaram os promotores.

Na ação, o MPE pede que o Tribunal Regional Eleitoral solicite à Cohab informações sobre o número de cada processo de pessoas cadastradas no programa Cheque Moradia e o número de cheques entregues, em cada mês de 2014, com valores dos respectivos cheques e nomes de seus beneficiários; além de informar a quantidade exata de inscritos no programa e a quantidade de cheques entregues, com levantamento quantitativo e mensal destes no período correspondente a janeiro de 2014 até o dia da eleição.

Os primeiros a chegar para a posse de Dilma foram num Fusca 75

Veterano, assim como nas demais posses presidências de Lula e Dilma, Robson está em Brasília desde quinta-feira (18).

Os paraenses e militantes do PT, Carlos Magno Arruda (53), mais conhecido como “Magrão” e Robson Messias (44), atravessaram os Estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, até chegarem à Praça dos três Poderes em Brasília-DF, na tarde desta quinta-feira (18). Durante sete (07) dias viajaram em um fusca-75. Foram os primeiros a chegar para a festa de posse da presidenta Dilma Rousseff, prevista para 1º de Janeiro de 2015.

Os companheiros saíram do município de Bom Jesus do Tocantins-PA, no dia 11 deste mês para enfrentar cerca de 2.500 km até a capital federal do país, parando em diretórios municipais do PT, sindicatos e rádios comunitárias. Deram e fizeram entrevistas, ficando conhecidos por sua ousadia e determinação em fazer uma viagem inusitada, que rendeu inclusive o início de um incêndio na parte elétrica do carro, sendo resolvido com o extintor do fusca. “Guerreiro”, assim batizado por ter feito todas as campanhas de Lula e Dilma, resistiu a mais uma tarefa com a ajuda solidária de parceiros que compraram-lhe um pneu novo e fizeram uma revisão durante a viagem. 

Guerreiro, o fusca ano 75 é atração na Praça dos três Poderes, onde ficará até a posse de Dilma.

Quem pensa que é a primeira vez que Robson Messias faz isso, se engana. Em 2003, durante a posse do então presidente Lula, em sua reeleição em 2007 e na posse do primeiro mandato de Dilma, em 2010, lá estava ele com sua camisa vermelha, seu boné do PT com bottons de Lula, Dilma e Che Guevara.

Na primeira posse de Lula, Robson conta que fez a viagem de carona em um caminhão que transportava madeira do Pará até Goiânia e de lá para Brasília pegou outra carona em uma kombi, pois estava desempregado e sem dinheiro. "Na segunda, eu era vereador, então foi mais fácil conseguir viajar", afirma.

Na oportunidade, entregou uma carta à Lula declarando o apoio de sua comunidade e solicitando a construção de uma escola rural em sua região. Lula respondeu-lhe afirmando que iria estudar o pedido e quatro anos depois, já em seu segundo mandato, foi concluída a obra de construção do Campus da UFRA – Universidade Federal Rural - em Marabá. Em dezembro de 2006, Lula chegou a recebê-lo num café da manhã no Palácio, onde o cumprimentou pelo empenho e sua trajetória de lutas.

Tendo completado 30 anos de filiado ao PT, a imprensa nacional – e até a internacional, como a BBC de Londres - sempre deu destaque para a presença de Robson em Brasília, afinal ele sempre fez questão de chegar 13 dias antes, e ser o primeiro, no evento de posse presidencial, acampando em frente à Praça dos três Poderes.

Desta vez, além de chegar num fusquinha 75, Robson carrega um tripé e uma filmadora, com a qual registrou todo o percurso da viagem, as paradas nos municípios que atravessou e grava os momentos que antecedem a posse, assim como deverá registrar sob suas lentes, o momento em que pela 2ª vez, Dilma será envolvida pela faixa presidencial. Além disso, criou uma página no Facebook, onde posta fotos e relatos da viagem e na sua volta ao Pará, pensa em editar um documentário.

Durante a viagem, coleta de assinaturas e gravações em sedes do PT, sindicatos e rádios comunitárias do Norte do Brasil.
“Magrão”, seu parceiro de viagem completará aniversário dia 1º de Janeiro e já pensa no presente que quer receber: Ser recebido por Dilma. Já Robson, assim com na segunda posse de Lula e na primeira de Dilma, quando entregou-lhes cartas de apoio, dessa vez não será diferente: Quer entregar à Dilma agora uma carta com assinaturas que coletou com as lideranças comunitárias e sindicais dos municípios do trajeto percorrido do Pará à Brasília.

Além de Robson e “Magrão”, o Pará conta com outras caravanas saindo do Estado, neste final de semana rumo à Brasília. Sete ônibus de viagem foram fretados, através de coleta financeira realizada entre os 400 filiados e simpatizantes do PT que se juntarão aos outros milhares que estarão na 2ª posse de Dilma.

A história de um lutador.

Indagado de onde vem essa determinação e vontade de chegar sempre por primeiro nas posses presidenciais, Robson diz-se recompensado por todo seu empenho em lutar pela inclusão social de milhares de pessoas, as quais sempre sonharam com as oportunidades que hoje estão tendo, segundo ele, com os governos populares de Lula e Dilma.

“Aos 15 anos de idade, fui aluno da Irmã Dorothy Stang na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Abel Figueiredo, sudeste do Pará. Lembro que ela me pedia para levar sacolas plásticas para algumas residências coletarem cascas de ovos e alguns dias depois eu ia buscá-las para que ela fizesse suplementos alimentares para pessoas em extrema pobreza”, revela Robson, emocionado.

Há seis (06) anos na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Bom Jesus, o jornalista autodidata faz parte da Associação Marabaense de Imprensa, já tendo atuado como freelancer, escrevendo artigos para o Jornal “Diário do Pará”, “Correio do Tocantins” e “Opinião”, todos do município de Marabá-PA.

Ao responder de onde vem sua relação com a comunicação e o jornalismo, ele ri e diz: “Tudo começou quando eu era estudante e presidi o grêmio da minha escola, na década de 80 e resolvi fazer um jornal mimeografado, chamado “O Pergaminho”, para pressionar o prefeito a fazer reformas e investir mais nos professores e na educação do município”, relembra com satisfação.

Robson diz que foi eleito vereador da cidade de Abel Figueiredo em 2005 e que a foto feita com Lula em 2003, o ajudou muito em sua vitória. Assim que assumiu a vaga na Câmara Municipal de Vereadores, lutou pela criação do bairro onde mora, o qual o nomeou de “Nova Brasília”, em homenagem à sua ida ao Distrito Federal. A rua onde ele mora se chama “Presidente Lula” e sua casa é nº 13, como não poderia deixa de ser, claro.

Atualmente, Robson preside a associação de moradores do seu bairro e o diretório municipal do PT e diz que não retorna para sua cidade, enquanto não tiver a oportunidade de entregar sua carta nas mãos da presidente Dilma.

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