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sexta-feira, abril 16, 2021

Coletor de lixo estuda com doações e passa em 2° lugar para cursar medicina

Joel Silva, de 22 anos, foi aprovado no vestibular da UFPA (Universidade Federal do Pará).
A história do jovem de Belém do Pará ganhou destaque na imprensa nacional.
 

Por Carlos Madeiro, no UOL

Joel Silva, de 22 anos, estava se arrumando para mais um dia de trabalho, ontem pela manhã, quando foi liberada a lista de aprovados para o curso de Medicina da UFPA (Universidade Federal do Pará). 

Ao conferir, o rapaz, que vive como coletor de material reciclável, viu seu nome na 2° colocação entre os candidatos que pleiteavam uma vaga e estudaram em escola pública.

Joel, que vive no bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, tirou uma nota ponderada de 826 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e vai voltar à mesma instituição que havia deixado três anos antes, ao abandonar o curso de direito. 

À época, explica o estudante, ele largou o curso não só porque se desestimulou com as matérias, mas pela necessidade que teve de trabalhar e ajudar a família. 

Os pais de Joel vivem há mais de 15 anos com os ganhos em uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis de Belém e, segundo o jovem, o apoiaram na busca pelo estudo desde a infância. 

"Eu sempre fui incentivado a buscar a leitura. Como sou de uma área periférica, tinha poucas opções de lazer, e meu hobby se tornou ler", conta. 

Para ter acesso a livros, ele conta que encontrou ajuda do local de trabalho dos pais. "Eles trabalhavam em um galpão perto de minha casa, e eu ia com eles muitas vezes e sempre procurava algo para ler. Lá, além de materiais como garrafas PET e papelão, uma grande parcela era papéis e livros. E sempre tinha um material bom", explica. 

Joel afirma que sempre se interessou pelas áreas de biologia e história. "Eu gostava de literatura de diversos estilos, como a história medieval do rei Arthur. Sempre colecionava livros bons, lia também muito sobre sociologia e filosofia", concluiu.

Rotina puxada 

A rotina de Joel, conciliando os estudos para o vestibular e o serviço como coletor, era desgastante. 

Ele acordava às 6h para se arrumar, tomar café e ir ao trabalho. "E nesse trabalho tive uma oportunidade a mais", conta. 

"Na cooperativa, eles têm roteiro fixo, passamos por determinadas ruas e batemos de porta em porta, conversando com moradores, coletando material. E sempre tem uma relação de confiança. E nessa situação, sempre tinha algumas pessoas com empatia, que queriam saber de nós. Muitos se solidarizaram, e alguns doavam material. Foi com eles que me preparei", diz. 

O jovem conta que começava a estudar apenas por volta das 19h, e todo dia esticava até as 23h. "Só então eu encerrava e dormia para o dia seguinte", explica. 

Ele conta que a escolha pela medicina foi motivada pela oportunidade de ajudar as pessoas de sua comunidade. `

"Escolhi pelo fator de transformação social, para ter chance de dar atendimento à população. Aqui tem várias especialidades médicas que é bem difícil conseguir uma vaga. Precisamos de apoio, e quero ajudar", afirmou o mais novo universitário. 

Agora, o grande desafio do jovem é garantir os seis anos de estudo para se formar médico. 

"Os estudantes de baixa renda tem uma dupla barreira: entrar na universidade é a primeira; a segunda é se manter. Existe um grande índice de evasão, e espero vencer essa batalha também", finaliza.

segunda-feira, julho 01, 2019

Hospital Universitário Barros Barreto: A casa tá caindo, literalmente!



Por Diógenes Brandão

Definitivamente, as coisas começam a ruir no Hospital Universitário Barros Barreto. 

Segundo o relato de um dos poucos médicos que estavam de plantão, na noite deste sábado, 29, uma parte do teto de gesso da unidade que trata pacientes com câncer desabou, quase em cima dos pacientes e funcionários que estavam no local. 

Para o médico que serviu como fonte desta matéria, o diretor-superintendente do hospital continua agindo de forma atabalhoada para tentar se manter no cargo, enquanto pacientes e funcionários continuam sofrendo a incompetência de sua gestão repleta de denúncias, agora começa a sofrer as consequências do sucateamento do hospital, que recebe milhões de reais do governo federal, mas não consegue oferecer a mínima segurança a quem precisa dele.

Além do médico que nos informou o acontecido e pediu anonimato, outra enfermeira que estava no hospital no momento do sinistro, disse ao blog que o hospital sofre as consequências de uma gestão denunciada em diversas suspeitas de desvios e contratações irregulares, mas que mesmo com tudo vindo a tona, inclusive com provas filmadas e exibida em rede nacional, os responsáveis continuam sendo mantidos em seus cargos, perseguindo e demitindo todos que os denunciam ou que atrapalhem seus objetivos.


Há duas semanas atrás, o Conselho Regional de Medicina confirmou o que o médico nos relatou e a matéria do portal G1-Pa noticiouApós vistoria, CRM confirma péssima condição de trabalho no Hospital Barros Barreto

Servidores denunciaram ao Conselho a péssima condição de trabalho e falta de medicamentos para os pacientes. Direção do hospital diz que reforma a UTI pediátrica será retomada no segundo semestre de 2019 e que há a falta de apenas um medicamento na unidade.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) do Pará realizou uma vistoria no Hospital Universitário Barros Barreto, no bairro do Guamá, em Belém. A instituição recebeu denúncia de médicos que relataram as péssimas condições de trabalho, além da falta de medicamentos para os pacientes.  O conselheiro do Departamento de Fiscalização do CRM, o médico Jorge Wilson Tuma, que fez parte da equipe que vistoriou o hospital, confirmou as denuncias feitas pelos servidores do hospital Barros Barreto.  "Encontramos enfermarias sendo usadas como se fosse UTI. A pediatria, então, uma coisa aberrante. Pediatria toda fechada para uma reforma que de 1 a 3 anos que já vem se arrastando e não se tem uma solução", disse.

Quanto a falta de medicamentos, o conselheiro alertou que os pacientes que realizam um tratamento com antibióticos não podem ter a administração do medicamento interrompida antes do prazo, caso contrário ele correrá risco de morte.  "O setor de farmácia, pelas informações que tivemos lá no local, há momentos que falta medicação, mas depois repõe, duram poucos dias, falta novamente. Isso só trás prejuízo, principalmente quando se trata de antibiótico terapia. Porque antibiótico você tem que iniciar a terapia e ir até o fim", afirmou.  

O Ministério Público Federal (MPF) entrou no caso e enviou questionamento para a direção do hospital sobre esses problemas todos mostrados pelos médicos e pela TV Liberal. Segundo o MPF, o Barros Barreto tem até a próxima terça-feira (25) para se manifestar oficialmente sobre essas denuncias.

Denúncia 

Uma reportagem da TV Liberal, veiculada na quinta-feira (13), mostrou a real situação das alas do maior hospital universitário do estado, que é referência em infectologia na região norte.  

Vídeos gravados por servidores mostraram o espaço sujo com pisos destruídos e móveis amontoados na ala pediátricas. Os funcionários informaram que a enfermaria e a unidade de terapia intensiva (UTI) fora desativadas há três anos por causa de uma reforma que está parada e que o lugar virou um depósito de camas hospitalares novas, mas sem uso. Eles também denunciaram que até o início do mês de junho cerca de 20 medicamentos estavam com o estoque zerado e que pacientes que precisa realizar terapia com antibióticos não conseguem concluir o tratamento devido a constante falta do remédio.

"O problema que nós estamos tendo é que as vezes nós começamos com um tipo de medicação, um tipo de antibiótico. A pessoa recebe dois dias e depois acaba esse antibiótico. A gente vai para outro antibiótico, ele recebe mais três dias de antibiótico e chega a notícia que não tem a medicação e a gente tem que mudar novamente. Então isso é um prejuízo para o próprio paciente que acaba ficando resistente àquela bactéria. E o risco dele evoluir a óbito, dele não responder ao tratamento", contou uma servidora que não quis se identificar.  

"A situação é precária e nós ficamos muito preocupados porque nós estamos prestando serviço para as pessoas. Nós não estamos conseguindo fazer tudo aquilo que nós deveríamos por falta de condições de trabalho. Para o paciente é muito pior ainda porque ele pode vir a falecer", concluiu. 

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Esposa de Lula tem morte cerebral aos 66 anos, afirma jornal



O quadro clínico da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva é irreversível, segundo informou o cardiologista Roberto Kalil Filho na noite desta quarta-feira. Dona Marisa não tem mais fluxo cerebral, está sedada e respira com ajuda de aparelhos, de acordo com o médico. Ela está na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, acompanhada de familiares.

Kalil relatou que a ex-primeira-dama apresentou sinais de melhora no início do dia. Na terça-feira, os médicos que a acompanham haviam retirado os sedativos que a mantinham em coma induzido desde terça-feira da semana passada. O estado de saúde de dona Marisa piorou a partir das 16h desta quarta-feira, levando a equipe do Sírio a retomar a aplicação dos remédios.

Segundo o cardiologista, três motivos levaram à piora do estado de saúde da ex-primeira-dama. A inflamação e o edema causados pelo AVC não regrediram, a pressão intracraniana aumentou e houve vasoespasmos (contrações de vasos sanguíneos) no cérebro.

Dona Marisa passou mal no apartamento em que mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no início da tarde de 24 de janeiro. Ela foi levada a um pronto-socorro da cidade, de onde, após exames constatarem o AVC, foi transferida de ambulância para o Sírio-Libanês, na capital paulista. A ex-primeira-dama chegou consciente ao hospital por volta das 15h30 daquele dia.

domingo, setembro 22, 2013

Diga não ao preconceito e a xenofobia contra os médicos cubanos

No Facebook da Eunice Guedes*
Em relação aos/as médicos/as cubanos/as indaguei como foi o processo para eles chegarem até aqui ao Brasil ou como se inscreveram e como chegaram até aqui? 
Nós eu e amigas indagamos sobre isso a alguns e a resposta foi interessante. Afinal como as Maribel, a Vilma, a Mercedes, o Mario saíram para cá? Primeiro descobri que tem médicos/as de todas as províncias de cuba (província sendo a mesma coisa de estado aqui no Brasil). 
Depois o sistema cubano de poder e decisão é diferente do brasileiro. Não existe democracia representativa em Cuba. Ela é democracia direta, ou seja, a representação é ascendente e os órgãos/ministérios estão representados em todas as cidades/províncias. 
Assim o Ministério da Saúde cubano divulgou em todo o país a solicitação do governo brasileiro e médicos/as se inscreveram em vários cantos de cuba nas várias representações populares e governamentais. A seleção foi baseada em critérios entre os quais: disposição para vir;ter mais de 10 anos de formado; ter participado de outras ações internacionais semelhantes.
Assim os /as escolhidos/as foram os melhores dos inscritos em cada localidade. Se alguém tiver oportunidade indague a cada um sobre isso. 
Para cá não vieram a ralé (como na época da colonização de Portugal) mas os melhores. Existe respeito maior desse povo (cubano) do que isso? 
De nos enviar quadros dignos para necessidades tão básicas em muitos municípios do Brasil que é ter médico e atenção primária funcionando? 
Não se sustenta assim a xenofobia e o preconceito sobre a formação dos médicos cubanos.
Nota do blog: Muito bem Eunice Guedes. Eu também tive a oportunidade de entrevistar 03 destes profissonais e percebi o quanto são compromissados com a saúde da população que atendem em Cuba, Venezuela e agora do Brasil. Assim que publicar, te marcarei pra veres. 
Aproveito para dizer que vou publicar seu texto no blog AS FALAS DA PÓLIS e compartilhar nas redes sociais. O povo brasileiro e paraense precisam respeitar e tratar bem que veio nos ajudar a resolver esse sério e grave problema que é a saúde pública.
*Eunice Guedes é psicóloga, formada pela UFPA onde leciona e militante da causa da saúde pública.
 

quarta-feira, julho 17, 2013

O ódio que transtorna Serra

José Serra não tem jeito, não tem caráter, não tem palavra, não tem nada!
No Tijolaço


A natureza perversa de José Serra é algo incontrolável.

Faz tempo, o ódio substituiu-lhe a razão e a ambição, o caráter.

Ontem, ao deambular, sombrio, no Senado, ao que parece sem ser convidado, Serra disse que “ a medida provisória que cria o programa “Mais Médicos” e visa ampliar a presença de profissionais estrangeiros no país é um “tiro no pé” do governo”, segundo noticia o G1:

- É um tiro no pé. Um tiro de canhão [...] porque é uma medida absurda, inclusive para enfraquecer o próprio governo.

A alguém que, como Ministro da Saúde de Fernando Henrique, negociou com o Governo de Cuba a vinda de médicos daquele país é, no mìnimo, uma desonestidade mental e verbal dizer isso.

A Folha noticiou, em janeiro de 2000 que “o acerto com o governo cubano teria sido feito pessoalmente pelo ministro José Serra (Saúde) quando ele esteve em Cuba em 1999″.

Serra é assim, um animal político carcomido, que não consegue, por mais massa cheirosa que o venere, disfarçar o odor nauseabundo do desejo de vingança, por onde quer que seu espectro vá assombrar-nos.
Por: Fernando Brito

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...